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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

CATEQUESE: O DESAFIO DA PARTICIPAÇÃO E MOTIVAÇÃO DOS PAIS

 

Imagem: 14º Sínodo das famílias

Esse é um grande dilema e um desafio enfrentado nos quatro cantos do mundo católico. As queixas são as mesmas; pais ausentes na vida espiritual do filho (a), pais desmotivados, pais sem religiosidade.

Esse é um problema que não só eu, mas muitos catequistas passam, pelos relatos que acompanhamos nos nossos grupos. Vou usar aqui, minha comunidade como exemplo.

Resido em Mirassol D'oeste – MT, catequista da Paróquia Sagrada Família de Nazaré. Parece que o único dia que consigamos a atenção dos pais, é o primeiro dia da catequese, pois, eles precisam preencher a ficha de inscrição dos (as) filhos (as). Neste dia todos os catequistas se apresentam, informam qual etapa vão ficar responsáveis e sempre damos aquele mesmo “puxão de orelha” referente a sua participação na vida espiritual do filho e da igreja. Já usamos até dinâmicas para explicar que o filho segue o exemplo de fé dos pais e responsáveis. E fazemos a mesma pergunta todos os anos: "Qual exemplo seu filho (a) está seguindo? A resposta é o silêncio.

Muitos pais apenas enviam seus filhos (as) à catequese, à missa e às celebrações, sem, no entanto, participar ou colaborar com a presença dos filhos. Poucas vezes o responsável  acompanha e participa. Isso quando não cobra do catequista que este leve as crianças à missa e as celebrações.

Assim temos catequizando que vão empurrados pelos pais apenas para adquirir os sacramentos. Ao término da crisma, poucos catequizandos continuam participando da Igreja.

Com isso chegamos à conclusão de que:

“Precisamos evangelizar as famílias. elas estão perdendo a noção do sagrado, da importância de Deus na vida da família. Jesus catequizava os adultos e acolhia as crianças. Nós catequistas estamos fazendo o caminho inverso. Resumindo: precisamos evangelizar a família! Afinal de contas, ela é a primeira catequista da criança. Catequese com base familiar é catequese permanente."

Mas, como podemos fazer isso? Um ótimo começo é a implantação da "Catequese familiar" . Onde o segredo é valorizar a família e buscar estreitar o relacionamento família/Igreja.

Não somente o catequista e o padre são responsáveis pela catequese das crianças agora, a família passa a ter uma co-participação.

Mas, como motivar os pais a participar da Catequese Familiar? Como convencê-los de que precisam “voltar” à catequese?

Primeiro é necessário colocar o tema em pauta nas reuniões e encontros de pais, onde podem ser desenvolvidos temas motivadores que ajudem a sua formação cristã e valorização da educação dada pela família. Os pais precisam sentir a necessidade de aprofundar a sua fé e conhecimento da nossa Igreja. Percebe-se que a própria família já vem sentido a necessidade de “atualização” com relação aos conteúdos ensinados às crianças na catequese.

“Os pais não se sentem comprometidos! ”. Essa é uma grande verdade e um desafio ao catequista. Isso faz com que as crianças e adolescentes tenham um número excessivo de falta nos encontros e não encontrem “resposta” em família, ao ensino que recebem na Igreja.

Que fazer para motivar os pais que têm filhos na catequese a participarem destes encontros? Como fazê-los se interessar pela educação religiosa dos filhos e a formarem-se como verdadeiros cristãos, de modo a ajudar as crianças a desenvolverem  sua fé?

