O Conversão de São Paulo é comemorada dia 25 de
janeiro. Foi neste dia que Paulo de Tarso, um feroz perseguidor dos
primeiros cristãos, se tornou num seguidor de Jesus Cristo e num dos seus
grandes apóstolos. Paulo é considerado o principal responsável pela expansão do Cristianismo pelo mundo.
“Servi ao Senhor com toda humildade, com
lágrimas e no meio das provações que sofri por causa das ciladas que me fizeram. Nunca
deixei de anunciar...”.
(At. 20, 19-20)
O apóstolo Paulo sempre foi referência para todos
os cristãos, mais ainda para os catequistas. Sua conversão e sua vida de
pregações são exemplos que nos levam a amar a nossa missão. Como ele, também
somos discípulos, chamados a mais importante das missões: levar a Palavra do
Pai a toda criatura.
Algumas vezes, no entanto, esquecemos um pouco
nosso papel e nos deixamos levar pelas intrigas e mal-querenças existentes em
nosso meio. Preocupamos-nos muito com o que os outros “não” estão fazendo, a tal ponto que nos esquecemos do nosso dever maior: evangelizar as pessoas que estão ali, sob a nossa responsabilidade,
ávidas por palavras de encorajamento e pelo conhecimento da fé, sejam elas crianças, adolescentes, adultos. Parece-nos correto nos
incomodarmos com o que os pais “não fazem”,
o que o padre “não faz”, com o que a
coordenadora “não faz” e o com o que
os outros catequistas “não fazem”. E
eu? O que eu “não faço”? Uma coisa podemos
dizer: se estamos somente preocupados com isso, é porque não estamos fazendo
coisa alguma! E isso vale para qualquer missão dentro de uma comunidade.
Lembremos que Paulo não se incomodava com que
os outros discípulos “não estavam fazendo”. Ele simplesmente fazia! Era um exemplo a ser seguido por todos os que
caminhavam com ele. Exortava a todos, como pastores, a cuidar do rebanho do
Senhor. Nunca achou, em nenhuma de suas viagens, que estava cansado demais para
prosseguir. A vida dele foi repleta de realizações mesmo em seus piores
momentos. Quando não podia estar lá, junto de todos, ele escrevia cartas.
Palavras de encorajamento para não deixar que a chama da fé se apagasse. Ele
não tinha medo e conhecia seu destino, aceitava sem temor a missão que lhe fora
confiada.
Um trecho que nos anima a continuar a missão é, sem dúvida, a despedida de Paulo em Mileto (At 20m 17ss). São trechos
que nos emocionam, uma mensagem nos entregando uma missão: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho,
pois o Espírito Santo os constituiu guardiões, para apascentarem a Igreja de
Deus, que Ele adquiriu para si com o sangue do seu próprio Filho” (At. 20,
28). Será que somos capazes de cumpri-la? Ao dizer
tudo isso aos anciões ou presbíteros daquele tempo, Paulo estava nos dizendo da
importância da missão do catequista, do evangelizador, do BATIZADO! “Eu sei: depois da minha partida aparecerão lobos vorazes no meio de
vocês, e não terão pena do rebanho. E no meio de vocês mesmos surgirão alguns
falando coisas pervertidas, para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto,
fiquem vigiando e se lembrem que durante três anos, dia e noite, não parei de
admoestar com lágrimas a cada um de vocês” (At. 20, 29-31), com essas
palavras, ele nos alertava para o que aconteceria em nosso meio: intrigas,
disputas por atenção, vaidades, ciúme e egoísmo.
No serviço pastoral precisamos tomar muito cuidado. Estamos,
a todo o momento, sujeitos ao “aparecer” e nos mostrar à sociedade, esquecendo
um pouco as pessoas a quem ajudamos, nossos catequizandos, etc.; pensando mais no “eu” do que no “todos”. Esquecendo
que a evangelização não é um simples "serviço prestado" para concessão de sacramentos, e que catequese não é só para catequistas, porque ela é um aprendizado para a vida toda, é a iniciação do cristão na
Igreja, que precisa de continuidade além da infância e adolescência.
Então, façamos como Paulo, que não cobiçou
prata nem ouro e nem as vestes de ninguém: “Vocês
sabem que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário para mim e para
os que estavam comigo. Em tudo mostrei a vocês que é trabalhando assim que
devemos ajudar os fracos, recordando as palavras do próprio Senhor Jesus, que
disse: ’Há mais felicidade em dar do que em receber’.” (At. 20, 33-35).
Paulo nos entregou ao Senhor e à palavra de Sua
graça, que tem o poder de edificar e de nos dar a herança entre todos os santificados. Façamos bom uso dessa
herança e não a gastemos em vão.
Ângela Rocha
angprr@gmail.com
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