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domingo, 15 de março de 2015

VIVÊNCIA PARA CATEQUESE DE CRISMA - SANTO ÓLEOS

Na Arquidiocese de Londrina, todos os anos, o arcebispo D. Orlando Brandes, orienta e pede que todos os crismandos participem da Missa dos Santos Óleos na Semana Santa, numa "peregrinação crismal". 

E, uma ou duas semanas antes, cada paróquia faz um encontro com os crismandos, pais e padrinhos para fazer a "vivência" dos  Santos Óleos, onde, num encontro mistagógico e formativo, apresenta-se este rito tão bonito da nossa Igreja.

Os resultados são frutuosos, pois, além de conhecer a origem do rito, valoriza-se mais ainda o sacramento da Crisma.
Esta é uma sugestão de roteiro de encontro a ser feito com CRIMANDOS, PAIS e PADRINHOS, mesmo que não seja possível a peregrinação crismal à Missa dos Santos Óleos na Semana Santa.

ROTEIRO PARA ENCONTRO COM CRISMANDOS, PAIS E PADRINHOS - SANTOS ÓLEOS


OBJETIVO: Este encontro tem por objetivo levar crismandos, pais e padrinhos a conhecer um pouco mais sobre a unção crismal e incentivar a participação na Missa dos Santos Óleos na Semana Santa como uma peregrinação crismal. 
Lembrando que o método mistagógico é: celebra/explica e explica/celebra, e assim se faz a experiência da fé. Os efeitos dos ritos só se desenvolvem plenamente quando eles são explicados e vivenciados.

Obs. Pode-se convidar os Coroinhas também para o encontro.

OBS.: Óleo DO crisma (o masculino referindo ao óleo);
Sacramenta DA crisma (o feminino referindo-se a unção).

AMBIENTAÇÃO: No centro da sala, a frente, numa mesa, colocar tecidos: Branco (representando óleo crismal), verde (óleo dos catecúmenos/batismal), roxo (óleo dos enfermos); uma Bíblia, o Círio Pascal (apagado) e diversos tipos de óleos, um frasco de azeite e um frasco com bálsamo (perfume).
- A parte preparar pequenos frascos com azeite de oliva e um bálsamo (perfume) misturado. Mais ou menos 10 frasquinhos dependendo do número de pessoas.



SOBRE AS CORES: Hoje se vê em muitos lugares a seguinte sequência: Crisma - vermelho, Catecúmenos - branco, Enfermos - roxo. Entretanto, a tradição romana apresenta outras cores: Branco, Verde e Roxo. O Pontifical Romano determinava claramente a cor branca para o Santo Crisma: "três ampolas cheias de óleo puríssimo, uma para o Óleo dos Enfermos, outra para o Óleo dos Catecúmenos, e a terceira, que é maior, para o Crisma: e esta terceira deve-se cobrir com um pano de seda branca; a primeira e a segunda, contudo, sejam cobertas com panos de seda de outras cores". Assim sendo, não é parte da tradição romana atribuir a cor vermelha ao Santo Crisma. Tal ligação foi feita, obviamente, por causa da relação entre o Crisma e o Espírito Santo (a cor litúrgica de Pentecostes é vermelha). Mas, a esse respeito, basta lembrar que na administração do Sacramento da Crisma não é obrigatório o uso da cor vermelha: pode-se utilizar também a cor branca (cf. Pontifical Romano).

Observe as cores  na Missa dos Santos Óleos:

Bênção dos óleos na Catedral de Klagenfurt - Alemanha

ENTRADA: Iniciar o encontro com as luzes apagadas. Entra uma pessoa com uma vela acesa e outra com a Bíblia, enquanto se canta...

Ó luz do Senhor que vem sobre a terra, inunda meu ser permanece em nós...
Ó luz do Senhor que vem sobre a terra, inunda meu ser permanece em nós...

Ao chegar a frente  a pessoa acende o círio e então se acendem algumas luzes da sala. Em seguida entram três pessoas, cada uma com um frasco (ornamental) contendo óleo, representando os três óleos (crisma, batismo e enfermos) e coloca em cima do tecido da cor apropriada. (Com uma música de fundo).

Sugestão: Óleo Santo... (Vida Reluz).

