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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

DEZ MANEIRAS DE SE PERDER UM CATEQUISTA


Na esmagadora maioria das nossas paróquias faltam catequistas. Mas, os bons párocos e coordenadores de catequistas não perdem tempo se lamentando. Vão à luta, empenham-se em convidar e em formar novos catequistas. Mas, às vezes, comete-se erros imperdoáveis. E os novos catequistas, tão arduamente recrutados desaparecem de vista. Este artigo pretende ser um alerta para evitar erros muito comuns na coordenação da catequese.

1. Perder a pessoa no anonimato

Fazemos um grande esforço para encontrar novos catequistas ou candidatos a catequistas. Fazemos convites pessoais. Pedimos aos outros catequistas que lancem a rede a outros. Fazemos apelos ao final da missa.

Como resultado de todos estes esforços, a Maria, de 37 anos, resolveu aceitar o desafio. Ela gosta de crianças, tem os filhos na catequese, sente que pode ser mais ativa como cristã, apoiando a catequese. Com muita fé, algum receio e bastante entusiasmo, assinou o nome dela na folha que estava na secretaria da catequese. Deixou todos os contatos: telefone de casa, celular, e-mail... E passa-se uma semana, outra semana... e ninguém entra em contato com ela. Depois de três semanas ela recebe um e-mail vindo da coordenadora da catequese. Mas, ao lê-lo, a Maria percebe que aquilo é um texto enviado a todos os que deram o nome. Um texto igual para todos. A Maria decide apagar o e-mail. Este tratamento impessoal, massificado, deixa-a decepcionada. Empenhar-se pela evangelização deveria ser outra coisa. Se for para isso, para receber uma comunicação fria como uma carta das finanças, então a Maria não está interessada.

Para mudar: Não deixe passar mais de 48 horas depois de alguém responder a um apelo ou se oferecer para algum serviço. Promova o contato e de forma pessoal. Só é aceitável usar o e-mail, para dizer que dentro de pouco tempo você vai telefonar ou ter um encontro face a face com a pessoa que se ofereceu como catequista. Promova um encontro onde se possa falar sobre quais são as necessidades da paróquia, quais os interesses e motivações da pessoa. Procure responder corretamente a todas as questões que eles possam ter sobre o serviço que vão assumir. As pessoas apreciam a atenção pessoal do responsável da catequese.

2. Ajude-me, por favor!

Nada é pior do que convidar alguém para a catequese como um favor a você. É claro que a pessoa não vai querer te deixar mal, se você a convida para ser catequista como um favor pessoal. Mas os teus amigos vão realizar esse serviço como uma obrigação para com você. Dimensões como o sentido de Igreja, a vocação do catequista, vão ficar na sombra. O seu serviço vai ser insatisfatório porque a motivação original está equivocada.

Para mudar: Se você tem amigos ou conhecidos que tenham desejo de servir à Igreja como catequistas, já tem uma vantagem no recrutamento: o ponto de partida é a relação já estabelecida com eles. Você não precisa começar do zero. Mas, também não pode partir da noção que, como você gosta de ser catequista, todos os seus amigos vão gostar também. Peça a todos os potenciais interessados (independentemente da relação que tenha com eles) que preencham uma lista de interesses e dons/talentos. Ajude-os a clarificar as motivações mais profundas. Tente harmonizar as necessidades da catequese com os interesses que há do lado da oferta. E não se esqueça de encaminhar, para outros serviços da paróquia, aqueles que desejam empenhar-se mais ativamente, mas que não têm vontade/motivação/talento para a catequese.

3. Atirá-los às feras

Um candidato a catequista ofereceu-se (ou foi convidado); falou com o coordenador de catequese e com o pároco. Você precisa desesperadamente de alguém para o último ano da crisma. São um grupo de selvagens irrequietos com péssima fama entre os catequistas. Quem tem experiência há anos, se esquiva de ficar com esse grupo. Você pensa com os teus botões: Aí está este novo catequista. Está cheio de entusiasmo. Traz novas ideias... nem pensa duas vezes. Entrega-lhe a pasta com as fichas deles, dá-lhe o planejamento e o manual, explica-lhe como se faz para pedir os DVDS à sala de apoio... Mas, dois dias depois do primeiro encontro de catequese, o novo catequista vem falar com você e te devolve a “papelada”, tudo embrulhado num sorriso simpático: “Obrigado pelo convite, mas, acho que não era bem isto que eu queria”. E aí vai ele. E nunca mais você o verá na catequese.

Para mudar: Quando surge algum novo candidato a catequista, faça com que ele tenha contato com os vários serviços da catequese: as várias idades, as várias tarefas. Sempre acompanhado por um catequista mais experiente e bem formado. Quem se oferece para fazer catequese pode ainda não ter ideias muito claras sobre o que gosta de fazer, o que é capaz de fazer. Você e a sua paróquia podem estar muito necessitados de “operários para a messe”, mas, o novo catequista merece todo o respeito. Não pode ser tratado como “bala para canhão”. Entregar-lhe uma tarefa para a qual não está preparado é péssimo. Para ele, porque se sente desmotivado; para os catequizandos, porque são mal servidos; para o grupo de catequistas, porque recebem a mensagem que não merecem respeito.

4. Dar aos candidatos uma falsa impressão

No diálogo com as pessoas há uma regra óbvia (e muitas vezes esquecida): ser honesto logo no começo, porque, de uma maneira ou de outra, a verdade vem à tona uma hora. Isto vale para os negócios, para as relações de trabalho, para os namoros. E também vale quando você convida um novo catequista. Se você pintar uma imagem da catequese que não corresponde à realidade, o candidato vai se sentir enganado quando descobrir a verdade. Porque a catequese tem muitos desafios e dificuldades também. E ele vai sentir que o seu sim foi dado numa base de falsidade. E sente-se legitimado para ir embora, assim que puder.

