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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

DIA DOS PAIS, DIA DAS MÃES

Ontem foi o “Dia dos Pais”. E assim como o “Dia das Mães”, estas datas são muito comemoradas – infelizmente mais por apelo comercial – e é prática comum da catequese das crianças fazer homenagens a eles e elas.

No entanto, no contexto social em que vivemos hoje em dia, comemorar estas datas nem sempre é fácil. Isso porque temos muitas crianças criadas só pela mãe, ou só pelo pai ou por nenhum dos dois, e temos aquelas que tem dois pais ou duas mães. As famílias de hoje já não são o retrato “perfeitinho” de outrora. E por perfeito não estou dizendo que o retrato “antigo” está certo. Certo, com certeza, são as famílias que, independente da sua constituição, são felizes. E não é nada fácil encontrar uma “família feliz” em sua completude.

Já não sou mais catequista de crianças desde 2018, mesmo assim me preocupa o que fazer na catequese com relação a estas datas apelativas. Mesmo sabendo do forte apelo consumista, não dá para esquecer de homenagear a família e aqueles que fazem parte dela. Mas, é preciso ter alguns cuidados com relação às crianças e adolescentes. As famílias desestruturadas deixam marcas que é difícil superar. Acredito que, antes de comemorar tais datas, é preciso conhecer os catequizandos e suas realidades familiares: pais separados, um dos pais falecido, crianças abandonadas pelos genitores, violência e abuso parental e por aí vai.

Ao iniciar com uma turma de catequese é dever do catequista conhecer a família. E isso pode ser feito de inúmeras formas, mas, certamente não será em uma “reuniões de pais”! Ninguém levanta a mão numa reunião e diz que sua família “tem problemas”...

Então, conhecer a família vai muito além. Começa por “conversar” com seus catequizandos e catequizandas, escutar os sentimentos e as palavras ditas nas entrelinhas das conversas. Depois, é sempre bom fazer uma “visita” às famílias. Desde que isso seja bem-vindo, claro. Nem sempre as famílias estão dispostas a conhecer e interagir com a catequista dos seu filho ou filha. Duro dizer isso, mas, é uma verdade muito constante. Muitas vezes passei um ano inteiro com uma criança, sem nunca ver a cara dos pais. E olha que sou meio “intrometida”. Entre as ações que busco ao iniciar a catequese com uma turma estão as seguintes atividades: manter contato sempre via WhatsApp ou outro aplicativo de mensagem com os pais; procuro visitar as famílias para conhecê-las e entender sua “dinâmica”; me disponho sempre a fazer um encontro em casa daquela família que desejar; sempre convido os pais para participar de encontros festivos e celebrações. Estas são algumas das ações que acredito, a (o) catequista deva tomar.

Por fim, eu penso que, muito mais do que se “apropriar” das festas do dia das mães ou dos pais, é bastante válido aproveitar o mês de agosto, onde celebramos a Semana da Família, oportunidade para se estreitar os laços com as famílias, sejam elas “perfeitas” ou constituídas pelo mais absoluto amor, que supera todas as dificuldades. Que tal um “Dia da Família” na catequese? Os detalhes? Deixo por conta da criatividade de vocês.

Ângela Rocha
Catequista – Graduada em Teologia pela PUCPR


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domingo, 5 de maio de 2019

JEITO DE AMAR...



Estive lendo um pequeno artigo que falava sobre o papel que o pai e a mãe têm na vida do filho. Essa questão foi suscitada porque um pai reclamou que é ele que rala para dar sustento à família e, no entanto, é à mulher que cabem todas as homenagens. Sobre essas questões, do papel que cabe à mulher e ao homem na família, uma outra leitora fez uma defesa apaixonada da mulher e do papel da mãe.

Segundo ela a mãe ama sem pensar nas questões financeiras da coisa. A mulher se emociona quando descobre a gravidez, o homem pensa em como vai pagar as despesas. A mãe conversa com o filho desde o ventre materno, já o pai, assiste televisão. A mãe larga tudo para ficar com o filho (Será?). A mãe se preocupa com o desenvolvimento do filho na escola, o pai em como vai pagar a escola. A mãe acompanha o filho renunciando a si mesma, já o pai... E como último conselho ela diz: “Se quer ser homenageado como mãe, ame como mãe”.