PRIMEIRA PARTE – (VER)

- Boa noite a todos, sejam bem vindos a esta nossa vivência crismal. Estamos hoje aqui reunidos, catequistas, catequizandos, pais, padrinhos, coroinhas... Para viver um pouco daquilo que chamamos de “mistagogia”... De condução ao mistério da nossa fé, tentando entender um pouco mais o sacramento da crisma e seus símbolos.

- No dia da confirmação, da Crisma, o Bispo vai ungir a fronte dos crismandos com um óleo consagrado. Esse óleo é consagrado na missa crismal, que acontece na Semana Santa, junto com a bênção do óleo dos catecúmenos (óleo do batismo), e o óleo da unção dos enfermos.

- Mas isto não é um simples gesto, ele tem três grandes significados: é um gesto corporal, tem sentido teológico e está carregado de sentimento, de afeto... É a consagração do crismando para uma grande missão na Igreja. O jovem é ungido para o combate de sua vida, para ir a luta com novas forças e novo impulso para vencer.

Conhecer a história – os óleos e seu significado. 
Qual é a utilidade do óleo na nossa vida? 
Exortar a participação de todos. 
Mostrar a utilização do óleo, principalmente nas refeições.

- E para que esta unção seja feita precisamos de ÓLEO.

- Óleo é uma palavra de origem latina, "oleum", derivada do grego "élaion", que designa o óleo extraído dos olivais (élaia).

- Quando se fala de azeite (óleo), que imagem isso nos traz? Qual o contato dessa preciosa substância com o nosso cotidiano? Ele é utilizado na comida, como combustível, em massagens, como protetor solar, em perfumes; Tem também função terapêutica para queimaduras, torções, pancadas. Ele é símbolo de saúde, bem-estar e paz. E da onde vem o óleo? Soja, milho, girassol, mamona, canola, oliva...

Vamos tratar aqui de um óleo ou azeite que para nós tem uma função preciosa: o óleo de oliva. Que é extraído das oliveiras.



- A oliveira é uma das árvores mais antigas cultivadas no mundo. O azeite, óleo advindo das oliveiras, faz parte da alimentação humana há muito tempo. Com o tempo o azeite de oliva foi difundido para o resto do mundo. Além de usar na cozinha, o azeite era usado como medicamento, unguento ou bálsamo, perfume, combustível para iluminação e impermeabilizante de tecido. Com as expedições marítimas dos portugueses acabou por chegar as Américas. Espalhando-se por todo mundo onde as condições climáticas lhe eram favoráveis. Hoje até mesmo o Brasil produz um pouco de óleo de oliva. 



- Como é uma Oliveira afinal? 

(Mostrar imagens da árvore, do fruto, do Jardim das Oliveiras...  pode ser uma apresentação em powerpoint).

- Mas porque afinal estamos falando tanto de oliveira, azeitona, azeite...

- Primeiro porque precisamos compreender um pouco cada sacramento e cada símbolo da nossa fé. E aqui, trouxemos para vocês, o óleo, o símbolo da UNÇÃO.

- Vamos falar um pouco mais dessa palavrinha: UNÇÃO.  Que lembra untar, que nada mais é do que “lambuzar” alguma coisa de óleo... Isso a gente faz nas formas antes de assar bolo, pão e outras coisas... Mas aqui na nossa vivência, a unção é muito mais que isso... Aqui falamos de cada um de nós: ungidos pelo Espírito Santo do Senhor. Sabem o que significa a palavra CRISTO? Ungido. E o que significa cristãos? Ungidos.

SEGUNDA  PARTE  - (ILUMINAR)

Horto das Oliveiras - Jerusalém
- Mas, de onde vem essa função do óleo ou azeite na nossa Igreja. Como ele se tornou um símbolo da Crisma?

Fundamentação Bíblica

- Encontramos nos salmos que o óleo tem a finalidade de fazer brilhar o rosto (Sl 103,15) e é símbolo da alegria (Sl 44,8).  Penetrante, sua unção significa a consagração de um ser a Deus, em vista da realeza, do sacerdócio ou de uma missão profética (Ex 29,7). Edifícios e objetos são consagrados com a unção do óleo (Gn 28,18). O ungido por excelência é o Messias, o Cristo, que é o Rei, o Sumo Sacerdote e o Profeta. Símbolo da alegria e da beleza, sinal de consagração, o óleo é também o ungüento que alivia as dores e que fortalece os lutadores, tornando-os mais ágeis e menos vulneráveis.

