D. Wilmar Santin - Itaituba PA. |
“Formar catequistas
como comunicadores de experiências de fé comprometidos com o Senhor e sua
Igreja com uma linguagem inculturada que seja fiel à mensagem do Evangelho e
compreensível, mobilizadora e relevante para as pessoas do mundo de hoje, na
realidade pós-moderna, urbana e plural”.
(DNC 14b).
Essa foi uma pergunta que uma das minhas “alunas” do curso “online”
que estamos fazendo sobre o DNC me perguntou: “O que é inculturação?”.
Pensei: “Vou responder, perguntando!”
Na sequência lancei o desafio para o grupo todo, e, mais uma
vez, outra catequista me fez a mesma pergunta: “O que é linguagem
inculturada?”.
Quando pedi a ela que olhasse no Glossário no final do
documento, o que significa inculturação, senti pela resposta: “Obrigada,
bjs.”, que ela não gostou nada! Mas, vamos lá, vamos a definição que no
final do texto eu explico por que fui tão “rabugenta” ....
Inculturação – é a passagem de valores do
Evangelho para dentro de uma cultura, enriquecendo-a ou purificando-a, se
necessário, e sem opressão. (DNC, pg. 194).
Isso explica “linguagem inculturada”? Um pouco, talvez
bem pouco...
Vamos a outra definição, desta vez, do Sínodo de 1985, que celebrava o vigésimo aniversário do encerramento do
concílio Vaticano II, que assim definiu a inculturação:
“Uma íntima transformação dos autênticos
valores culturais mediante a sua integração no cristianismo e a encarnação do
cristianismo nas várias culturas humanas”. (Vaticano, 1985).
Vamos a outra definição, desta vez do nosso Santo Papa João
Paulo II:
“A inculturação é a encarnação do
Evangelho nas culturas autóctones e, simultaneamente, a introdução destas
culturas na vida da Igreja”. (JOÃO PAULO II, 1985).
Ainda mais completa é a definição do documento Fé e
inculturação (1988), preparado pela Comissão Teológica Internacional e
aprovado pelo então Cardeal Joseph Ratzinger (Papa
Bento XVI):
O processo de inculturação pode ser definido
como o esforço da Igreja para fazer penetrar da mensagem de Cristo um
determinado meio sociocultural, convidando-o a crescer segundo os seus próprios
valores, desde que estes sejam conciliáveis com o Evangelho. O termo inculturação inclui a ideia de
crescimento e de enriquecimento mútuo das pessoas e dos grupos, pelo fato do
encontro do Evangelho com um meio social.
Agora chega de “definições” acadêmicas! Vamos
conhecer o que nossos catequistas do curso: DNC – Diretório Nacional
de Catequese: Conheça mais! sabem de inculturação:
Adriana Bragion: Linguagem inculturada seria uma linguagem de
acordo coma realidade vivida. Ou seja, uma linguagem voltada de igual
características do catequista com seus Catequizando. Um entendendo o outro de
maneira simples. É o que entendo, não sei se fui clara. Um e outro falando a
mesma língua. Seria como fez Jesus usando de parábolas para explicar sua Palavra.
Usar daquilo que está no dia-a-dia do catequizando e fazê-lo assim entender do
Amor.
Andreia Duarte ❤️: Acredito
que para que a experiência da fé seja algo marcante na vida das pessoas é
necessário que ela esteja de acordo com a cultura desse povo, falando na sua
linguagem, participando dos costumes, assim ela será aceita com maiores chances
de se "enraizar" no dia a dia deles. Como os padres Palotinos da
minha paróquia que tem uma missão em Moçambique. Nas fotos, os vemos nas
festas, as celebrações possuem traços da cultura deles e até mesmo as roupas
fazem parte da evangelização. As roupas que os moçambicanos usam. Me
parece que a Fé inculturada é a fé "misturada" na cultura e no dia a
dia do povo.
Clarice Amorim Garcia: Inculturação é a obtenção gradativa dos preceitos,
dos hábitos, das normas e das características de uma cultura ou de um grupo por
outra (cultura ou pessoa). Este processo necessita de um estudo meticuloso da
área (comunidade) em que vou realizar minha missão de evangelização. Não
basta saber os Evangelhos, preciso saber quase tudo, senão tudo, sobre a
comunidade local. Não posso chegar “me achando”, preciso primeiro conhecê-los.
Vanessa Andrade: Adaptar a linguagem da Igreja para a cultura vivida
em determinada comunidade, região, povo. Facilitando sua absorção pelos
ouvintes (catequizandos) de uma forma mais simples, mas sempre no contexto da
fé cristã.
Valéria Freitas Lopes: Inculturação é inserir-se dentro de um grupo, já com
seus hábitos e costumes, algo que faça crescer ainda mais em conhecimentos. No
nosso caso a utilização de meios que prenda a atenção dos catequizandos.
