SOLENIDADE DE PENTECOSTES: EVANGELHO - João 14, 15-16. 23-26
Falar do «Espírito Santo» é falar do que podemos experimentar de Deus em
nós. O «Espírito» é Deus atuando nas nossas vidas: a força, a luz, o alento, a
paz, o consolo, o fogo que podemos experimentar em nós mesmos e cuja origem
final está em Deus, fonte de toda a vida.
Esta ação de Deus em nós produz-se quase sempre de forma discreta,
silenciosa e tranquila; o próprio crente só intui uma presença quase
imperceptível. Por vezes, porém, invade-nos a certeza, a alegria transbordante
e a confiança total: Deus existe, ama-nos, tudo é possível, até mesmo a vida
eterna.
O sinal mais claro da ação do Espírito é a vida. Deus está ali onde a
vida desperta e cresce, onde se comunica e expande. O Espírito Santo é sempre
«dador de vida»: dilata o coração, ressuscita o que está morto em nós, desperta
o adormecido, põe em movimento o que tinha ficado bloqueado. De Deus estamos
sempre recebendo uma nova energia para a vida.
Esta ação recriadora de Deus não se reduz apenas a experiências íntimas
da alma. Penetra em todas as dimensões da pessoa. Desperta os nossos sentidos,
vivifica o corpo e reaviva a nossa capacidade de amar. Para dizer brevemente, o
Espírito conduz a pessoa a viver tudo de forma diferente: desde uma verdade
mais profunda, desde uma maior confiança, de um amor mais desinteressado.
Para muitos, a experiência fundamental é o amor de Deus, e dizem-no de
uma forma simples: «Deus me ama!» Essa experiência restaura a sua dignidade
indestrutível, dá-lhes força para se erguerem da humilhação ou do desânimo,
ajuda-os a encontrar o melhor de si mesmos.
Outros não pronunciam a palavra «Deus», mas experimentam uma confiança
fundamental que os faz amar a vida apesar de tudo, enfrentar os problemas com
ânimo, procurar sempre o bem de todos. Ninguém vive privado do Espírito de Deus.
Está em todos eles atraindo o nosso ser para a vida. Acolhemos o Espírito Santo
quando acolhemos a vida. Esta é uma das mensagens mais básicas da festa cristã
do Pentecostes.
José Antônio Pagola
Tradução de Antonio
Manuel Álvarez Perez
FONTE: CEBI.ORG.BR
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