- Vamos lembrar aqui que desde o primeiro Rei de Israel, este foi ungido com óleo. E que Davi, rei escolhido por Deus ainda jovem, por duas vezes teve a chance de matar seu antecessor,  Saul... Mas não o fez em respeito a ele ser um rei “Ungido”.  Davi é um exemplo de pessoa que levou a sério a unção, a pertença da pessoa à Deus.

Leitura: Êxodo 30, 22-33.

Pode ser projetado no Datashow o vídeo:

(Fazer a leitura explicando a origem do óleo consagrado e citar brevemente as outras fontes: Levítico, unção dos sacerdotes; Mateus, luz/combustível para as lâmpadas, luz que ilumina; Marcos, força e cura; São Tiago, cura.)

Fontes de referência: Êxodo 30, 22-33; Levítico 8, 1-13; Mateus 25, 1-13; Marcos 6, 6-13; São Tiago 5, 13-15. (Anexos)

Liturgia

- A Liturgia da Igreja privilegia três óleos, chamando-os de "Santos Óleos": Óleo dos enfermos, Óleo dos catecúmenos e Óleo do Santo Crisma. Os dois primeiros Santos Óleos são abençoados e o terceiro, o Óleo Crismal, é consagrado na missa crismal que o Bispo celebra com todo o seu presbitério na 5ª feira santa pela manhã ou outro dia da semana, como será aqui em Londrina, dia 31 de março, às 19h30, no Moringão.

- No centro da Liturgia deste dia está a bênção dos santos óleos: o óleo dos catecúmenos e o óleo para a unção dos enfermos. Merece destaque, o óleo do crisma que não é abençoado e sim consagrado. Com ele se unge a testa de quem está sendo crismado, as mãos do padre quando é ordenado, a cabeça do bispo quando ele é ordenado. Consagra-se o altar da Igreja, as 12 cruzes da parede. Este é o “toque” do Senhor, a expressão física, corporal, usando elementos da natureza, no caso, o óleo de oliva.

“Os sacramentos são a expressão da corporeidade da nossa fé, que abraça corpo e alma, isto é, o homem inteiro.” (Bento XVI).

TERCEIRA PARTE – (AGIR)

- O óleo é símbolo do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, alude a Cristo: a palavra Cristo (Messias) significa “Ungido”. Aquilo que acontecera apenas simbolicamente nos reis e sacerdotes da Antiga Aliança, quando eram instituídos no seu ministério com a unção do óleo, verifica-se em toda a sua realidade em Jesus: a sua humanidade é permeada pela força do Espírito Santo. Jesus abre a nossa humanidade ao dom do Espírito Santo. Chamamo-nos “cristãos”, ou seja, “ungidos”: pessoas que pertencem a Cristo e por isso participam na sua unção, são tocadas pelo seu Espírito.

OS SANTOS ÓLEOS:

O Óleo dos Catecúmenos concede a força do Espírito Santo aqueles que serão batizados para que possam ser lutadores de Deus, ao lado de Cristo, contra o Espírito do mal. O batizando é ungido com o óleo dos catecúmenos, no peito.
- “Este óleo é o primeiro modo de ser tocado por Cristo e pelo seu Espírito: um toque interior, pelo qual o Senhor atrai e aproxima de Si as pessoas. Por meio desta primeira unção, que tem lugar ainda antes do Batismo, o nosso olhar detém-se nas pessoas que se põem a caminho de Cristo, nas pessoas que andam à procura da fé, à procura de Deus. O óleo dos catecúmenos diz-nos: não só os homens procuram a Deus, mas o próprio Deus anda à nossa procura”. (Bento VXI).



O Óleo dos Enfermos é um sinal sensível utilizado pelo sacramento da Unção dos Enfermos, que traz o conforto e a força do Espírito Santo para o doente no momento de seu sofrimento. O doente é ungido na fronte e na palma das mãos.
- Lembram que o bom samaritano despejou óleo nas feridas do viajante?

