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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

E A CATEQUESE, COMO VAI?

 

Vai começar a caminhada catequética de 2021... E a de 2020 a gente mal conseguiu começar.

Já temos tem um "mapa" para seguir?? Temos orientações? Temos ITINERÁRIO CATEQUÉTICO?

O setor ou a diocese já enviou orientações? O pároco já convocou uma reunião com os catequistas (dá pra fazer reunião onilne...)

Vamos lembrar o que é “Catequese”?

“A Catequese é em processo dinâmico e abrangente de educação da fé, um itinerário, e não apenas uma instrução.” (CR 282).

E o que seria afinal esse “Itinerário”?

Numa definição genérica, itinerário é a descrição de um trajeto a ser percorrido.

Por exemplo: uma empresa de ônibus urbanos ao definir o itinerário de determinada linha, indica todos os pontos de parada do ônibus desde o início até o fim da linha. A esta indicação dá-se o nome de itinerário. Já um itinerário de turismo é um pouco mais elaborado: é um artigo que descreve uma rota por vários destinos ou atrações, dando sugestões de onde parar, o quê ver, como preparar-se, etc. Se a gente considerar os destinos como pontos em um mapa, o itinerário descreve uma linha que conecta os pontos.

Agora vamos considerar esta palavra na CATEQUESE:

“Um Itinerário Catequético é um círculo mais ou menos prolongado de encontros que integra uma ou várias temáticas (etapas, módulos, blocos) do mistério dentro do processo. Neste itinerário se inclui os conteúdos, as celebrações litúrgicas, a catequese mistagógica, a integração entre a comunidade e o compromisso apostólico.” (Definição dada no itinerário Catequético da Arquidiocese de Londrina, 2012). Eu acrescentaria aqui ainda a dimensão família.

Isso significa que um itinerário é um PLANEJAMENTO, um mapa, um guia do caminho a ser percorrido. No caso da catequese, ele prevê objetivos a serem atingidos, conteúdos que serão explanados, ações transformadoras que se pretende e as dimensões celebrativas que darão suporte à catequese mistagógica.

Só que, estamos em tempo de isolamento social...

Como fazer a catequese "acontecer"? Ou pelo menos, não "morrer'?

Vamos lembrar um pouquinho das tarefas da catequese:

- Ensinar dos conteúdos de CONHECIMENTO DA FÉ (temas e formação bíblica);

- Integrar a catequese nas celebrações litúrgicas: LITURGIA (missas, entrega de símbolos, retiros, orações, Via sacra...);

- Proporcionar vivência comunitária (família, comunidade, festas, eventos...);

- Incentivar a dimensão missionária, exercer o "mandato" profético do seu batismo (compromisso apostólico).

O PRIMEIRO item acima, até pode ser colocado "a distância", podemos pensar, afinal, conteúdo é mais "teoria", por que não usar dos meios digitais para expor? Mas, aí acontece um porém: onde fica a interação entre os iniciantes, as famílias com a comunidade? Como "entrar" para uma comunidade sem conhecê-la? A Igreja de Jesus Cristo está em todo lugar, mas, tem um Templo, um lugar "físico" onde as pessoas se reúnem.

O que nos leva ao SEGUNDO item: Como celebrar a liturgia, a reunião do povo de Deus, por meios “remotos” ou “online”? A mistagogia da fé, prescinde de simbologia. É preciso aguçar os sentidos: o olhar, a escuta, o cheiro, o tato, o gosto. A celebração da missa é toda simbólica. Uma missa "online" jamais vai substituir a missa presencial. E mais importante de tudo: a EUCARISTIA. Como fazê-la "virtual"?

Agora vamos ao terceiro tópico: VIVÊNCIA COMUNITÁRIA. O "encontro" entre as pessoas sempre foi e será importante para o ser humano: a mímica, o gesto, o olhar, o abraço, o aperto de mão, são necessários. Como não considerar estes aspectos quando se fala de relacionamento humano?

Por fim, o compromisso final da evangelização: engajamento e MISSÃO. "Pois não podemos deixar de falar de tudo quanto vimos e ouvimos!” (At 4, 20). É nosso compromisso cristão evangelizar o outro e levar a Palavra de Salvação a todas as criaturas.

A CATEQUESE, como "processo de ensino da fé", engloba estes e outros aspectos em sua missão. Não há como tornar este processo um evento "tecnológico", mediado por cabos e conexões. Assim como o relacionamento humano, a catequese pode ser "online" na medida em que é complementar, meio de integração, contato; mas, nunca deve usada como meio de comunicação principal.

