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Imagem: IA |
Sempre que usamos o Evangelho para passar uma mensagem, precisamos deixar que esta mensagem chegue perto daquilo que nossos catequizandos e catequizandas vivem, veem, escutam e experienciem. Por isso a imaginação e a criatividade do catequista são tão importantes para a evangelização.
Para trabalhar com meus
catequizandos o Evangelho da Porta Estreita, preparei uma dinâmica
simples, mas muito simbólica. Reuni todas as malas que tinha em casa e pedi
emprestado mais algumas de outras catequistas. Dentro de uma delas coloquei
objetos de viagem — como secador de cabelo, escovas, lenços de pescoço — representando
coisas supérfluas e fúteis. Além disso, preparei cartões com palavras fortes,
representando atitudes e sentimentos que muitas vezes carregamos na vida: EGOÍSMO,
ORGULHO, MENTIRA, INVEJA, mas também FÉ, AMOR AO PRÓXIMO, PERDÃO, DOAÇÃO.
Com esse verdadeiro “exagero
de bagagem”, fui até a porta da sala de catequese e comecei a tentar entrar com
todas aquelas malas. Fiz questão de insistir um pouco, tropeçar, me atrapalhar,
e ali fiquei por alguns minutos tentando passar pela porta com tudo aquilo.
Como esperado, os catequizandos começaram a perguntar o que estava acontecendo.
Com naturalidade, respondi:
— “Ah, é que depois do
encontro eu vou viajar, e aproveitei pra trazer minhas malas...”.
Eles riram e logo vieram me
ajudar a entrar, tentando carregar comigo tudo aquilo. Foi quando, já dentro da
sala, provoquei:
— “Nossa, acho que estou
levando muita coisa! Nem sei se vou conseguir levar tudo isso. Vocês me ajudam
a ver se posso deixar algumas coisas de fora?”
Foi então que abrimos uma das
malas, justamente aquela em que estavam os objetos e os cartões com palavras. A
cada item que tirávamos, íamos conversando:
— Será que isso é realmente
necessário?
— Isso aqui nos aproxima de
Deus ou nos afasta?
— Esse sentimento cabe na mala
de quem quer seguir Jesus?
Fomos separando os itens bons
e ruins, até ficarmos apenas com o essencial: fé, amor, perdão, caridade,
humildade....
Nesse momento, liguei a
experiência à mensagem do Evangelho:
“Jesus nos disse que o
caminho que leva à vida eterna é estreito, e que nem todos conseguirão passar
por ele. A porta é estreita, e só entra quem carrega o necessário — o que é
leve, o que vem do amor. Muitas vezes, estamos tão cheios de nós mesmos, das nossas
vaidades, mágoas, vícios, que simplesmente não conseguimos passar pela porta.”
Finalizamos refletindo juntos:
o que precisamos deixar para trás para seguir Jesus de verdade? O que temos
carregado que nos impede de passar pela porta estreita?
A dinâmica foi simples, mas
impactante. A imagem das malas e da dificuldade de entrar pela porta ficou
clara para todos — e rendeu uma conversa profunda sobre escolhas, desapego e
conversão.
Ângela Rocha –
Catequista e Formadora
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