Estamos em isolamento social. Como fazer os encontros de
catequese que exigem "presença" e a interação com a comunidade?
"Encontros virtuais", seriam a solução? Os meios
digitais, neste caso, correm o risco de se tornar o “novo normal”?
Com a “evolução” da pandemia no Brasil e a questão do
isolamento social estar ficando mais “grave” a cada semana, muitos catequistas
estão se perguntando como ficará a questão nos encontros catequéticas com
crianças, adolescentes e adultos. Até agora estão sendo usados vários meios ao
alcance das paróquias, catequistas e famílias, principalmente grupos de Whatsapp,
Facebook, Skype, etc. Mas, sabemos que a realidade no nosso país é que a
tecnologia ainda não está ao alcance de todos. Muitos pais só têm celular para
uso próprio e crianças não tem acesso a eles ou então a conexão móvel tem
limitação de franquia.
Sem contar que um encontro “virtual” não é propriamente o que
se espera da evangelização, que precisa se dar numa comunidade para levar ao
seguimento. E a integração com a liturgia? A catequese já se realiza num contexto em que a maioria das famílias não frequentam as missas dominicais. Os encontros "virtuais" não estariam validando esta prática? Qual será o nosso futuro na catequese se isso se confirmar?
Importante que se faça esta reflexão!
Muitas Igreja locais (dioceses e arquidioceses), estão sando
orientações a respeito dos encontros de catequese, agora no segundo semestre de
2020, que continuarão suspensos. Basicamente as instruções são dadas ao párocos
e cabe a eles fazer as adequações e adaptações necessárias, mas, colocamos aqui
algumas orientações básicas:
- A Iniciação à Vida Cristã não é apenas um caminho de
conhecimento intelectual da fé. Por sua natureza a experiência de fé reclama um
processo comunitário, gradual, progressivo.
- Requer encontro com a Palavra de Deus, ritos, celebrações e
mistagogia.
- E os encontros virtuais não contemplam tais vivências.
Torna-se difícil considerá-los válidos para o processo iniciático. Cabem
adaptações à realidade paroquial e a situação particular familiar.
- Algumas paróquias estão “facilitando” algumas coisas e
alguns catequistas estão dando os encontros via internet, sem atentar para o
fato de quem nem todas as crianças e adolescentes, têm acesso e nem todos os
catequistas têm a tecnologia e o expertise da utilização dos diversos meios.
- Porém, cuide-se para que não haja facilitações que
negligenciem a iniciação a vida cristã. Para crianças e adolescentes a boa
Iniciação permanecerá na memória afetiva por toda a vida. Não é preciso pressa,
já que nosso objetivo não é o “sacramento” e sim, todo o processo de Iniciação
a vida cristã.
A Arquidiocese de Curitiba, na pessoa de D. Antonio Peruzzo,
arcebispo e também presidente da Comissão Bíblico Catequética da CNBB, estudou
e lançou duas propostas para a catequese neste período:
PROPOSTA 1:
Enquanto durarem as medidas de distanciamento social, realizar
encontros catequéticos nas casas conduzidos pelos pais ou responsáveis com
validade no processo iniciático.
a) O catequista enviará previamente aos
pais ou responsáveis as orientações para a realização do encontro catequético
em casa;
b) O catequista acompanhará se
houve ou não a realização do encontro catequético na casa da família;
c) O catequista deverá utilizar o
esquema com os elementos do encontro catequético já usado, para orientar os
pais na condução do encontro catequético em casa;
d) O itinerário de temas deve seguir o
subsídio já utilizado pela paróquia (Manual, livro);
e) Se for conveniente realize-se o
sacramento no próximo ano, na última etapa da catequese de Crisma, no tempo
pascal. Não há prejuízo algum se for realizada no mesmo momento da crisma, são
dois sacramentos que se aproximam e são realizados no mesmo momento no
catecumenato de adultos.
PROPOSTA 2:
Em 2020, usar os meios de comunicação virtual para
encontros que preservem os vínculos eclesiais com os catequizandos. Embora
não substituam os encontros presenciais, eles ajudam muito na preservação do
grupo. O processo iniciático será, então, retomado em 2021.
a) Neste caso, mantém-se por agora
suspensa a catequese de iniciação, retomando-a no próximo ano. Mas não se
esqueçam os encontros virtuais e a proximidade do catequista com os
"Iniciantes" (catequizandos);
b) Aos catequistas recomenda-se
vivamente que mantenham estreitos os vínculos com os seus catequizandos e suas
famílias. Os meios virtuais se tornam uma preciosa ferramenta. Tudo o que se
quer é manter a proximidade com famílias e catequizandos impossibilitados de
realizar a "Proposta 1";
c) A proposta 1 e 2 podem se realizar em
conjunto. Assim o catequista terá condições de acompanhar as famílias no
processo.
As celebrações com primeira comunhão devem estar sujeitas às mesmas restrições e
condicionamentos da Missa dominical, conforme orientações da CNBB.
As crianças consideradas já preparadas para a Primeira
Comunhão, e cujos pais assim o desejem, podem, de acordo com o pároco,
fazê-la com pequenos grupos, em uma Missa dominical, sem excluir uma
posterior participação numa celebração mais solene. Com relação à Crisma, as
orientações são as mesmas.
A o sacramento da Crisma, realizada pelos Bispos, podem
ter a autorização destes, para que os próprios párocos a realizem ou párocos de
paróquias vizinhas. Convém que se faça sempre em pequenos grupos, sem aglomeração de pessoas somente com a família.
A Catequese de Adultos, tendo um caráter mais “personalizado”
com pequenos grupos, pode continuar sendo feita com encontros “virtuais” se
possível ou encontros realizados na paróquia, individuais ou com no máximo 3 ou
4 pessoas, sempre com todos os cuidados para evitar contaminação pelo Covid-19.
Evite-se que estes encontros sejam com pessoas do “grupo de risco”. Todas as
celebrações e ritos do catecumenato de adultos devem obedecer as orientações da
CNBB a respeito da pandemia.
Ressalte-se que as orientações aqui dadas baseiam-se na
realidade da Arquidiocese de Curitiba, no entanto, a critério e com AUTORIZAÇÃO
dos párocos e das Comissões de catequese podem ser seguidas por outras
localidades.
Segue as ORIENTAÇÕES LITÚRGICO PASTORAIS CNBB – COVID19:
Catequistas em Formação
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