Para mudar: Descreva a tarefa que se pede aos catequistas com exatidão. Não diga que cada grupo tem 15 crianças quando você vai colocá-lo num grupo de 25. Não lhe garanta que cada catequista novo é sempre acompanhado por um catequista mais velho, quando esse catequista acompanhante não existe. Assim que algum catequista aceita colaborar na paróquia, proporcione a ele uma formação inicial.  Isso vai permitir a ele uma ideia clara do que é a catequese. Além disso, a paróquia deve ter um itinerário/planejamento/calendário que deve ser entregue a cada catequista. Nesse “mapa” estarão os valores e as tarefas dos catequistas. Você deve informar ao catequista quais são suas tarefas, o que se espera dele, quais os ritmos da pastoral. Ele deve saber com quem falar quando tiver dúvidas ou problemas.

5. Fala muito... mas...

Você tem um estilo muito animado. Apresenta a catequese como algo apaixonante. Mas depois de te ver em ação, depois de falar com outros catequistas, um candidato a catequista conclui que você tem muito estilo e pouca substância. Fala muito e faz pouco. Ele começa a perceber que apesar do seu estilo, a catequese não te entusiasma tanto assim.

Para mudar: Quando alguém gosta do que faz, dá para notar logo de cara. Seja fazendo coisas importantes e vistosas, seja fazendo as tarefas mais humildes e rotineiras. E é a sua atitude credível que vai ser capaz de aliciar outros para este serviço, que é a catequese. Por isso, quando você começar a se sentir cansado, quando começar a esquecer do sentido do que tem feito... pare para pensar!

6. Fazer suposições

É óbvio, não? Precisamos de mais e de melhores catequistas. Todo mundo sabe disso. Ou talvez não. Você pode supor que os pais e o resto da paróquia conhecem as dificuldades porque passa a catequese (que são óbvias para você). Mas, na realidade, os pais até poderiam estar disponíveis para colaborar mais, mas, supõem que tudo está funcionando perfeitamente. Pensam eles que, se você precisasse de ajuda, pediria.

Para mudar: Comunique claramente as suas necessidades a todos. Não apenas aos candidatos a catequistas. Fale aos responsáveis de outros setores da paróquia, aos catequistas mais velhos, aos integrantes do Conselho de Pastoral, a todo mundo. Nos órgãos de comunicação da paróquia (site, jornal, face...) vá dando informações atualizadas e concretas das necessidades da catequese, principalmente de catequistas. Quando souber de alguém que poderia assumir um lugar de catequista, entre em contato com ela e explique-lhe porque é que você acha que a pessoa poderia prestar um bom serviço. Não tenha medo de pedir a ajuda das pessoas: as pessoas não conseguem responder a uma necessidade se não sabem que existe.

7. Não partilhar a missão

As pessoas gostam de sentir que fazem parte de algo importante. Elas gostam de saber que o seu esforço faz a diferença. Se você vai falar com um candidato a catequista e não consegue comunicar-lhe o sentido, a missão da catequese, seu entusiasmo com ela.... Provavelmente, vai fracassar ao tentar cativá-la para a catequese. Porque não vai conseguir convencê-la do papel decisivo da catequese na vida das pessoas.

Para mudar: Partilhe as metas da catequese com todos aqueles com quem tem contato.  Sem medo! A pessoa que está a sua frente pode vir a ser um grande catequista! Quando as pessoas descobrem que a catequese não é entreter as crianças e nem brincar de professores, mas, assegurar a continuidade da Igreja e do Evangelho; a hipótese de ser um catequista é muito mais valorizada. Os candidatos a catequistas precisam saber que há uma razão profunda para as tarefas que lhes são pedidas. Por isso, não seja “econômico”! Partilhe essas razões. E partilhe com frequência e criatividade.

8. Oferta sem opções

Para este ano só temos falta de catequistas da adolescência. Se não quiser pegar este grupo do 5º ano, não temos necessidade...”. Ou então você manda embora os jovens por serem muito novos. Ou os casados porque não têm tempo. Ou os solteiros porque não têm experiência. Ou os idosos, por serem velhos. Esta rigidez de critérios leva, cedo ou tarde, a que os candidatos a catequistas desistam depressa.

Para mudar: Organize a catequese de modo que os candidatos a catequistas possam entrar por muitas portas. Mesmo que tenha todos os catequistas de que precisa (Aleluia!!!), não desista de procurar novos catequistas. O seu papel não é só resolver as necessidades, mas, também ajudar o desenvolvimento vocacional das pessoas da sua comunidade. Invente lugares e tarefas se necessário for. Mas nunca despreze uma oferta generosa de alguém que quer dar o seu tempo e talentos em favor da catequese.

9. Não equipar as pessoas para a tarefa

Os candidatos a catequistas não aguentam muito tempo quando sentem que não foram preparados ou treinados para as tarefas que lhes são pedidas. E mesmo os catequistas com mais tempo sentem-se mal quando não sentem que a sua competência cresce. O catequista precisa de apoio e formação constantes.

Para mudar: É seu dever ser claro com os novos catequistas sobre a forma como eles vão ser preparados para a sua missão e serviço. Você precisa também se assegurar de que os materiais necessários para a catequese estão disponíveis. Além disso, oferecer oportunidade de formação permanente a todos os que trabalham pela catequese.

10. Não preparar seu “sucessor”

Algumas pessoas acham que estarão na coordenação da catequese para todo o sempre. E não é bem assim. Ou então se acham “insubstituíveis”. Saiba então que o melhor líder é aquele que prepara e treina “sucessores”, que conduz o outro ao crescimento, sem medo de perder o “cargo”. O grupo sente-se desmotivado quando sente que suas ideias e iniciativas como líderes não são valorizadas.

