FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS - TEMA 01
Ministério e Catequese
“Como bons
administradores da multiforme graça de Deus, cada um coloque à disposição dos
outros o dom que recebeu” (1Pd 4,10).
A palavra ministério tem um amplo significado. Ela condensa toda a ação de Jesus que veio servir a humanidade e inaugurar o Reino, concretizando a vontade divina de que “todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Da missão de Jesus, “prossegue” a Igreja, chamada a servir o mundo e proclamar a libertação e a salvação para todos. Ministério é “um carisma em forma de serviço reconhecido pela Igreja” (Bruno Forte).
O ministério é um compromisso dado pela Igreja aos fiéis que desejam servir com responsabilidade a missão que lhes é confiada. A Igreja reconhece que, “no conjunto de ministérios e serviços com os quais ela realiza a sua missão evangelizadora, ocupa lugar destacado o ministério da catequese” (CT, 13; DNC 39; DpC).
O ministério da catequese nasce e cresce dentro de uma comunidade eclesial e da necessidade de preparar os cristãos para dar uma resposta de qualidade ao seguimento de Jesus. Paulo catequista e servidor da Igreja aconselha: “Temos, porém, dons diferentes segundo a graça que nos foi dada, seja a profecia, de acordo com a fé, seja o ministério, para servir. Se for o dom de ensinar, que ensine; se for o dom de exortar, que exorte. Se o de distribuir esmolas, faça-o com simplicidade. Se o de presidir, presida com zelo. Se o de exercer misericórdia, que o faça com alegria” (Rm 12,6-8).
O ministério do catequista ocupa uma importante missão dentro da Igreja, na obra da evangelização, onde se diferencia dos outros ministérios, pois o catequista é um educador da fé, que utiliza a pedagogia do mestre de Nazaré, respeitando o tempo, a idade e a capacidade de cada catequizando.
A missão catequética é exercida em nome da Igreja, o que significa que o catequista deve orientar não a seu bel prazer, mas de acordo com as orientações da Igreja. Quem fala em nome da Igreja deve também ser reconhecido por ela. O papa João Paulo II, dizia: “Mesmo com a multiplicação dos serviços eclesiais e extra-eclesiais, o ministério dos catequistas permanece ainda necessário e tem características peculiares: os catequistas são agentes especializados, testemunhas diretas, evangelizadores insubstituíveis, que representam a força basilar das comunidades cristãs” (RM 73).
A catequese é uma dimensão que deve estar presente em todos os campos da ação evangelizadora da Igreja. Ela também é itinerário e processo de educação da fé. Deus chama seus filhos e filhas para exercerem o múnus (serviço) profético, sacerdotal e real a serviço da construção do Reino.
O termômetro de uma comunidade está na dedicação máxima ao serviço catequético, no zelo pela formação de qualidade dos seus catequistas, pois na realidade cultural, social e histórica em que vivemos, necessitamos de cristãos qualificados para transmitir a mensagem cristã. E também na formação de novos seguidores de Jesus, que sejam capazes de dar a vida pelo Evangelho. É o que diz o Diretório Nacional de Catequese: “A catequese consolida a vida da comunidade. Por isso, a Igreja é convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoal e energias, sem poupar esforços, trabalhos e meios materiais, a fim de a organizar melhor e de formar, para a mesma, pessoas qualificadas”. (DNC 235).
Hoje há uma forma de reconhecimento e compromisso mais oficial com a instituição do ministério do catequista, não só como ministério reconhecido, mas instituído: “Aos catequistas reconhecidamente eficientes como educadores da fé de adultos, jovens e crianças, e dispostos a se dedicarem por um tempo razoável à atividade catequética na comunidade pode ser conferido oficialmente o ministério da catequese.” (DNC 245; DpC 123).
Contudo isso não quer de forma alguma trazer uma conotação de poder e status. Como o próprio Senhor alertou seus discípulos: "Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos" (Mc 10, 42-45). Aquele que não recebeu oficialmente o ministério também continua sendo ministro da Palavra e da Catequese, porque é um servidor da comunidade. Pois seu mandato continua brotando do testamento espiritual do Senhor na última ceia: “Dei-vos o exemplo para que façais o mesmo que eu vos fiz. (...) Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros.” (Jo 13,15.35).
Há quem diga que o ministério da catequese foi instituído para acabar com a problemática da rotatividade dos catequistas. Será que isso será suficiente para sanar essa lacuna? Mas, são vários os problemas que emergem e desafiam a catequese na vida da Igreja.
Proposta de atividade em grupo:
Re-inventar a catequese com o entusiasmo de quem descobriu o tesouro e quer ser um discípulo apaixonado pelo Reino.
Proclamação do Evangelho segundo Mateus (Mt 13,44-46):
O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo. O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, ele vai, vende todos os bens e compra aquela pérola.
Para refletir:
Há uma história de um homem que corre ao encontro de um monge que está passando pela aldeia:
- Dê-me a pedra, a pedra preciosa!
O monge diz:
- De que pedra você está falando? – No que o homem
explica:
- Ontem à noite, Deus me apareceu em sonho e
disse: ‘Um monge estará passando pela aldeia ao meio-dia de amanhã, e se ele
lhe der uma pedra que leva consigo, você será o homem mais rico do país. Então,
dê-me a pedra!
O monge remexeu no saco e tirou um diamante. O
maior diamante do mundo, do tamanho da cabeça de um homem! E disse:
- É essa pedra que você quer? Eu a encontrei na
floresta. Tome-a.
O homem agarrou a pedra e saiu correndo para casa.
Mas não pôde dormir aquela noite. Na manhã seguinte, muito cedo, foi onde o
monge estava dormindo, debaixo de uma árvore, acordou-o e disse:
- Aqui está o seu diamante de volta. Quero a
riqueza que o torna capaz de jogar a riqueza fora.
Isso é o que temos de descobrir se quisermos
achar a alegria.
1. Qual é o seu verdadeiro tesouro, sua alegria?
3. Qual a maior riqueza da catequese? O que
fazer para ajudar catequista e catequizando a encontrar a verdadeira alegria?
4. Crie uma frase que sintetize a ideia do
grupo sobre esse texto.
“O segredo da vida não
é correr atrás das borboletas. Mas cuidar do jardim, de modo que elas venham
até você”.
(Mário Quintana)
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