Ninguém, seja criança, jovem
ou adulto, pode ter apenas direitos ou somente deveres. Pais e filhos têm
direitos e deveres. Os direitos dos pais não excluem os dos filhos, assim como
os deveres dos pais não impedem que os filhos também tenham deveres, porque a
base de uma sociedade democrática repousa no equilíbrio entre direitos e
deveres. Parece que atualmente, muitas pessoas ignoram (ou esquecem)
que a cada direito alcançado há, em contrapartida, um dever que lhe é
correspondente. Leia, a seguir, alguns exemplos dos direitos e dos deveres dos
pais em relação aos filhos:
Direitos e Deveres dos Pais:
DEVERES
1. Dar amor
2. Proteger
3. Criar condições que
propiciem segurança física e psicológica
4. Criar condições para o
desenvolvimento intelectual pleno
5. Promover condições no
entorno familiar que permitam o desenvolvimento do equilíbrio e da inteligência
emocional
6. Subsidiar e promover
vivências concretas que possibilitem o caminhar para a independência financeira
7. Zelar pela saúde física e
mental
8. Dar estudo e
profissionalizar
9. Estruturar o caráter
10. Formar eticamente
(ensinar valores).
DIREITOS
1. Não se omitir quando o
filho agir de forma que possa prejudicar outras pessoas, animais e/ou o meio
ambiente. Agir com segurança, porém sem agressões físicas, sem medo de causar
“traumas e frustrações”.
2. Procurar fundamentar e
definir, de preferência sempre através de um diálogo franco e direto, normas e
regras de conduta que regerão o dia a dia da família. Se, no entanto, o diálogo
não funcionar, cabe aos pais a palavra final sobre qualquer tema, até que os
filhos se tornem independentes do ponto de vista físico, emocional e
financeiro.
3. Se necessário, pais podem
proibir comportamentos, atitudes e até alguns tipos de roupas que coloquem em
risco a segurança e dignidade dos filhos. Podem também cortar algumas regalias,
como a mesada, por exemplo, se perceberem uso indevido das mesmas.
4. Pais têm o direito de
questionar, acompanhar e até mesmo vigiar ou buscar provas concretas no espaço
privado dos filhos, caso percebam sinais que indiquem possibilidade de
envolvimento dos filhos com drogas ou outras práticas ilegais.
5. Os pais não devem se
intimidar com a prática bastante comum de os jovens transformarem seus quartos
em fortalezas indevassáveis. Sempre que tiverem em bom motivo - e ainda que não
sejam bem-vindos –, têm o direito de entrar para verificar o que está
ocorrendo.
6. Liberdade para fazer o
que se quer da vida tem limite. Os pais devem exigir que os filhos estudem para
garantir um mínimo de rendimento, como contrapartida ao direito de receber
educação e profissionalização; podem, por isso mesmo, fazer sanções se
perceberem que os filhos não estão cumprindo seus deveres.
7. Os pais podem frear o
apetite consumista dos filhos, através de conversas e/ou atos. Uma coisa é
comprar um tênis ou uma jaqueta por necessidade; outra bem diferente é aceitar
exigências quanto a marcas e grifes por capricho ou influências da sociedade de
consumo.
8. Ter conversas sérias
sobre sexo é uma necessidade essencial nos dias atuais. Se o adolescente se
negar a ouvir alegando “já ter conhecimento de tudo”, os pais podem exigir
ainda assim, que sejam ouvidos sobre DSTs (doenças sexualmente transmissíveis),
gravidez precoce, bem como sobre as regras que regem a casa. Os pais não têm
obrigação de aceitar que os filhos mantenham relações sexuais em casa por
imposição dos filhos, apenas devido ao fato de outras famílias o permitem. Cada
família tem o direito de viver de acordo com sua visão de mundo.
9. Ter resultados positivos
na escola, não é um prêmio para os pais - o adolescente está apenas cumprindo
seu dever. Pais não são obrigados, portanto, a proporcionar luxos - como
viagens ao exterior quando o filho passa de ano ou carro zero como prêmio por
entrar na faculdade. A não ser que o desejem fazer por iniciativa própria.
10. Pais têm direito a um
mínimo de vida pessoal. Pelo menos de vez em quando, não devem se privar de um
jantar a dois ou de uma viagem curta sem a presença dos filhos, se têm com quem
os deixar em segurança e protegidos. E também não precisam se sujeitar à
tirania da agenda inflada dos adolescentes nos finais de semana. Saber fazer
opções sem que isso resulte numa frustração absurda é uma aprendizagem
fundamental para a vida.
_______________________________
(*) Adaptado de Zagury, T. Os Direitos dos Pais, Construindo cidadãos em tempos
de crise. Record, RJ, 2005.
(**) Filósofa, Escritora,
Mestre em Educação e Conferencista.
"O
perigo maior para um jovem não são as drogas; é não crer no futuro e na
sociedade em que vive. A falta de esperança, essa sim, é o que pode levar à
depressão, ao individualismo, ao consumismo exacerbado, ao suicídio, à
marginalidade e ás drogas."
"Resgatar
a ética é hoje, questão de sobrevivência"
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