Para mudar: Procure sempre na sua equipe pessoas com perfil de liderança, que possam ficar no seu lugar se você precisar sair. Treine-as, valorize-as. As coordenações devem ter rotatividade para que todos se sintam “potenciais” líderes na condução da pastoral.


(Texto adaptado da internet - Desconheço o autor. Alterei alguns pontos e acrescentei outros.)


Ângela Rocha

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ORGANIZAÇÃO NA CATEQUESE



A organização na catequese supõe vários níveis de atuação, desde a menor das comunidades até o nível arquidiocesano, e mesmo, nacional. Passa também pela necessidade de pequenas ações que ajudam a estruturar todo o trabalho, de modo a colaborarmos com a graça de Deus que inspira a prática catequética.

Em relação a isso, afirma o Diretório Geral para a Catequese (DGC) em seu número 272:

"A coordenação da catequese é uma tarefa importante no âmbito de uma Igreja particular. Ela pode ser considerada:
- no interior da própria catequese, entre as suas diversas formas, dirigidas às diferentes idades e ambientes sociais;
- com referência aos laços que a catequese mantém com as outras formas do ministério da Palavra e com outras ações evangelizadoras.
A coordenação da catequese não é um fato meramente estratégico, voltado para uma mais incisiva eficácia da ação evangelizadora, mas possui uma dimensão teológica de fundo. A ação evangelizadora deve ser bem coordenada porque ela visa à unidade da fé, a qual, por sua vez, sustenta todas as ações da Igreja".

Não podemos perder de vista que a função de coordenar tem em vista a realização do Projeto de Deus, o serviço a Deus, feito na alegria, simplicidade, humildade e entusiasmo.

Não podemos esquecer também que "a organização da pastoral catequética tem como ponto de referência o Bispo e a diocese. O Secretariado diocesano de catequese é "... o órgão através do qual o Bispo, chefe da Comunidade e mestre da doutrina, dirige e preside toda a atividade catequética realizada na diocese" (DGC 265).

O coordenador da catequese deve formar sempre uma equipe de coordenação que busque atingir três processos:

a) Animação: Esta equipe deverá criar condições para que todos participem do trabalho com seus esforços e conquistas. Animar significa “gerar vida”. Um coordenador desanimado influência negativamente sobre o grupo. Não se pode um otimismo alienante, mas uma sadia e cristã visão da realidade, tendo me vista a busca do melhor para a comunidade. Entusiasmado significa “cheio de Deus”!
b) Comunhão fraterna: Devemos incentivar o bom nível de relacionamento interpessoal no grupo de catequistas. A experiência de comunhão, torna-se sinal de conversão e caridade dentro da comunidade. Conviver com a diferença dos outros só traz enriquecimento, quando é partilhada de maneira construtiva e numa visão de fé.
c) Mobilização: Vivenciamos o lema “a união faz a força”, quando todos estão unidos pelo mesmo ideal, ainda que haja diferenças pessoais. Para que a comunidade se mobilize necessitamos de:
Organização: Planejar de forma participativa, com avaliações constantes.
Articulação: Todos os níveis devem estar articulados e a coordenação deve orientar e supervisionar os trabalhos, sempre na linha da co-responsabilidade.
Interação: Busca de um bom relacionamento entre toda a equipe.

Algumas sugestões para a organização paroquial:


Em relação à “secretaria”:


a)    Manter os dados em dia: catequistas, catequizandos, turmas, dados da Região do Vicariato e da Arquidiocese;
b)    Ter o Diretório Geral para a Catequese (DGC), Sagrada Congregação para o Clero, 1997; para consulta sempre;
c)    Organizar fichas para os catequistas, com informações importantes (data de nascimento, endereço, telefone, datas e/ou local de batismo, comunhão, crisma e matrimônio, se for o caso...)
d)    O mesmo se diz em relação aos catequizandos;
e)    Comunicar imediatamente a todos os catequistas, as informações recebidas, através de circular, quadro de avisos ou caderno de anotações;
f)     Preencher e entregar, se possível, antes do prazo a informações que forem pedidas. Assim, evita-se o esquecimento e a possibilidade de perder o material;
g)    Manter um quadro de avisos com informações úteis para a catequese, além do simpático mural de aniversariantes, mensagens, e outras criatividades que possam surgir.

Em relação ao grupo de catequistas:

a)    Formar uma equipe de coordenação em todos os níveis e em todas as comunidades catequéticas;
b)    Animar o planejamento participativo, envolvendo todo o grupo de catequistas, sabendo ouvir críticas e sugestões e manifestando objetivos claros e bom conteúdo nas reuniões;
c)    Zelar pela formação do grupo, atingindo também os auxiliares e catequistas de outros núcleos, e não só da Matriz!
d)    Visitar e/ou fazer reuniões em outras comunidades, evitando que tudo seja centralizado apenas na Matriz. Há grupos que se
sentem felizes em acolher os catequistas da comunidade. Aproveitemos estes momentos!
e)    Realizar reuniões mensais com todos os tipos de catequese na paróquia, para assuntos gerais;
f)     Incentivar o grupo para que se reúna semanalmente para planejamento dos encontros;
g)    Cuidar para que cada grupo trabalhe com o material da Arquidiocese e a programação feita pela comunidade;
h)   Criar ambiente fraterno, alegre e responsável para que a convivência do grupo seja o maior testemunho de comunidade catequética.
i)     Apresentar os catequistas ao sacerdote e afirmar constantemente que a catequese deve ser feita em união com as diretrizes arquidiocesanas e paroquiais;
j)      Incentivar a participação de todos nos eventos regionais, vicariais e arquidiocesanos. Nunca deixar sua paróquia sem uma representação de catequistas.
k)    Sugerir ao pároco que a comunidade custeie o estudo de alguns catequistas nas Escolas de Fé da Arquidiocese.

