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domingo, 15 de janeiro de 2023

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: É PRECISO ATRAVESSAR AS ÁGUAS


 

SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM: João 1, 29-34

O Evangelho deste segundo domingo da Epifania nos fala sobre o anúncio de João e a confiança. Ao ver Jesus, João Batista exultou “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Acompanha esta leitura o texto de Isaías 49,1-7, em que Deus fala a seu povo, pessoas pobres e escravizadas, que ainda havia esperança. Vamos dividir nossa reflexão em duas partes, a primeira para pensarmos sobre o texto de Isaías e a segunda para refletirmos sobre o Evangelho.

Temos uma visão bastante equivocada sobre o termo “hebreu”. Não é raro pensarmos que se trata de um povo ou uma raça, mas, na verdade, é bem mais que isso. Na idade antiga os povos construíam suas cidades próximas às águas, é essa característica que marcou a formação das populações da Mesopotâmia, que significa justamente isso, terra entre rios. Nesta região se desenvolveram babilônicos, assírios, sumérios e muitas outras civilizações. Como esta porção de terra em que se formaram estava cercada de rios, aquelas mais empobrecidas, que não tinham terras dentro deste espaço, precisavam cruzar os rios, se afastar das cidades e buscar algo além, em terras desertas. Toda a pessoa que precisava ir tentar a vida em outro lugar, independente de qual povo pertencesse, era chamada de hebreia, ou seja, aquela que atravessa o rio. Longe de suas casas, não raramente, eram escravizadas e exploradas, sofrendo todo tipo de violência.  São estas pessoas as  quais Isaías se refere como “almas desprezadas, abominadas pelas nações, servas dos que dominam” (Is 49,7) que Deus promete “cobrir com sua sombra (…) guardar como flecha em sua caixa (Is 49,2).

O Evangelho retorna ao lugar das águas, é preciso cruzar o rio, agora o Jordão, para encontrar o povo de Deus. Por meio da travessia pelas águas a pessoa batizada se propõe a ir de encontro das miseráveis, que sem alimento e lugar para viver, perderam seus nomes, chamadas apenas de “hebreias”, mas Deus não esqueceu delas, e na pessoa de Jesus, cruzou também o rio para encontrá-las. Certamente as pessoas que optaram por seguir João Batista, que não tinha casa nem alimento, eram aquelas que nesta vida não tinham mais esperança, largaram tudo para esperar em Deus. Ao verem o Messias, diferente dos sacerdotes e poderosos que o ignoraram, estas pessoas o seguiram, e Ele l as  levou para a sua morada (Jo 1,37-39).

Para concluir, podemos pensar que Deus não está nos lugares seguros, como Mãe Amorosa, a Divindade está onde seus filhos precisam d’Ela, e para encontrá-la é preciso atravessar esta faixa que nos separa das mais necessitadas. O pecado do mundo, que o Cordeiro veio para tirar, pode ser entendido como a exclusão. Nós nos obrigamos a olhar para as pessoas necessitadas porque Deus, que andou entre nós, não ficou no Palácio de Herodes, mas desceu até a multidão de pessoas empobrecidas que acompanhavam João Batista. Deus está conosco nos momentos mais difíceis, é preciso confiar e segui-lo, para encontrarmos também aquelas que carecem de nós.

Texto: Ruan Isnardi

Fonte: cebi.org.br

 

sábado, 15 de janeiro de 2022




 REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: O REINO DE DEUS É UMA FESTA DE CASAMENTO!

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Jo 2, 1-11

Que sinais e personagens uma festa de casamento pode nos apresentar? Aliança, festa, proximidade, amor recíproco… convidados, garçons, noivos… é assim que o tempo comum, ou melhor, o tempo do discipulado e da missão recomeça nas comunidades, com a narrativa de uma festa de casamento.

O texto nos avisa que este é o princípio dos sinais de Jesus e que por eles seus discípulos creram. Há uma esperança de que nós, cotidianamente, engrossemos o coro desses crentes.

