O Mês da Bíblia foi aberto
como um espaço privilegiado para aprofundar um livro ou um tema bíblico, no
contexto específico da realidade brasileira e da caminhada da Igreja no Brasil.
A escolha do mês de setembro está
associada à memória de São Jerônimo (30 de setembro), tradutor da Bíblia par ao
latim (Vulgata) e modelo de divulgador dos estudos bíblicos. Naturalmente, o
chamado “Mês da Bíblia” significa o “Ano da Bíblia”, no sentido de que não se
pode limitar um tempo determinado para a leitura dela e a importância da sua
divulgação.
Os textos produzidos para o
Mês da Bíblia constituem material permanente para estudo, oração e vivência da
Palavra de Deus. A Bíblia deve inspirar toda a ação evangelizadora da Igreja
começando pela catequese, a preparação e a vida da Igreja, além de constituir a
alam da teologia (Concílio Vaticano II. Dei
verbum, n. 24).
Para o ano de 2017, o texto
escolhido para aprofundamento é a 1ª
CARTA DE SÃO PAULO AOS TESSALONICENSES, que retrata uma comunidade dos
inícios do cristianismo, com dificuldades, resistências e superações. Esta
comunidade está inserida na periferia de uma grande cidade do Império Romano,
Tessalônica, onde Paulo busca transformar a sociedade vigente, com a força do
anúncio do Evangelho.
Para o estudo, a CNBB lança um
“Texto-base”, que é constituído pelo comentário à Carta, à luz do tema e do
lema:
TEMA: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”.
LEMA: “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida”. (Cf. 1Ts 2,8).
A inspiração provém dos 10 anos da publicação do Documento de Aparecida (2007), intitulado “Discípulos missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele nossos povos tenham vida”. Trata-se de um convite para conhecer Jesus e sua proposta de vida e partilh´-ala com as demais pessoas. O Documento de Aparecida estabelece esta conexão entre discipulado e missão como duas faces da mesma moeda. O discipulado leva necessariamente à missão e a missão se alimenta do discipulado.
O livro escolhido para refletir sobre este tema não poderia ser mais apropriado, a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses. A carta é cronologicamente, o primeiro escrito do Novo Testamento. Ela deixa transparecer os desafios e as propostas de uma Igreja em formação. Nela se encontram os temas mais fundamentais da fé cristã. É onde os fiéis se deparam com as tribulações da vida presente e com as esperanças da vida futura. Paulo expressa aí todo o seu afeto de discípulo missionário. A paixão pelo Evangelho o incentiva a ponto de estar disposto a doar a própria vida: “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (1Ts 2,8).
O Texto-Base, bem como todo material para estudo neste mês da Bíblia, pode ser encontrado nas Livrarias Católicas, bem como no site das Edições CNBB: www.edicoescnbb.com.br
TEXTO - BASE |
ROTEIRO ENCONTROS |
ESTRUTURA DA 1ª CARTA AOS TESSALONICENSES:
É a partir da sinagoga (At
17,2) que Paulo inicia, com bons frutos, a evangelização de Tessalônica; mas a
hostilidade judaica obriga-o a interrompê-la bruscamente (At 17,5-9). Por isso,
o Apóstolo deixa uma comunidade apenas constituída, sujeita às seduções do
paganismo de que proveio, na sua maioria (1,9) e à perseguição. Daí a
inquietação que manifesta pela sorte dos crentes (2,17; 3,1.5).
CONTEXTO
Com os seus companheiros,
Paulo parte para Bereia; e depois, sozinho, para Atenas e Corinto, onde se lhe
vêm juntar Silas, ou Silvano, e Timóteo (At 18,5). Timóteo, entretanto, tinha
sido enviado a Tessalônica (3,1) e traz boas notícias. É neste contexto que é
escrita a 1ª
Carta aos Tessalonicenses, provavelmente de Corinto e entre os anos
50 e 52.
TEOLOGIA
A nível cronológico, esta
carta é o primeiro
escrito do Novo Testamento, fato que lhe confere uma particular
importância. É uma carta colegial, quanto ao remetente e às características
gerais (veja-se o uso do plural), e eclesial, nos seus destinatários e na sua
função (5,27); prolonga a obra da evangelização, que não é de um só, mas coletiva.
A tonalidade dominante é
pastoral: não há polêmica, nem erros a corrigir. Com profundo reconhecimento a
Deus por tudo o que Ele realiza, Paulo encoraja os cristãos a progredir. Revela
uma grande intensidade afetiva, que é recíproca entre os missionários e os
crentes. Nela sobressaem a gratidão, o entusiasmo, a confiança, a solicitude
como de mãe e pai (2,7-8.11). E comunica ao leitor a generosidade e a grandeza
de alma dos tempos iniciais, de fundação.
DIVISÃO E CONTEÚDO
I.
Ação de graças (1,2-3,13), em 3 secções:
Saudação inicial (1,1)
Ação de graças pelo trabalho
dos missionários e pela resposta dos tessalonicenses (1,2-2,16).
Missão de Timóteo, cujo êxito
suscita reconhecimento a Deus (2,17-3,10).
Voto final (3,11-13).
II.
Prática cristã “no Senhor Jesus Cristo” (4,1-5,24), em 4 seções:
Dois aspectos fundamentais da
vida cristã: santificação e caridade (4,1-12).
Dois aspectos da expectativa
escatológica: os mortos antes da parusia e o Dia do Senhor (4,13-5,11).
Outros conselhos úteis à vida
cristã (5,12-22).
Voto final (5,23-24).
Saudação final (5,25-28).
CURIOSIDADE:
Hoje a
Tessalônica, chama-se Salonica, em
grego Θεσσαλονίκη ou Thessaloníki;
("Vitória sobre os tessálios"). É a segunda maior cidade da Grécia e
a principal cidade da região grega da Macedônia. Em 2011, a população da área
metropolitana era de 1.104.460 habitantes. O santo padroeiro da cidade é
São Demétrio de Tessalônica e o seu santuário, a Igreja de São Demétrio (Hagios Demetrios), está classificado
como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.A cidade foi construída por
determinação de Cassandro, em 315 a.C., que lhe deu o nome da sua esposa, Tessalônica.
Hagios Demetrios - Igreja de São Demétrio - Salonica - Grecia. |
FONTES:
- Subsídio Texto-Base "Mês da Bíblia 2017" - Edições CNBB, 2017.
- www.capuchinhos.org/biblia/index.php
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