Em relação à estrutura material:

a)    A catequese precisa ao menos de uma “salinha” para o mínimo de estrutura de suas atividades;
b) Cabe ao Conselho paroquial providenciar recursos e material de expediente para as atividades da catequese: papel, cartolina, lápis, livros, Bíblia, etc.;
b)    Criar alternativas (rifas, festas, bingos,...) para que as comunidades possam adquirir o material didático necessário para o trabalho catequético, quando a paróquia não tem recursos do dízimo para isso, mas esta é uma ação da COMUNIDADE e não do grupo de catequistas somente;
c)    Atualizar o quadro de avisos da catequese, sempre que for necessário;
d)    Montar, uma “biblioteca da catequese”, com doações ou compra de material, para que os catequistas possam encontrar subsídios para seu trabalho pastoral;
e)    Criar materiais próprios da comunidade, aproveitando os talentos que Deus deu a pessoas da comunidade, mesmo que estas não sejam catequistas.

Concluindo...

Organizar o trabalho catequético exige muita capacidade de abnegação e alegre doação. E um dos grandes instrumentos da equipe de coordenação deve ser o diálogo amigo, verdadeiro e fraterno. Caminhar para a unidade da comunidade, respeitando a diversidade, exige que evitem rótulos preconceituosos, que se busque em conjunto o Reino de Deus, ainda que por caminhos diferentes.

“Um dos grandes meios que temos para nos comunicar, de encontrar o caminho de pessoa a pessoa é a palavra. A linguagem é a arma mais poderosa e mais eficiente que o homem possui. É com a palavra que nos comunicamos com o próximo. Uma palavra pode: agradar, ferir, convencer, estimular, entristecer, instruir, enganar, louvar, criticar ou aborrecer as pessoas a quem for dirigida. A linguagem é o instrumento essencial das relações humanas. Na comunicação entre as pessoas é tão importante quanto a enxada para o lavrador ou o torno para o mecânico. Se ela é tão importante, devemos cercá-la de todos os cuidados possíveis. Devemos nos esforçar para que nossas palavras pelo tom, oportunidade e adequação sejam e um meio de comunicação. Nunca estamos prontos e acabados. Conversão deve ser atitude constante do cristão e o outro nos ajuda a ver onde precisamos crescer. Diálogo na catequese não é só uma questão metodológica, ela deriva de um certo modo de compreender Deus e a vida. É um especialíssimo caminho de santidade”  
(Me. Maria Helena Cavalcanti).

Ângela Rocha
Catequistas em Formação


Fonte: 
DGC - Diretório Geral para a Catequese. 

Material disponibilizado pelo Pe. Roberto Nentwig, da Arquidiocese de Curiitba –PR, em encontro de formação para coordenadores.

sábado, 14 de novembro de 2015

DICAS PARA A COORDENAÇÃO DA CATEQUESE

Algumas considerações a fazer para quem é coordenador ou pretende assumir a coordenação da Comissão Paroquial de Animação Bíblico catequética (é esse o nome correto!) ou, como é mais comumente chamada, Pastoral Catequética, ou ainda catequese da paróquia:

Um dos maiores problemas da catequese é falta de catequista: engana-se quem acha que colocar aviso na missa e convidar Deus e o mundo vai resolver o problema. As pessoas precisam sentir-se “chamadas”, precisam se sentir “parte” e “responsáveis” pela comunidade.

Também não vai resolver, inventar “curso de formação para novos catequistas” pensando em “chamar” para a missão. Curso é para aqueles que RESPONDERAM ao chamado, aceitaram o desafio e estão empolgados e dispostos a começar.

Todos os convites para encontros e formação tem que ser feitos de maneira animada, envolvente, especial... Dizer que vai ter um “curso” na paróquia ou de iniciativa da forania, decanato ou diocese; sem nem saber do que, para que e com quem; não vai animar ninguém.

Material quem dá é a administração da paróquia: com recursos do dízimo paroquial, que também serve para suprir a dimensão evangelizadora que é a catequese. Coordenador não tem que se preocupar em fazer rifa e promoção para angariar dinheiro. Coordenador tem que COORDENAR a ação catequética. Quem tem que providenciar dinheiro para suprir as necessidades pastorais é o Conselho econômico da paróquia.

É preciso ter um bom relacionamento com o pároco e os padres da paróquia. Em comunidades maiores é sempre bom ter um padre para assessorar a catequese ou seminaristas. Eles são uma ajuda inestimável.

PLANEJAMENTO se faz em EQUIPE, sempre! E não é equipe de 2 ou 3, é equipe de TODOS! E marcar encontro de planejamento para, na hora, decidir o que vai ser tratado e o que "poderia" ser feito... Olha... bem... Isso não é planejar, é especular!

Tenha um ITINERÁRIO ou PLANO PAROQUIAL para seguir durante o ano! Construa um junto com o pároco e a equipe de catequistas. E não é "calendário" de datas, é ITINERÁRIO mesmo, com rotas, caminhos, etapas, prazos, recursos, etc.

Se você acha que espiritualidade é rezar antes e depois de reunião, precisa urgentemente rever seus conceitos. Tudo que os catequistas não querem é rezar meia hora, ficar te ouvindo duas horas e depois rezar mais uma. Encontro de oração é encontro de oração e reunião é reunião. E também, Espiritualidade com os catequistas, não é se reunir para rezar o Terço e fazer adoração ao Santíssimo, há muito mais envolvido nisso.

Mas, você precisa Rezar! Mais que todos os outros... O Espírito Santo de Deus sempre nos guiará, mas não fará por nós e nem irá nos guiar se não estivermos abertos a Ele e às ações Dele.