Agora eu volto a perguntar:

QUAIS ORIENTAÇÕES VOCÊS RECEBERAM DOS SEUS PÁROCOS? SUAS DIOCESES JÁ SE POSICIONARAM?

OS CATEQUISTAS DA BASE ESTÃO SENDO OUVIDOS?

COMO FORAM AS EXPERIÊNCIAS DE 2020?

 

Ângela Rocha

Catequistas em Formação


Comentários recebidos:

1. Arquidiocese de Londrina – Pr, até agora muda e calada como foi praticamente todo o ano passado 

2. Aqui nada de nada. São Miguel Paulista – Sp.

3. Arquidiocese de Mariana - Sp, não deu nenhuma orientação. Com o aumento da covid e preciso esperar um pouco. 

4. Começando as movimentações na minha Paróquia com o apoio de nosso pároco, no entanto aguardando as orientações da Diocese de Jacarezinho – Pr. 

5. Recebemos uma comunicação do nosso assessor da pastoral Catequética – Diocese de Imperatriz - Ma: 
Caros coordenadores e coordenadoras! Hoje pude conversar com Dom Vilsom sobre o retorno da Catequese. A nossa situação no Brasil em relação à pandemia ainda é grave, com um número alto de mortes por dia e os números crescendo em várias regiões. Por isso, e tendo em vista que em breve deve começar a campanha de vacinação, não haverá mudanças no protocolo da Diocese pelo menos até a Páscoa. No final de fevereiro haverá a reunião do clero e nela será discutido sobre isso. A partir deste ano a Crisma retornará a ser celebrada pessoalmente pelo Bispo Diocesano e, portanto, apenas depois da vacinação. Dom Vilson orientou que a Primeira Comunhão seja celebrada também apenas depois da vacinação. Por isso, peço a todas as coordenações paroquiais que não comecem inscrições para a Catequese enquanto não forem dadas as novas orientações sobre a mudança do Protocolo. Permaneçamos unidos na fé! 

6. Na Arquidiocese de Curitiba foi dada orientações em manter a Catequese nas Casas, com os pais, nas comunidades que deram início, que deem continuidade ao processo. Sacramentos a serem realizados com os devidos cuidados e com a quantidade necessária de catequizandos para se manter o distanciamento. Para as comunidades que optaram em parar deverão se organizar da melhor forma em consonância com o Pároco. Catequese online não é catequese, não usar esse meio. Salienta a importância dos Pais nesse processe e dos Catequistas no incentivo. Esse ano ainda, o IAFFE, Instituto de Formação na Fé, irá viabilizar formação remota. Nossa Arquidiocese ainda tem um canal de formação no Youtube e sempre tem oferecido conteúdos referente aos documentos da catequese e da Igreja. Estamos bem amparados na Graça de Deus! 




sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

COMEÇA 2018... VOCÊ JÁ TEM SEU ITINERÁRIO CATEQUÉTICO?

 

Estamos iniciando um novo ano, que não precisa exatamente, ser um " novo ano catequético". A catequese deve acompanhar o ano LITÚRGICO, mas, voltamos das férias e recesso do final de ano. Vamos planejar 2018?

ITINERÁRIO CATEQUÉTICO: O QUE É?

“A Catequese é em processo dinâmico e abrangente de educação da fé, um itinerário, e não apenas uma instrução. ” (CR 282).

O que seria afinal esse “Itinerário”?

Numa definição genérica, itinerário é a descrição de um “trajeto a ser percorrido”. Por exemplo: uma empresa de ônibus urbanos ao definir o itinerário de determinada linha, indica todos os pontos de parada do ônibus desde o início até o fim da linha. A esta indicação dá-se o nome de ITINERÁRIO. Já um itinerário de turismo é um pouco mais elaborado: é um artigo que descreve uma rota por vários destinos ou atrações, dando sugestões de onde parar, o quê ver, como preparar-se, etc. Se a gente considerar os destinos como pontos em um mapa, o itinerário descreve uma linha que conecta os pontos.

AGORA VAMOS CONSIDERAR ESTA PALAVRA NA CATEQUESE.

“Um Itinerário Catequético é um circulo mais ou menos prolongado de encontros que integra uma ou várias temáticas (etapas, módulos, blocos) do mistério dentro do processo. Neste itinerário se inclui os conteúdos, as celebrações litúrgicas, a catequese mistagógica, a integração entre a comunidade e o compromisso apostólico. ” Eu acrescentaria ainda a dimensão família.

