O QUE
colocar na catequese de crianças??? Não é uma pergunta muito fácil de
responder em se tratando de um país tão grande como o nosso, com tantas
dioceses e comunidades, com tempos e etapas tão diferentes.
Vamos aqui tentar simplificar um pouco as coisas. Primeiro que nós temos
as orientações do DGC (128 -130) e
também do DNC (130), que estabelecem
em linhas gerais os "pilares" da catequese. Você pode ver isso em
nossas publicações antigas aqui e no blog:
ou ainda:
http://www.catequistasemformacao.com/2015/02/as-sete-pedras-fundamentais-da-catequese.html
http://www.catequistasemformacao.com/2015/02/as-sete-pedras-fundamentais-da-catequese.html
Continuando...
Vejamos ainda, em que as nossas crianças devem ser "educadas"
ou preparadas:
Primeiro a catequese
deve EDUCAR para a ORAÇÃO. E esta oração deve ser PESSOAL, COMUNITÁRIA e LITÚRGICA.
- Como PESSOAL: ela deve ensinar a
falar com Deus, a ver em Deus um Pai, em Jesus um amigo. E aí, além da oração
que cada um pode e deve fazer, vem as orações tradicionais: Santo Anjo, Ave
Maria, Pai Nosso.
- Como COMUNITÁRIA: vem a oração com a
comunidade: Profissão de fé, Via-Sacra, Adoração, Terço, momentos fortes do ano
litúrgico (Quaresma, Natal), novenas, procissões.
- Como LITÚRGICA: vem a
participação na missa, nas celebrações eucarísticas e da Palavra.
Em segundo lugar
temos o ACOLHIMENTO NA COMUNIDADE.
Fazer com que a criança sinta que faz "parte" da comunidade
orientando e incentivando a participação em: corais, grupos de canto,
coroinhas, acólitos, Infância Missionária, etc.
Em terceiro lugar
vem a CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA. Desde
pequenos eles podem ser "discípulos", falar ao outro sobre sua fé,
espalhar a Palavra e a boa nova. Para isso, o catequizando precisa entender a
sua responsabilidade como batizado. Uma excelente catequese sobre o batismo é
prioritária e precisa ser feita sempre, guardando as devidas idades e
capacidade de discernimento.
Em quarto lugar
temos a INICIAÇÃO AO CORRETO USO DA
SAGRADA ESCRITURA. E daí vem o conhecer a Bíblia, manusear a Bíblia e
entender a Palavra. Aqui uma leitura orante da Palavra, adaptada à compreensão das crianças e jovens é muito frutífera.
E tudo isso precisa ser feito cuidando da apresentação dos CONTEÚDOS, com adaptação da linguagem e
simplificação de conceitos. No entanto, esta simplificação precisa de qualidade
teológica. E para entender isso o catequista precisa de boa formação e
criatividade. Uma mera infantilização em nome da "mentalidade
infantil" é um erro teológico grave que pode causar uma crise de fé no
futuro. Assim como o excesso de "regras" e "normas" pode
levar a uma compreensão equivocada da religião.
A catequese, como ação básica da Igreja, estende-se pela vida afora. É
preciso respeitar o "tempo" de cada um, principalmente das crianças,
sem querer "despejar" nelas crianças todo o conteúdo doutrinário da
nossa Igreja, que só um adulto é capaz de entender.
Felizmente temos excelentes publicações de
itinerários e manuais catequéticos que trazem todas as dimensões necessárias à
catequese, contidas em roteiros dinâmicos e bem elaborados. Resta usar com
inteligência e criatividade sem desprezar nenhuma das seis dimensões: Bíblica, Orante,
Litúrgica, Missionária, Comunitária e de conteúdos da fé.
Fiquemos atentos então para o que diz o item 233 do DNC:
"233. A catequese é um ato
essencialmente eclesial. Não é uma ação particular. A Igreja se edifica a
partir da pregação do Evangelho, da catequese e da liturgia, tendo como centro
a celebração da Eucaristia. A catequese é um processo formativo, sistemático,
progressivo e permanente de educação da fé. Promove a iniciação à vida
comunitária, à liturgia e ao compromisso pessoal e com o Evangelho. Mas
prossegue pela vida inteira, aprofundando essa opção e fazendo crescer no
conhecimento, na participação e na ação."
Não queira, portanto, que a criança "aprenda" tudo de uma vez.
Lembre-se que você a está "iniciando" na fé, junto com a iniciação
que a família e a comunidade também proporcionam. Devagar com o andor. O
sacramento nunca é o "fim", ele é um rito de passagem que marca
etapas vencidas e o começo de uma nova vida a cada uma das nossas crianças que,
fortalecidos, se tornarão os discípulos de amanhã.
Ângela
Rocha
Catequistas
em Formação
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