Antes de planejar formações, veja com sua equipe quais são as carências e demanda dela. Não tenha receio de usar os talentos da própria paróquia (líderes pastorais, palestrantes) e não tenha medo de chamar formadores de fora, se necessário. Incentive sua equipe a participar das Escolas Catequéticas e formações diocesanas.

Trabalhar a catequese com as famílias não é mandar uma capelinha para a casa das crianças e pedir “relatório” depois. Catequese com a família é visitar esta família, rezar junto com ela, proporcionar encontros para ela e não fazer reuniões para reclamar e “falar mal” dos filhos dela, querendo ensinar como ela, a família, deve educar os filhos.

Nunca, mas nunca mesmo faça ou admita que façam, comparação com a fulana ou fulano que estava na coordenação antes de você. Sorria amarelo e mude de assunto.

Delegue autoridade e responsabilidade, tenha um(a) Vice, que seja mais que enfeite, tenha pessoas para te secretariar. Se você não tem dom para isso ou aquilo, procure alguém que tenha. Você não tem que saber tudo, fazer tudo e resolver tudo. O bom líder não sabe tudo, mas, sempre conhece alguém que sabe!

E tem uma coisa muito, mas muito importante mesmo, que você precisa fazer: lapidar o seu PERFIL! O coordenador precisa ter Formação para administrar, estude as ciências que podem ajudar nisso. O coordenador precisa ter perfil de liderança. Precisa saber lidar com pessoas, precisa ter os sete dons do Espírito Santo... e mais uns setenta de todos os outros santos. Se você acha que não é capaz, não assuma. Se a sua personalidade é daquelas que acende igual estopim de pólvora, esqueça! Se você chora se alguém fala mais alto com você: para sua saúde, esqueça a coordenação!

E não esquecer NUNCA: A catequese é uma ação Eclesial, ou seja, da Igreja. Fazemos em nome dela e daquele objetivo maior: Evangelização para a construção do Reino de Deus! O catequista não trabalha em prol de si mesmo... muito menos o coordenador.

Vocês acham que eu seria uma boa coordenadora? NUNCA! Jamais na vida! Vocês podem até achar que posso. Afinal, sou uma das líderes de um grupo de mais de mil e oitocentas pessoas. Mas, aqui ao meu lado, tem mais quatro pessoas, segurando o rojão a todo instante... Para eu não bater em ninguém e extrapolar na minha ânsia de ajudar! Sou extremamente impulsiva em minhas “reações” à aquilo que não acho correto, impaciente, perfeccionista e muito do “pra ontem”, coisa que um coordenador não pode ser de maneira alguma! Outro dia até, recebi uma crítica: que eu não aceito posições diferentes da minha. Geralmente não aceito mesmo... quando estão erradas e vão contra a catequese e a evangelização! De resto, até que sou gente boa... Rsrsrsr...

Angela Rocha
angprr@gmail.com

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O COORDENADOR É UM ANIMADOR OU DESANIMADOR?

Anima este grupo aí, galera!

Jesus, antes de sua elevação aos céus pediu aos seu discípulos: Ide e Evangelizai. E este mandamento se confirmou nas gerações futuras da nossa Igreja por meio do nosso batismo, quando recebemos o tríplice múnus de: sacerdotes, profetas e reis (pastores). Temos uma MISSÃO PROFÉTICA no mundo quando ouvimos o chamado a sermos catequistas.

Nós temos como FONTE PRINCIPAL para dirigir nosso serviço pastoral e a nossa missão, os Evangelhos contidos na Bíblia. Jesus é o nosso mestre e nos ensina sempre. Até mesmo a COORDENAR um grupo. Jesus é a fonte inspiradora na arte de coordenar. Ele não assumiu a missão sozinho. Cercou-se de um grupo e com ele foi formando sua comunidade. Em Jesus, o ministério da coordenação e animação caracteriza-se pelo amor às pessoas e pelos vínculos de caridade e amizade. Ele conquista confiança e delega responsabilidades (DNC, pg. 178)

A nossa Igreja, com o objetivo de nos ajudar na missão, criou um Diretório Nacional de Catequese (CNBB), que é fruto do Diretório Geral para Catequese, publicado pela Congregação para o Clero.  O DNC, como chamamos, deve ser conhecido e aplicado por todos os responsáveis pela catequese em todas as instâncias: Diocesana, setorial, paroquial, e é o documento onde o catequista e coordenadores devem tirar suas dúvidas e inspiração.

E lá na página 179, o diretório se dedica a dar orientações sobre o serviço de coordenação, que acredito, deveria ser observado por cada uma das pessoas que assumem o ministério da coordenação. Observo aqui que, muitos problemas se resolveriam se, somente alguns dos treze ítens que caracterizam o serviço de coordenação, fossem cumpridos. Mas, vamos resumir aqueles que considero mais importantes e o restante pode ser consultado no próprio documento, disponível aqui em nossa página.

Vamos lá! Como um coordenador pode ser um ANIMADOR?

Coordenar é missão de Pastor que conduz, que orienta, encoraja catequistas (...). Requer trabalho em equipe. Não é uma função, mas uma missão que brota da vocação batismal de servir, de animar, de coordenar. A palavra chave deste ministério é "articulação", o coordenador não pode acumular funções, nem se apascentar a si mesmo, mas sim as ovelhas (Ez 34,2). Algumas características do serviço de coordenação:

- ASSUMIR as exigências da coordenação como um serviço em benefício do crescimento das pessoas e da comunidade. Este serviço expressa a experiência de PARTILHA, de DESCENTRALIZAÇÃO, da missão realizada em EQUIPE, de relações fraternas, sinalizadoras de um novo modo de viver que brota do Evangelho (318e);
- TER CAPACIDADE pra perceber que as pessoas tem SABER, CAPACIDADES, VALORES, CRIATIVIDADE E INTUIÇÕES que contribuem par ao exercício da coordenação (318h);
- DESENVOLVER qualidades necessárias para um trabalho em equipe: capacidade de escutar, aprender, dialogar; reconhecer os valores do grupo; proporcionar o crescimento da consciência crítica, da participação e do compromisso; expressar solidariedade nas dificuldades e nas alegrias; ter um espírito organizativo (318i);
- SABER LIDAR com desencontros, problemas humanos e situações de conflito com calma, num clima de diálogo, caridade e ajuda mútua (318j);
- Buscar e partilhar conhecimento atualizado sobre PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO; (318l).