Isso significa que um itinerário é um PLANEJAMENTO extenso, um mapa, um guia do caminho a ser percorrido. No caso da catequese, ele prevê objetivos a serem atingidos, conteúdos que serão explanados, ações transformadoras que se pretende e as dimensões celebrativas que darão suporte à catequese mistagógica.  

Assim temos que, uma simples instrução, é chegar e expor o conteúdo, sem ligação ou compromisso com as ações transformadoras e com a dimensão litúrgica da catequese, não se envolve a comunidade ou a família.
Em contraponto: o ITINERÁRIO prevê as consequências do que se ensina, na vida e na missão do catequizando, como isso será percebido e colocado em prática.

Falando mais na prática, um itinerário catequético PRECISA observar os seguintes pontos:
ü  Primeiro observar a quem ele se destina (crianças, adolescentes, jovens, adultos, deficientes...);
ü  Em seguida ver os objetivos da catequese (Sacramentos, formação cristã...);
ü  Verificar por fim, o tempo que demanda esta ação e a preparação dos “guias” (catequistas, introdutores) que irão trabalhar na condução do processo. Só aí então, construir o “roteiro/itinerário”, observando o seguinte:
- Conteúdos (temas e formação bíblica);
- Celebrações litúrgicas e mistagógicas (missas, entrega de símbolos, retiros, orações, Via sacra...);
- Vivencia comunitária (família, comunidade, festas, sociedade);
- Dimensão missionária (compromisso apostólico).

Enfim, o ITINERÁRIO descreve o que se fará, EFETIVAMENTE, para se trabalhar o processo catequético, o "como" chegar a cada um dos objetivos (pontos), que se pretende, ou seja, o ensino da fé e a vivência cristã na Igreja.

O PORQUÊ DO ITINERÁRIO CATEQUÉTICO?

Um pouco difícil de entender, o itinerário muitas vezes é visto somente como um “roteiro” ou um “planejamento” de encontros semana a semana. Mas, ele é muito MAIS do que isso.

Em princípio ele contempla os OBJETIVOS da catequese, que é, em primeira instância, “aprofundar” a fé e os conhecimentos da Igreja adquiridos juntos à primeira “formação” que o cristão recebe, ou seja, a fé que a família passa, os conhecimentos e a tradição herdados da família. Isso porque, para haver “catequese”, pressupõe-se um “anúncio” anterior e uma “conversão”. No entanto, observa-se que isso nem sempre acontece, ou então, esta “fé herdada” é fragmentada ou infantil.

Está aí o porquê da nossa Igreja estar insistindo na catequese pelo processo catecumenal, a IVC. Mas, isso é um assunto para mais tarde. Vamos falar agora do que diz nossos documentos.

A CATEQUESE COMO PROCESSO EDUCATIVO

Como já dissemos anteriormente, a catequese NÃO É UM SIMPLES PLANEJAMENTO de encontros semanais. Ela precisa primeiramente de um “método”.

O método da catequese é fundamentalmente o caminho do seguimento de Jesus (cf. Marcos; Mt. 16,24; Lc 9,23; Jo 14,6 etc.). A Catequese Renovada coloca como base e referência para a pedagogia da fé o “princípio metodológico da interação entre fé e vida”, e assim o descreve:

“Na catequese realiza-se uma interação (= um relacionamento mútuo e eficaz) entre a experiência de vida e a formulação da fé; entre a vivência atual e o dado da Tradição. De um lado, a experiência da vida levanta perguntas; de outro, a formulação da fé é busca e explicitação das respostas a essas perguntas. De um lado, a fé propõe a mensagem de Deus e convida a uma comunhão com Ele; de outro, a experiência humana é questionada e estimulada a abrir-se para esse horizonte mais amplo” (CR, n. 89; cf. 92-98).

Essa confrontação entre a formulação da fé e as experiências de vida possibilita uma formação cristã mais consciente, coerente e generosa. Não se trata tanto de um método, quanto de um princípio metodológico, que perpassa todo conteúdo da catequese.