Gisiele Simão: É viver a catequese conforme a vida da comunidade,
de acordo como aprendemos no Evangelho. De maneira simples, sólida e eficaz.
Andrea Saggioro Barbosa: Inculturar é passar os valores do
Evangelho para os dias de hoje, mostrar que desde sempre, o Evangelho nos
ensina, nos mostra o caminho a seguir e como deveríamos agir, mesmo em outros
tempos. Os tempos são novos, mas os princípios são os mesmos! O que
podemos fazer é encaixar, trazer a palavra do Evangelho para os tempos atuais!
Suzana Lossurdo: Vou fazer uma colocação meio estranha: Seria fazer o
contrário do que os jesuítas fizeram com os índios na tentativa de catequizá-los?
Conforme diz no DNC 222: "(...) para isso é preciso conhecer melhor a
cultura e entender os costumes do povo brasileiro, a fim de apresentar o
Evangelho de modo mais familiar e eficiente".
Clarice Amorim Garcia: Uau, Suzana! Você puxou um fio de um novelo que vai
longe! Depois do 222, vem o DNC 223: “Jesus, um judeu, viveu numa determinada :cultura
e pregou a Boa-Nova de dentro daquela cultura. De fato, a verdadeira
Inculturação não é acomodação ou apenas inserção; é levar o Evangelho como
fermento. Essa é a "inculturação" original da Palavra de Deus e
modelo de referência para a ação catequética”.
Suzana Lossurdo: Clarice, por isso precisamos entender onde estamos, com
quem estamos, para que haja comunicação, pois é através dela que passamos as
informações. Em um encontro, para explicar que os Sacramentos são sinais de
Deus, aprendi algumas saudações em libra para ensinar e para explicar o
assunto, ao mesmo tempo, ensinei a eles uma forma de saudar alguém com essa
deficiência. Não é esse o assunto, mas se houvesse alguém assim, para ajudá-lo
a entender, teríamos que ou encontrar alguém que fale em libras ou aprender
alguma coisa para não se sentir sozinho.
Wagner Campos Galeto: Usar o esporte de várias maneiras, usar a Prática, trazer
o princípio cristão dentro da regra do esporte, ou quem é expectador do esporte,
levar o catequizando a ter a mesma atitude na igreja e na plateia do jogo.
Nisia Angelini: Se eu estiver errada me corrijam, um exemplo disso
seria o Sínodo da Amazônia, causou muita controvérsia justamente porque sabemos
pouco dos documentos de nossa Igreja e sobre o que é catequese e inculturação.
Silvana Domingos da Silva: Seria primeiro conhecer a realidade em que se
vive, onde mora a pessoa a ser evangelizada (primeiro o catequista), para então
ser inserido no ambiente, evangelizar.
Clarice Amorim Garcia: Bingo Silvana! O Observador precisa conhecer o observado,
para se fazer entender. Em vez de dar exemplo Ser o Exemplo.
Maria Inês Seridorio: A catequese, assim como Deus nos dá o livre
arbítrio, deve ser sempre um testemunho de fé, nada imposto, mas sim proposto.
Assim como Jesus nos apresenta o Reino de Deus como a possibilidade de um mundo
melhor, nosso desafio é levar a Palavra, respeitando e principalmente
conhecendo a realidade do catequizando, como algo que irá transformar,
modificar a sua vida e seu modo de ser. Não acho que a Palavra deva ser
adaptada, devemos ser fiéis ao que Jesus falou e ensinou, mas sempre numa
linguagem acessível e presente.
Anette Alberti❤️:
Aprender a falar como Jesus. Ele falava com mestres, doutores da lei. Mas
também falava com pescadores, com o povo sofrido. Falava aos ricos e pobres.
Falava aos pecadores e aos conservadores. Mas sua Palavra era sempre fonte de
sabedoria. Falava a todos, em todos os lugares e em qualquer situação. Esse é
nosso grande desafio.
Vivi Martins: É a passagem de valores do Evangelho para dentro de
uma cultura, enriquecendo, purificando se necessário, mas sem opressão.
Fabiana Vendrusculo: Inculturação eu acredito que seja que cada
catequistas tem que adequar a cultura, hábitos da sua região sem perder o foco
do Evangelho na sua evangelização.
Juci Dias: Comunicar aquilo que viveu é um passo muitíssimo
importante e a partir daí, pregar o evangelho na língua da comunidade, vivenciando
o Evangelho na realidade da comunidade.
Florismar Roque Silva: É uma adaptação, transformação da evangelização
da igreja de acordo com a realidade de sua região, comunidade.
