Ontem foi o “Dia dos Pais”. E assim como o “Dia das Mães”, estas datas são muito comemoradas – infelizmente mais por apelo comercial – e é prática comum da catequese das crianças fazer homenagens a eles e elas.
No entanto, no contexto social em que vivemos hoje em dia, comemorar estas datas nem sempre é fácil. Isso porque temos muitas crianças criadas só pela mãe, ou só pelo pai ou por nenhum dos dois, e temos aquelas que tem dois pais ou duas mães. As famílias de hoje já não são o retrato “perfeitinho” de outrora. E por perfeito não estou dizendo que o retrato “antigo” está certo. Certo, com certeza, são as famílias que, independente da sua constituição, são felizes. E não é nada fácil encontrar uma “família feliz” em sua completude.
Já não sou mais catequista de crianças desde 2018, mesmo assim me preocupa o que fazer na catequese com relação a estas datas apelativas. Mesmo sabendo do forte apelo consumista, não dá para esquecer de homenagear a família e aqueles que fazem parte dela. Mas, é preciso ter alguns cuidados com relação às crianças e adolescentes. As famílias desestruturadas deixam marcas que é difícil superar. Acredito que, antes de comemorar tais datas, é preciso conhecer os catequizandos e suas realidades familiares: pais separados, um dos pais falecido, crianças abandonadas pelos genitores, violência e abuso parental e por aí vai.
Ao iniciar com uma turma de catequese é dever do catequista conhecer a família. E isso pode ser feito de inúmeras formas, mas, certamente não será em uma “reuniões de pais”! Ninguém levanta a mão numa reunião e diz que sua família “tem problemas”...
Então, conhecer a família vai muito além. Começa por “conversar” com seus catequizandos e catequizandas, escutar os sentimentos e as palavras ditas nas entrelinhas das conversas. Depois, é sempre bom fazer uma “visita” às famílias. Desde que isso seja bem-vindo, claro. Nem sempre as famílias estão dispostas a conhecer e interagir com a catequista dos seu filho ou filha. Duro dizer isso, mas, é uma verdade muito constante. Muitas vezes passei um ano inteiro com uma criança, sem nunca ver a cara dos pais. E olha que sou meio “intrometida”. Entre as ações que busco ao iniciar a catequese com uma turma estão as seguintes atividades: manter contato sempre via WhatsApp ou outro aplicativo de mensagem com os pais; procuro visitar as famílias para conhecê-las e entender sua “dinâmica”; me disponho sempre a fazer um encontro em casa daquela família que desejar; sempre convido os pais para participar de encontros festivos e celebrações. Estas são algumas das ações que acredito, a (o) catequista deva tomar.
Por fim, eu penso que, muito mais do que se “apropriar” das festas do dia das mães ou dos pais, é bastante válido aproveitar o mês de agosto, onde celebramos a Semana da Família, oportunidade para se estreitar os laços com as famílias, sejam elas “perfeitas” ou constituídas pelo mais absoluto amor, que supera todas as dificuldades. Que tal um “Dia da Família” na catequese? Os detalhes? Deixo por conta da criatividade de vocês.
Ângela Rocha
Catequista – Graduada em Teologia pela PUCPR
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