Textos e manuais dão orientações práticas de como operacionalizar o princípio de interação entre fé e vida, sugerindo um novo modo de organizar o processo catequético: não mais como os tradicionais planos de aulas, mas através de um roteiro de atividades evangélico-transformadoras. É um ITINERÁRIO educativo, que vai além da simples transmissão de conteúdos doutrinais desenvolvidos nos encontros catequéticos. Esses roteiros contemplam um processo participativo de acesso às Sagradas Escrituras, à liturgia, à doutrina da igreja, à inserção na vida da comunidade eclesial e a experiências de intimidade com Deus. ”

Por isso o ITINERÁRIO! Para que possamos traçar um CAMINHO de ensino da fé que perpasse toda a vida do catequizando e não somente os conteúdos bíblicos e doutrinais. O itinerário VAI MUITO ALÉM DE UM ROTEIRO DE TEMAS A SEREM TRABALHADOS!

* Cf. CR (Catequese Renovada)135-136 e 157-158; TM (Textos e manuais – Estudo 53 – CNBB) 125-136 e 189-195.


ITINERÁRIO CATEQUÉTICO: O QUE PRECISA CONTER?



Não podemos esquecer que a catequese é um processo, por isso exige programação sistemática e progressiva.

Para que isto aconteça o catequista necessita planejar um ITINERÁRIO CATEQUÉTICO!

Com:
         Objetivos (Aonde se quer chegar)
         Conteúdos (Temas)
         Ações Transformadoras
         Dimensões celebrativas
         Envolvimento das Famílias
         Envolvimento da comunidade
         Compromisso apostólico

E pensando mais:
         Quanto tempo deve durar um encontro?
         Quanto tempo deve durar a catequese?
         Qual a idade ideal para se começar?
         Que conteúdos serão trabalhados?
         Que ações serão realizadas?
         Como será envolvida a dimensão celebrativa, litúrgica? Os sacramentos?
         Como será envolvida a família?
         Como se envolverá a comunidade na catequese?
     E o Calendário paroquial? E os eventos, festas e celebrações DA comunidade? Como envolver os catequizandos?
         Como instigar o compromisso missionário?

Por isso pergunto: VOCÊS TÊM, DE FATO, UM ITINERÁRIO PARA A CATEQUESE??

Um catequista não pode trabalhar sem planejamento, sem saber para onde ir e o que fazer, qualquer lugar serve

Ângela Rocha
Catequista



quinta-feira, 24 de novembro de 2016

SOU CATEQUISTA... E AGORA? FAÇO O QUE?


VOCÊ CONHECE TODOS OS CONTEÚDOS DE FÉ TRABALHADOS NA CATEQUESE DE EUCARISTIA E CRISMA DA SUA PARÓQUIA?

Tem um pedido bastante recorrente em nosso grupo, na nossa página e no nosso blog:

Gostaria se sugestões para trabalhar com a Eucaristia...” ou “Gostaria de sugestões para a crisma”, ou ainda “Que temas trabalhar nesta ou naquela etapa?”. E o que me deixa mais perplexa ainda: “O que fazer na pré-eucaristia?” e “O que fazer na perseverança?”. Ora, se alguém “inventou” estas etapas, deveria saber qual o objetivo delas e ter em mente um planejamento. Ou não? Sou eu que estou “delirando”?

E vocês pensam que isso é coisa de quem vai começar a ser catequista agora, se enganam. Nem sempre. Tem gente que está na lida faz tempo e ainda não sabe o que faz ou o que fazer.

Não estou dizendo que não é para pedir sugestão, não! Uma coisa é ter um tema e não saber que método usar para trabalhar, outra bem diferente é nem ter esse tema... O objetivo do grupo Catequistas em Formação é ajudar a todos em sua missão. Mas, primeiro vamos ver o que nossa paróquia tem e espera de nós. E se ela não tiver nada, aí sim, vamos trabalhar para que ela tenha.

Mas, o que me deixou "pasma", foram alguns relatos dos catequistas que estão fazendo o curso de ITINERÁRIO comigo. Da enorme dificuldade em se conseguir na paróquia os roteiros de temas que são trabalhados nas diversas etapas. Parece que em alguns lugares isso é até “segredo de estado” ou “assunto proibido”.

Então, agora eu compreendo tantos pedidos de ajuda com roteiros...

Em nosso curso, num dos passos para se construir o itinerário, temos que trazer os conteúdos que são trabalhados em nossas paróquias, partilhar com as equipes e dali tirar um roteiro de temas ideal, que atenda os diretórios diocesanos, paroquiais e da Igreja, sobre a iniciação cristã, sobre a catequese. Enfim, é necessário saber, o que afinal, precisamos “ensinar” aos nossos catequizandos sobre a fé da Igreja Católica no tempo que nos é dado: seja um ano, dois anos, três anos ou mais até. Este método de aprendizagem se chama OFICINA.

