Desde ontem estou
aqui me debatendo com um assunto deveras preocupante: Um amigo me pediu
sugestões de formação para que conseguisse tocar numa "ferida" bem
aberta nossa: a falta de comprometimento e engajamento de muitos catequistas
com a missão. E isso vem de encontro a missão e propósito. Que nada mais são do
que o que quero fazer e como vou fazer para chegar onde quero.
E acho que nem
preciso me aprofundar muito no que seria isso: o catequista não engajado e não
comprometido é aquele que está lá, na catequese. “LÁ” mesmo: na sala. Sair, nem
pensar! Está só na hora do encontro e quando muito, na missa do final de semana
(fica feio não ir!). Além disso ele está acima da necessidade de formação e de
comparecer em reuniões: sabe tudo! E não precisa saber de recado nenhum e nem
planejamento nenhum, porque é ele com ele mesmo e só.
Como sei disso? Ora,
o que acham do grupo de catequistas que gerimos no Facebook com mais de 3.500
pessoas, todas envolvidas diretamente na catequese, cujos participantes ativos,
"ativos" mesmo, que curtem, comentam, aparecem, questionam,
discutem... não passam de 200? Toda semana recebemos de 100 a 150 pedidos... E
tem gente que faz parte de mais de 200 outros grupos!!! Bom, nem preciso dizer
que estes nem são notificados de que precisam preencher um cadastro. É pura e
completa perda de tempo e energia. Para estes, os grupos de catequese na
internet são "páginas amarelas" onde se busca roteiro de encontro. De
preferência descrito em suas minúcias e com molde e desenho até da disposição
das cadeiras no encontro.
Enfim... O que será
que poderíamos fazer e falar para estes catequistas? Isso se eles fossem numa
formação...
Pela minha
experiência de palestras por aí eu diria que "falar", palestrar ou
discorrer um tema, seja ele qual for; é perder o verbo, o substantivo, o
pronome e tudo que diga respeito a linguagem. Quando a pessoa que nos escuta
NÃO ESTÁ CONVERTIDA, pode se falar à vontade! Entrará por um ouvido e sairá
pelo outro.
COMO??? Tem catequista
não convertido?? Isso mesmo gente! Existem as pencas! Não temos “católicos de
ocasião” de punhado? Podem acreditar que temos catequistas também! As (os)
coordenadoras (es) vão ratificar isso, tenho certeza. Algumas pessoas se
engajam numa religião por questões puramente "sociais". A Igreja meio
que vira um lugar onde o "pessoal frequenta". E participar de uma
pastoral se transformar numa forma de aparecer à sociedade.
É como frequentar um
clube. É meio chato não ir ao clube com as amigas ou amigos, não é? Ah! E tem
no meu grupo de amigas, algumas que se reúnem toda semana para jogar canastra
(buraco, pontinho, tênis, sei lá...). Não posso deixar de participar disso
também! E como é um "clube", que frequento socialmente, se aparecer
um passeio mais interessante ou uma viagem para o dia do jogo, posso muito bem
cancelar o desta semana, não posso?
Nada ver com o
encontro semana de catequese, né?
E assim, meus
queridos, nos aparecem catequistas às vezes. Cujo entendimento da catequese é
esse: um evento social onde compareço porque fica "bem para minha
imagem" e não vou se meu "horário do salão" coincide com ele.
Estes são os (as) não engajados e não comprometidos.
Devemos excluir de
vez estes catequistas? Claro que não! Alguma formação eles (elas) têm, algum
preceito católico, mesmo que seja lá no fundo, estas pessoas possuem. Falta
"provocar" isso, trazer para fora. Mostrar que há um mundo
"novo" a se conhecer. São pessoas para s "evangelizar"!
Vamos a solução! Qual?
Vamos fazer INICIAÇÃO CRISTÃ com nossos catequistas não comprometidos. Simples,
muito simples! Vamos mostrar que existe uma "pessoa" que está doida para
encontrá-la: JESUS! E para trabalhar pela "causa do Reino", é preciso
conhecer o "Rei". Como se faz isso? Isso vamos deixar para a
próxima...
Se não fosse tão
complicado. "Justo quando tenho
aniversário da prima do cunhado da minha irmã para ir!?"
E tem outra questão
mais grave ainda: Quando são os líderes que não são comprometidos! E por
líderes, me refiro aos coordenadores (as) e padres. Aí é complicado.
Catequistas engajados e comprometidos veem seus esforços podados antes mesmo de
brotar. E o catequista quer fazer e acontecer e são os líderes que não querem
nada, são os coordenadores e padres que não animam.
Mas, por que EU não posso liderar? Em minha opinião, qualquer pessoa pode ser um líder.
Claro que algumas já nascem com esse dom e essa característica em suas
personalidades, mas, isso também pode ser construído. Se eu vejo que alguma
coisa pode ser mudada e eu sei como mudar, por que não posso tomar a iniciativa
e "provocar" essa mudança? Um líder não precisa estar num “cargo”
para ser "líder" e influenciar as pessoas. Uma das características da
liderança é saber “convencer”, além de ser, é claro, o que se faz na
evangelização.
Em minha trajetória
na catequese, já estive em várias paróquias e dioceses. Em algumas, minha capacidade
de “convencimento” não foi lá muito bem e confesso que não tive sucesso. Tudo
isso porque eu não me contentei em "aceitar" as coisas como elas são
quando estão ERRADAS. Eu cobro, eu luto, eu brigo para mudar as coisas... e se
não consigo, sigo o conselho que Jesus deu aos seus discípulos quando os mandou
sair a evangelizar: Quando não querem
mesmo me ouvir, bato o pó das sandálias e parto para outro lugar. Existem
muitos lugares que precisam de catequistas, que precisam de evangelizadores. E
evangelizar não é "sofrer" e "padecer". Evangelizar é ser
feliz. Não abracei esta missão para ser crucificada; Jesus já fez isso por mim,
para que eu tivesse liberdade de sair pelo mundo espalhando a sua Palavra.
Ninguém aguenta ser catequista e viver eternamente contrariada, triste,
frustrada... A gente vai servir para se completar, não para se diminuir. E
também não concordo com aquilo de que estou lá "para Jesus"... Eu
estou lá para as pessoas! Jesus quer que eu mude AS PESSOAS e se as pessoas não
me querem e não me escutam, tem quem me quer e quem vai me escutar, com
certeza!
Ângela
Rocha
Catequista
em Formação
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