Algumas ações neste sentido podem ser empreendidas:

a) Em primeiro lugar é valorizá-los: E procurar que aqueles que participam se sintam enriquecidos. O interesse e a participação dependem do conteúdo e da própria dinâmica dos encontros. Além de enriquecer os encontros deve-se também encontrar uma forma de chegar aos pais e motivá-los a participar.

b) A primeira e a mais tradicional, mas, sempre válida e indispensável, são as convocações para reuniões. Nela deverá constar o conteúdo e os objetivo da reunião, assim como uma introdução e conclusão que valorizem o conteúdo e a participação dos pais ou educadores.

c) Um segundo método de motivação será a participação dos pais na preparação e realização de uma pequena atividade em cada um dos encontros. Esta atividade pode ser a ambientação, a acolhida e até mesmo sobre o tema a ser desenvolvido. Desta forma, os pais tendem a aprofundar a sua formação, buscando perguntas e respostas. Este método permite o empenho dos pais na sua formação cristã e a dos seus filhos, já que necessitam de uma preparação prévia. Então em família, deverão procurar informações e sentidos da sua fé. Com isso se estabelece um maior contato entre a Família e a Igreja, levando os pais a colaborar cada vez mais com a catequese paroquial.

d) Outra oportunidade está relacionada à facilidade com que hoje nos comunicamos com as famílias, seja pelas redes sociais ou por grupos de Whatsapp. A tecnologia nos proporciona um contado mais rápido e direto com as pessoas.

* Neste tempo de isolamento social, é imprescindível o contato com os pais pelas redes sociais. E é também uma ótima oportunidade para despertar o interesse deles numa catequese que os ajude a orientar os filhos. Os pais também podem ser catequistas dos filhos com a devida orientação.

e) Outros momentos propícios para despertar o interesse dos pais pela catequese familiar são: a Inscrição na catequese; a abertura do ano catequético; a Preparação e Celebração das festas de catequese, etc.

Estes dois aspectos, valorização e motivação, supõem uma preocupação de fundo:

Como sensibilizar a família para a educação cristã dos filhos? Como evangelizar a família e torná-la evangelizadora?

Aqui situa-se o problema fundamental: a evangelização dos adultos. Os encontros de pais, com filhos na catequese, são apenas um aspecto deste problema que é muito mais profundo, e só encontra a resposta adequada na evangelização da família. Por isso, a paróquia precisa estar preparada também para oferecer aos pais o Catecumenato de Adultos, mesmo que tenham os sacramentos da iniciação.

Outra coisa importante é conhecer a realidade e o contexto em que vivem as famílias da comunidade. Para o desenvolvimento dos encontros da catequese familiar são necessários alguns elementos de apoio, que necessitam de um trabalho prévio e aprofundado, com relação à realidade concreta dos participantes, ou seja, a sua situação religiosa. Para isso é preciso colher alguns dados nas inscrições da catequese ou nas visitas às famílias: se tem os sacramentos da iniciação, se são casados, se são impedidos de concretizar o casamento religioso, se um dos cônjuges não é católico, etc.

Numa perspectiva evangelizadora, abordar nestas reuniões/encontros, as atitudes fundamentais de fé em que as crianças e adolescentes são iniciados, de modo que os pais possam acompanhar e colaborar no processo da educação cristã dos filhos e, eles próprios, se sintam estimulados a crescer na fé.

Nestes encontros, devemos reforçar o que o Concílio Vaticano II afirma:

“A família é a primeira escola de virtudes sociais, de que todas as sociedades precisam. Este dever da educação familiar é de tal importância que, quando falta, dificilmente pode ser substituído” (GS 3; e DGC 179).

Tendo em vista que os pais são muito sensíveis ao crescimento dos filhos, é oportuno introduzi-los no itinerário de fé em que estes são iniciados: oração, vida comunitária e familiar, participação na eucaristia, sentido de pecado e penitência, interesse pela Palavra de Deus, etc.

A Catequese Familiar é algo que vale muito a pena implantar e trazer para a nossa realidade assim mudar a realidade de nossa Comunidade/Igreja.

 

Obs.: Usei como base alguns trechos da Apostila "Catequese Familiar uma proposta de iniciação à vida Cristã” criada por Ângela Rocha do  Catequistas em formação, onde encontramos muita orientação e direção para que possamos colocar em prática a Catequese Familiar.

 

Saiba mais sobre a apostila pelo site: www.catequistasemformacao.com

 

Jéssica Caroline R.F. De Brito - Mirassol D'oeste - MT
Paróquia Sagrada Família de Nazaré.




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