Estive lendo um pequeno artigo
que falava sobre o papel que o pai e a mãe têm na vida do filho. Essa questão
foi suscitada porque um pai reclamou que é ele que rala para dar sustento à
família e, no entanto, é à mulher que cabem todas as homenagens. Sobre essas
questões, do papel que cabe à mulher e ao homem na família, uma outra leitora
fez uma defesa apaixonada da mulher e do papel da mãe.
Segundo ela a mãe ama sem
pensar nas questões financeiras da coisa. A mulher se emociona quando
descobre a gravidez, o homem pensa em como vai pagar as despesas. A mãe
conversa com o filho desde o ventre materno, já o pai, assiste televisão. A mãe
larga tudo para ficar com o filho (Será?). A mãe se preocupa com o
desenvolvimento do filho na escola, o pai em como vai pagar a escola. A mãe
acompanha o filho renunciando a si mesma, já o pai... E como último conselho
ela diz: “Se quer ser homenageado como
mãe, ame como mãe”.
Bem, apesar dessa pessoa, que
deve ser mãe, ter um pouco de razão, a questão foi um tanto generalizada. Os
papéis desenvolvidos pelo homem e pela mulher na questão “família” vêm da nossa
própria cultura. Desde os tempos primitivos, cabe ao homem sair à caça do
alimento e à mulher cuidar da prole. Nada mais normal que ela faça isso com
muito mais eficiência. No entanto, esta visão tira totalmente o sentimento que
o homem possa ter como pai, que colaborou na concepção e que também tem a
capacidade de amar o filho incondicionalmente, o que o relega a condição de
simples colaborador financeiro. Isso é no mínimo injusto.
Existe também a questão de que
a mulher reclama para si essa condição de supermãe, quando, além de trabalhar
fora, cuida da organização da casa e dos filhos. De fato, algumas mulheres se
desdobram nesta tarefa e muitas vezes, não tem a figura do pai para ajudá-la,
nem no financeiro.
Mas existem pais que estão nas
mesmas condições, que são pais e mães. Já vi muitos pais que colaboram nas
tarefas de casa ou criam filhos sozinhos. Hoje a foto tradicional da família
mudou muito. Já não é mais: Papai, Mamãe e filhinhos. Algumas estruturas familiares
estão totalmente invertidas. Encontramos muito mais pais que são também mães,
pais separados onde os filhos preferem morar com o pai, casais homo afetivos, etc. Existem também muito mais avós responsáveis pelo sustento e educação
das crianças. Sem contar que, com a mulher trabalhando fora, é a babá ou a
creche que acaba “criando” os filhos. A mulher está se libertando daquela máxima de que só ela sabe cuidar bem dos filhos.
Enfim, não acredito que exista
“jeito de amar” na questão família. Que o pai ama “diferente” da mãe, que a mãe
ama mais, que amor de mãe é incondicional. O “amor” em sua concepção mais pura
é incondicional por si mesmo. O que acontece é que existem maneiras diferentes
de demonstrar esse amor. Talvez o que se deva fazer é libertar o homem da
crença cultural de que demonstrar que ama "não é coisa de homem”.
Felizmente, temos agora muitos homens que não se incomodam com isso e são
incondicionalmente “mães” e pais no jeito de amar.
Ângela Rocha
Um comentário:
EXCELENTE TEXTO
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