Muito se fala sobre
Bíblia na Catequese. O grande jargão catequético é que não se faz catequese sem
Bíblia ou ainda, a Bíblia é o Manual da Catequese por excelência. Verdade?
Conceito? A realidade é que muitos catequistas ainda tem uma grande dificuldade
em interpretar a Bíblia... e não seriam capazes disso, se os manuais de
catequese não os ajudasse.
Sendo
a Bíblia, o livro que contem a Revelação que Deus fez aos homens através de
ações e palavras e, a Catequese, atividade que a Igreja utiliza para a
transmissão dessa revelação, é imprescindível a união das duas. Muitas são as
passagens bíblicas utilizadas na catequese de crianças e jovens. E elas exigem
um verdadeiro entendimento por parte do catequista, caso contrário, a palavra
não será revelada e muito menos a mensagem compreendida.
O
catequista que encontramos em nossas paróquias, pouco ou nada faz de estudo
bíblico. Vai aos encontros com a Fé e a Coragem, sem, no entanto, poder
prová-las se for questionado pelos seus conhecimentos e interpretação da
palavra. É fato que, numa discussão sobre bíblia entre católico e evangélico,
este último vai ganhar, e “de lavada”, dos parcos conhecimentos que o católico
tem da Palavra de Deus.
Claro que, até bem pouco
tempo, o povo sequer tinha acesso a Bíblia como linguagem escrita. Mas isso vem
mudando, e hoje se sabe que a Bíblia é o livro mais editado no mundo. Então,
por que, ainda é tão difícil o seu entendimento e interpretação?
Temos hoje edições
revisadas e editadas em linguagem atual. Temos bíblias, como a do Peregrino,
onde as citações, com interpretações detalhadas, são maiores até do que o
próprio texto. Temos inúmeros livros de interpretações dos evangelhos. Diversos
autores se dispõem a ajudar e esclarecer tópicos obscuros na interpretação
desta ou daquela passagem. Escolas e formações sobre Bíblia são oferecidas aos
agentes de pastoral. E ainda assim encontramos muitos catequistas completamente
leigos no assunto. Catequistas que não sabem dizer aos seus catequizandos “o
que Jesus quis dizer com isso”, isso qunado não fazem uma interpretação “própria”
bem longe da realidade. Isso porque Jesus falava por parábolas. Um recurso de
comunicação da época que pode, muitas vezes, levar a interpretações errôneas da
mensagem que Ele quis transmitir.
Sabemos que a Catequese
Católica, apesar de toda a tecnologia de comunicação existente, prescinde ainda
de pessoas, de locutores que saibam fazer ecoar a palavra. Para se encontrar o
caminho, o primeiro passo é a escuta. Assim como Jesus no caminho de Emaús, que
primeiro escutou os anseios de seus companheiros de caminhada e só depois iluminou
com palavras as incompreensões e injustiças, repartindo com estes o pão;
precisamos agir. Escutar os anseios dos nossos catequizandos e saber interpretar a
Palavra que dá alento e alimento à caminhada. Só assim seremos verdadeiros
catequistas. E isso não se faz exclusivamente por ação do Espírito Santo.
Faz-se com esforço, leitura, discussões, reflexões. Só conhecendo e estudando
as Escrituras sagradas é que faremos “eco” da mesma.
Ângela Rocha
Catequista
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