Este texto foi escrito pela Ir. Zélia Maria Batista em 2008, por ocasião do Dia do catequista, mas, continua tão atual quanto na época em que foi escrito.
Num
contexto de mudanças rápidas e profundas, a catequese é interpelada a refletir
e buscar novos paradigmas de formação para catequistas. Somos provocados a
viver uma experiência exodal e de constante renovação, na tentativa de
responder aos desafios de um novo tempo.
Porém,
não se pode perder de vista o sentido da vocação, a experiência fundante do
encontro com Jesus Cristo. A vocação do/a catequista nasce no coração do Pai,
se realiza através do seguimento a Jesus Cristo quando o catequista responde
SIM ao chamado e na força do Espírito assume a missão. Portanto, a raiz
trinitária, que é fonte de toda vocação, sustenta a missão do catequista,
chamado a Ser Profeta, embaixador de Cristo, falar em nome de Deus e da Igreja
e testemunhar com sua vida os valores do Reino. Conforme afirma São Paulo: “Não
é a nós mesmos que pregamos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós,
apresentamo-nos como servos vossos, por causa de Jesus” (2 Cor 4,5).
Ser
catequista é dom, escolha divina, enraizada na história, na realidade com suas
necessidades, desafios e interpelações. Portanto, o catequista necessita de uma
formação adequada que constituirá o seu perfil como pessoa que ama viver e se
sente realizada, entusiasmada, portadora do Ressuscitado, contagia a todos com
a alegria de ser discípula.
Pessoa
de espiritualidade, segue o itinerário do Mestre e faz com Ele uma experiência
de vida e de fé. Aberta às inspirações do Espírito Santo, procura comunicar a
mensagem com fidelidade. Ouvinte da Palavra, cultiva uma vida de oração e busca
nos sacramentos e na vida comunitária o alimento para o seu “peregrinar”.
Pessoa
que sabe ler a presença de Deus nas atividades humanas, reconhece o rosto
desfigurado de Deus nos pobres, nos injustiçados, nos gestos de partilha e
solidariedade e assume uma postura em defesa da vida ameaçada. O princípio
fé/vida determina suas atitudes e lhe confere uma inteireza interior. É o que
afirma o Diretório Geral de Catequese 87: “a fé no seu conjunto, deve
enraizar-se na experiência humana, sem permanecer na pessoa como algo postiço
ou isolado. A vida pessoal é uma oferta espiritual; a moral evangélica assume e
eleva os valores humanos; a oração é aberta aos problemas pessoais e sociais”.
Enfim,
o catequista é uma pessoa que busca sua auto-formação e procura atualizar-se. É
capaz de construir comunhão, tecer novas relações ao estar atento aos gestos
que alimentam relacionamentos positivos. A comunicação, o diálogo, a comunhão são
elementos essenciais na trajetória do catequista discípulo missionário, capazes
de garantir o trabalho em equipe de uma forma participativa.
Ao
elencar estes aspectos que configuram o perfil do catequista, é importante o
empenho e dedicação do catequista, afinal, é um processo que se desenvolve
durante toda a vida. No entanto, torna-se viável se houver investimento e corresponsabilidade
das comunidades, das paróquias e dioceses na formação dos seus agentes,
principalmente, dos catequistas que na gratuidade do SER colocam-se a serviço
da Palavra e testemunham com a vida a presença do Ressuscitado.
Ir. Zélia Maria Batista
Agosto/2008.
*Exodal: relativo a êxodo, caminhada, saída.
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