Gorete Aquino: Formar catequistas como comunicadores de experiências
de fé comprometidos com o Senhor e sua Igreja, mesmo sendo tarefa nada fácil,
temos que tentar. Não digo mudar, mas conscientizar nossos catequistas da
importância do comprometimento, não só com seus encontros, mas, sobretudo, com
a catequese como um todo, interagindo nas atividades propostas, buscando
melhorias e se fazendo presente na vida da comunidade eclesial.
Ana Claudia:
Hum... seria o que ocorre nas comunidades. Cada uma tem sua maneira de agir, de
viver, de se relacionar, de aceitar o Evangelho e o catequista deve se atentar
aos sinais e, com amor, paciência, zelo, carinho, realizar a evangelização,
fazendo parte do todo.
Adriana Pereira: Entendo que a linguagem inculturada deve harmonizar com
a mensagem do Evangelho. Anunciar de forma fiel ao Evangelho e levando em conta
todos os aspectos da realidade das comunidades locais. É um grande desafio, uma
vez que não podemos nos desviar diante de tantas mensagens mundanas.
Miracy Mota Queiroz: Passagem dos valores do evangelho para o
meio cultural enriquecendo se necessário na vida da Igreja, ou seja, de acordo
com a realidade e vivências.
Viram que riqueza nessas respostas? Pois é. Essa
é uma metodologia que uso bastante nos grupos de estudos: a busca pelo
conhecimento já interiorizado, sem respostas prontas, pré-definidas. Não fui “rabugenta”
não! Sabia que ia sair muita coisa boa!
* * * *
A partir daqui, fazemos um apanhado geral do que
a Igreja conceitua e pensa sobre a Inculturação, usando citações de documentos
do Concílio Vaticano II e também de João Paulo II, que muito contribuiu em seu
pontificado para uma visão eclesial da cultura dos povos, além de outros documentos. É uma leitura longa, mas, vale a pena!
IGREJA E INCULTURAÇÃO
Nossa Igreja, ao pensar na inculturação do
Evangelho junto aos diversos povos e culturas, tem uma enorme riqueza de
conteúdo. Desde o Concílio Vaticano II, essa palavra faz parte do nosso
cotidiano catequético. Isso porque, diz respeito ao mais primário do ser
humano: crescer. E é pela cultura que o ser humano se desenvolve.
“É próprio da pessoa
humana não ter acesso verdadeiro e pleno à humanidade, senão pela cultura, isto
é, cultivando os bens e valores da natureza... A palavra cultura, no sentido lato,
designa tudo aquilo com que o homem apura e desenvolve os inúmeros dotes do
corpo e do espírito”. (GS, 53)
Como diz o documento de 1985: “(...) o homem
cultiva-se — aqui reside a finalidade primeira da cultura —, mas vai fazê-lo
graças às obras da cultura e graças a uma memória cultural. A cultura designa ainda o meio no qual, e graças
ao qual, as pessoas podem crescer”.
E é natural que nesse crescimento se busque o
transcendente, o homem é um ser naturalmente religioso, a orientação para a
busca de Deus está inscrita no mais profundo do seu ser. A religião é parte integrante da cultura, onde nasce,
se radica e desenvolve.
O próprio Jesus Cristo aceitou, pela sua encarnação,
as condições sociais e culturais dos homens com quem conviveu:
O Filho de Deus quis ser um judeu de Nazaré, na Galileia,
falando aramaico, obedecendo a pais piedosos de Israel, acompanhando-os ao
Templo de Jerusalém, onde o encontraram «sentado no meio dos doutores,
escutando-os e interrogando-os. Jesus cresceu entre os costumes e
instituições da Palestina do primeiro século e iniciou-se nos ofícios próprios
da sua época, observando o comportamento dos pescadores, dos camponeses e dos
comerciantes. As cenas e as paisagens que alimentaram a imaginação do futuro
rabi são as de um determinado país e de uma determinada época.
Jesus se fez homem e assumiu, de
certa maneira, uma raça, um país, uma época:
Porque n'Ele a natureza humana foi assumida, não absorvida,
por isso mesmo esta natureza foi elevada, também em nós, a uma dignidade sem
par. Com efeito, pela Sua Encarnação, o Filho de Deus uniu-se de algum modo a
todo o homem. (Vat. II, 1965).
Jesus Cristo não viria ao nosso encontro se não
assumisse a cultura de um tempo:
(...) a verdade da nossa humanidade concreta, se não nos
atingisse na diversidade e na complementaridade das nossas culturas. Porque são
as culturas: língua, história, atitude perante a vida, instituições diversas,
que, para o melhor ou para o pior, nos acolhem na vida, nos formam, nos
acompanham e nos prolongam. Se a totalidade do cosmos é, misteriosamente, o
lugar da graça e do pecado, como o não serão também as nossas culturas que são
os frutos e os germes da atividade propriamente humana?