Bem, apesar dessa pessoa, que deve ser mãe, ter um pouco de razão, a questão foi um tanto generalizada. Os papéis desenvolvidos pelo homem e pela mulher na questão “família” vêm da nossa própria cultura. Desde os tempos primitivos, cabe ao homem sair à caça do alimento e à mulher cuidar da prole. Nada mais normal que ela faça isso com muito mais eficiência. No entanto, esta visão tira totalmente o sentimento que o homem possa ter como pai, que colaborou na concepção e que também tem a capacidade de amar o filho incondicionalmente, o que o relega a condição de simples colaborador financeiro. Isso é no mínimo injusto.

Existe também a questão de que a mulher reclama para si essa condição de supermãe, quando, além de trabalhar fora, cuida da organização da casa e dos filhos. De fato, algumas mulheres se desdobram nesta tarefa e muitas vezes, não tem a figura do pai para ajudá-la, nem no financeiro.

Mas existem pais que estão nas mesmas condições, que são pais e mães. Já vi muitos pais que colaboram nas tarefas de casa ou criam filhos sozinhos. Hoje a foto tradicional da família mudou muito. Já não é mais: Papai, Mamãe e filhinhos. Algumas estruturas familiares estão totalmente invertidas. Encontramos muito mais pais que são também mães, pais separados onde os filhos preferem morar com o pai, casais homo afetivos, etc.  Existem também muito mais avós responsáveis pelo sustento e educação das crianças. Sem contar que, com a mulher trabalhando fora, é a babá ou a creche que acaba “criando” os filhos. A mulher está se libertando daquela máxima de que só ela sabe cuidar bem dos filhos.

Enfim, não acredito que exista “jeito de amar” na questão família. Que o pai ama “diferente” da mãe, que a mãe ama mais, que amor de mãe é incondicional. O “amor” em sua concepção mais pura é incondicional por si mesmo. O que acontece é que existem maneiras diferentes de demonstrar esse amor. Talvez o que se deva fazer é libertar o homem da crença cultural de que demonstrar que ama "não é coisa de homem”. Felizmente, temos agora muitos homens que não se incomodam com isso e são incondicionalmente “mães” e pais no jeito de amar.

Ângela Rocha



sábado, 28 de abril de 2018

DIA DAS MÃES TÁ CHEGANDO!


 
Está chegando o DIA DAS MÃES! E como vamos comemorar?

Origem

Essa celebração teve origem na Grécia e Roma Antiga, ​ mais precisamente nas festas da primavera. Nestes eventos aconteciam os cultos de adoração às divindades que representavam as mães, como as Deusas Reia, mãe dos deuses, ou Cibele, a Deusa mãe romana.

Com o passar do tempo, essa celebração foi crescendo e adquirindo um lugar de destaque nas datas comemorativas, sendo festejada em quase todas as partes do mundo, em diferentes épocas. No século XVII, a Inglaterra surge como motivadora dos eventos e comemorações para as mães, celebrada no país, no quarto domingo da Quaresma e denominado de “MotheringDay”. A partir disso, os operários passaram a ter esse dia de folga com o intuito de visitarem suas mães.

Mais tarde, nos Estados Unidos, Anna Maria Jarvis (1864-1948), depois da morte de sua mãe, Ann Maria Reeves Jarvis, em 1905, que lhe causou imensa tristeza, ela fundou os “Mothers Days Works Clubs”, realizando campanhas em prol das mães trabalhadoras e espalhando mensagens da importância dessa figura na vida das pessoas fez crescer ainda mais a necessidade de demostrar a importância das mães nas sociedades as quais merecem carinho, compreensão, respeito, amor. A data foi oficializada nos Estados Unidos em 1914, pelo presidente Woodrow Wilson. Com isso, a data se popularizou pelo mundo sendo celebrada com troca de presentes, almoços familiares, surpresas para as mães, etc.

Para a idealizadora da data, Anna Jarvis, esse caráter comercial que acabou tornando essa celebração tornou-se uma grande tristeza. Isso porque transformou seu principal objetivo, ou seja, de estar com as mães e agradecer sua presença. Segundo ela: “Não criei o dia das mães para ter lucro”, frase que enfatiza sua indignação ante esse fenômeno comercial. Em muitos países, essa celebração é considerada uma das épocas de maior lucro e movimentação de consumidores, depois do Natal. Enfim, Jarvis que lutou para que esse dia, celebrado para homenagear todas as mães (vivas ou mortas), fosse feriado, com a popularização da data, lutou por sua eliminação.