- “Pensemos agora na multidão das pessoas que sofrem: os famintos e os sedentos, as vítimas da violência em todos os continentes, os doentes com todos os seus sofrimentos, as suas esperanças e desânimos, os perseguidos e os humilhados, as pessoas com o coração dilacerado. Ao narrar o primeiro envio dos discípulos por Jesus, São Lucas diz-nos: “Ele enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos” (9, 2). Curar é um mandato primordial confiado por Jesus à Igreja, a exemplo d’Ele mesmo que, curando, percorreu os caminhos do país. Faz parte da missão essencial da Igreja também a cura concreta da doença e do sofrimento. O óleo para a Unção dos Enfermos é expressão sacramental visível desta missão”. (Bento XVI).
- Que na missa dos santos óleos a oração de cada crismando presente, na hora da bênção, seja força e alimento, junto com o óleo, para todos os enfermos de nossa arquidiocese.

O Santo Crisma é o óleo utilizado nas unções de consagração dos seguintes sacramentos: batismo, o batizado é ungido no peito; na Confirmação ou Crisma, é o símbolo principal da consagração, feito na fronte; depois na Ordenação Episcopal, sobre a cabeça do novo bispo; e na ordenação sacerdotal, na palma das mãos do novo sacerdote. Também é usado em outros ritos, como na dedicação de uma Igreja, na consagração de um altar, quando o Santo Crisma é espalhado sobre o altar e sobre as cruzes de consagração que são colocadas nas paredes laterais das igrejas dedicadas (consagradas). Em todos estes casos, o Santo Crisma recorda a vinda do Espírito Santo que penetra as pessoas como o óleo que impregna a cada um deles que o toca. Ele faz com que pessoas sejam ungidas com a unção real, sacerdotal e profética de Jesus Cristo. Lembrando aqui o batismo.
- Na missa crismal observar os gestos do bispo, na oração de consagração do óleo, observar como ele é conduzido até o altar e depois como é retirado. Participar com muita fé e oração pois este óleo te consagrará para sempre e consagrará muitos outros pelo batismo.

- Misturar aqui os dois jarros: o de azeite com o bálsamo... lembrar o cerimonial da Missa dos santos óleos...  a bênção, o sopro... enquanto vai falando...

- O óleo do crisma é misturado com perfume. É o único dos santos óleos que é perfumado. Porque precisa deixar marcas no Espírito e no corpo. O óleo do crisma transmite o aroma do amor de Cristo, cobre o jovem com o perfume de Cristo, dá-lhe a sua irradiação amorosa. Ele está assim marcado, não precisa ter medo dos perigos, das tentações, do mal... Crisma é uma palavra grega que significa: óleo de ungir. A palavra Confirmação tem aqui o significado de fortalecimento, pois deve tornar o cristão “forte e robusto” no espírito. O óleo do crisma é uma mistura do óleo de oliva e de bálsamo perfumado.
- E ao sermos consagrados com o óleo do crisma recebemos a “Identidade de cristãos”, conferida já pelos sacramentos da iniciação, batismo e eucaristia, agora somos “propriedade de Deus”, fomos marcados pelo seu selo. Recebemos a unção e esta unção é poderosa!
- Vamos “sentir” e “tocar” um pouco esse óleo perfumado... sentir a textura na pele, o cheiro...

- Aqui passar de mão em mão os pequenos frascos com óleo perfumado para cheirar e tocar. Enquanto isso vai falando...

Óleo ungido perfumado

- A unção com óleo significa o derramar do Espírito Santo em nossas vidas e o agir de Deus a nosso favor, através da comunhão, da oração e da obediência.

- Crisma é o sacramento que, conferindo os dons do Espírito Santo em plenitude, inaugurado no batismo, põe o fiel no caminho da perfeição cristã e assim o faz passar da infância para a idade adulta, pois é o Sacramento da maturidade Cristã. É quando o cristão passa a ter responsabilidade na comunidade. Por isso ele é a Confirmação do Batismo. É o Sacramento da Juventude. É o Sacramento por excelência do Espírito Santo. É o sacramento da “missão”.