E o diretório continua ainda (item 319), afirmando que a missão catequética não se improvisa e nem fica ao sabor do imediatismo ou gosto de uma pessoa. A Catequese é uma ação da Igreja e um projeto assumido pela comunidade, como um “processo de educação comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgânica e sistemática da fé” (CR 318).

Como se pode ver, para que um coordenador seja um ANIMADOR, e não uma fonte de desânimo para a catequese, ele precisa trabalhar em equipe, reconhecendo suas limitações e com isso, buscando os dons e talentos de cada pessoa ao seu redor. A Catequese não é um serviço solitário, é um serviço COMUNITÁRIO.

Fontes de referência:

CNBB. Diretório Nacional Catequese. pg. 178-188. Brasília: Edições CNBB, 2006.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

A COORDENAÇÃO NA CATEQUESE

Não tem sentido pensar o ministério se não refletir também a necessidade de haver uma
coordenação na catequese. Justamente por contar com inúmeros voluntários no serviço da catequese, é importante que haja um trabalho de coordenação das atividades e das pessoas envolvidas neste processo, a fim de que todos caminhem em busca de um mesmo objetivo e coloquem seus esforços numa mesma direção.

O que sugere a palavra coordenar? Qual seu significado? Coordenar é:

- Exercer a missão de pastor que conduz, orienta e encoraja (cf. Jo 10,10).
- Articular pessoas, estruturas e atividades.
- Servir, em lugar de dominar.
- Buscar os pontos comuns em função da unidade.
- Incentivar a participação e a colaboração de todos.
- Saber administrar conflitos e tensões.
- Amar e doar seu tempo com prazer.
- Saber trabalhar em equipe.
- Abrir espaço para o diálogo.
- Saber dividir tarefas e responsabilidades.

Segundo o Diretório Nacional de Catequese, a coordenação é uma “co-operação”, uma ação em conjunto, de co-responsabilidade conforme os diversos ministérios. Jesus é a fonte inspiradora na arte de coordenar. Ele não assumiu a missão sozinho. Fez-se cercar de um grupo “(...) Em Jesus, o ministério da coordenação e animação caracteriza-se pelo amor às pessoas e pelos vínculos de caridade e amizade. Ele conquista confiança e delega responsabilidades” (DNC 314).

Todo catequista acaba realizando a missão de ser um líder, um coordenador entre os seus catequizandos. Contudo aqui se aponta para o trabalho de uma EQUIPE DE COORDENAÇÃO de catequese em uma paróquia ou comunidade. O bom desempenho da catequese depende sempre de uma boa coordenação. Isto quer dizer que o coordenador não pode caminhar sozinho, decidindo tudo sem contar com a participação do seu grupo.

A coordenação procura integrar todos os participantes do processo catequético: catequistas, pais, catequizando e a comunidade. Esse bom entrosamento é importante para que a catequese cresça quanto à formação, relacionamento humano-afetivo, escuta, diálogo, espiritualidade, comunhão e comunicação.

Quais as qualidades essenciais para a o serviço da coordenação?

- Humildade para assumir este ministério como missão que brota da experiência de vida cristã comunitária (DNC 318).
- Gratuidade (Não é o coordenador que se escolhe, ele é escolhido pela comunidade).
- Responsabilidade e consciência de suas funções e atribuições.
- Vontade de aprender: seguindo a metodologia do aprender a fazer fazendo.
- Sabedoria para valorizar os que os outros catequistas têm de especial, suas capacidades, virtudes, dons e carismas.
- Capacidade de escutar, animar e contagiar a todos pelo entusiasmo.
- Discernimento para tomar decisões e criatividade para ter iniciativas.
- Capacidade para aprender, buscar treinamentos e formação.

Ações concretas da coordenação de catequese na paróquia:

- Estar em sintonia com as orientações e encaminhamentos da coordenação diocesana e
setorial.
- Estar integrada e presente no Conselho Paroquial de Pastoral (CPP).
- Promover momentos de estudo, semana catequética, confraternização, retiros.
- Fazer chegar à coordenação setorial e arquidiocesana decisões, problemas, conflitos,
reivindicações e conquistas.
- Conhecer a realidade da catequese (crianças, adolescentes, jovens, pessoas com deficiência e adultos).
- Planejar a catequese (inscrição, turmas, temas para formação).
- Promover encontros de formação com catequistas e partilha das experiências.
- Encontros com os pais.
- Dinamizar o trabalho catequético na comunidade paroquial.
- Estar em sintonia com os coordenadores das comunidades e o padre responsável.
- Abrir espaços para planejamento de atividades e avaliação da caminhada.
- Participar dos encontros da coordenação setorial e arquidiocesana.
- Integrar a catequese na caminhada da paróquia, especialmente com outras pastorais afins (Pastoral Familiar, da Criança, da Juventude, Vocacional, Coroinhas e Acólitos, etc).

Ângela Rocha

domingo, 16 de fevereiro de 2014

DEZ MANEIRAS DE SE PERDER UM CATEQUISTA


Na esmagadora maioria das nossas paróquias faltam catequistas. Os bons párocos e coordenadores de catequistas não perdem tempo se lamentando. Vão à luta, empenham-se em convidar e em formar novos catequistas. Mas, às vezes, comete-se erros imperdoáveis. E os novos catequistas, tão arduamente recrutados desaparecem de vista. Este artigo pretende ser um alerta para evitar erros muito comuns na coordenação da catequese.

