Natal
é a história de uma fecundação, de um feto, de um embrião que foi gerado,
cuidado, amado. Natal é festa de uma gravidez levada até o fim, mas que correu
o risco do aborto. A mulher que engravidava fora do casamento em Israel, deveria
ser apedrejada. Se os pais de Jesus não fossem pessoas de fé, teriam recorrido
ao aborto para salvar uma situação bem constrangedora.
Natal
é um parto, um nascimento, mais ainda, o aniversário de uma vida fecundada,
gerada e nascida. Todo o tempo do Advento, corresponde à expectativa da
criança, do nascituro da gravidez de Maria. Santo Agostinho diz que toda a
história humana está grávida de Jesus. Nossas almas e nossos corações estejam
grávidos da graça de Deus, sejam os novos úteros de Jesus, seus mais autênticos
presépios. O primeiro útero que nos gerou, é o seio da Trindade como dizem as
Escrituras: “Com amor eterno eu te amei”.
Natal
é deixar Jesus nascer nas áreas ainda feridas ou paganizadas de nossa
personalidade. Natal é nascer e renascer. Que a vida de Jesus possa tocar e
influenciar nossas existências. Podemos ser novas criaturas. Cristo nos dá um
novo ser.
No
Natal de Jesus, lembramos de todos os agentes da saúde: parteiras, médicos,
enfermagem, bombeiros, socorristas que ajudam as crianças nascer. As mães
grávidas e as parturientes, são “deusas de vida” e seus úteros são verdadeiros
altares e presépios da vida. Toda vida é dom de Deus. Ele é “amigo da vida”
(Sab 11,26).
Natal
é aniversário de Jesus. Cresçamos com Ele em estatura, sabedoria e graça. Sejam
nossas famílias ninhos da vida. A família é o “útero espiritual”, onde os
filhos crescem e amadurecem. Nós que defendemos em nossa legislação até os
“ovos da tartaruga” em defesa da ecologia, não esqueçamos da ecologia humana,
ou seja, da defesa do “ovo humano”, a origem da vida na fecundação.
Natal,
festa da vida, mostra a que a vida deve transmitida, gerada, nascida, cuidada e
consumada. Natal recorda a sublimidade da paternidade. Que os pais e mães
reaprendam a gerar filhos. A vida é beleza vamos admirá-la; é bem-aventurança,
vamos saboreá-la; é sonho, vamos concretizá-lo; é desafio, vamos enfrentá-lo; é
dever, vamos cumpri-lo; é tesouro, vamos cuidá-lo; é mistério, vamos
descobri-lo; é amor, vamos venerá-lo.
Neste
Natal, festa da vida, lembremos os Dez Mandamentos do Motorista, para que a
vida seja respeitada no trânsito. Lembremos que a doação de órgãos é um gesto
de nobreza e humanismo. Lembremos que a nossa genealogia está no coração de
Deus. Existimos porque somos amados.
“Sou amado, logo
existo”
(G. Marcel). A experiência mais intensa e profunda que podemos fazer é
saber e crer que somos amados. “Antes da
criação do mundo, Deus nos escolheu para sermos santos e íntegros, no amor”
(Ef 1,4).
A
vida é dom, maravilha e compromisso. É o bem primário e fundamental que se não
for respeitado leva à ruína todas as instituições. Sim, a vida obedece à lei da
vibração, da evolução e da harmonia. Tudo deriva de Deus, o Senhor da vida, que
tanto nos amou que nos fez a dádiva da vida de seu Filho, nascido em Belém. A
vida se manifestou. Apalpamos, tocamos a vida na pessoa de Jesus. Nasceu-nos um
Menino, é festa da vida.
O Natal mudou a vida de José e Maria. Eles queriam casar-se, ter filhos, já eram noivos. Agora irão viver como irmãos, casados no civil, na obediência da fé, sua vida é totalmente tomada por Deus. O Natal mudou a vida dos pastores. Eles eram gente de má fama e pobres. Foram os primeiros convidados para ir ver o menino, Pastor dos pastores. Igualmente o Natal mudou a vida dos magos. Deixaram a magia para seguir a luz verdadeira, Jesus de Nazaré. Por isso, voltaram por outro caminho.
O Natal mudou a vida de José e Maria. Eles queriam casar-se, ter filhos, já eram noivos. Agora irão viver como irmãos, casados no civil, na obediência da fé, sua vida é totalmente tomada por Deus. O Natal mudou a vida dos pastores. Eles eram gente de má fama e pobres. Foram os primeiros convidados para ir ver o menino, Pastor dos pastores. Igualmente o Natal mudou a vida dos magos. Deixaram a magia para seguir a luz verdadeira, Jesus de Nazaré. Por isso, voltaram por outro caminho.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo
de Aparecida - SP
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