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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

ASPECTOS CENTRAIS DA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS NA CATEQUESE

O QUE colocar na catequese de crianças???  Não é uma pergunta muito fácil de responder em se tratando de um país continental como o nosso.

Mas, vamos aqui tentar simplificar um pouco as coisas. Primeiro que nós temos as orientações do DGC (128 -130) e também DNC (130), que estabelece em linhas gerais os "pilares" da catequese. Você pode ver isso em nossas publicações antigas aqui e no blog:


Continuando... Vejamos ainda, em que as nossas crianças devem ser "educadas" ou preparadas:
Primeiro a catequese deve EDUCAR para a ORAÇÃO. E esta oração deve ser PESSOAL, COMUNITÁRIA e LITÚRGICA.

- Como PESSOAL, ela deve ensinar a falar com Deus, a ver em Deus um Pai, em Jesus um amigo. E aí, além da oração que cada um pode e deve fazer, vem as orações tradicionais: Santo Anjo, Ave Maria, Pai Nosso.
- Como COMUNITÁRIA, vem a oração com a comunidade: Profissão de fé, Via sacra, Adoração, Terço, momentos fortes do ano litúrgico (Quaresma, Natal), novenas, procissões.
- Como LITÚRGICA, vem a participação na missa, nas celebrações eucarísticas e da Palavra

Em segundo lugar temos o ACOLHIMENTO NA COMUNIDADE. Fazer com que a criança sinta-se "parte" da comunidade orientando e incentivando a participação em: corais, grupos de canto, coroinhas, acólitos, Infância Missionária, etc.
Em terceiro lugar vem a CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA. Desde pequenos eles podem ser "discípulos", falar ao outro sobre sua fé, espalhar a Palavra e a boa nova. Para isso, o catequizando precisa entender a sua responsabilidade como batizado. Uma excelente catequese sobre o batismo é prioritária e precisa ser feita sempre, guardando as devidas idades e capacidade de discernimento.
Em quarto lugar temos a INICIAÇÃO AO CORRETO USO DA SAGRADA ESCRITURA. E daí vem o conhecer a Bíblia, manusear a Bíblia e entender a Palavra. Aqui uma leitura orante da Palavra, ADAPTADA ás crianças e jovens é muito frutífera.
E tudo isso precisa ser feito CUIDANDO DA APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDO, com adaptação da linguagem e simplificação de conceitos. No entanto, esta simplificação precisa de qualidade teológica. E para entender isso o catequista precisa de boa formação e criatividade. Uma mera infantilização em nome da "mentalidade infantil" é um erro teológico grave que pode causar uma crise de fé no futuro. Assim como o excesso de "regras" e "normas" pode levar a uma compreensão equivocada da religião.
A catequese, como ação básica da Igreja, estende-se pela vida afora. É preciso respeitar o "tempo" de cada um, principalmente das crianças, sem querer "despejar" nelas crianças todo o conteúdo doutrinário da nossa Igreja, que só um adulto é capaz de entender.
Fiquemos atentos então para o que diz o item 233 do DNC:
"233. A catequese é um ato essencialmente eclesial. Não é uma ação particular. A Igreja se edifica a partir da pregação do Evangelho, da catequese e da liturgia, tendo como centro a celebração da Eucaristia. A catequese é um processo formativo, sistemático, progressivo e permanente de educação da fé. Promove a iniciação à vida comunitária, à liturgia e ao compromisso pessoal e com o Evangelho. Mas prossegue pela vida inteira, aprofundando essa opção e fazendo crescer no conhecimento, na participação e na ação."
Não queira, portanto, que a criança "aprenda" tudo de uma vez. Lembre que você a está "iniciando" na fé, junto com a iniciação que a família e a comunidade também proporcionam. Devagar com o andor. O sacramento nunca é o "fim", ele é um rito de passagem que marca etapas vencidas e o começo de uma nova vida a cada uma das nossas crianças que, fortalecidos, se tornarão os discípulos de amanhã.

Publicado no Grupo de Discussões
20 de dezembro de 2015

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