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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

ENCONTROS CATEQUÉTICOS NAS CASAS: CONDUZIDOS PELOS PAIS/FAMÍLIA

 

                                                                                                 Criador: BNP Design Studio

“Algumas dioceses estão orientando que se incentive os pais a fazerem a Catequese com os filhos em casa. Isso é perfeitamente possível desde que os pais sejam orientados a respeito e, claro, tenham interesse e conhecimento básico da nossa religião. Se a sua paróquia usa algum manual ou livro, oriente os pais como usá-lo”. (Ângela Rocha)

Uma proposta para a catequese em tempos de pandemia:

Enquanto durarem as medidas de distanciamento social, realizar encontros catequéticos nas casas conduzidos pelos pais ou responsáveis com validade no processo iniciático.

Os pais ou responsáveis deverão conduzir o encontro catequético com seu(s) filho(s) em sua casa, semanalmente, em dia e horário mais apropriado à família. O catequista enviará previamente aos pais ou responsáveis as orientações para a realização do encontro catequético em casa, acompanhando se houve ou não a realização do encontro catequético na casa da família.

O catequista deverá utilizar o esquema com os elementos do encontro catequético organizado pela Comissão Bíblico Catequética para orientar os pais na condução do encontro catequético em casa. O itinerário de temas pode seguir o subsídio adotado pela diocese ou ser preparado pelo catequista.

NÃO FAÇAM NOVAS INSCRIÇÕES PARA A CATEQUESE INFANTIL AGORA! 

Espere orientações da sua Diocese!

Não tem por que "abrir turmas" agora. Já temos muitas crianças inscritas no ano passado que precisam de orientação. Temos tempo para planejar e pensar como será esta “volta” das inscrições.

Caso façam inscrições, vão ficar comprometidos com o que não vai acontecer! Expliquem aos pais que não é possível ter catequese este ano, até que tenha vacina para todos. A inscrição está na contramão da realidade do isolamento social, e também com o fato de que a catequese não pode ser “online”. Ela precisa ser presencial.

Aproveite e inscreva OS PAIS para a CATEQUESE FAMILIAR, faça catequese COM ELES! Assim , além de estar catequizando adultos, quando a catequese das crianças começar, eles estarão preparados para ajudar os catequistas na evangelização das crianças.

Acredito que se houvesse vacina para todos em fevereiro, isso poderia ser feito (a volta à catequese presencial). Mas, as crianças e jovens não serão vacinados por enquanto e podem ser transmissores do vírus para as famílias. É um risco que não se pode assumir. Os pequenos ainda têm tempo para a catequese. Afinal, sempre os achamos imaturos para receber os sacramentos, é uma oportunidade para trabalhar bastante o “querigma”. Já com o catecumenato/catequese de adultos é diferente. Quem procurar a paróquia deve ser acolhido. O tempo do pré-catecumenato (querigma) com eles, pode ser feito via meios digitais e encontros em pequenos grupos (não mais que 4 ou 5).

“Uma triste realidade, nesses tempos de pandemia podemos perceber como os cristão católicos se afastaram de uma forma impressionante e se acomodaram, principalmente os catequistas que além de se acomodarem também esqueceram dos seus catequizandos, realmente a vocação nesse tempo nos mostrou que nem todos temos!”

(Opinião de uma catequista/coordenadora)

A questão da “Catequese online” com as crianças não deu certo em muitos lugares, mesmo porque a orientação das lideranças da Igreja sempre foi a de “manter contato” e não dar encontros temáticos via meios digitais.

Pergunta: não houve catequese de Crisma, mas, as crianças da terceira etapa receberam a Eucaristia, como fazemos com esses catequizandos? Continuo com eles ou passo para a catequista do Crisma que ainda está com os catequizandos do ano passado? São situações que não tenho resposta. Sei que o correto é aguardar um posicionamento do padre e da diocese, mas o tempo passa e não vem nada.

(Dúvida de uma catequista).

Todas as situações têm resposta. É angustiante esta espera, mas, não podemos nos comportar como se a catequese fosse "questão de sobrevivência". Temos muitos assuntos a serem resolvidos na pandemia: controle do vírus, vacina, desemprego, falta de proteção social, sobrevivência das famílias etc. A catequese infantil não é um assunto que deve nos preocupar tanto. Somos IGREJA e precisamos pensar primeiro na “fraternidade” e na ajuda aos menos favorecidos.

Já o CATECUMENATO DE ADULTOS é diferente, e mesmo assim não é questão de "sobrevivência". Os adultos podem e são responsáveis por si mesmos. Devem ser acolhidos e devem ser orientados a aguardar encontros presenciais. Enquanto isso, os contatos por meios digitais podem fazer parte do “Pré-catecumenato” e ir estreitando as relações catequista/catecúmeno.

A catequese infantil tem sido uma questão bastante discutida entre nós. Será que ainda é viável nos moldes que temos? Todos os documentos da Igreja nos orientam a PRIORIZAR OS ADULTOS. As crianças devem ser acolhidas claro, mas, JUNTO com suas famílias, que, percebemos hoje, estão precisando ser evangelizadas apesar de muitos terem feito catequese na infância.

