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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

SONHE COMIGO...

Gosto muito de sonhar. E os sonhos que mais me encantam são os que me acontecem quando estou acordada, porque esses me fazem arregaçar as mangas e lutar por eles. Estes sonhos me comprometem... Eu os assumo como projeto e ganho razões para lutar, e ganho uma “mão cheia” de bons motivos para sorrir...

Já tem um tempo que venho sonhando que a minha Igreja é mais parecida com o que Jesus Cristo nos pediu para fazê-la, que ela está como ele pediu para ser...

Sonhei que todos os cristãos do mundo, todos os que somos Igreja, estávamos de novo sentados aos pés de Jesus, no cimo de um monte qualquer, como bons discípulos que bebem das palavras do mestre os segredos fundamentais das suas vidas.

Quando sonhei, vi uma multidão de homens e mulheres de todas as raças, línguas e nações, unidos em torno da mesma Fé. No meu sonho, fiquei a olhá-los demoradamente, e percebi que todos se amavam, todos se sentiam conhecidos e seguros entre si.

Dei-me conta facilmente que eram muitos, mas não se deixavam engolir pela lógica da multidão! Eram muitos, mas não eram uma massa incógnita de gente desconhecida.

Sorri, então, ao dar-me conta de que a “Igreja da Multidão” não existia mais, e se tinha convertido numa Comunhão universal de Comunidades! A Igreja voltava ao ritmo comunitário com que tinha nascido. Todos percebiam que a Igreja não é um lugar sagrado, mas uma Comunidade Consagrada, a comunidade dos que escutam as palavras de Jesus: “Onde dois ou mais se reunirem em meu Nome, eu estarei com eles...” (Mt 18, 20). Todos se percebiam como “Pedras Vivas” da Igreja que formavam (1Pe 2, 5).

Na comunidade todos os olhares se cruzavam, todos os rostos se saudavam e todas as vidas se enriqueciam mutuamente. Ninguém se sentia a mais, nem desnecessário. Todos tinham vez e voz, todos eram participantes. Por isso eram comunidades vivas, que meditavam, oravam e celebravam do jeito de Jesus de Nazaré.

Nesta Igreja de Jesus Renascida, a Igreja dos meus sonhos, as celebrações da Fé eram espaços privilegiados de libertação, encontro com Deus e com os irmãos, recomeço de vida.

Não havia classes ou elites mais importantes que outras. Todos eram fundamentais para tudo; porque tudo era de todos... Todos se sentiam sujeitos responsáveis pela vida da comunidade. Por isso, a Igreja era animada pela diversidade dos carismas de todos. Todos sabiam que os carismas não são dons caídos magicamente do céu, mas as suas próprias qualidades e capacidades postas ao serviço dos irmãos.

Cada um era reconhecido e amado na sua originalidade. Todos se sentiam acolhidos nas suas diferenças, o que possibilitava que todos estivessem permanentemente em crescimento e amadurecimento interior. Todos eram verdadeiramente exigentes consigo próprios, e tolerantes com os irmãos.

Não consegui ver, durante todo o tempo que durou o meu sonho, ninguém que me parecesse medíocre ou vaidoso. Ninguém impunha as suas ideias, mas ninguém deixava de partilhá-las e propor aquilo que pensava.

Quando partilhavam entre si as suas vidas à luz da Palavra de Deus, faziam-no sem reservas, sem inseguranças e sem piedosas superficialidades. Deixavam-se pôr em causa pela Palavra, deixavam-se provocar por ela, levavam Deus a sério e acolhiam os irmãos como sua mediação.

Quando falavam de Deus nunca precisavam recorrer a doutrinas. Pareceu-me que nem as tinham! Nem precisavam... Não precisavam de doutrinas aprendidas, porque saboreavam a Verdade de Deus experimentada na própria vida e amadurecida ali, em diálogo comunitário.

Conversavam de Deus com um brilho intenso no olhar e com um entusiasmo contagioso nas palavras. Deus era o centro das suas vidas, o mais importante dos seus dias. Falavam Dele como o melhor que lhes tinha acontecido...

E quando oravam... Ó amigos que diferença! Quando oravam, paravam tudo, e fechavam os olhos com ar de quem tem uma confidência importante a fazer. E tinham...

