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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

SOU CATEQUISTA... E AGORA? FAÇO O QUE?


VOCÊ CONHECE TODOS OS CONTEÚDOS DE FÉ TRABALHADOS NA CATEQUESE DE EUCARISTIA E CRISMA DA SUA PARÓQUIA?

Tem um pedido bastante recorrente em nosso grupo, na nossa página e no nosso blog:

Gostaria se sugestões para trabalhar com a Eucaristia...” ou “Gostaria de sugestões para a crisma”, ou ainda “Que temas trabalhar nesta ou naquela etapa?”. E o que me deixa mais perplexa ainda: “O que fazer na pré-eucaristia?” e “O que fazer na perseverança?”. Ora, se alguém “inventou” estas etapas, deveria saber qual o objetivo delas e ter em mente um planejamento. Ou não? Sou eu que estou “delirando”?

E vocês pensam que isso é coisa de quem vai começar a ser catequista agora, se enganam. Nem sempre. Tem gente que está na lida faz tempo e ainda não sabe o que faz ou o que fazer.

Não estou dizendo que não é para pedir sugestão, não! Uma coisa é ter um tema e não saber que método usar para trabalhar, outra bem diferente é nem ter esse tema... O objetivo do grupo Catequistas em Formação é ajudar a todos em sua missão. Mas, primeiro vamos ver o que nossa paróquia tem e espera de nós. E se ela não tiver nada, aí sim, vamos trabalhar para que ela tenha.

Mas, o que me deixou "pasma", foram alguns relatos dos catequistas que estão fazendo o curso de ITINERÁRIO comigo. Da enorme dificuldade em se conseguir na paróquia os roteiros de temas que são trabalhados nas diversas etapas. Parece que em alguns lugares isso é até “segredo de estado” ou “assunto proibido”.

Então, agora eu compreendo tantos pedidos de ajuda com roteiros...

Em nosso curso, num dos passos para se construir o itinerário, temos que trazer os conteúdos que são trabalhados em nossas paróquias, partilhar com as equipes e dali tirar um roteiro de temas ideal, que atenda os diretórios diocesanos, paroquiais e da Igreja, sobre a iniciação cristã, sobre a catequese. Enfim, é necessário saber, o que afinal, precisamos “ensinar” aos nossos catequizandos sobre a fé da Igreja Católica no tempo que nos é dado: seja um ano, dois anos, três anos ou mais até. Este método de aprendizagem se chama OFICINA.

E, pasmem comigo, muitos catequistas NÃO CONSEGUEM DESCOBRIR o que os outros catequistas das demais etapas, fazem nas suas paróquias. Nem sequer uma “listinha” rascunhada de temas sai: “Ah não tem!”; “Ah, eu uso o livrinho”; “Ah, não faço, tenho tudo na cabeça.” Um catequista não saber do outro, apesar de ser um absurdo, até é compreensível. Agora, alguém te falar que não sabe o que faz em 32 encontros num ano, que tem tudo só "na cabeça", é PRACABÁ! Como é que um catequista pode ter os encontros "de cabeça"??? Vai para a catequese sem saber o que fazer e lá, cai tudo do céu? Haja força do Espírito Santo aí, heim!

Onde fica a catequese como “processo gradual e progressivo de ensino da fé[1]? E como é que a coordenação de uma paróquia não sabe dos roteiros de encontros da catequese?? Como é que não se faz planejamento anual? Como não se faz planejamento conjunto? E se a catequese lá for de três anos e todo mundo fizer a mesma coisa todo ano? Ou se cada um faz o que lhe dá na telha? Como fica a iniciação desse cristão?

Esta catequese é... Fragmentada, frágil, infantil e dispersa, para dizer o mínimo. Aí a gente fica se perguntando porque a catequese não funciona e a maioria vai embora depois da crisma...

Em 2006, eu peguei minha primeira turma de catequese, sem saber absolutamente nada. Mas, sabe a primeira coisa que me deram? OS ROTEIROS DE TEMAS que eu devia trabalhar! E sabe o que era também uma prática naquela paróquia? Que os catequistas da mesma etapa se reunissem a cada dois meses e colocassem no papel o planejamento dos encontros. E era dos OITO encontros que faríamos. Não era só o tema não, era o ROTEIRO COMPLETO, com tema, dinâmica, atividades, orações, tudo! E tínhamos um manual como subsídio. Só que o manual não era nossa base, era “subsídio” apenas.

Isso tudo era entregue à coordenação para se arquivar numa pasta. E havia pastas de muitos anos arquivadas. E a catequese nesta paróquia é de TRÊS ANOS para a Eucaristia e DOIS ANOS para a Crisma. Assim, qualquer catequista que quisesse saber o que as outras etapas faziam era só pegar os planejamentos já feitos! Ou se quisesse uma sugestão de encontro, bastava consultar as pastas ou ainda, se mudasse de etapa, tinha parâmetros para trabalhar. Isso já faz dez anos. Hoje eles devem ter tudo isso em arquivo eletrônico.

Mesmo não tendo uma programação formal de formação básica para catequistas, esta paróquia me proporcionou uma FORMAÇÃO que guardo até hoje. Ela me ensinou a PLANEJAR e ORGANIZAR a catequese, coisa que me ajudou muito a ser uma catequista. Quem dera todos tivessem essa iniciativa.

Ângela Rocha

[1] DNC 41. Por ser educação orgânica e sistemática da fé, a catequese se concentra naquilo que é comum para o cristão, educa para a vida de comunidade, celebra e testemunha o compromisso com Jesus. Ela exerce, portanto, ao mesmo tempo, as tarefas de iniciação, educação e instrução (cf. DGC 68). É um processo de educação gradual e progressivo, respeitando os ritmos de crescimento de cada um.

*A paróquia que citada no texto, é a Paróquia Catedral Nossa Senhora de Belém, na Diocese de Guarapuava – Pr.  Não sei se ainda é assim por lá, mas, como catequista iniciante, aprendi MUITO com isso.

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