E, pasmem comigo, muitos catequistas NÃO CONSEGUEM DESCOBRIR o que os outros catequistas das demais etapas, fazem nas suas paróquias. Nem sequer uma “listinha” rascunhada de temas sai: “Ah não tem!”; “Ah, eu uso o livrinho”; “Ah, não faço, tenho tudo na cabeça.” Um catequista não saber do outro, apesar de ser um absurdo, até é compreensível. Agora, alguém te falar que não sabe o que faz em 32 encontros num ano, que tem tudo só "na cabeça", é PRACABÁ! Como é que um catequista pode ter os encontros "de cabeça"??? Vai para a catequese sem saber o que fazer e lá, cai tudo do céu? Haja força do Espírito Santo aí, heim!

Onde fica a catequese como “processo gradual e progressivo de ensino da fé[1]? E como é que a coordenação de uma paróquia não sabe dos roteiros de encontros da catequese?? Como é que não se faz planejamento anual? Como não se faz planejamento conjunto? E se a catequese lá for de três anos e todo mundo fizer a mesma coisa todo ano? Ou se cada um faz o que lhe dá na telha? Como fica a iniciação desse cristão?

Esta catequese é... Fragmentada, frágil, infantil e dispersa, para dizer o mínimo. Aí a gente fica se perguntando porque a catequese não funciona e a maioria vai embora depois da crisma...

Em 2006, eu peguei minha primeira turma de catequese, sem saber absolutamente nada. Mas, sabe a primeira coisa que me deram? OS ROTEIROS DE TEMAS que eu devia trabalhar! E sabe o que era também uma prática naquela paróquia? Que os catequistas da mesma etapa se reunissem a cada dois meses e colocassem no papel o planejamento dos encontros. E era dos OITO encontros que faríamos. Não era só o tema não, era o ROTEIRO COMPLETO, com tema, dinâmica, atividades, orações, tudo! E tínhamos um manual como subsídio. Só que o manual não era nossa base, era “subsídio” apenas.

Isso tudo era entregue à coordenação para se arquivar numa pasta. E havia pastas de muitos anos arquivadas. E a catequese nesta paróquia é de TRÊS ANOS para a Eucaristia e DOIS ANOS para a Crisma. Assim, qualquer catequista que quisesse saber o que as outras etapas faziam era só pegar os planejamentos já feitos! Ou se quisesse uma sugestão de encontro, bastava consultar as pastas ou ainda, se mudasse de etapa, tinha parâmetros para trabalhar. Isso já faz dez anos. Hoje eles devem ter tudo isso em arquivo eletrônico.

Mesmo não tendo uma programação formal de formação básica para catequistas, esta paróquia me proporcionou uma FORMAÇÃO que guardo até hoje. Ela me ensinou a PLANEJAR e ORGANIZAR a catequese, coisa que me ajudou muito a ser uma catequista. Quem dera todos tivessem essa iniciativa.

Ângela Rocha

[1] DNC 41. Por ser educação orgânica e sistemática da fé, a catequese se concentra naquilo que é comum para o cristão, educa para a vida de comunidade, celebra e testemunha o compromisso com Jesus. Ela exerce, portanto, ao mesmo tempo, as tarefas de iniciação, educação e instrução (cf. DGC 68). É um processo de educação gradual e progressivo, respeitando os ritmos de crescimento de cada um.

*A paróquia que citada no texto, é a Paróquia Catedral Nossa Senhora de Belém, na Diocese de Guarapuava – Pr.  Não sei se ainda é assim por lá, mas, como catequista iniciante, aprendi MUITO com isso.

domingo, 3 de agosto de 2014

PLANEJAMENTO E CATEQUESE *Angela Rocha

Muito se fala sobre Planejamento na Catequese, no entanto, os planejamentos que normalmente são feitos são, exclusivamente, para serem enviados às equipes superiores de coordenação da Catequese: coordenações das Paróquias, Decanatos e Dioceses.

O planejamento não é encarado com a seriedade que deveria, ou seja, ele na verdade é uma cópia de um documento feito por alguém em anos anteriores, que nada tem a ver com o verdadeiro sentido do termo.

Copiando um pouco os conceitos utilizados pela administração vemos que planejamento é um trabalho de preparação para se levar um empreendimento em frente seguindo roteiros e métodos determinados. Normalmente o planejamento tem um objetivo definido. Planeja-se para chegar a algum lugar.