O "silêncio" de nossas lideranças no momento pode ser, justamente, estas reflexões. Até que ponto a catequese com crianças é imprescindível para a evangelização? Grande parcela das famílias destas crianças não está evangelizados e o trabalho dos catequistas "morre" no sacramentos da eucaristia e crisma. Acredito que agora é ESPERAR orientações da Igreja. Qualquer família que procure a Igreja em busca de catequese para as crianças PODE e DEVE ser acolhida, mas, não para a catequese "formal" que normalmente oferecemos. Tenhamos um “projeto” de CATEQUESE FAMILIAR com pais e responsáveis, que pode ser feita por meios digitais e pequenos encontros personalizados. É a oportunidade que sempre pedimos a Deus para evangelizar os pais. Aproveitem!

E os pais podem ser CATEQUISTAS dos filhos! Basta que tenham orientação a respeito e um conhecimento básico da nossa religião.

Na Arquidiocese de Curitiba, a orientação de D. Antonio Peruzzo e da equipe de catequese é que as paróquias busquem meios de contato com os pais, e que os catequistas ajudem com  orientações de como usar o Manual “Crescer em Comunhão”, adotado como subsídio pela arquidiocese. D. Peruzzo pede “ação” da comunidade, que não deve se acomodar:

“É decisivo o apoio, mais que isso, a participação do pároco na catequese nas casas e nos demais processos iniciáticos. As boas experiências contaram com a prestimosa retaguarda do “nosso padre” como dizem os paroquianos;

Incentivar a adesão dos catequistas e famílias naquelas paróquias que paralisaram completamente a catequese deste ano. Nos casos bem sucedidos, graças a Deus numerosos, todos estão surpresos com os resultados. Esta será uma experiência que deve permanecer até para os tempos sem pandemia;

Não seria sensato, ao contrário, seria acomodatícia a simples procrastinação da catequese por causa da pandemia. Imaginava-se que a interrupção seria por um tempo breve, mas, a limitação se estende no tempo. A situação pede proatividade. Esperar para quando for possível equivale a retirar a titularidade do Evangelho da vida da comunidade. Não podemos ficar mais um semestre talvez mais um ano, sem catequese”.

(Carta Circular, 21 de dezembro 2020 – Arquidiocese de Curitiba - PR)

Baseado nas experiências de sucesso de 2020, com paróquias onde houve encontros catequéticos nas casas (com pais e filhos), o Arcebispo orienta que em 2021, continue a se repetir o processo. As principais orientações são estas:

“a) Vale repetir a bela experiência eclesial dos encontros catequéticos nas casas, conduzidos pelos pais (...), ela está em consonância com as diretrizes da Santa Sé (Diretório para catequese 124;231).

b) Os encontros catequéticos nas casas conduzidos pelos pais ou responsáveis têm validade no processo iniciático;

c) O catequista enviará previamente aos pais ou responsáveis as orientações para a realização do encontro catequético em casa. Quem conduzirá o encontro em casa, em horário específico, são os pais ou responsáveis;

d) Segue-se o temário conforme o “Crescer em Comunhão” (de acordo com a etapa);

e) Usa-se a criatividade na realização das celebrações do itinerário catequético, não se omita a preparação próxima da iniciação;

f) Evite-se aglomeração nas celebrações dos sacramentos;

g) Se possível, celebrar os sacramentos no tempo pascal.”

(idem).

 

Outra orientação importante de D. Peruzzo:

“Pode-se contar com os meios digitais para orientar os pais na condução da catequese nas casas. Foi esta uma experiência muito benfazeja. Nunca se esqueça que a catequese propriamente é presencial, em família. Não há “catequese virtual-online”. Este meio não deve ser validado.”

Uma questão, no entanto, angústia padres e catequistas: a falta de formação dos pais para a condução da catequese dos filhos. Observamos que, para muitas famílias, o sacramento é uma questão cultural e "tradição de família", passando bem longe da “iniciação cristã” que deveria ser. Muitos pais sequer frequentam as missas e eventos da comunidade. Logo, não haveria interesse e nem empenho nesta catequese “em casa”, com a família.

Aí entra a opção da “Catequese Familiar” como um projeto de evangelização aos pais/famílias, que pode acontecer concomitantemente às orientações para  catequese dos filhos em casa. Basta seguir as mesmas orientações da catequese familiar, que já existe na paróquia; ou usar alguma subsídio (como nossa apostila) e adaptar o conteúdo aos meios digitais.

Penso que as palavras de ordem agora são: PROATIVIDADE, PLANEJAMENTO e ESPERANÇA. Vamos vencer este desafio e a catequese vai voltar: mais forte, voltada mais aos adultos  e, assim, mais eficaz.

 

Ângela Rocha - Catequistas em Formação 

FONTES DE REFERÊNCIA:

Carta Circular 21/12/2020 – Centro de Pastoral Nossa Senhora da Luz dos Pinhais - Arquidiocese de Curitiba PR.

CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO. Apostila Catequese familiar. Curitiba: 2018. 146 pgs.


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