- Lembram da passagem final de Jesus pelo Horto das Oliveiras, antes de ser preso e condenado? Foi no Jardim das Oliveiras que Jesus se recolheu e orou fervorosamente antes da crucificação. Este jardim também é chamado de “getsêmani”. Pensemos que as orações e o sofrimento de Jesus nesta hora foram tão fervorosos que Ele chegou a suar sangue: “(...) posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.” (Lc 22,44).  Vale relembrar também o que significa, literalmente, a palavra aramaica Getsêmani. A primeira parte da palavra significa “prensa” (get) e a segunda (sêmani), óleo ou azeite. Todo horto de oliveiras possuía uma prensa assim.

- Façamos então, uma analogia com o sofrimento de Jesus a tudo que falamos hoje. As azeitonas precisam ser prensadas e esmagadas para produzir o mais fino e salutar dos óleos: o azeite de oliva. Jesus sofreu a agonia de saber que ia morrer por nós e sofreu muito por isso, afinal Ele, mesmo sendo o filho de Deus, também era “carne”, era humano. Sua morte provocou a salvação da humanidade (azeite, doçura da unção). Cada um de nós, a seu tempo vive o “getsêmani”... Afinal o fruto de nosso sofrimento, é óleo para a unção, tem que sair de nós mesmos, esmagando nossa carne,  para ser então derramado sobre as frontes. Por mais difícil que possa parecer, temos que passar por ele, pela “prensa” do sofrimento: chorando, gritando e suando “sangue”, se preciso for, para que, lá na frente, nos transformemos em bênçãos.  Este é o óleo do Crisma e o significado dele para nossa fé.

Renovação do batismo

- Vamos lembrar também que o sacramento da crisma é a confirmação e a renovação do batismo. Na parte final do Batizado é feita a “Unção com Óleo da Crisma”. No Antigo Testamento era comum ungir os sacerdotes, reis e profetas. Também Cristo foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito especial. Então, esta Unção quer significar que pelo Batismo nos tornamos participantes do poder messiânico de Jesus. E também, conforme a primeira epístola de São Pedro (1 Pedro 2, 9-10) nos tornamos raça eleita com Cristo, reis (rainhas), sacerdotes (sacerdotisas) e profetas (profetisas).
- Profetas, porque participantes da salvação em Cristo, nós a devemos anunciar a humanidade por palavras e exemplos de vida. Mostrar que Deus é Amor através do verdadeiro amor pessoal.
- Tornamo-nos sacerdotes. Não possuímos o sacerdócio ministerial com o poder de fazer a Consagração na Santa Missa. Mas nos tornamos participantes do sacerdócio de Jesus, pois participamos do novo povo de Deus na Nova Aliança, sendo assim, parte de um povo sacerdotal capaz de oferecer sacrifícios com Cristo. Isto porque, recebemos nossa vida como precioso dom de Deus e assim, devemos oferecê-la em retribuição, em ação de graças ao Criador. Todo cristão pode e deve, em sua vida, orientar todas as coisas para Deus.
- Por fim, pelo Batismo nos tornamos reis, possuidores do Reino de Deus. Com Jesus vencemos a morte e o pecado e podemos participar da própria vida de Deus.
- Vemos aqui que os sacramentos da iniciação tem uma estreita ligação entre eles.

BENÇÃO FINAL – (CELEBRAR)

Já finalizando nosso encontro, vamos lembrar da imposição das mãos.

-Na imposição das mãos e na unção realizadas pelo bispo, o crismando não está só. O padrinho ou a madrinha está atrás dele(a) e lhe põe a  mão direita sobre o ombro e participa da essência do ritual. Para os jovens, é bom saber que a seu lado há um adulto que os ampara. No padrinho ou na madrinha, o Espírito Santo torna-se visível, como um amparo real. Isso firma a vontade do crismando para que ele(a) consiga amparar a si mesmo e para que tenha coragem de enfrentar a vida. Uma das tarefas do padrinho é colocar a mão direita sobre o ombro do crismando. O ombro é um centro da energia. É a partir dele que o guerreiro  atira sua lança. Mostrar o ombro a alguém, aprumar os ombros, levantar, quer dizer: estou impondo limites. Quando o padrinho ou madrinha põe a mão no ombro do crismando, quer dizer: “É bom que você esteja aqui. Você tem força. Você administra sua vida. Permaneça fiel a si mesmo. Trilhe seu caminho”. Ao mesmo tempo, com esse gesto ele mostra que a força, muitas vezes insuficiente do crismando, é permeada pela força do Espírito Santo, que sustenta o jovem para que ele possa dar os passo seguintes, de ombros erguidos e confiante.

