O CHEIRO, O GOSTO, O OLHAR DA FÉ
A
cada vez que piso o chão de um templo católico, o templo me toca a alma.
Pela
grandiosidade das suas portas, silenciosamente adentro o espaço do Senhor.
Mas,
não são as paredes altas, os vitrais que espelham a luz ou o teto que meus
olhos mal absorvem, que me faz respirar em suspenso e me prostrar em admiração.
Não
são os dolorosos passos do Senhor na Via sacra que me tocam o coração.
Nem
são os nichos de oração encravados nas paredes com seus genuflexórios a me
convidar a ficar de joelhos e admirar a devoção dos santificados que me chama a
rezar.
Nem
é a dignidade do ambão da palavra que fala ao povo, não é o altar deitado em
sacrifício ou a luz do sacrário a me lembrar que o sonho vive e vive para
sempre.
Não,
não é a grandiosidade dos templos e a suntuosidade marmórea que me faz admirar
o templo.
O
que me causa admiração maior, é a nossa convicção humana que podemos chegar a
grandiosidade que é o Senhor Deus a se expressar em arte, beleza e simbologia.
E
se não olhar um templo com os olhos da fé, verei somente a “casca”, o
invólucro, a grandeza e a majestade da construção, nunca a grandeza e a
majestade que da fé que ele inspira.
É
mister ouvir o silêncio que nos faz escutar somente o eco dos nossos passos e o
estalar da madeira dos bancos.
É
preciso sentir o cheiro de Deus que nossas Igrejas exalam, sentir o calor da
luz que os vitrais refletem, o gosto da oração em nossa boca, que se abre em
absoluta veneração.
É
preciso ver que não são os nossos templos que refletem a Igreja Católica, é
Deus que se reflete em nossos templos.
Isso,
só aquele que ama sua Igreja sabe...
Ângela
Rocha - Catequista
*
Escrevi este texto logo depois de visitar o templo No Seminário Franciscano
Santo Antônio em Agudos – SP, em 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário