CONHEÇA!

Mostrando postagens com marcador Catequese com Adultos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Catequese com Adultos. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 21 de novembro de 2023

CATEQUESE COM ADULTOS (CATECUMENATO)

 

Imagem: Ângela Rocha

Vamos navegar por águas mais profundas! Nada de ficar no raso!

Eu observo que há até, uma certa "disputa" entre coordenadores de catequese infantil e de adultos em algumas paróquias. E as pastorais caminham completamente separadas!

Em muitos lugares (mais do que deveria!), algumas lideranças acham que a catequese de adultos não é para os catequistas! Que estes só sabem lidar com criança!

E colocam agentes de diversas pastorais para ler o Catecismo da Igreja Católica  e pronto!

Gente, "restaure-se o Catecumenato de Adultos" é uma exigência da Igreja desde o Concílio Vaticano II!

Catequese se faz diferente! É preciso alertar o pároco sobre a catequese de adultos. É exigência da Igreja que se faça o Catecumenato (SC 14). No entanto, se a (Arqui)Diocese de vocês não orientar, as coisas não mudam.


Ângela Rocha





quinta-feira, 8 de julho de 2021

COM ADULTOS, CATEQUESE ADULTA

Imagem: Catequese

Conversando sobre a catequese de jovens e adultos, vi o quanto somos carentes do "COMO" fazer as coisas. Temos inúmeros livros, muita teoria, mas nenhuma prática efetiva relatada que possa nos ser de alguma utilidade como guia. Uma ou outra coisa a gente pode aproveitar. 

O Estudo 84 da CNBB é algo para se olhar com carinho. Fala da SEGUNDA SEMANA BRASILEIRA DE CATEQUESE, cujo tema é Com adultos, catequese adulta. Lá encontramos textos interessantes, como, por exemplo, o da Ir. Mary Donzelini, que fala sobre o catequista da catequese com adultos. Também tem outro texto sobre a metodologia da catequese com adultos, esse de Ir. Marlene Bertoldi. Mas, já vou adiantando, muita teoria, pouca prática.

A catequese com adultos em nossa Igreja carece ainda, de muita atenção. Normalmente ela só atende aqueles que a procuram. Não existe um trabalho “missionário” de fato. Eu mesma, tive pouco contato com a  catequese de adultos nestes 15 anos de catequista. Talvez se considerarmos os encontros de pais (que deveria ser encarado como catequese de adultos), posso até dizer que sei algumas coisinhas, de resto...

Há alguns anos atrás, o padre da minha paróquia me pediu para fazer catequese com um rapaz de outra religião que ia se casar com uma moça católica. Claro que a primeira intenção do rapaz era receber os sacramentos da iniciação, eucaristia e crisma, para poder se casar na Igreja católica. Em princípio pensei no que poderia fazer. Enfiar a doutrina católica goela abaixo dele? Ensinar a ele o que significa os sacramentos na nossa Igreja? Porque, normalmente, é isso que se faz com os adultos. E procurei os livros e manuais utilizados pelo pessoal da catequese com adultos, que na verdade,  não tinha qualquer ligação com a catequese de crianças da paróquia. Era um “departamento” diferente. E lá me indicaram o “Água Viva”, que nada mais é do que um “catecismo popular” e o “Creio”, ambos excessivamente doutrinários.

Então resolvi começar "aprendendo" com ele. Afinal, ele tinha uma religião, cresceu nele e devia saber alguma coisa. Nossos primeiros encontros na verdade eram longas "conversas". Sobre o que ele tinha de religiosidade na vida dele, sobre ele "crer" em Deus, sobre o que ele pensava sobre estar se tornando católico, como foram as instruções religiosas que ele recebeu, enfim... Ele até me presenteou com o Catecismo Menor, de Martinho Lutero, que recebeu quando criança.

E nessas conversas fui "entremeando" algumas coisas que se espera de um católico: a devoção aos santos, a devoção mariana, a compreensão do porquê da tradição e do magistério. Mas, sobretudo, a crença em JESUS, a presença de Deus na nossa vida e na vida da família que ele ia constituir. E isso eu percebi que ele tinha. Tanto é que me deu um testemunho muito interessante.

Perguntei porque ele ia mudar de religião e não a sua noiva. Afinal estamos no século XXI, cujos direitos são iguais para os gêneros (?). Ele me disse o seguinte: que estava fazendo isso por ela, porque era o sonho dela o casamento na igreja, o vestido branco, a cerimônia, a família, a festa, enfim tudo que a tradição católica manda. Mas, pensava também que, futuramente, quem ia dar a primeira formação religiosa aos filhos deles, seria ela, a esposa, a mãe, que é quem participa mais e quem está mais presente na educação dos filhos. E que pensava que não deveria dividir a cabeça dos filhos, e assim, queria saber afinal o que nossa religião tinha de “tão” bom.

Mas esse é um caso especial, de uma pessoa que queria ser católico e já tinha vivência cristã. O nosso maior problema é que encontramos muitos catequizandos que nem sequer foram convertidos ao cristianismo ainda. Mas eles nos procuram. Procuram porque tem "sede" de alguma coisa. Não vamos, nunca, evangelizar alguém "na marra". Não conseguimos com as crianças! Que dirá com adultos!

Penso que o primeiro passo é saber qual é a “sede” das pessoa, e saciá-la. É preciso conhecer as pessoas, suas realidades, seus anseios. O que elas querem afinal? Algumas pessoas querem mesmo saber de doutrina, outras precisam ter a experiência de encontrar Jesus. Algumas estão afastadas da religião porque tem uma ideia completamente equivocada do catolicismo. Veem a nossa religião como uma coisa cheia de "normas" e leis, veem nossa liturgia como uma "repetição" sem fim e a nossa Igreja como dogmática demais.  Mas, dê a elas as "razões" da sua fé, dê a elas a paz de uma oração, dê a elas a mistagogia eucarística. Mexa com os sentimentos mais profundos, mexa com a FÉ interior dessa pessoa, ela tem. Isso com certeza mudará a “cara” da nossa catequese. Penso que aí está o sucesso da catequese de adultos, muito mais que em livros e manuais. 

Os parágrafos acima eu escrevi em 2008. Estava ainda “engatinhando” como catequista. Hoje estou bem mais velha, mais madura... não sei se mais sábia. Eu tento! E estou enfrentando pela primeira vez, o Catecumenato de Adultos (é assim que se chama em 2021) na prática. Tem sido uma grande experiência. Um enriquecimento muito grande para minha fé. Bem diferente de tratar com crianças. Bem... um pouco. Alguns adultos, ainda não tem maturidade suficiente para entender o que é “conversão”. Eu diria que estão “no raso”. A profundidade da fé assusta um pouco. Mas, é uma etapa interessante na vida de um catequista. Eu diria até que, sem enfrentar um adulto, uma pessoa que já tem uma caminhada de vida, experiências religiosas – ou nenhuma experiência – é um bocado diferente de tratar com crianças e adolescentes. Recomendo. 



Ângela Rocha
angprr@gmail.com.br



terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

CATECUMENATO DE ADULTOS


SÉRIE: Catequese com Adultos

Atualmente, a Igreja oferece duas diferentes lógicas de iniciação: de um lado o Batismo de crianças, que se adequa em uma sociedade cristã, e de outro se supõe famílias organizadas que o complementam com a educação da fé. Ao lado do Batismo de crianças, a Igreja contempla a iniciação de adultos com uma metodologia que segue a lógica da conversão da fé própria dos primeiros séculos do cristianismo, que recupera o catecumenato. Este foi restaurado pelo Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA), em 1972.

O sucesso de conversões rápidas que desencadeiam uma participação mais numerosa, às vezes barulhenta, não significa, necessariamente, uma evangelização consistente. Em alguns lugares chegam a dizer que vale mais uma aceitação rápida, após uma catequese superficial para o Batismo, do que um processo demorado! O catecumenato vai na contramão destas motivações.

A proposta catecumenal não é uma oferta superficial, mas se direciona por um caminho de transformação na fé em Jesus Cristo, de conhecimento e acolhida de seu Evangelho, de ser introduzido na vida da comunidade cristã. Acaba sendo uma vivência de fé que integra visceralmente as crenças e os valores fundamentais da pessoa. Por isso, não é sumário organizar um grupo de adultos e, menos ainda, ter apenas a motivação da recepção sacramental.

Por outro lado, o catecumenato de adultos não é algo tão especializado, capaz de retrair a comunidade, impedindo-a de responder a esta necessidade. Sensibilizar as pessoas para perceberem a hora de Deus em suas vidas é divino. Ajudá-las a dar o passo seguinte de predisporem-se a acolher a novidade do Espírito em sua rotina, com uma motivação honesta e abrangente do que implica pôr-se a caminho com o Senhor, significa iniciar um diálogo honesto que evitará a evasão do grupo logo nos seus inícios.