Vemos em Atos dos Apóstolos, que para que a Boa
Nova seja anunciada às nações, o Espírito Santo suscita um novo discernimento em Pedro e
na Comunidade de Jerusalém: a fé em Cristo não exige dos novos crentes o abandono
da sua cultura para adotar a Lei do povo judeu; todos os povos são chamados a
beneficiar da Promessa e a partilhar da herança confiada para eles ao Povo da
Aliança. Portanto, «nada para além do necessário», segundo a decisão da
assembleia apostólica. (Ver At 15, 28ss). Em uma
de suas catequeses sobre Atos dos Apóstolos, Papa Francisco o usa a missão de
Paulo como exemplo para falar de inculturação:
Paulo escolhe o
olhar que o leva a abrir um caminho entre o evangelho e o mundo pagão. No
coração de uma das instituições mais famosas do mundo antigo, o Areópago, ele
realiza um extraordinário exemplo de inculturação da mensagem de fé: ele
anuncia Jesus Cristo aos adoradores de ídolos, e não o faz atacando-os, mas se
tornando “pontífice, construtor de pontes. (Homilia em Santa Marta, 8 de maio
de 2013).
Já no nosso tempo vemos que a inculturação do
Evangelho nas sociedades modernas, exige um esforço nosso no sentido de termos
uma atitude de acolhimento e de discernimento crítico, a capacidade de captar
os anseios espirituais e as aspirações humanas das novas culturas e aptidão
para a análise cultural em vista de um encontro efetivo com o mundo moderno.
Nossa Igreja, por meios de seus agentes precisa
mobilizar-se para esta tarefa tão complexa que é a inculturação do Evangelho num
mundo tão plural. Nesta linha, João Paulo II considerava que o diálogo da
Igreja com as culturas modernas é um domínio vital onde se joga o destino do
mundo no terceiro milênio (1982).
Paulo VI pediu na sua encíclica em 1975 que
se observasse os documentos conciliares:
Para se evangelizar — não de forma decorativa, como verniz
superficial, mas de modo vital, em profundidade, e até às raízes — a cultura e
as culturas do homem, no sentido rico e amplo que estes termos possuem na
Gaudium et spes: O Reino que o Evangelho anuncia é vivido por homens
profundamente ligados a uma cultura; a construção do Reino não pode dispensar
os elementos da cultura e das culturas humanas. (EN 19-20)
Dizia João Paulo II, quase como uma
previsão do quanto a cultura digital influiria no mundo do século XXI:
No final do século XX. a Igreja deve fazer-se tudo para todos, acolhendo com simpatia as
culturas hodiernas. Existem ainda meios e mentalidades, assim como países e
regiões inteiras por evangelizar, o que supõe um longo e corajoso
processo de inculturação, a fim de que o Evangelho penetre a alma das
culturas vivas, respondendo aos seus mais elevados anseios, e as faça crescer
até à própria dimensão da fé, da esperança e da caridade cristãs... Por vezes,
as culturas só foram atingidas superficialmente; e, de qualquer modo, como se
encontram em incessante transformação, exigem uma aproximação renovada... E
sempre aparecem novos setores de cultura, com objetivos, métodos e linguagens
diversos.
Já na segunda década do século XXI, vemos que a “inculturação” que
se pede hoje, é adentrar a um mundo onde vivem grande parte das pessoas, em sua
maioria jovens: a internet. Um grande desafio para o catequista que não pode
prescindir de “conquistar” este “novo mundo”, se quiser evangelizar na cultura
hodierna.
Ângela Rocha
Catequistas em Formação – Curso Online
“DNC – Diretório Nacional de catequese: conheça mais”
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL.
Fé e inculturação. 1988. Disponível em http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/cti_documents/rc_cti_1988_fede-inculturazione_po.html#*
. Acesso maio 2020.
JOÃO PAULO II. Carta autografa de fundação do Conselho Pontifício para a Cultura, 20
de Maio de 1982, em la Documentation catholique, 79, p. 604.
JOÃO PAULO II. Discurso aos membros do Conselho Pontifício
para a Cultura. 18 de Janeiro de 1983, em La Documentation
Catholique 80, p. 147.
JOÃO PAULO II. Encíclica Slavorum Apostoli. Nº 21.
Vaticano, 1985.
PAULO VI. Evangeli nuntiandi: sobre a evangelização no
mundo moderno. Exortação apostólica, 1975.
VATICANO II. Gaudium Spes. Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo. Nº. 53, 22. 1965.
VATICANO II.
Ad Gentes, Decreto sobre a atividade missionária da Igreja, n. 10. 1965.
VATICANO. Sínodo Extraordinário por ocasião
do 20° aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, Relatório final votado pelos
Padres, 7 de Dezembro de 1985.
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