1. Perder a pessoa no anonimato

Fazemos um grande esforço para encontrar novos catequistas ou candidatos a catequistas. Fazemos convites pessoais. Pedimos aos outros catequistas que lancem a rede a outros. Fazemos apelos ao final da missa.

Como resultado de todos estes esforços, a Maria, de 37 anos, resolveu aceitar o desafio. Ela gosta de crianças, tem os filhos na catequese, sente que pode ser mais ativa como cristã, apoiando a catequese. Com muita fé, algum receio e bastante entusiasmo, assinou o nome dela na folha que estava na secretaria da catequese. Deixou todos os contatos: telefone de casa, celular, email... E passa-se uma semana, outra semana... e ninguém entra em contato com ela. Depois de três semanas ela recebe um e-mail vindo da coordenadora da catequese. Mas, ao lê-lo, a Maria percebe que aquilo é um texto enviado a todos os que deram o nome. Um texto igual para todos. A Maria decide apagar o e-mail. Este tratamento impessoal, massificado, deixa-a mal disposta. Empenhar-se pela evangelização deveria ser outra coisa. Se for para isso, para receber uma comunicação fria como uma carta das finanças, então a Maria não está interessada.

Para mudar: Não deixe passar mais de 48 horas depois de alguém responder a um apelo ou se oferecer para algum serviço. Promova o contato e de forma pessoal. Só é aceitável usar o e-mail, para dizer que dentro de pouco tempo você vai telefonar ou ter um encontro face a face com a pessoa que se ofereceu como catequista. Promova um encontro onde se possa falar sobre quais são as necessidades da paróquia, quais os interesses e motivações da pessoa. Procura responder corretamente a todas as questões que eles possam ter sobre o serviço que vão assumir. As pessoas apreciam a atenção pessoal do responsável da catequese.

2. Ajude-me, por favor!

Nada é pior do que convidar alguém para a catequese como um favor a você. É claro que a pessoa não vai querer te deixar mal, se você a convida para ser catequista como um favor pessoal. Mas os teus amigos vão realizar esse serviço como uma obrigação para com você. Dimensões como o sentido de Igreja, a vocação de catequista vão ficar na sombra. O seu serviço vai ser insatisfatório porque a motivação original está equivocada.

Para mudar: Se você tem amigos ou conhecidos que tenham desejo de servir à Igreja como catequistas, já tem uma vantagem no recrutamento: o ponto de partida é a relação já estabelecida com eles. Você não precisa começar do zero. Mas, também não pode partir da noção que, como você gosta de ser catequista, todos os seus amigos vão também. Peça a todos os potenciais interessados (independentemente da relação que tenha com eles) que preencham uma lista de interesses e dons/talentos. Ajude-os a clarificar as motivações mais profundas. Tente harmonizar as necessidades da catequese com os interesses que há do lado da oferta. E não se esqueça de encaminhar, para outros serviços da paróquia, aqueles que desejam empenhar-se mais ativamente, mas que não têm vontade/motivação/talento para a catequese.

3. Atirá-los às feras

Um candidato a catequista ofereceu-se (ou foi convidado); falou com o coordenador de catequese e com o pároco. Você precisa desesperadamente de alguém para o último ano da crisma. São um grupo de selvagens irrequietos com péssima fama entre os catequistas. Quem tem experiência há anos, se esquiva de ficar com esse grupo. Você pensa com os teus botões: Aí está este novo catequista. Está cheio de entusiasmo. Traz novas ideias... Nem pensas duas vezes. Entrega-lhe a pasta com as inscrições deles, dá-lhe o planejamento e o manual, explica-lhe como se faz para pedir os DVDS à sala de apoio... Mas, dois dias depois do primeiro encontro de catequese, o novo catequista vem falar com você e te devolve a “papelada”, tudo embrulhado num sorriso simpático: “Obrigado pelo convite, mas, acho que não era bem isto que eu queria.” E aí vai ele. E nunca mais você o verá na catequese.

Para mudar: Quando surge algum novo candidato a catequista, faça com que ele tenha contacto com os vários serviços da catequese: as várias idades, as várias tarefas. Sempre acompanhado por um catequista mais experiente e bem formado. Quem se oferece para fazer catequese pode ainda não ter ideias muito claras sobre o que gosta de fazer, o que é capaz de fazer. Você a sua paróquia podem estar muito necessitados de “operários para a messe”, mas, o novo catequista merece todo o respeito. Não pode ser tratado como “bala para canhão”. Entregar-lhe uma tarefa para a qual não está preparado é péssimo. Para ele, porque se sente desmotivado. Para os catequizandos, porque são mal servidos. Para o grupo de catequistas, porque recebem a mensagem que não merecem respeito.

4. Dar aos candidatos uma falsa impressão

No diálogo com as pessoas há uma regra óbvia (e muitas vezes esquecida): ser honesto logo no começo, porque, de uma maneira ou de outra, a verdade vem à tona uma hora. Isto vale para os negócios, para as relações de trabalho, para os namoros. E também vale quando você convida um novo catequista. Se você pintar uma imagem da catequese que não corresponde à realidade, o candidato vai se sentir enganado quando descobrir a verdade. E vai sentir que o seu sim foi dado numa base de falsidade. E sente-se legitimado para ir embora, assim que puder.