- Agora, não é apenas o padrinho que está junto de vocês, mas seus pais, irmãos, amigos. Todos que puderem coloquem a mão sobre os ombros uns dos outros. Com isso vamos expressar que não estamos sós, que existe muita gente nos apoiando, que muitas pessoas acompanham a nossa vida, torcem por nós e sempre podemos contar com elas. Quando “confirmados” pela crisma somos admitidos no círculo dos adultos, passamos a fazer parte de uma comunidade que vem de gerações, de pessoas dispostas a partilhar a fé e nos acompanhar para o que der e vier. Quando nos sentirmos desanimados e abandonados, vamos lembrar deste gesto. Sempre podemos voltar a vivenciar a força do Espírito Santo nas pessoas que nos acompanham, nas pessoas que seguram os nossos ombros e nos dão força.

- Vamos fechar nossos olhos e em silêncio, vivenciar essa força, sentir a energia do outro pela mão que toca nosso ombro e transmitir essa mesma energia ao ombro da pessoa que estamos tocando.

- Colocar a música: Vinde Espírito Santo (Vida reluz)

“Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. Oremos: Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.”

- Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no principio, agora e sempre. Amem.

FINAL (coordenação):

Agradecer a presença de todos. Reforçar a data e o horário e o local da Missa dos Santos Óleos. Como todos vão se dirigir ao local.

(Justificativa de servir pão e suco de uva ao final...).

- O Bispo invoca o Espírito Santo sobre os jovens para que renasçam, para que se transformem como as oferendas da Eucaristia, para que se tornem plenos do Espírito, do amor e da força de Cristo. Com a imposição das mãos, eles devem se tornar o pão dos céus, o pão para os outros, o pão que os nutre verdadeiramente em seu caminho e o vinho que alegra os corações das pessoas.

 
 

Convidar a todos para na saída, degustar uma pequena “refeição” que lembrará os momentos do encontro (Pratos com azeitonas verdes e pretas, torradinhas ou “paezinhos” com algumas gotas de azeite de oliva e sal, patê de azeitona, e suco de uva. Esta mesa decorada, deverá estar pronta  à saída do evento).


Ângela Rocha


FONTES DE CONSULTA:
 - Anselm Grün, Confirmação, responsabilidade e vigor. São Paulo: Loyola, 2006.
- Bento XVI, Homilia,  missa do Santos Óleos, 2011.
- Bíblia Sagrada, CNBB. 10ª ed.
- CIC – catecismo da Igreja Católica – 1285 a 1321.
- Orientações Arquidiocese de Londrina –PR


ANEXOS
01 - CITAÇÕES BÍBLICAS:

UNÇÃO - Êxodo 30, 22-33

O Senhor falou a Moisés:
23. "Providencie bálsamo de primeira qualidade: cinco quilos de mirra em grão, dois quilos e meio de cinamomo, dois quilos e meio de cana aromática,
24. cinco quilos de cássia, conforme o peso do santuário, e sete litros e meio de azeite de oliva.
25. Com esses ingredientes, faça o óleo para a unção sagrada, um perfume aromático, segundo a receita de perfumista. E ele servirá para a unção sagrada.
26. Unja com esse óleo a tenda da reunião e a arca da aliança,
27. a mesa com seus utensílios, o candelabro com seus acessórios, o altar do incenso,
28. o altar dos holocaustos com seus acessórios, e a bacia com a sua base.
29. Consagre essas coisas e elas ficarão santíssimas: quem as tocar ficará santificado.
30. Unja também Aarão e os filhos dele e consagre-os, para que exerçam o sacerdócio em minha honra.
31. Fale aos filhos de Israel: 'Isso será para vocês e para suas gerações um óleo para a unção sagrada.
32. Não será derramado sobre o corpo de nenhum homem, e vocês não copiarão sua fórmula. Ele é coisa sagrada e assim vocês devem tratá-lo.
33. Quem fizer um óleo parecido e o colocar sobre um profano, será excluído do povo”.