Dia das Mães no Brasil

No Brasil, o Dia das Mães é comemorado no segundo domingo do mês de maio, tal qual nos Estados Unidos, Japão e Itália. A data foi implementada em 1932 no governo de Getúlio Vargas, embora já tenha sido comemorada desde 1918, por iniciativa da Associação Cristã de Moços, de Porto Alegre. Mais tarde, em 1947, o Arcebispo Dom Jaime de Barros Câmara, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica. No país, a data é muito popular e comemorada de diversas maneiras: desde eventos especiais, atividades escolares, dentre outras.

Dia das Mães na Catequese

E lembrem de antes de comemorar o Dia das mães na catequese, verificar se na turma alguém não tem mãe ou então tem Mãedrasta, Vómãe, Irmãe, Multimãe, Pãe e Mãemãe, duas mães... e procure não aderir muito ao fator "comercial" desta data. Muito mais que mês das mães, vale comemorar o mês da Mãe Maria, lembrando mais o "sentimento" do que o presente material.

Quem sabe, ao invés de planejar presentes, lembrancinhas, cartões, etc., fazer um "encontro" diferente convidando as diversas figuras de mãe para estar com os filhos um dia na catequese. Mostrem o dia do filho na catequese, visitem juntos o sacrário e rezem uns minutinhos por todas as mães do mundo, preparem um lanchinho, troquem um dedinho de prosa. Vamos retornar o espírito do Dia das Mães idealizado por Anna Maria.

FONTE: Internet diversas.




(Enfeite as bordas com cola gliter dourada ou prateada)

Ângela Rocha


Catequistas em Formação





quarta-feira, 4 de maio de 2016

PAPA FRANCISCO E O PAPEL DAS MÃES

Ser mãe é dar a vida; o melhor antídoto contra o individualismo!

Papa Francisco

“Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram” (Mt 2, 11). É a Mãe que, depois de tê-lo gerado, apresenta o Filho ao mundo. Ela nos dá Jesus, ela nos mostra Jesus, ela nos faz ver Jesus.

Continuamos com as catequeses sobre família e na família há a mãe. Cada pessoa humana deve a vida a uma mãe e quase sempre deve a ela muito da própria existência sucessiva, da formação humana e espiritual. A mãe, porém, mesmo sendo muito exaltada do ponto de vista simbólico – tantas poesias, tantas coisas belas se dizem poeticamente da mãe – é pouco escutada e pouco ajudada na vida cotidiana, pouco considerada no seu papel central da sociedade. Antes, muitas vezes se aproveita da disponibilidade das mães a sacrificar-se pelos filhos para “economizar” nas despesas sociais.

Acontece que, mesmo na comunidade cristã, a mãe nem sempre é valorizada, é pouco ouvida. No entanto, no centro da vida da Igreja está a Mãe de Jesus. Talvez as mães, prontas a tantos sacrifícios pelos próprios filhos, e não raro também por aqueles de outros, deveriam encontrar mais escuta. Precisaria compreender mais a luta cotidiana delas para serem eficientes no trabalho e atentas e afetuosas na família; precisaria entender melhor o que elas aspiram para exprimir os frutos melhores e autênticos da sua emancipação. Uma mãe com os filhos sempre tem problemas, sempre trabalho. Em me lembro de casa, éramos cinco filhos e enquanto um fazia uma coisa outro fazia outra, o outro pensava em fazer outra e a pobre mãe ia de um lado a outro, mas era feliz, Deu tanto a nós.

As mães são o antídoto mais forte para a propagação do individualismo egoísta. “Indivíduo” quer dizer “que não se pode dividir”. As mães, em vez disso, se “dividem” a partir de quando hospedam um filho para dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer. São essas, as mães, a odiar mais a guerra, que mata os seus filhos. Tantas vezes pensei naquelas mães quando recebem a carta: “Digo-lhe que o seu filho morreu em defesa da pátria…”. Pobres mulheres! Como uma mãe sofre! São essas a testemunhar a beleza da vida. O arcebispo Oscar Arnulfo Romero dizia que as mães vivem um “martírio materno”. Na homilia pelo funeral de um padre assassinato pelos esquadrões da morte, ele disse, repetindo o Concílio Vaticano II: “Todos devemos estar dispostos a morrer pela nossa fé, mesmo se o Senhor não nos concede esta honra… Dar a vida não significa somente ser morto; dar a vida, ter espírito de martírio, é dar no dever, no silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever; naquele silêncio da vida cotidiana; dar a vida pouco a pouco? Sim, como a dá uma mãe que, sem temor, com a simplicidade do martírio materno, concebe no seu seio um filho, dá à luz a ele, amamenta-o, fá-lo crescer e cuida dele com carinho. É dar a vida. É martírio”. Termino aqui a citação. Sim, ser mãe não significa somente colocar no mundo um filho, mas é também uma escolha de vida. O que escolhe uma mãe, qual é a escolha de vida de uma mãe? A escolha de vida de uma mãe é a escolha de dar a vida. E isto é grande, isto é belo.

Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, é inscrito no valor da fé na vida de um ser humano. É uma mensagem que as mães que acreditam sabem transmitir sem tantas explicações: estas chegarão depois, mas a semente da fé está naqueles primeiros, preciosíssimos momentos. Sem as mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo. E a Igreja é mãe, com tudo isso, é nossa mãe! Nós não somos órfãos, temos uma mãe! Nossa Senhora, a mãe Igreja e a nossa mãe. Não somos órfãos, somos filhos da Igreja, somos filhos de Nossa Senhora e somos filhos das nossas mães.

Queridas mães, obrigado, obrigado por aquilo que vocês são na família e por aquilo que dão à Igreja e ao mundo. E a ti, amada Igreja, obrigado por ser mãe. E a ti, Maria, mãe de Deus, obrigado por fazer-nos ver Jesus. E obrigado a todas as mães aqui presentes: saudamos vocês com um aplauso!

(Catequeses do Papa Francisco - 07/01/2015 - A FAMILIA - Papel das mães)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

A mulher/mãe e as mudanças na sociedade

O texto abaixo é um pouco longo, mas, acredito que a leitura atenta dele vale a pena. É uma reflexão bem séria sobre o papel da mulher/mãe na sociedade. E no quanto a mudança desse papel tem refletido no comportamento e nas ações dessa sociedade. Percebo isso na catequese. No quanto a "terceirização" da maternidade tem determinado o comportamento completamente alheio às coisas de Deus, em algumas crianças e jovens. Já não existe mais ternura, afeto, valorização do outro. É tudo tão mecânico, desinteressado...


Um pouco mais de ternura... e respeito!

* Sueli Caramello Uliano

Grande e internacional é a mulher do oito de março; poética e carinhosamente ovacionada, a do segundo domingo de maio. Duro mesmo é brilharem as duas em uma só estrela, no miúdo dia-a-dia. Mulher e mãe parecem constituir realidades inconciliáveis. Pior: conflitantes. Grave conflito este que opõe realidades profundamente associadas na dimensão da pessoa-mulher. E uma vez que se perdeu a noção da pessoa integral, talvez se tenha criado um dos maiores obstáculos para obter, com o movimento feminista, autênticas conquistas. 

Um dos motivos dessa dissociação e conflito deveu-se ao fato de o feminismo, tal como o conhecemos no fim do século XX, ter situado fora do lar as possibilidades de verdadeira realização da mulher. Mas, se não há dúvida de que querer espaço para estudar e trabalhar é reivindicação justa, nada justifica o patrulhamento ideológico que visou a convencer a mulher de que dedicar-se a filhos seria abortar a sua vida profissional.

Com reiterada insistência investiu-se contra os anseios de maternidade, como se no exercício da função materna não pudesse existir uma profissional, e de altíssimo gabarito! Assim como se os específicos valores de ternura, delicadeza e sensibilidade da mulher-mãe não devessem ser exercitados num trabalho profissional fora do lar. Provocou-se, com essas manipulações, um claro e feroz reducionismo, dirigido a limitar a mulher enquanto mulher. Afinal, se para afirmar-se, ela pretende apenas imitar o homem, o que na verdade está latente é uma revolta contra o modo de ser feminino, um verdadeiro complexo de inferioridade, uma inveja injustificável em face do sexo oposto... Ora, não precisamos de heroínas feministas para, simplesmente, assumir papéis masculinos. Isso é caricatura de mulher.

Não é difícil, no entanto, compreender por que a maternidade passou a carecer de respaldo popular, nestes tempos de aversão ao esforço e sacrifício. Não há naturezas especiais. Quem julga que há mulheres que se levantam à noite para atender aos pequenos e durante o dia não têm sono se engana. Da mesma forma, nunca será fácil abrir mão de gostos pessoais para dedicar mais tempo aos filhos e ao marido. E todas sentem uma rejeição natural em levantar-se da mesa para atender ao chamado do caçula: "Mãe, vem me limpar!" O que existe é um esforço de superação porque se quer o bem dos filhos mais do que o próprio bem. O que é, aliás, pressuposto para exercer a autoridade sem despotismo no lar, e exercício de domínio interior para exercê-la, também, em circunstâncias profissionais variadas. 