Começavam a conversar com Deus como se conversa com o melhor amigo, em profunda intimidade, verdade e realidade. Não lhes escutei nem uma única frase feita! Na sua relação com Deus, todos tinham dado o salto do “Ele” ao “Você”. Ninguém disse nada decorado, ninguém disse palavras mágicas... Todos sabiam que a “magia” de Deus acontece ao nível do coração que se deixa encontrar por ele...

Eu me lembro que me senti apaixonada por esta Igreja!

Onde cada um tinha a sua função, segundo o seu carisma, e todos se sentiam verdadeiramente como membros vivos do Corpo de Cristo no mundo. Todos percebiam que ser o corpo de Cristo Ressuscitado no mundo, significa tornar-se mediação, meio de encontro entre Cristo e todos os Homens do mundo que ainda não o conhecem como aquele que dá Vida Nova. Todos compreendiam e assumiam que ser Corpo de Cristo é ser continuação de Cristo no mundo como instrumento do seu Espírito.

Lembro-me que, no meu sonho, também chegou a hora de acordar...

Mas acordar não me deixou triste. Arregacei as mangas, esbugalhei os olhos e disse: “É possível! Vale a pena! Está nas minhas mãos! Eu sou Igreja!”

E senti que o próprio Cristo me bateu nas costas e disse: “Até que enfim posso contar com você!.” Talvez ainda fosse parte do sonho, mas não interessa. O importante é que compreendi que a Igreja pode ser mais perfeitamente o que está chamada a ser, se eu for mais Igreja.

Desde então, comecei a viver em função deste sonho de uma Igreja Renascida nas Palavras de Jesus Ressuscitado: “Ide e evangelizai todos os povos... Eu estarei sempre convosco!” (Mt 28, 19-20)

Comecei a perseguir o Espírito, a deixar-me levar por onde Ele me conduzia... O Espírito mostrou-me que a Igreja já foi mais Igreja de Jesus Cristo do que é hoje... Mas, acima de tudo, mostrou-me que o amanhã está ainda por nascer, Cristo continua a fundar a sua Igreja todos os dias, e hoje precisa de mim...

Não sou perfeita, não sou a melhor. Mas estou disponível a ser mais! E é de gente assim que Cristo precisa para realizar este seu sonho que se chama Igreja.

Os perfeitos normalmente andam ocupados, os melhores estão longe. Resta eu, que estou disponível. E você! Sim, também resta você... se estiver disponível já seremos dois. Dois!

Está vendo o sonho se realizando? Já somos dois... Olha ao longe e vai ver. Olha que tudo pode acontecer...

Ângela Rocha

(Texto utilizado no encontro de Catecumenato de Adultos. Tema: Ser Igreja)

*Texto adaptado do Pe. Rui Santiago – cssr. 

 

terça-feira, 8 de outubro de 2019

VOCÊ É IGREJA OU "NÓS" SOMOS IGREJA?


De fato, somos templo do Espírito Santo. Ele habita em nós, nos direciona, inspira cura e muito mais. A palavra templo se define em ser local sagrado, local em honra a um ser divino. Para ser templo de Deus há a necessidade de treinar a santidade todos os dias. Exercitar o amor, que consequentemente exige muito perdão e sacrifícios.

Tem aumentado o número de pessoas que preferem ser templo particular de Deus dentro do seu quarto em íntima união espiritual com o Pai. E esse fato está corretíssimo, pois Ele mesmo orienta em Mateus 6,6 “Quando orares entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á”.  No entanto, não é justo tornar-se cristão isolado, achando que só o exercício desta oração é cabível a Deus.

Faz-se necessário observar o caminho, a verdade e a vida: Jesus. Há muitos relatos bíblicos em que Ele se retirava do meio da multidão para ter o seu momento íntimo com Deus. Mas, posteriormente ele sempre retornava para estar com seus irmãos repartindo do mesmo pão e partilhando dos mesmos gestos de fé.

No evangelho de Mateus 18,20, temos: “Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Evidente que orar intimamente com Deus é uma oração preciosa e de extrema necessidade. Faz-se necessário entender que essa oração a “sós” com Deus é para alimentar nossa alma com mansidão, paciência, sabedoria, clareza e recuperar a alegria e a fé. Na oração íntima com Deus Ele nos instiga e nos capacita ao amor. Por quê? Para em seguida “descermos da montanha” em direção ao povo que espera nossas palavras de Luz que foram inspiradas por Deus em nosso momento íntimo de oração. Há um povo sedento por palavras de paz. Um povo sem pastor vagando desorientado mundo afora sem conhecer Jesus. Se essa oração íntima se tornar nossa única opção de oração, o rebanho de ovelhas desorientadas continuará a crescer.