O planejamento, como ferramenta da administração (porque a coordenação da catequese deve praticar uma boa administração), possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos e construir um referencial para o futuro. Na verdade é uma ação racionalizada, planejada para um fim específico.

O planejamento deve ser feito após se considerar e avaliar a realidade, de maneira que as ações a serem tomadas sejam escolhidas e organizadas antecipando resultados. Esta ação ou construção, busca alcançar, da melhor forma possível, os objetivos pretendidos. O bom planejamento também possibilita que se faça correções ou mudanças de direção caso seja necessário.

Com relação ao dia a dia, algumas de nossas ações precisam ser planejadas, outras não. A não ser que sejamos pessoas que só agem por impulso, estamos sempre agindo e antecipando os resultados de nossas ações, mesmo que não se esteja ciente de que se está projetando resultados. A ação, propriamente dita, é muito mais frequente do que o planejamento. Raras vezes nos damos conta de que estamos antecipando ou planejando o resultado de nossas ações. As ações muitas vezes são comportamentos já treinados para os quais possuímos planos já guardados em nosso subconsciente. Assim, agimos e adaptamos nossas ações sem planejá-las. Somente se essas ações tiverem como objetivo mudanças radicais em nossas vivências, é que iremos planejá-las conscientemente.

Agora, quando se trata de atividades voltadas para novas situações ou tarefas com objetivos complexos ou quando se refere a ações que afetam, não somente nossa vida pessoal como de toda uma comunidade, é imprescíndivel que se planeje as ações a serem executadas.

O planejamento é necessário quando é preciso adaptar as ações a um ambiente que envolve risco ou custo, ou quando a atividade é feita em parceria ou faça parte de um sistema dinâmico, como é a Catequese na Igreja. No entanto, pelo fato do planejamento ser um processo muitas vezes complicado, que consome tempo e energia, recorremos ao planejamento apenas quando é realmente necessário ou quando alguma coisa ou alguém nos obriga a planejar. Outra coisa é que, quando finalmente planejamos, procuramos aquilo que é mais fácil, viável e bom e não aquilo que otimizaria os processos.

O planejamento precisa ser entendido como um processo cíclico, em constante movimento, que coloca em prática as determinações de um plano, garantindo a continuidade do processo, com uma constante reavaliação de situações, propostas, resultados e soluções. Isto traz dinamismo às ações, facilita a tomada de decisões e a recondução daquilo que falhou.

Entendido o que é planejamento parte-se para a definição de para quem é o planejamento. O planejamento é feito para toda pessoa ou organização que queira ou esteja comprometida com o alcance de um ou mais objetivos, onde se necessite coordenação e acompanhamento de esforços e aplicação de recursos humanos, financeiros e materiais.

E por que se faz planejamento? Em primeiro lugar para que se tenha garantia de que os objetivos propostos serão atingidos. Depois para que os problemas encontrados no meio do caminho sejam resolvidos com criatividade, desde que essa criatividade na resolução dos problemas seja coerente com os objetivos traçados inicialmente. O planejamento ajuda a eliminar soluções de improviso que normalmente, estão longe dos objetivos maiores do planejamento.

E quando se deve planejar? O planejamento deve ser feito a cada período de atividades onde surjam novos desafios ou novas situações. O planejamento não é imutável, pelo contrário, sempre que houver mudanças que justifiquem, o planejamento deve ser revisto, para que os objetivos do planejamento sejam atingidos, pois a prioridade deve ser o objetivo e não a manutenção rígida do planejamento.

Ao contrário do que se pensa, planejamento não é só para empresas. Ele deve ser feito em qualquer atividade que exija esforços múltiplos e envolva um grande número de pessoas ou em atividades onde haja risco de comprometer vidas humanas tanto sob o ponto de vista de manutenção da vida como de sua continuidade e desenvolvimento. A Catequese não foge disso. Ela é uma ação coordenada da Igreja que visa à educação na fé e prescinde de planejamento em todos os seus níveis e etapas.

Mesmo tratando-se de uma atividade realizada pela Igreja, a Catequese tem custo, e isto depende do que se está planejando. O planejamento dos encontros semanais das crianças demanda esforço e material, já o planejamento das formações de catequistas ou dos encontros de pais, requer um planejamento mais elaborado e muito provavelmente vai envolver mais pessoas e custos maiores para a paróquia. Assim como para a administração, o que se sabe é que o custo do não planejamento é muito maior do que o custo do planejamento, pois quem não sabe para onde vai, qualquer lugar serve, não importa o que, nem quanto custe.

