O encontro de hoje foi "especial de bom"!
Tenho onze catequizandos: Cadu, Lucas, André, Gabriel, Yasmin,
Laura, Julia, Bia, Aninha, Isadora e Eloísa. E enquanto falo aqui posso ver
cada uma das carinhas. E tem o Zaki, meu ajudante de 15 anos, meio na dele,
quieto, mas uma ajuda inestimável.
Hoje eu usei
uma "técnica" que alguém me ensinou num livro dia destes. Vamos ver
se vocês reconhecem:
"O
primeiro momento é um diálogo pessoal, no qual (você escuta) a outra pessoa se
exprime e partilha as suas alegrias, as suas esperanças, as preocupações com os
seus entes queridos e muitas coisas que enchem o coração.
Só depois desta conversa é que se pode apresentar-lhe a Palavra,
seja pela leitura de algum versículo ou de modo narrativo, mas sempre
recordando o anúncio fundamental: o amor pessoal de Deus que Se fez homem,
entregou-Se a Si mesmo por nós e, vivo, oferece a sua salvação e a sua amizade.
É o anúncio que se partilha com uma atitude humilde e testemunhal de quem
sempre sabe aprender, com a consciência de que esta mensagem é tão rica e profunda
que sempre nos ultrapassa.
Umas vezes exprime-se de maneira mais direta, outras através dum
testemunho pessoal, uma história, um gesto, ou outra forma que o próprio
Espírito Santo possa suscitar numa circunstância concreta.
Se parecer prudente e houver condições, é bom que este encontro
fraterno e missionário conclua com uma breve oração que se relacione com as
preocupações que a pessoa manifestou. Assim ela sentirá mais claramente que foi
ouvida e interpretada, que a sua situação foi posta nas mãos de Deus, e
reconhecerá que a Palavra de Deus fala realmente à sua própria vida."
Pois é.… depois
vocês me dizem quem foi que me ensinou isso. Rsrsrsr...
Hoje o tema do
nosso encontro foi "Fazer uma
oração", usando um roteiro que passei aqui para vocês ontem. Minhas
crianças têm 8 anos, apenas o Cadu tem 9. E dá para perceber nelas que algum
adulto já as "apavorou" dizendo que para rezar tem que
"decorar": ... em nome do pai
do filho do espírito santo santo anjo do senhor pai nosso ave maria creio em
deus pai... Assim mesmo, de um sopro só, sem vírgula nem ponto.
E quem me
disser que é desde pequeno que se aprende, eu vou dar um “coco no cocuruto”!
Primeiro elas têm que entender COM QUEM estão falando, sentir no som de cada
palavra proferida nas fórmulas das orações O QUE estão dizendo e PORQUE.
Depois, decorar vem natural e facilmente.
E lá fomos nós
contar das nossas férias de julho, onde fomos, o que fizemos, com quem
estivemos; se fomos à missa nas férias e se nos lembramos de rezar... Hiiiiiiii ! Essa pergunta é difícil! A
maioria foi a missa "nenhuma" vez e rezou menos vezes ainda.
Mas, afinal,
por que a gente reza? Para quem a gente reza? Para pedir? Para pedir por quem?
Só para mim? Para quem mais? Ah! Para a família, claro! Pro papai, pra mamãe. E para quem eu não conheço? Eu rezo? Hiiii! Danou-se de novo! Se nem para mim
eu lembrei, imagina pelo outro...
Mas, eu não preciso de nada! Tá bom. Se não precisamos de nada, não temos
nada para pedir. Mas, será que a gente não podia lembrar de agradecer também? Pelas
coisas boas, por não precisar de nada? É, né!
Mas, o que temos aqui na nossa Bíblia sobre a oração?
Temos lá em
Romanos 8, 26-27 (tempinho para se localizarem na Bíblia), uma mensagem bem
legal de São Paulo aos amigos de Roma: "O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza... a gente não sabe o que
pedir, nem como pedir, mas, o Espírito vem em nosso socorro com gemidos
inefáveis...". Opa! O que é isso?
Em princípio, a palavra “inefáveis” chamou mais a atenção do que
o trecho bíblico... rsrsrsrs. Eles perguntaram e eu expliquei. Depois fomos ao
sentido do versículo.
E em palavras
mais simples, entendemos que Deus sabe o que vai no nosso coração, mesmo sem
botarmos isso em palavras, Ele nos entende, nem é preciso saber explicar. Sabe
da dor, sabe da alegria, sabe do mal... anham!
Sabe!
Agora sim, vem
os exemplos (histórias) de pessoas que dedicaram sua vida à oração: Aquela
menina Terezinha que dedicou sua breve vida somente à oração pelos outros,
pelos missionários de todo mundo; e tem aquela outra moça, Teresa de Ávila, que
se tornou Doutora da Igreja por ensinar a rezar; e o moço Inácio de Loyola, que
ficou um ano recolhido numa caverna para se encontrar espiritualmente com Deus
e depois fundou uma das mais atuantes congregações de padres. Todas estas
pessoas se dedicaram a orar pelos outros, incessantemente.
E agora? Como nós podemos falar com Deus em nossas orações?
Vamos transformar nossos "gemidos
inefáveis" em palavras?
E na dinâmica
do encontro, separados de dois a dois, um foi contar para o outro uma coisa que
o preocupa ou incomoda para depois transformar em oração. Tivemos os distraídos
que nem lembraram de perguntar para o outro o que o incomodava; os tímidos que
não falaram nada; aquela que eu tive que grudar o ouvido nela para escutar; e o
que lembrou do vizinho que batia na mulher.
- Ela me falou que a Avó dela tá doente...
- Não, não! Não conte pra mim, conte pra Deus e peça o que você precisa...
Vamos lá: Querido Deus...
- Querido Deus, a avó da Isadora tá doente, cura ela.
- Ai!!! Muito bem! Quem quer tentar agora?
- Querido Deus, abençoe e proteja a família do meu amigo André!
- Muito bem, muito bem!
E, uma a uma, transformamos todas as preocupações e sentimentos em oração. Até mesmo da Laura que disse não ter preocupação nenhuma.
- Querido Deus, obrigado por todas as alegrias da vida da Laura!
- Foi difícil rezar?
- Nãooooooooo!
Então, hoje à noite, cada um de vocês vai pegar o cartãozinho que ganhou no encontro, colocar ao lado da cama e rezar pelo amigo e por todos aqueles que estão precisando de Deus.
Para finalizar:
Pés no chão, olhos fechados, respira fundo e só pensa em Deus, escutando você agora... fala, fala, fala em seu coração que ele tá escutando... (minutinho de silêncio).
Mas, quando nos faltam palavras mesmo, podemos sempre lembrar das palavras que Jesus nos ensinou para falar com Deus: Pai Nosso, que estais no céu...
Amém!
Vamos com Deus para nossas casas e até semana que vêm!
*****
Ângela Rocha - Catequista em Formação.
* Evangelii Gaudium, 128. Exortação Apostólica do Papa Francisco
sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, 24 de novembro de 2013.
* * Inefável, significa o que não pode ser expresso verbalmente, é um
termo utilizado para identificar algo de origem divina ou transcendental e com
atributos de beleza e perfeição tão superiores aos níveis terrenos que não pode
ser expresso em palavras humanas.
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