A importância do catecumenato dos adultos se impõe pela urgência dos tempos de hoje. Muitos pais que procuram o Batismo, ou a catequese de Eucaristia ou de Crisma para seus filhos, sentem a necessidade de ser evangelizados e completar a própria iniciação. Por isso, muitos párocos se dão conta de priorizar a catequese com adultos e entender o catecumenato dos adultos como uma modalidade complementar e necessária da catequese por etapas. Não se prendem à mentalidade de que a catequese seja coisa só de criança, pois muitos adultos buscam um sentido mais pleno para suas vidas e encontram na fé em Jesus Cristo um recomeço.

O traço mais potente de sua pedagogia é a resposta de fé dada pelo adulto após um tempo de amadurecimento e conversão. Após percorrer cada etapa planejada, a resposta de fé é gerada pela progressividade da catequese ritmada pelas celebrações de passagem. Este processo culmina na celebração unitária dos três sacramentos na noite pascal e se prolonga na mistagogia, como treinamento de vida comum dada pela experiência dos sacramentos celebrados.

Dá-se um grande envolvimento tanto da comunidade na formação de seus novos membros, particularmente durante as celebrações que acontecem durante todo o processo, quanto desses novos membros na aproximação na vida da comunidade e na sua atuação pastoral. Por isso, é necessário que os catequistas estejam engajados na comunidade e testemunhem uma vida de fé e oração, centrada na Palavra e na Eucaristia, cumprindo seu testemunho cristão na sociedade.

Formar um grupo de catecumenato de adultos em vista da iniciação cristã torna-se uma tarefa cuidadosa, ao considerar a necessidade de catequistas preparados adequadamente para o diálogo entre fé e vida, capacitados culturalmente, tolerantes e com tempo disponível para dedicar a este ministério. A partir do diálogo, da escuta, que se pode desenvolver uma adequada catequese com adultos. Exige-se também da própria Igreja uma mentalidade de abertura e diálogo com a mulher e o homem modernos, que são críticos e, justamente por isso, muitas vezes se acham afastados da Igreja.

Necessariamente, as paróquias que optarem pela integração catecumenal na catequese com adultos e nas demais formas de catequese terão que investir na formação de seus agentes catequistas e conscientizar a comunidade para a mudança na forma de conceber a iniciação cristã. Sem perceber a novidade que a inspiração catecumenal agrega na evangelização paroquial, dificilmente essa catequese conseguirá produzir os efeitos esperados.

Antonio Francisco Lelo
NUCAP – Núcleo de Catequese Paulinas.


“Olá, sou o Padre Antonio Francisco Lelo.
Quero apresentar-me a vocês como um irmão que gosta de anunciar e de celebrar o mistério de nossa fé em Cristo. Aos 27 anos fui ordenado padre nos anos 80, no auge da teologia da libertação, que respondia ao clamor de uma Igreja pobre voltada para as periferias. Desde esta época, sempre atuei como educador da fé, seja na periferia da zona leste paulistana ou com os adolescentes marginalizados da cidade de Campinas-SP, seja como escritor ou assessor.
Junto com o trabalho com os pobres, fui me especializando nas áreas de pedagogia e de ciência litúrgica. Sempre foi a minha paixão compreender mais profundamente o que envolvia a celebração do mistério de Cristo. Iniciei minha especialização no antigo Instituto de Liturgia ligado à Faculdade N. Senhora Assunção (hoje PUC-SP) e segui para Salamanca - Espanha, onde estudei a adaptação do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos. Comecei a lecionar sobre os sacramentos. Passado algum tempo, cursei o doutorado em iniciação cristã na Faculdade de Teologia da Catalunha.
Aqui coincidiram dois fatores que modificaram minha vida. A partir de 2004, começou no Brasil uma reflexão que fez caminho: a iniciação cristã com inspiração catecumenal, e também houve o convite da Paulinas Editora para cuidar da editoria de catequese e liturgia. Desta forma, desde 2005, me dedico integralmente ao campo editorial da catequese e da liturgia. Este trabalho me possibilita assessorar grupos, dioceses e regionais em todo Brasil e também produzir, com certo pioneirismo, a tão sonhada catequese com inspiração catecumenal. Uma catequese e liturgia mais brasileira, refletida a partir de nossa vivência de fé, do nosso jeito de ser e de nosso meio cultural e geográfico é o que procuro fazer”.