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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O PERFIL DO CATEQUISTA, SEU ROSTO HUMANO E CRISTÃO

Este texto foi escrito pela Ir. Zélia Maria Batista em 2008, por ocasião do Dia do catequista, mas, continua tão atual quanto na época em que foi escrito.


Num contexto de mudanças rápidas e profundas, a catequese é interpelada a refletir e buscar novos paradigmas de formação para catequistas. Somos provocados a viver uma experiência exodal e de constante renovação, na tentativa de responder aos desafios de um novo tempo.

Porém, não se pode perder de vista o sentido da vocação, a experiência fundante do encontro com Jesus Cristo. A vocação do/a catequista nasce no coração do Pai, se realiza através do seguimento a Jesus Cristo quando o catequista responde SIM ao chamado e na força do Espírito assume a missão. Portanto, a raiz trinitária, que é fonte de toda vocação, sustenta a missão do catequista, chamado a Ser Profeta, embaixador de Cristo, falar em nome de Deus e da Igreja e testemunhar com sua vida os valores do Reino. Conforme afirma São Paulo: “Não é a nós mesmos que pregamos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, apresentamo-nos como servos vossos, por causa de Jesus” (2 Cor 4,5).

Ser catequista é dom, escolha divina, enraizada na história, na realidade com suas necessidades, desafios e interpelações. Portanto, o catequista necessita de uma formação adequada que constituirá o seu perfil como pessoa que ama viver e se sente realizada, entusiasmada, portadora do Ressuscitado, contagia a todos com a alegria de ser discípula.

Pessoa de espiritualidade, segue o itinerário do Mestre e faz com Ele uma experiência de vida e de fé. Aberta às inspirações do Espírito Santo, procura comunicar a mensagem com fidelidade. Ouvinte da Palavra, cultiva uma vida de oração e busca nos sacramentos e na vida comunitária o alimento para o seu “peregrinar”.

Pessoa que sabe ler a presença de Deus nas atividades humanas, reconhece o rosto desfigurado de Deus nos pobres, nos injustiçados, nos gestos de partilha e solidariedade e assume uma postura em defesa da vida ameaçada. O princípio fé/vida determina suas atitudes e lhe confere uma inteireza interior. É o que afirma o Diretório Geral de Catequese 87: “a fé no seu conjunto, deve enraizar-se na experiência humana, sem permanecer na pessoa como algo postiço ou isolado. A vida pessoal é uma oferta espiritual; a moral evangélica assume e eleva os valores humanos; a oração é aberta aos problemas pessoais e sociais”.

Enfim, o catequista é uma pessoa que busca sua auto-formação e procura atualizar-se. É capaz de construir comunhão, tecer novas relações ao estar atento aos gestos que alimentam relacionamentos positivos. A comunicação, o diálogo, a comunhão são elementos essenciais na trajetória do catequista discípulo missionário, capazes de garantir o trabalho em equipe de uma forma participativa.

Ao elencar estes aspectos que configuram o perfil do catequista, é importante o empenho e dedicação do catequista, afinal, é um processo que se desenvolve durante toda a vida. No entanto, torna-se viável se houver investimento e corresponsabilidade das comunidades, das paróquias e dioceses na formação dos seus agentes, principalmente, dos catequistas que na gratuidade do SER colocam-se a serviço da Palavra e testemunham com a vida a presença do Ressuscitado.

Ir. Zélia Maria Batista
Agosto/2008.

*Exodal: relativo a êxodo, caminhada, saída.

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