Por outro lado, se a executiva da grande empresa não consegue sucesso no lar, corre o risco de estar revelando aqui, no miúdo dia-a-dia, a incompetência para a função que exerce lá. E mesmo que as aparências enganem, em vista da compensação financeira que cega, impossível evitar a frustração decorrente de sentir-se mancando, porque a pessoa é una, apesar das funções diferentes que exerce. Em outras palavras, quem está falhando não é a grande executiva na tarefa de ser esposa e mãe, mas a pessoa-mulher, no conjunto das suas atribuições. Eis que se identifica aqui o velho vício: o ser feminino, na ânsia por afirmar-se, o faz assumindo os erros de comportamento masculino. Quantos grandes executivos não foram acusados pela sua mulher como omissos na educação dos filhos e indiferentes à ternura solicitada por ela? 

Integridade, portanto, é o ponto de partida. Com um evidente agravante, no entanto: é no lar que a figura da mulher, como esposa e mãe, torna-se insubstituível. Como são, aliás, insubstituíveis, os filhos e o marido! Não é uma questão de favores, mas de carinho! É na família, quando se procura agir com retidão, que se vai descobrindo que a grande expectativa de felicidade do coração humano não se preenche com o que obtemos dos outros, mas, justamente, com o que nos esforçamos por dar-lhes. E na mulher, especialmente, pela sensibilidade que preside seu modo de ser, a felicidade está ancorada no dom sincero de si mesma. Opções que desrespeitem esse pressuposto instalam um conflito íntimo constante e acabam constituindo um obstáculo para a felicidade. Logicamente, todos devemos poder optar, mas... há opções equivocadas! 

E as opções equivocadas tornam-se mais freqüentes quando se permite a manipulação, o tal patrulhamento a que nos referimos acima. Dividida nas suas aspirações mais profundas, a mulher viu-se insegura e temerosa diante da própria fertilidade, que a impediria de ascender profissionalmente. E não houve feminismo honrado que a defendesse dessa violência e influenciasse a opinião pública e pressionasse as empresas para que a mulher tivesse meios de conciliar a vida profissional e a vida familiar.

Paradoxalmente - ou talvez nem haja paradoxo porque em ambos os casos a ênfase está no desrespeito à vida - manipularam-se ao extremo as ânsias de maternidade, e, como fazendo um favor para as que caíram na mediocridade de querer filhos, desenvolveram-se técnicas de fertilização com requintes macabros. Ninguém desconhece os casos em que se procede a uma múltipla concepção para garantir ao menos um filho e depois providenciasse a redução da gravidez. Redução da gravidez: um eufemismo a mais na lista dos que se referem ao aborto. Penso nos casais submetidos ao conflito de fazer a "escolha de Sofia". Lembram-se do filme de Alan J. Pakula? Sofia, uma imigrante polonesa vivida por Meryl Streep, é obrigada por um oficial nazista a escolher qual de seus dois filhos sobreviverá. Fica com o menino e vê a menina, que grita desesperadamente, ser levada para nunca mais voltar... Jamais Sofia se livrará dessa lembrança. Há também as possibilidades de produção independente, sem valores de família, sem aconchego de verdadeiro lar, acintosa brincadeira com a vida. Como não se percebe que os filhos estão sendo usados como mercadoria para construir a própria felicidade, depois de terem sido evitados ao longo de anos, de décadas? Os estragos psicológicos diagnosticados nesses frutos das clínicas de fertilização que agora chegam à adolescência falam por si.

Mal compreendida a essência da mulher... mal compreendida a essência materna. Se fosse diferente...! Se a nossa época pudesse voltar a se inclinar sobre as mulheres para aprender delas os verdadeiros valores da maternidade..., penso que não haveria tanta violência nos lares, nas ruas, no lazer, nos meios de comunicação! Haveria, com certeza, sentimento de entrega, de doação desinteressada... Haveria ternura! Até que ponto as dores da humanidade não são decorrentes da ausência das mães nos lares? Ou até que ponto os traumas da civilização pós-moderna não decorrem da manipulação da sensibilidade feminina, ultrajando-a na sua peculiar e exclusiva capacidade de acolher a vida? 

* Sueli Caramello Uliano, mãe de familia, pedagoga, Mestra em Letras pela Universidade de São Paulo, Presidente do Conselho da ONG Família Viva, Colunista do Portal da Família e consultora para assuntos de adolescência e educação. É autora do livro Por um Novo Feminismo pela QUADRANTE, Sociedade de Publicações Culturais.