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terça-feira, 15 de agosto de 2017

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A FAMÍLIA E O PAPEL DO “PAI” NA SOCIEDADE ATUAL


Hoje, entende-se por família um grupo de pessoas identificado não somente por laços sanguíneos, de parentesco, mas também por compromissos em comum, que vivam num mesmo lar. Não identificamos mais uma família somente como pai, mãe e filhos. A figura da Sagrada Família hoje precisa ser reinterpretada: Temos muitas crianças abandonadas pelo pai ou mãe, criadas pelos avós ou tios. Temos mães solteiras com a função também de pai, apesar de, na realidade, não poderem substituí-lo por completo. Temos também o caso do pai sem a presença da mãe, que deixam os filhos a encargo da avó ou da madrasta, no caso de reconstrução de vida matrimonial. E temos filhos adotivos de pais ou mães homo afetivos.  Mudanças culturais e sociais fazem surgir outros tipos de família na sociedade: a família formada por dois pais ou duas mães, pessoas que sentem a necessidade de expandir seu amor a quem precisa de amor. E não nos cabe o papel de julgadores. Cabe-nos o papel de amá-los.

Independente do perfil da família, ela ainda está relacionada à imagem da Sagrada Família. Isso porque, mesmo considerando os laços de cooperação, valores, união e parceria num ambiente familiar, o essencial mesmo, é o AMOR que os une. Não importa como essa família é formada. O importante é que exista amor entre esses componentes. E nada mais exemplar que o compromisso assumido por São José ao tornar-se o “Pai” de Jesus, o exemplo de Maria ao colocar-se como geradora do filho de Deus, e a mensagem de amor deixada por Jesus: O amor não escolhe, não julga, não discrimina. O Senhor poderia ter vindo em qualquer lugar, mas, escolheu vir numa FAMÍLIA, crescer sob a proteção de um Pai e de uma Mãe.

Vemos exemplos de crianças que são criados somente pela avó ou que os avós assumem o papel de mãe e pai, elas não apresentam problemas comportamentais nem de carência, pois o amor está sempre presente em sua vida. Vemos crianças filhas de pais separados que também não apresentam qualquer problema em seu crescimento como pessoa, quando na relação entre os pais há respeito e amor ao filho. Por outro lado, temos crianças com famílias aparentemente estruturadas, que demonstram distúrbios comportamentais e dificuldades de integração social.


 A família é a base de desenvolvimento de um ser humano. Não importa se ele é adotado, se foi criado pelos avós, tios ou até mesmo por famílias fora dos padrões que a sociedade aceita. A relação com a família vai repercutir por toda a vida. Porque o sinônimo de família é AMOR, é proteção, é cuidado, é testemunho.

Esta semana iniciamos a Semana da Família na Igreja, comemorando o Dia dos Pais, aquele que é relacionado à São José na Sagrada Família. E que grande exemplo de “Pai” nós temos aqui! E é um exemplo a ser seguido, não só pelo gênero masculino. É um exemplo a ser seguido: pelo Pai que é pai, pela mãe que é Pai também, pelo avô ou avó que é Pai e por todos aqueles que assumem o compromisso de amar, proteger e cuidar de uma FAMÍLIA.

Vemos hoje na sociedade uma quase veneração pelo papel da Mãe, que muitas vezes assumem o papel de pai na família, pela completa ausência deste. A mulher já exerce quase todas as atividades antes restrita aos homens. Alguns pais até se sentem esquecidos, preteridos... não só nas comemorações, mas, no próprio papel de “Pai”, gerador e provedor da família. Mais do que uma valorização pela “fotografia” que se desenha hoje da família, em suas tão diferentes constituições, é necessária a valorização do PAI, como homem, como figura tão necessária à família, em seu papel e exemplo, de “passos” ou “pegadas” a serem seguidas.

Os pais hoje em dia não têm tempo de dar a devida atenção e orientação sobre os verdadeiros significados valores de fé a serem seguidos. Aliás, alguns nem sabem mais. Dá-se a responsabilidade da educação à escola e da iniciação a vida cristã à catequese. E assim, temos muitas crianças “órfãs” de formação cristã, órfãs na fé. E o Pai delega à mãe a responsabilidade de levar o filho a escola e à catequese, sem uma participação ativa, sem lembrar do seu papel no “desenho” do caminho a seguir, de condutor da família. Juntos, Pai e Mãe, tenham eles o “desenho” que tiverem nessa nova “fotografia” familiar, devem andar juntos nessa luta pelo resgate do verdadeiro amor, do respeito pelo outro, da fraternidade para com os irmãos, na caridade para com os mais pobres.

Sem esquecer o doce e forte exemplo da família de Nazaré, a família de hoje pode encontrar também, sua inspiração na Família Trinitária, aonde seus membros, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sem confundir suas identidades e papéis, acolhem-se inteiramente e se doam inteiramente um ao outro, incessantemente, permanente e fielmente, assim como juntos se doam da mesma forma a todos nós, vivendo em plena alegria e realização.

Vemos hoje, muitas vezes, em nossas famílias biológicas e em nossas famílias humanas e espirituais, um ou mais membros que necessitam de você, PAI, ou de vocês, TODOS juntos, como família. De que modo, pessoalmente ou como FAMÍLIA, você pode contribuir para a superação dos desafios que se colocam diante das famílias de hoje? Como fazer da família luz para a vida em sociedade?
Que a Sagrada Família, assim como tantas famílias que se santificaram juntas até hoje, intercedam por nós, e na oração e na Trindade, encontremos esta resposta.

Ângela Rocha

Catequistas em Formação

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