Hoje é o dia de Corpus Christi mas... Não dá para festejarmos
e levar Jesus para "tomar sol".
Então vou contar um dia de Corpus Christi, trazer as
lembranças deste dia maravilhoso. Não exatamente o dia, mas, a “preparação”
para ele. Vou contar como foi meu "Corpus Christi", lá no
longínquo ano de 2009...
Flashback... tcham, tcham, tcham!
Manhã de Catequese...
(04/06/2009)
(04/06/2009)
Em algumas manhãs, acordar é brabo! Dá vontade de fechar os
olhos e fingir que ainda é de noite. Mas tem dias que acordar é um espetáculo.
O sol entrando pela janela, derramando seus raios e espalhando seu calor pelo
quarto, faz com que a gente acredite só no bem. Que só existem pessoas boas e
que o mundo, de maneira geral, é maravilhoso. Deus existe, em toda sua glória,
nesses dias. Nenhum mal-humorado pode estragar um dia assim.
O dia hoje está sendo assim. Acordei assim que o dia
amanheceu. E ele prometia. Apesar do frio, um sol, quietinho, já ia se
espalhando. Fogo aceso, café quentinho e... Dia de Catequese!
Há muito tempo não tinha um encontro como hoje. Preparei-me
para falar de Corpus Christi: como surgiu, sobre Ir. Juliana, Papa Urbano,
tradição dos tapetes, dos altares e procissão. Chegando ao encontro falei para
as crianças sobre a procissão e que nosso encontro da semana que vêm, apesar de
feriado, vai acontecer. Claro que a princípio a ideia não foi das mais bem
aceitas, mas...
Antes mesmo que a gente começasse o encontro de verdade,
falei que é uma pena que as tradições acabem morrendo e que, antigamente, a
procissão de Corpus Christi mobilizava praticamente toda a comunidade. Que as
famílias preparavam altares nas calçadas e que as ruas ficavam maravilhosas com
os tapetes em serragem e outras sucatas, tipo tampinha de garrafa, papel,
papelão, etc. As crianças começaram a se animar.
Comentei que a gráfica que estava imprimindo os panfletos
para distribuir na cidade, ainda não havia entregue o material, senão, eu entregaria o folheto para eles levarem para casa e convidar a família. Comentei que os folhetos ainda iam ser distribuímos na cidade.
Imediatamente as crianças sugeriram que fossemos à gráfica
buscar e saíssemos para distribuir no centro. A princípio, vetei a ideia. A gráfica fica
mais ou menos no fim do percurso da procissão, um quilometro e meio da catedral. Mas as crianças insistiram: “Tia
a gente pega na gráfica e volta distribuindo!”. Bom, é preciso avisar os pais,
pedir autorização...
Pais avisados, somente duas meninas que não estavam muito bem
decidiram ficar. Se as crianças não aguentassem os três quilômetros de ida e
volta, ficamos de chamar um pai que possui uma Van para nos trazer de volta.
Que voltar que nada! Fizeram o percurso todo sem desanimar!
Saímos, eu e quinze crianças pelas ruas movimentadas do
centro da cidade. Antes, claro, uma preleção de como andar na rua, atravessar
na faixa e olhar o sinal. Riram de mim: “Tia, quem é que não sabe andar na
rua?”. E lá fomos nós, caminhando e cantando (Vítor e Léo e outras mais).
Fomos muito bem recebidos na gráfica. Conhecemos as máquinas
e vimos cortar os nossos panfletos. Dali saímos às ruas para fazer a nossa
“panfletagem”. O panfleto só informava a data e o horário da concentração para
a procissão, mas as crianças fizeram mais: convidaram realmente as pessoas para
participar. As meninas chegavam a dizer: “Esperamos vocês lá!”.
Salvo duas exceções, fomos muito bem recebidos. Não perguntamos a religião de ninguém, simplesmente convidamos para participar de uma celebração à Jesus. Uma senhora perguntou às crianças: “Evangélico pode ir?”. E as crianças responderam: “Claro!”.
Num percurso de mais ou menos dois quilômetros, a crianças
distribuíram seiscentos panfletos. Foram lojas, casas, estacionamentos,
supermercado, farmácia, transeuntes... Ninguém escapou. Encontramos até o nosso pároco! (achei que ia levar um baita "pito"!) Mas, Pe. Acácio é incapaz de ser desmancha-prazeres, chegou a perguntar às crianças o que era aquilo que estavam distribuindo (como se ele não soubesse). E elas explicaram direitinho.
Fiquei orgulhosa dos meus catequizandos! Eles se mostraram
católicos de verdade. Não tiveram medo de mostrar a sua fé, de falar e convidar
para um evento católico. Fizeram até melhor que eu que, em algumas vezes,
fiquei até constrangida em estar na rua distribuindo folhetos.
Alguém pode até pensar se isso é catequese? Alguns pais podem
até me questionar sobre o porquê de eu ter feito seus filhos saírem às ruas
distribuindo folhetos da igreja.
Sim. Posso estar errada na opinião de muitos, mas isso É
CATEQUESE.
Assim como sair de chinelo e meia na rua, como fizemos outro dia para
que as pessoas nos notassem. Catequese é fazer com que as crianças percebam o
mundo ao redor. É fazê-las se sentir parte da comunidade. É fazer com que elas
“vivam” os eventos, amem as tradições e respeitem a doutrina e os ritos da
nossa Igreja.
A catequese não se faz só dentro de uma sala, lendo um
livrinho. Na catequese se aprende de fé e também: se brinca, se junta, se come,
se é amigo, se caminha. A gente reza junto também, acende uma vela em todo
encontro e pede a iluminação do Espírito Santo. Antes de ir para casa a gente
pede ao Santo Anjo que nos guarde. E somos amigos.
Angela Rocha
(Catedral de Nossa Senhora de Belém - Guarapuava - PR)
(Catedral de Nossa Senhora de Belém - Guarapuava - PR)
*As fotos são da procissão de 2009, em Guarapuava - Pr.
Um comentário:
Que lindoo
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