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sábado, 4 de agosto de 2018

TU ÉS SACERDOTE PARA SEMPRE!

"Tu és sacerdote para sempre..."
(Hebreus 7,17)

Na carta aos Hebreus tem a famosa frase: “Tu és sacerdote para sempre na ordem de Melquisedec”. Cristo, sumo sacerdote, possui um sacerdócio que, como o de Melquisedec, não se transmite; sacerdócio que ele exercerá em sua Igreja até o fim dos tempos. Os sacerdotes atuais, a começar pelos bispos, não são seus sucessores porém aqueles que atualizam e tornam visível e eficaz hoje o único sacerdócio de Cristo

Estas palavras nos levam a fazer uma reflexão a respeito da figura do presbítero, do sacerdote ministerial.


O padre, o sacerdote ministerial, é escolhido do povo para agir, na comunidade dos fiéis, na pessoa de Cristo. Com o seu corpo, sua voz, seus gestos, o padre atualiza a ação do Cristo no meio do mundo. Age na pessoa de Cristo. É colaborador da missão do bispo.

Antes de mais nada o padre tem uma vinculação pessoal a Cristo Jesus. Tem com ele uma amizade que vai sendo cultivada e alimentada ao longo do tempo da vida. Em nossos tempos, foi se compreendendo que é altamente conveniente que o padre viva com outros padres, que constitua uma fraternidade sacerdotal. Isso significa a oração em comum e o planejamento das atividades feito de forma colegial. Essa vinculação vem de uma vocação especial de seguimento do Senhor e da ordenação presbiteral.

Entre os sacerdotes e o bispo se criam relacionamentos marcados pelo cultivo de profunda unidade, que não seja uniformidade. Os bispos sabem descobrir os dons pessoais de cada um dos presbíteros e fazer com que transpareçam para o bem do Povo de Deus.

O padre é um animador de comunidades. Não admite que a fé seja vivida intimisticamente longe do mistério da comunidade. Preside de alguma forma a caridade na Igreja mais local que é a paróquia com suas comunidades vivas. Assim, ele é artífice da unidade.

É o homem da palavra, da palavra que se fez carne, da palavra que precisa ser ouvida com o coração como uma semente desejosa de morrer para dar vida, da palavra que precisa quebrar a rocha de corações mais ou menos endurecidos. Palavra dita com a voz humana do sacerdote, mas fecundada pelo Espírito.

Ele é o homem dos sacramentos, mas não é sacramentalista. Vive no universo dos sinais: há o sinal da bacia e da toalha, sacramento do serviço, há o sacramento do pobre onde Cristo se esconde. Por isso, o padre incita os seus a viverem esses sinais. Ele preside também a celebração do sacramentos do septenário oficial. Cuidará de que os candidatos aos sacramentos sejam pessoas que começaram um sério processo de conversão. Vigiará que a formação em vista da recepção dos mesmos sacramentos seja na linha de uma verdadeira iniciação cristã.

De modo muito especial sua espiritualidade será eucarística. Ali, no altar, com os membros do Povo de Deus, ele celebra a vida do ressuscitado. Envolve-se e envolve o povo na trama da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Ali, no altar, ele se sabe, de alguma forma parecido com Cristo: vai dando a vida pelos seus.

Frei Almir Ribeiro Guimarães, ofm.

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