O Reino de Deus é a grande festa! A aliança que em Jesus é reestabelecida. Mas sem reciprocidade, não há festa, não há amor. O cenário da festa é Israel, lugar onde o amor a deus tem virado artigo de luxo.  O Povo sofre com a corrupção dos governantes, a distância de seus sacerdotes e a miséria que assola a vida das pessoas.  Não há vinho que não seque, não há alegria que não se esvaia.

Mas voltemos pra cena: uma festa de casamento, Maria já está na festa, aqui ela não é a personagem Maria, mas a representação do povo de Israel, Jesus chega à festa com seus amigos. Logo mais, a mãe anuncia uma lástima: Não tem mais vinho! A festa fica em suspenso. Qualquer festa é interrompida se a alegria não está mais no recinto. Todos e todas nos temos convivido com a suspensão das festas mais animadas que vivenciamos, uma vez que não estamos em tempo de relaxar com a dor de muita gente e com os cuidados que ainda devemos tomar.  O que segue no evangelho nós conhecemos. Jesus é apressado a realizar aquele sinal, os funcionários da festa escutam e executam suas ordens e de novo a festa possui vinho.

Por mais que queiramos buscar outros sentidos para este episódio da vida de Jesus, precisamos recordar essa boa nova: Jesus resgata a aliança com seu povo através da solidariedade. Não adianta ouvir o apelo apenas, é preciso agir. A festa corre risco de terminar numa humilhação completa. A solidariedade gera festa! Gera Alegria! Gera reciprocidade e aliança!

O mestre sala nem dá conta que o vinho faltou. Mas não era obrigação dele? Quantos por aí se arvoram a ser mestre sala nas comunidades sem perceber a realidade em volta? Cuidam do cerimonial mas não conseguem perceber que seu povo já não tem vinho a muito tempo… Quatas comunidades de fé pararam pra perceber que a festa de casamento só poderia recomeçar após o serviço e ação solidária? È verdade que vimos muitos grupos agindo, mas infelizmente, também assistimos a inércia de muitas Igrejas e comunidades no momento em que mais deveria agir: Eles não tem mais vinho!

Diante disso Jesus age junto aos garçons da festa, os que estavam servindo. A aliança é feita através da cena narrada: O povo constata que não tem mais vinho, Jesus se solidariza e a festa retoma com aqueles que servem. A Aliança é diaconal, ou seja, no serviço baseado nas palavras de Jesus. Os serviçais escutaram as ordens de Jesus.

Alguém continua perdido: o mestre sala. A ponto de se voltar para o Noivo e cumprimentá-lo por guardar o vinho melhor para o final. O noivo, ou melhor, aquele que nos convida a uma nova aliança, é o próprio Deus e ele nos oferece o melhor, seu filho Jesus. Ao contrário de tanta carranquice e murmúrio de tanta gente que prega uma fé tristonha, nosso Deus faz festa e aumenta a dose de vinho toda vez que sente que podemos ser seus diáconos e diaconisas para o Reino. Nas bodas, mais vinho, com o filho pródigo, festa larga, com a moeda encontrada, euforia com as vizinhas e amigas, Com Zaqueu, jantar e conversão… festa, festa, festa.

As bodas de Caná é um convite a ouvirmos mais uma vez a voz de Jesus e, junto com Ele, sermos solidários em um mundo ainda arrasado pela pandemia, assumindo o serviço que restaura a aliança de Deus com seu povo, a criação, o planeta. Me recorda a canção “Viramundo” de Gilberto Gil, onde se pode bradar a plenos pulmões: Ainda viro esse mundo em festa, trabalho e pão.  O evangelho em faz pensar que essa frase poderia ser gritada pelo próprio Deus. Está na hora de resgatar a aliança, minha gente! Tá na hora da revolução da Boa Nova! É hora de virar esse mundo em festa, trabalho e pão!

 O Reino de Deus é uma festa de casamento!

Texto de Valmir Assis

Fonte: cebi.org.br