Torna-se necessário entender que a missão de “ir pelo mundo e pregar o evangelho a toda criatura” não se faz dentro de um quarto fechado. Aqui fica clara nossa convocação da Igreja em saída. Nosso corpo não sai do lugar se não pela agilidade de nossas pernas. As palavras não saem se não for o poder da nossa língua. O irmão que passa fome de alimento ou de companhia, não saciará se não for outro irmão o ajudando. Isso é amor!

Em 1Coríntios 12,12-14 há um profundo ensinamento:  Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos”.  De muitos queridos irmãos! Muitos!

Todo cristão está incluso nesse corpo. O sacramento da Eucaristia não chega à casa do acamado, se não for pela mão de um sacerdote ou leigo que se dispôs ao serviço. Uma cesta básica não se faz se não for o pedido de ajuda de alguém e a disponibilidade em doar. Muitos milagres aconteceram diante de orações comunitárias unidas na mesma intenção. Sacramentos, ritos, simbologias, doutrina, costumes, histórias, milagres, caridades que ocorrem movidas pela fé que mantém unido um grupo de cristãos.

 A Igreja faz o papel de oportunizar muito mais que receber os santos sacramentos, ela nos dá oportunidade de sermos irmãos. De colocar nossa fé em obras. É ali que muitas histórias são compartilhadas. Muitos pedidos de ajuda ocorrem. Muitos famintos por abraços, palavras e alimentos se achegam em momentos de profundo abandono, angústia e desesperança.  O fato de ter uma igreja construída em algum local é sinônimo de esperança para muita gente que vive realidades diferentes das nossas.

Uma Igreja é formada por pessoas que vivem e acreditam na mesma fé, cada um destinando a Deus os seus dons para que Deus possa fazer obras.

De fato, em toda Igreja haverá pessoas interesseiras, maus pastores, hipocrisia ou más condutas. Afinal, somos pecadores (aqui me incluo). Mas, vale nos perguntar se o amor não deveria ser o mandamento principal do coração cristão. Isso inclui ser manso e humilde. Dar perdão e escutar. Parar de julgar e condenar. Acolher! Ser paciente e caridoso. Há muitos valores que a doutrina de uma Igreja ensina. Basta colocar nossa fé em obras.

A Palavra relata Jesus dando-nos um exemplo quando ele foi à igreja. Em Lucas 4,16 “Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler”. Jesus fez uma liturgia com seus demais irmãos de fé. Ele participava dos costumes e ritos de sua época e alimentava-se da Palavra de Deus para depois ser Ele próprio o alimento espiritual de muitos nos caminhos que percorreu.

Antes de sofrer os horrores da crucificação, Jesus subiu à montanha para orar como de costume, no entanto, naquela noite a angustia era tanto que ele chamou dois de seus amigos mais íntimos com Ele para orar e vigiar. Que tenhamos a graça de ter irmãos unidos na mesma fé em nossos momentos de angustia, velando por nós e nos apresentando ao nosso Deus.

Posso concluir, que assim como é necessário ter um hospital disponível para que os doentes em momentos de emergência saibam a quem recorrer, assim se faz necessário se ter uma Igreja.

Querido irmão, se você ora na intimidade de seu quarto, peço que continue assim e ainda com maior intensidade. Porém, se você decidiu que a oração comunitária não se faz necessário, tenho que lhe despertar e lhe comunicar: você está privando seus irmãos de serem amados por você. Independente se você foi profundamente machucado por alguém de dentro da Igreja, ou se você presenciou gestos hipócritas, é necessário que você volte e faça a diferença. Deus precisa de você amando e perdoando. Deus precisa de você dentro da Igreja para defendê-la de ser corrompida. Deus precisa de você para fazer como Jesus fez quando viu o templo se transformando em comércio. Jesus foi ousado nesse dia, ficou irritado, brigou, foi áspero nas palavras, mas continuou frequentando o templo, porque ele fora construído em honra à Deus e era lá que ele conseguia partilhar do mesmo pão. Lá há a possibilidade de treinar o amor em honra a Deus.

Você não é Igreja, NÓS somos Igreja, assim como o PAI é NOSSO e não meu.