Mas como planejar? Planeja-se primeiramente pensando-se em planejamento, corrigindo rumos, aprendendo com a experiência própria, com as experiências dos outros, lendo outros planejamentos, livros, trabalhos, experimentando, acertando e errando.

Para planejar é preciso antes de tudo avaliar a caminhada catequética. Essa avaliação tem que ser consciente e madura. É preciso que as equipes façam um retrospecto de tudo aquilo que funciona e não funciona na catequese, lembrando que cada paróquia ou comunidade possui suas características e realidades diferentes umas das outras.

Não é necessário que se inicie um novo ano ou período para que se faça planejamento. Ele deve ser feito sempre que necessário, sempre que as diversas atividades que envolvem a catequese assim o exijam. E deve ser participativo.

Finalmente, é preciso saber quem vai fazer o planejamento. Quem vai planejar é um dos aspectos mais importantes do processo. Quando isso é feito pela equipe e não por um grupo de coordenação para a equipe, o envolvimento e os objetivos do planejamento são mais facilmente alcançados. Há um comprometimento maior dos membros envolvido. Cada um sabe que, de uma forma ou de outra, contribuiu para a construção do projeto e assim, com responsabilidade compartilhada, é muito mais fácil trilhar o caminho. Não há pessoas a se culpar caso algo saia do rumo. Há sim, unidade na correção desses rumos.

*Ângela M. L. Rocha – Catequista de 1ª Eucaristia na Paróquia e Catedral N. Sra. de Belém, Guarapuava, Paraná – 2010.

quinta-feira, 13 de março de 2014

VAMOS COMEÇAR A CATEQUESE DO ANO! MAS, COMO???

Pois é, passou o carnaval e começamos o "ano"... Não adianta, o Brasil é o país que começa depois do carnaval mesmo! E isso se reflete, infelizmente, na nossa Igreja. Parece que as pessoas tiram férias da Igreja antes do natal e voltam só na quarta-feira de cinzas!

Enfim! Cá estamos nós! E perdidos...



E tenho visto muitos catequistas e coordenadores meio perdidos buscando “o que fazer” neste começo de ano catequético. Normal até que a gente busque ajuda e sugestões para nossa catequese num grupo de catequistas... Mas, orientações e sugestões para INCREMENTAR nosso itinerário de conteúdos, não para criá-los a nível paroquial! 

E mais, onde está o “planejamento” de vocês? Como se começa alguma coisa sem planejar antes?



Citando Lucas 14, 27-30:

“Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la? Para que, depois que tiver lançado os alicerces e não puder acabá-la, todos os que o virem não comecem a zombar dele, dizendo: Este homem principiou a edificar, mas não pode terminar.”

Então, para quem está encarando essa nobre missão, só agora ou ainda é novo "no pedaço", tenho duas citações do DNC que acho absolutamente "da hora" para vocês:

- "A organização da pastoral catequética tem como ponto de referência o BISPO e a DIOCESE. O secretariado diocesano ou a Comissão/coordenação diocesana de catequese é o órgão através do qual o Bispo, animador da comunidade e mestre da doutrina, dirige e preside a atividade catequética realizada na sua diocese." (Capítulo sétimo, pg 141, Item 232);

- "Para frutificar, a catequese necessita de organização, planejamento e recursos. para que o ministério catequético na diocese seja frutuoso, ele precisa apoiar-se sobre os demais agentes, não necessariamente catequistas diretos, os quais apóiam e sustentam a atividade catequética, realizando tarefas que são imprescindíveis, tais como: elaboração de material, formação, organização e planejamento. Cabe à diocese, através de seus organismos e coordenações, dar condições para que a ação catequética perpasse a ação evangelizadora da igreja, com ênfase na catequese com adultos. Há também a necessidade de prover os catequistas de recursos, tanto para a tarefa catequética propriamente, como para a sua formação permanente. Catequistas são sabidamente generosos, oferecem seus serviços e seu tempo em espírito de gratuidade. Mas muitos são pobres e cooperam penosamente no sustento da família. A comunidade que aceita seu trabalho e precisa tanto deles deve ter sensibilidade para pôr à disposição da catequese livros, material pedagógico, cobertura financeira para cursos, encontros, reuniões dos quais os catequistas devam participar." (item 236, pg 143).

