Muitos catequistas se
perguntam se devem fazer (e muitos fazem!),
“avaliação” de conteúdos na catequese. Penso que essa é uma ação que não cabe
no processo de evangelização. Claro que podemos usar alguns recursos pedagógicos para
trabalhar os temas: atividades, dinâmicas, brincadeiras, canto, etc. Na
verdade, todos estes recursos, são técnicas ou métodos didáticos para tornar os
conteúdos mais atraentes e não uma "avaliação". Da mesma forma, uma
ou outra atividade para fixação de conteúdo, pode se fazer necessária, mas,
nunca pensando em "corrigir" e apontar erros.
Estou na catequese de crianças
há um bom tempo já, normalmente fico com elas na catequese até receberem a
primeira Eucaristia. E NUNCA fiz qualquer tipo de avaliação, mesmo porque, se
fizesse, ia chegar à conclusão de que elas não “aprenderam” nada... Pois, além de serem apenas crianças e adolescentes o universo da evangelização é de “experiências”, encontros; muito mais
do que de “saber” ou reter “conhecimento”.
E essa é a questão na
catequese: ela não existe para se "aprender” alguma coisa. E isso o
documento Catequese renovada, já apontou em 1983.. A Catequese é “iniciação à
vida cristã”. E vida, remete à “vivência” cristã.
Outra coisa também: Até quando a gente vai
teimar em conduzir o barco com remos se a gente tem "motores" potentes
hoje? Temos "informações"! Temos ajuda das ciências
(pedagogia/psicologia). E estas nos ajudam a entender o universo da criança e do adolescente, e
como eles “aprendem” e incorporam na sua vida as experiências que vão tendo.
Mas, muitos catequistas se deparam com um "modelo pronto" já e é comum em suas paróquias avaliar o catequizando, o que ele aprendeu ou não aprendeu. E ficamos com aquele, "sempre foi assim" e acabamos incorporando em nossa prática a tal avaliação. No entanto, isso é meio fora dos propósitos da evangelização. Como se avalia a fé de uma pessoa? Como saber, “decor e
salteado", mandamentos e sacramentos, indica que essa pessoa se converteu?
Como esse "saber" pode mudar a vida de uma pessoa? Não tem, simplesmente não tem,
como a gente saber se o que estamos trabalhando na catequese hoje, vai ou não
mudar a vida de uma criança no futuro, portanto, "relax"!
Ao invés de esquentar a cabeça
pensando numa "avaliação", vão lá fora, em algum lugar que tenha uma
grama bem gostosa pra deitar, e fiquem uma meia hora olhando para o céu azul,
brincando de “desenhar” figuras nas nuvens. Olhando e se maravilhando com a
criação do Altíssimo. Garanto a vocês que daqui uns 30 anos, seus catequizandos vão "voltar
ao passado" e pensar: "Como foi bom estar na catequese!".
O que se pode, e deve fazer
sempre, é uma avaliação conjunta, pela equipe de catequese e pelo padre, sobre
a eficácia e o alcance da evangelização que está sendo feita pela paróquia. Analisando
isso, se está pondo a "prova" a catequese feita por todos nós.
Ângela Rocha - Catequista
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