Catequista Sandra Fretta Gomes Malagi.
Paróquia Sant’Ana- Laranjeiras do Sul-PR

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

ROTEIRO DE ENCONTRO – Ser igreja é viver a unidade


Criação: Rose Argolo – Ceilândia - DF





  A
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  T
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  S
Interlocutores
(Catequizandos)
Jovens Crismandos 1º ano; 14-16 anos
Duração
90 minutos
Local
Paróquia da Ressurreição (sala de catequese)
Tema/Conteúdos
SER IGREJA É VIVER A UNIDADE
Catequista: Rose Argolo
Paróquia Ressurreição – Brasília –DF.
Objetivo(s)
 - Despertar nos catequizandos o sentido de Igreja, de fazer parte de uma comunidade de fé onde irmãos comungam e partilham. E cada um, com seus talentos e dons, contribui para a edificação do Corpo de cristo.

- Mostrar ao crismando que a Igreja viva é o Corpo Místico, cuja cabeça é Jesus Cristo. Numa comparação com o corpo humano, dizemos: Jesus Cristo é a cabeça e nós, Igreja Viva, somos o seu corpo, formado por muitos membros.

Material
(Recursos)
- Bíblia
- Dinâmica – Ser Igreja.
- Altar com Bíblia, flores, vela, crucifixo e uma imagem de Nossa Senhora aparecida.









  D
  U
  R
  A
  N
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Passos
Metodológicos

Ordem dos passos:

- Acolhida
- Dinâmica;
- Palavra;
- Reflexão;
- Oração.

Acolhida/Motivação
Recebê-los na porta, mostrando que são bem-vindos. São gestos muito importantes, pois, neste momento o catequista é representante de Jesus acolhendo seus filhos.

- Invocar o Espírito Santo e convidar a rezar o Pai Nosso, oração ensinada por Cristo, cabeça da Igreja, para que seus membros saibam dirigir-se ao Pai.
Palavra
(1Cor 12, 12)


Oração:
 - Iniciar com o momento do perdão:
Assim como na Santa Missa, decidir perdoar e pedir perdão é fundamental. Cada crismando pensa nas pessoas a quem tem que pedir perdão (“Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta.” Mateus 5.23-24), pensando antes em quem tem que pedir perdão nos mostra que somos falhos, isso facilita perdoar quem nos ofendeu, em seguida pensamos naquelas em que precisamos perdoar.
- Colocar em seguida as intenções e pedidos, explicar que estes pedidos são o “pão nosso de cada dia”.
- Incentivar orações espontâneas.

















Atividades educativas
Dinâmica de comunhão e participação - Ser Igreja

Objetivo: Fazer entender a necessidade de ser membro do reino de Deus como discípulos missionários.

Material: bolas de inflar (bexiga).

Entregar uma bexiga a cada pessoa pedindo que elas brinquem com as bolas, jogando uma para a outra, sem deixar cair. O assessor aos poucos vai tirando as pessoas da brincadeira, aumentando a dificuldade dos últimos para deixar tantas bexigas no ar. Quando tiver muitas bexigas no chão, encerrar a dinâmica lendo I Coríntios 12,12-27 – Um só corpo, muitos membros.

Refletir com os participantes:

É fácil manter as bexigas no ar? O que acontece quando alguém desiste? Dá para manter as bexigas no ar sozinho?

Explicar que a igreja está dentro de cada um, e que todos devem participar, pois cada um tem um lugar especial na igreja. A igreja, assim como as bexigas não podem se sustentar no ar, isto é, de pé, sozinha ou com poucas pessoas, ela precisa de todos nós. Somos membros de um corpo místico, o corpo de Cristo que é a sua igreja. Se um desistir, é possível que assim deixe outro cair.



Compromisso
(sócio-transformador)
 - Incentivar o jovem a se engajar em um grupo da paróquia com o qual ele se identifique, pois se Igreja é viver em comunidade;
- Organizar uma exposição (oral ou em forma de painel) das pastorais e grupos da paróquia ou convidar um grupo de jovens pra falar com eles...

  D
  E
  P
  O
  I
  S



Avaliação
Após o encontro fazer uma avaliação dos pontos positivos e negativos do encontro.
Observar atentamente, durante o encontro, se os jovens estão interessados e atentos ao tema, qual sua participação e interação.
Ver se os objetivos foram alcançados e ver o que pode ser melhorado num próximo encontro, com relação à metodologia utilizada.