De fato, somos templo do
Espírito Santo. Ele habita em nós, nos direciona, inspira cura e muito mais. A
palavra templo se define em ser local sagrado, local em honra a um ser divino.
Para ser templo de Deus há a necessidade de treinar a santidade todos os dias.
Exercitar o amor, que consequentemente exige muito perdão e sacrifícios.
Tem aumentado o número de
pessoas que preferem ser templo particular de Deus dentro do seu quarto em íntima
união espiritual com o Pai. E esse fato está corretíssimo, pois Ele mesmo
orienta em Mateus 6,6 “Quando orares
entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que
vê num lugar oculto, recompensar-te-á”. No entanto, não é justo tornar-se cristão
isolado, achando que só o exercício desta oração é cabível a Deus.
Faz-se necessário observar o
caminho, a verdade e a vida: Jesus. Há
muitos relatos bíblicos em que Ele se retirava do meio da multidão para ter o
seu momento íntimo com Deus. Mas, posteriormente ele sempre retornava para
estar com seus irmãos repartindo do mesmo pão e partilhando dos mesmos gestos
de fé.
No evangelho de Mateus 18,20,
temos: “Pois onde se acham dois ou três
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Evidente que orar
intimamente com Deus é uma oração preciosa e de extrema necessidade. Faz-se
necessário entender que essa oração a “sós” com Deus é para alimentar nossa alma
com mansidão, paciência, sabedoria, clareza e recuperar a alegria e a fé. Na
oração íntima com Deus Ele nos instiga e nos capacita ao amor. Por quê? Para em
seguida “descermos da montanha” em
direção ao povo que espera nossas palavras de Luz que foram inspiradas por Deus
em nosso momento íntimo de oração. Há um povo sedento por palavras de paz. Um povo
sem pastor vagando desorientado mundo afora sem conhecer Jesus. Se essa oração
íntima se tornar nossa única opção de oração, o rebanho de ovelhas
desorientadas continuará a crescer.
Torna-se necessário entender
que a missão de “ir pelo mundo e pregar o
evangelho a toda criatura” não se faz dentro de um quarto fechado. Aqui
fica clara nossa convocação da Igreja em saída. Nosso corpo não sai do lugar se
não pela agilidade de nossas pernas. As palavras não saem se não for o poder da
nossa língua. O irmão que passa fome de alimento ou de companhia, não saciará
se não for outro irmão o ajudando. Isso é amor!
Em 1Coríntios 12,12-14 há um
profundo ensinamento: “Ora, assim como o corpo é uma unidade,
embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um
só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós
fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos,
quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. O corpo não é
feito de um só membro, mas de muitos”.
De muitos queridos irmãos! Muitos!
Todo cristão está incluso
nesse corpo. O sacramento da Eucaristia não chega à casa do acamado, se não for
pela mão de um sacerdote ou leigo que se dispôs ao serviço. Uma cesta básica
não se faz se não for o pedido de ajuda de alguém e a disponibilidade em doar.
Muitos milagres aconteceram diante de orações comunitárias unidas na mesma
intenção. Sacramentos, ritos, simbologias, doutrina, costumes, histórias,
milagres, caridades que ocorrem movidas pela fé que mantém unido um grupo de
cristãos.
A Igreja faz o papel de oportunizar muito mais
que receber os santos sacramentos, ela nos dá oportunidade de sermos irmãos. De
colocar nossa fé em obras. É ali que muitas histórias são compartilhadas.
Muitos pedidos de ajuda ocorrem. Muitos famintos por abraços, palavras e
alimentos se achegam em momentos de profundo abandono, angústia e
desesperança. O fato de ter uma igreja
construída em algum local é sinônimo de esperança para muita gente que vive realidades
diferentes das nossas.
Uma Igreja é formada por
pessoas que vivem e acreditam na mesma fé, cada um destinando a Deus os seus
dons para que Deus possa fazer obras.
De fato, em toda Igreja haverá
pessoas interesseiras, maus pastores, hipocrisia ou más condutas. Afinal, somos
pecadores (aqui me incluo). Mas, vale nos perguntar se o amor não deveria ser o
mandamento principal do coração cristão. Isso inclui ser manso e humilde. Dar
perdão e escutar. Parar de julgar e condenar. Acolher! Ser paciente e caridoso.
Há muitos valores que a doutrina de uma Igreja ensina. Basta colocar nossa fé
em obras.
A Palavra relata Jesus dando-nos
um exemplo quando ele foi à igreja. Em Lucas 4,16 “Chegando a Nazaré, onde fora
criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e
levantou-se para ler”. Jesus fez uma liturgia com seus demais irmãos de
fé. Ele participava dos costumes e ritos de sua época e alimentava-se da
Palavra de Deus para depois ser Ele próprio o alimento espiritual de muitos nos
caminhos que percorreu.
Antes de sofrer os horrores da
crucificação, Jesus subiu à montanha para orar como de costume, no entanto,
naquela noite a angustia era tanto que ele chamou dois de seus amigos mais
íntimos com Ele para orar e vigiar. Que tenhamos a graça de ter irmãos unidos
na mesma fé em nossos momentos de angustia, velando por nós e nos apresentando
ao nosso Deus.
Posso concluir, que assim como
é necessário ter um hospital disponível para que os doentes em momentos de
emergência saibam a quem recorrer, assim se faz necessário se ter uma Igreja.
Querido irmão, se você ora na
intimidade de seu quarto, peço que continue assim e ainda com maior
intensidade. Porém, se você decidiu que a oração comunitária não se faz
necessário, tenho que lhe despertar e lhe comunicar: você está privando seus
irmãos de serem amados por você. Independente se você foi profundamente
machucado por alguém de dentro da Igreja, ou se você presenciou gestos
hipócritas, é necessário que você volte e faça a diferença. Deus precisa de
você amando e perdoando. Deus precisa de você dentro da Igreja para defendê-la
de ser corrompida. Deus precisa de você para fazer como Jesus fez quando viu o
templo se transformando em comércio. Jesus foi ousado nesse dia, ficou
irritado, brigou, foi áspero nas palavras, mas continuou frequentando o templo,
porque ele fora construído em honra à Deus e era lá que ele conseguia partilhar
do mesmo pão. Lá há a possibilidade de treinar o amor em honra a Deus.
Você não é Igreja, NÓS
somos Igreja, assim como o PAI é NOSSO e não meu.
Catequista Sandra Fretta Gomes Malagi.
Paróquia Sant’Ana- Laranjeiras do
Sul-PR
Um comentário:
Muito boa essa reflexão,atualmente só se ver falar que não se tem tempo,vivemos em perceber a era do egocentrismo, está reflexão vai ajudar a ter uma vidaplant com mais amor a mim e ao proximo.
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