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terça-feira, 1 de maio de 2018

1° DE MAIO: DIA DO TRABALHADOR


“O trabalhador merece o seu salário”. 
(Dt 25,4; Mt, 10,19; Lc 10,7)

Primeiro (1º) de maio, é o DIA DO TRABALHADOR em homenagem à luta dos trabalhadores que reivindicaram melhores condições trabalhistas. Graças à coragem e persistência desses trabalhadores ao longo da história, os direitos e benefícios atuais, dos quais usufruímos, foram conquistados.

Essa data tem origem na primeira manifestação de 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago, e numa greve geral em todos os Estados Unidos, em 1886. Até então a jornada de trabalho era de mais de 15 horas. Os americanos organizaram uma gigantesca campanha por melhores condições de trabalho, fazendo mais de 1.500 greves em todo o país. Houve muita opressão, tanto por parte do governo quanto por parte da mídia burguesa da época. Os líderes do movimento foram julgados e condenados à morte, sem ter cometido crime algum. Muitas pessoas foram feridas e mortas pela violência policial.

Três anos depois, em 1891, o Congresso Operário Internacional convocou, na França, uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago. A primeira acabou com 10 mortos, em consequência da intervenção policial. Ao escolher 1º de maio como Dia do Trabalho, os participantes desse encontro prestaram uma homenagem aos operários dos Estados Unidos. Uma das principais reivindicações era a garantia da jornada de oito horas diárias.

Foram estes e outros fatos históricos que transformaram o 1º de maio no Dia do Trabalhador. Até 1886, os trabalhadores jamais pensaram exigir os seus direitos, apenas trabalhavam. Somente em 1919, o Senado francês ratificou as 8 horas de trabalho e proclamou o dia 1º de maio como feriado, e uns anos depois a Rússia fez o mesmo. Em 1919, após algumas das mais gloriosas lutas do sindicalismo e dos trabalhadores portugueses, também foi conquistada e consagrada na lei a jornada de oito horas para os trabalhadores do comércio e da indústria.

DIA DO TRABALHO NO BRASIL

No Brasil, o Dia do Trabalhador só foi reconhecido a partir de 1925, através de um decreto assinado pelo então presidente Artur Bernardes.

A criação da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) foi instituída através do Decreto-Lei nº 5.452, em 1º de Maio de 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas. Durante o governo Vargas realizavam-se grandes manifestações que incluíam música, desfiles e normalmente o anúncio de alguma nova lei trabalhista. Alguns governos seguem a tradição e comunicam o aumento do salário mínimo nesta data.

O dia é comemorado com manifestações convocadas pelas principais centrais sindicais do Brasil para reivindicar melhores condições de trabalho.


No calendário litúrgico celebra-se a memória de São José Operário, considerado o santo padroeiro dos trabalhadores. Esta celebração litúrgica foi instituída em 1955 pelo Papa Pio XII, diante de um grupo de trabalhadores reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano. Naquela ocasião, o Santo Padre pediu que “o humilde operário de Nazaré, além de encarnar diante de Deus e da Igreja a dignidade do trabalho manual, seja também o providente guardião de vocês e suas famílias”. 

O Papa Pio XII desejou que o Santo protetor das famílias: “seja para todos os trabalhadores do mundo, especial protetor diante de Deus e escudo para proteger e defender nas penalidades e nos riscos de trabalho”.

Por sua vez, João Paulo II, em sua encíclica “Laborem Exercens”, sublinhou que, “mediante o trabalho, o homem não somente transforma a natureza, adaptando-a às suas próprias necessidades, mas também realiza a si mesmo como homem e até, num certo sentido, ‘se torna mais homem’”. 

No Jubileu dos Trabalhadores, em 2000, o Papa novamente se manifestou: “Queridos trabalhadores, empresários, cooperadores, homens da economia: uni os vossos braços, as vossas mentes e os vossos corações a fim de contribuir para a construção de uma sociedade que respeite o homem e o seu trabalho. O homem vale pelo que é e não pelo que possui. Tudo o que se realiza ao serviço de uma justiça maior, de uma fraternidade mais ampla e de uma ordem mais humana nas relações sociais conta muito mais do que qualquer progresso no âmbito técnico”.

O que deve ficar deste dia para nós, como foco principal, não é só comemorar o Santo e esquecer a luta do trabalhador pelos seus direitos e sim, pensar que São José foi escolhido como intercessor e protetor do trabalhador nesta luta e que, a prática religiosa, está intimamente ligada à prática do amor e da justiça, às ações sociais fraternas e a dignidade com que cada trabalhador e trabalhadora merecem da nossa sociedade.


Ângela Rocha
Catequistas em Formação

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