Para mudar: Descreva a tarefa que se pede aos catequistas com exatidão. Não diga que cada grupo tem 15 crianças quando você vai colocá-lo num grupo de 25. Não lhe garanta que cada catequista novo é sempre acompanhado por um catequista mais velho, quando esse catequista acompanhante não existe. Assim que algum catequista aceita colaborar na paróquia, procure que ele participe de uma formação inicial.  Isso vai permitir a ele uma ideia clara do que é a catequese. Além disso, a paróquia deve ter um itinerário/planejamento/calendário que deve ser entregue a cada catequista. Nesse “manual” estarão os valores e as tarefas dos catequistas. Você deve informar ao catequista quais são suas tarefas, o que se espera dele, quais os ritmos da pastoral. Ele deve saber com quem falar quando tiver dúvidas ou problemas.

5. Fala muito... mas...

Você tem um estilo muito animado. Apresenta a catequese como algo apaixonante. Mas depois de te ver em ação, depois de falar com outros catequistas, um candidato a catequista conclui que você tem muito estilo e pouca substância. Fala muito e faz pouco. Ele começa a perceber que apesar do seu estilo, a catequese não te entusiasma tanto assim.

Para mudar: Quando alguém gosta do que faz, dá para notar logo de cara. Seja fazendo coisas importantes e vistosas, seja fazendo as tarefas mais humildes e rotineiras. E é a tua atitude credível que vai ser capaz de aliciar outros para este serviço, que é a catequese. Por isso, quando você começar a se sentir cansado, quando começar a esquecer do sentido do que tem feito... Para pra pensar!

6. Fazer suposições

É óbvio, não? Precisamos de mais e de melhores catequistas... Toda mundo sabe disso. Ou talvez não. Você pode supor que os pais e o resto da paróquia conhecem as dificuldades porque passa a catequese (que são óbvias para você). Mas, na realidade, os pais até poderiam estar disponíveis para colaborar mais, mas, supõem que tudo está funcionando perfeitamente. Pensam eles que, se você precisasse de ajuda, pediria.

Para mudar: Comunique claramente as suas necessidades a todos. Não apenas aos candidatos a catequistas. Fale aos responsáveis de outros setores da paróquia, aos catequistas mais velhos, aos integrantes do Conselho de Pastoral, a todo mundo. Nos órgãos de comunicação da paróquia (site, jornal, face...) vá dando informações atualizadas e concretas das necessidades da catequese, principalmente de catequistas. Quando souber de alguém que poderia assumir um lugar de catequista, entre em contato com ela e explique-lhe porque é que você acha que a pessoa poderia prestar um bom serviço. Não tenha medo de pedir a ajuda das pessoas: as pessoas não conseguem responder a uma necessidade se não sabem que existe.

7. Não partilhar a missão

As pessoas gostam de sentir que fazem parte de algo importante. Elas gostam de saber que o seu esforço faz a diferença. Se você vai falar com um candidato a catequista e não consegue comunicar-lhe o sentido, a missão da catequese, seu entusiasmo com ela... Provavelmente, vai fracassar ao tentar cativá-la para a catequese. Porque não vai conseguir convencê do papel decisivo da catequese na vida das pessoas.

Para mudar: Partilhe as metas da catequese com todos aqueles com quem tem contato.  Sem medo! A pessoa que está a sua frente pode vir a ser um grande catequista! Quando as pessoas descobrem que a catequese não é entreter as crianças nem brincar aos professores primários, mas, que é assegurar a continuidade da Igreja e do Evangelho... Então, a hipótese de ser um catequista é muito mais valorizada. Os candidatos a catequistas precisam saber que há uma razão profunda para as tarefas que lhes são pedidas. Por isso... não seja “econômico”! Partilhe essas razões. E partilhe com frequência e criatividade.

8. Oferta sem opções

Para este ano só temos falta de catequistas da adolescência. Se não quiser pegar este grupo do 5º ano, não temos necessidade...” Ou então você manda embora os jovens por serem muito novos. Ou os casados porque não têm tempo. Ou os solteiros porque não têm experiência. Ou os idosos, por serem velhos. Esta rigidez de critérios leva, cedo ou tarde, a que os candidatos a catequistas desistam depressa.

Para mudar: Organize a catequese de modo que os candidatos a catequistas possam entrar por muitas portas. Mesmo que tenha todos os catequistas de que precisa (Aleluia!!!) não desista de procurar novos catequistas. O seu papel não é só resolver as necessidades, mas, também ajudar o desenvolvimento vocacional das pessoas da sua comunidade. Invente lugares e tarefas se necessário for. Mas nunca despreze uma oferta generosa de alguém que quer dar o seu tempo e talentos em favor da catequese.

9. Não equipar as pessoas para a tarefa

Os candidatos a catequistas não aguentam muito tempo quando sentem que não foram preparados ou treinados para as tarefas que lhes são pedidas. E mesmo os catequistas com mais tempo sentem-se mal quando não sentem que a sua competência cresce.

Para mudar: É seu dever ser claro com os novos catequistas sobre a forma como eles vão ser preparados para a sua missão e serviço. Você precisa também se assegurar de que os materiais necessários para a catequese estão disponíveis. Além disso, oferecer oportunidade de formação permanente a todos os que trabalham pela catequese.

10. Não preparar seu “sucessor”

Algumas pessoas acham que estarão na coordenação da catequese para todo o sempre. E não é bem assim... Ou então se acham “insubstituíveis”. Saiba então que o melhor líder é aquele que prepara e treina “sucessores”, que conduz o outro ao crescimento, sem medo de perder o “cargo”. O grupo sente-se desmotivado quando sente que suas ideias e iniciativas como líderes não são valorizadas.

Para mudar: Procure sempre na sua equipe pessoas com perfil de liderança, que possam ficar no seu lugar se você precisar sair. Treine-as, valorize-as. As coordenações devem ter rotatividade para que todos se sintam “potenciais” líderes na condução da pastoral.


(Texto adaptado da internet - Desconheço o autor. Alterei alguns pontos e acrescentei outros.)


Ângela Rocha.