UNÇÃO - Levítico 8, 1-13:

1. O Senhor falou a Moisés:
2. "Tome Aarão e seus filhos, as vestes, o óleo da unção, o bezerro do sacrifício pelo pecado, os dois cordeiros e o cesto dos pães sem fermento.
3. Em seguida convoque toda a comunidade junto à entrada da tenda da reunião".
4. Moisés fez conforme o Senhor lhe havia ordenado. E toda a comunidade se reuniu na entrada da tenda da reunião.
5. Moisés lhes falou: "Vejam o que o Senhor mandou fazer".
6. Depois Moisés fez com que Aarão e seus filhos se aproximassem, e os lavou com água.
7. Revestiu Aarão com a túnica, colocou-lhe o cinto, vestiu-o com o manto e colocou nele o efod. Depois colocou a faixa do efod e a fixou em Aarão.
8. Colocou-lhe o peitoral com os urim e os tumim.
9. Colocou-lhe o turbante na cabeça e, na frente do turbante, a flor de ouro: é o sinal da santa consagração, conforme o Senhor ordenou a Moisés.
10. Então Moisés pegou o óleo da unção e ungiu o santuário e tudo o que nele havia, para os consagrar.
11. Fez sete aspersões sobre o altar, e ungiu o altar e seus acessórios, a bacia com sua base, a fim de os consagrar.
12. Depois derramou o óleo da unção sobre a cabeça de Aarão e o ungiu, para o consagrar.
13. A seguir, mandou que os filhos de Aarão se aproximassem, revestiu-os com túnicas, colocou neles o cinto e atou-lhes o turbante, conforme o Senhor ordenou a Moisés.

Obs.:

Efod - Tipo de uma túnica adornada de ouro e jóias, usada pelo sumo sacerdote, judeu, no exercício de suas funções.
Urim e Tumim - Trata-se de um objeto, ou de mais de um objeto usado no processo de adivinhação utilizado pelos antigos israelitas para descobrir a vontade de Deus sobre determinado evento. É uma expressão proveniente do hebraico, e significa luzes e perfeições. Não existe uma clara definição de como era o objeto, ou objetos. Quanto a cor, tamanho, e também  a substancia do Urim e do Tumim, são desconhecidas. Talvez fossem dados, pedras ou até bastões, que deveriam estar na dobra do peitoral dos sacerdotes.

LUZ/COMBUSTÍVEL - Mateus 25, 1-13

1. "Naquele dia, o Reino do Céu será como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óleo, e saíram ao encontro do noivo.
2. Cinco delas não tinham juízo, e as outras cinco eram prudentes.
3. Aquelas sem juízo pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo.
4. As prudentes, porém, levaram vasilhas com óleo, junto com as lâmpadas.
5. O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormiram.
6. No meio da noite, ouviu-se um grito: 'O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro'.
7. Então as dez virgens se levantaram, e prepararam as lâmpadas.
8. Aquelas que eram sem juízo disseram às prudentes: 'Dêem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se apagando'.
9. As prudentes responderam: 'De modo nenhum, porque o óleo pode faltar para nós e para vocês. É melhor vocês irem aos vendedores e comprar'.
10. Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou.
11. Por fim, chegaram também as outras virgens, e disseram: 'Senhor, Senhor, abre a porta para nós'.
12. Ele, porém, respondeu: 'Eu garanto a vocês que não as conheço'.
13. Portanto, fiquem vigiando, pois vocês não sabem qual será o dia, nem a hora."

CURA - Marcos 6, 6-13

6. E Jesus ficou admirado com a falta de fé deles. Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados.
7. Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus.
8. Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura.
9. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.
10. E Jesus disse ainda: "Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem.
11. Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles."
12. Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem.
13. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo.

CURA – São Tiago 5, 13-15

13. Alguém de vocês está sofrendo? Reze. Está alegre? Cante.
14. Alguém de vocês está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que rezem por ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor.
15. A oração feita com fé salvará o doente: o Senhor o levantará e, se ele tiver pecados, será perdoado.

PRIVILEGIO E MANDATO DE CURA – 1 Pedro 2, 9-10

9. Vocês, porém, são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa.
10. Vocês que antes não eram povo, agora são povo de Deus; vocês que não tinham alcançado misericórdia, mas agora alcançaram misericórdia.

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