Em minha modesta opinião, estes dois itens nos dão a dimensão exata de que, AO CATEQUISTA, cabe cumprir e realizar a missão; às lideranças, começando pelo nosso pároco, cabe dos dar as orientações para que se realize esta missão. E, com estas orientações, é que se faz o “planejamento” do ano – de preferência, bem antes do carnaval!
E olha que os dois itens do DNC - Diretório Nacional de Catequese (que TODO catequista deveria conhecer e ter em mãos para consulta) foi inteiramente baseado no DGC - Diretório Geral para a Catequese, documento da SÉ APOSTOLICA, criado com o objetivo de direcionar a catequese EM TODA A IGREJA CATOLICA.

Não dá, então, para conceber que AINDA EXISTEM CATEQUISTAS que NÃO CONHEÇAM ou não tenham ouvido falar destes DIRETÓRIOS! O DGG (diretório em nível mundial) existe deste 1997 e substituiu o DCG de 1971, criado a pedido do Concílio Vaticano II. O Nosso diretório, o NACIONAL, feito para o Brasil, existe desde 2006, e antes dele teve o Documento Catequese Renovada - CNBB, de 1983, que orientava a catequese. Vocês hão de convir comigo que é absurdo, que mais de 30 anos depois do Brasil ter criado um documento para a catequese, ainda se viva sem conhecê-lo. O DNC ainda é "jovem", tem só oito anos, mas foi amplamente reforçado, também, pelo Documento da Conferência de Aparecida em 2007. De lá pra cá, não se concebe ação evangelizadora (leia-se aí "catequese" também) no Brasil e na América Latina sem ele, o DAp.

Mais absurdo ainda, é a gente observar que muitas paróquias ainda usam os tradicionais CATECISMOS de perguntas e respostas ou então baseiam a catequese exclusivamente na Doutrina... E uma doutrina bem ultrapassada, já que, DUVIDO, usem como base o CIC (Catecismo da Igreja Católica) promulgado pela carta Fidei Depositum, do papa João Paulo II em 1992.

Agora vocês podem até dizer pra mim que estes documentos que citei podem ser lindos e maravilhosos no papel, mas não se aplicam a realidade de vocês. Podem sim! Mas só se for por "vontade" das lideranças de vocês (coordenadores, padres, bispo). NUNCA por DESCONHECIMENTO da existência deles.

Ninguém deve sair de sua casa em direção a Igreja, ou ferver a caraminhola um dia antes, pensando ali com seus botões: "O que será que eu podia falar  aos meus catequizandos?" Se o catequista tem consciência da amplitude da sua missão, deve, com certeza se preocupar com aquilo que está fazendo (Não um dia antes, claro!). E esta preocupação se reflete no "conteúdo" e nos "métodos" que está usando para a catequese. Ele não tem que tirar "da sua cabeça" ou da sua "experiência de vida", muito menos da sua "boa vontade" e "achismo", os conteúdos necessários à Evangelização na Igreja Católica. Para isso existe a organização da Igreja local: o pároco, os responsáveis pelos os setores, foranias, decanatos (que nome for) e depois as Dioceses.

Certamente que se pode pensar também que só falar de Jesus e ler a Bíblia, resolve a catequese. Com certeza resolve muito. A Bíblia e os Evangelhos, são a base do conteúdo catequético. Mas, não vamos esquecer que o nosso CREDO CATÓLICO, coloca depois das pessoas da Trindade Santa, o "creio na Igreja Católica" e tudo que advém desta crença: história, tradição, mandamentos, sacramentos, etc. 

E quais são os SETE PEDRAS fundamentais do processo de catequese e do amadurecimento do cristão?


Credo        Sacramentos      Mandamentos/Bem aventuranças   
Pai Nosso     Antigo testamento     Vida de Jesus        História da Igreja.

(conforme DNC 130 e DGC 128, 130).

E isso tudo gente, precisa estar muito bem estruturado num processo catequético gradual e progressivo: idades, etapas, cronogramas, planejamento.

"(...) por ser educação orgânica e sistemática da fé, a catequese se concentra naquilo que é comum para o cristão, educa para a vida de comunidade, celebra e testemunha o compromisso com Jesus. Ela exerce, portanto, ao mesmo tempo, as tarefas de iniciação, educação e instrução (cf. DGC 68). É um processo de educação gradual e progressivo, respeitando os ritmos de crescimento de cada um." (DNC 41).

Então, como fazer isso? Comece perguntando aos seus coordenadores paroquiais; estes, se não souberem, vão ao pároco; o pároco, se não souber, vá ao seu bispo. Com certeza, alguém tem as respostas. O que acontece muitas vezes, é que ninguém pergunta...



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