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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

SÃO TOMÁS DE AQUINO: UM NOVO PENSAMENTO NA IGREJA

Imagem: Flick

Deus é um ser tão perfeito que eu não posso pensá-lo como inexistente. Pensá-lo como inexistente é não pensar nele. Eu penso nele”. (Tomás de Aquino)

Comemoramos em 28 de janeiro, o dia de São Tomás de Aquino! Conheça um pouco da sua história.

São Tomás de Aquino escreveu várias obras, tratados, preces e sermões, além de comentários cristãos. Considerado como  sendo um gênio escritor, estava muito à frente de sua época. Também deixou um grande legado para a Teologia e a Filosofia. Dos pensamentos dele, surgiu o Tomismo que teve Aristóteles como sua maior influência. Dedicou-se à fé, à esperança e à caridade, ficando conhecido como “Doutor Angélico”.

Nasceu na Itália, no Castelo de Roccasecca, no condado de Aquino do Reino da Sicília (atualmente, região do Lácio, tália) por volta de 1225. De uma família de militares, estudou em renomadas escolas e aos 19 anos decidiu seguir a vida religiosa. No entanto, sua família foi contra a sua decisão.

Início da vida religiosa

Desde que optou pela vida religiosa, São Tomás de Aquino passou por diversos obstáculos, chegando, inclusive, a ficar preso no castelo de seus pais. Os dominicanos, ao acolhê-lo, com receio de que a família de Tomás o fizesse desistir do caminho religioso, tentaram impedir o contato dele com os familiares. Contudo, a família o impediu de fugir sob a guarda dos dominicanos. Assim, ele foi levado à força de volta para o convívio com os pais, no castelo da família, onde ficou preso por aproximadamente um ano.

Enquanto esteve enclausurado pela família, São Tomás de Aquino foi posto a diversas provas na tentativa de desistir da vida na religião. Até uma prostituta seus irmãos contrataram, esperando que Tomás se sentisse seduzido, mas ele expulsou a mulher. Conta-se que nesta noite dois anjos apareceram para ele, enquanto dormia, como sinal de aprovação da coragem e determinação perante os obstáculos que tentavam tirá-lo da religião.

Com ajuda da sua mãe, São Tomás de Aquino conseguiu fugir da família e seguiu para Nápoles e Roma, onde graduou-se em Teologia e tornou-se professor. Quando se mudou para a Alemanha, São Tomás de Aquino escreveu as suas primeiras obras como discípulo do alemão Santo Alberto Magno - bispo, filósofo e teólogo conhecido como “Alberto, o grande”.

São Tomás de Aquino e a Filosofia

A filosofia de São Tomás de Aquino baseou-se no realismo aristotélico, do filósofo grego Aristóteles. Suas obras formularam um novo pensamento filosófico cristão, que destacavam a razão e vontade humana, contrariando os seguidores de Santo Agostinho.

São Tomás de Aquino defendeu a filosofia escolástica, que se baseava no método cristão e filosófico pregado na união entre a razão e a fé. Esta filosofia foi amplamente difundida nas universidades medievais europeias. Como exemplo de obra da escolástica, escrita por São Tomás de Aquino, tem-se a “Summa Theologica“.

O Tomismo, um movimento filosófico, surge como o conjunto de doutrinas criadas por São Tomás de Aquino, com influências de Platão, Aristóteles e Santo Agostinho. Tal sistema filosófico caracterizou-se por representar o início da Filosofia no pensamento cristão e o começo do pensamento moderno.

Na Suma Teológica, escrita entre 1265 e 1274, São Tomás descreve o conhecimento de Deus a partir das criaturas humanas e pontua os conceitos de algumas palavras-chave. Para “Beleza”, por exemplo, na visão dele “tem relação com as propriedades do Filho, pois ela requer três coisas: integridade, harmonia e esplendor. O Filho é a imagem expressa do Pai, pois tem Sua natureza, por isso tem integridade. Tem harmonia, pois convém à propriedade do Filho, de maneira que uma coisa é bela quando representa perfeitamente a coisa. Possui esplendor, pois o Verbo é a luz do intelecto.”

Em sua obra, enalteceu como ninguém a figura de Deus (criador) e o homem (criação). Para ele os sentidos humanos (santificados no batismo) são as janelas da alma pelas quais se pode sentir e imaginar Deus. Tinha profundo senso de justiça e iniciou a “marcha dos mendigos” como forma de protesto em sua época. Sua filosofia fundamental era o louvor à Vida, o louvor a Deus como criador do Mundo.

Lançou a noção de preço justo e que a lei precisa ser justa. Seu único desejo era ser de Cristo. Entrava em êxtase em suas longas vigílias de oração e fazia milagres em vida. Revolucionou a religião ao afirmar que pela razão imaginamos Deus e confirmamos sua existência. Perguntado sobre pelo que mais louvava a Deus dizia: “ter entendido todos os livros que li.” Insistia que pela observação das coisas é possível alcançar a verdade, usando a razão. Com o apelido na escola de “boi mudo” seu mestre dizia que um dia o mundo iria se curvar ao seu mugido, tamanha a grandeza de suas afirmações.

São Tomás de Aquino faleceu em 07 de março de 1274, na Abadia de Fossanova. Após a sua morte 12 teses de sua autoria foram condenadas em Paris, em 1277. Em 1323, o Papa João XXII canonizou-o e, em 1567, ele foi nomeado “Doutor da Igreja”.

Seus restos estão abrigados na Igreja dos Jacobinos em Toulouse, França, desde 28 de junho de 1369. Quando foi canonizado, a festa de São Tomás foi incorporada ao Calendário Geral Romano em 7 de março, o dia de sua morte. Como esta data geralmente cai na Quaresma, a festa foi modificada para 28 de janeiro, a data da translação de suas relíquias para Toulouse.

Por sua grande influência na escolástica e na criação das universidades, São Tomás é considerado o patrono dos estudantes e acadêmicos.

Oração de São Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino deixou diversas orações escritas. Abaixo, a que ele tinha o costume de recitar, diariamente, também composta por ele:

 “Concedei-me, ó Deus onipotente e misericordioso, ardentemente desejar, prudentemente descobrir, verazmente conhecer e perfeitamente realizar o que for do vosso agrado.

Para louvor e glória do vosso nome, ordenai meu estado de vida e dai-me saber, poder e querer o que me pedis que faça. E dai-me levá-lo a cabo como convém à salvação de minha alma.

Que o meu caminho até vós, seja reto e seguro. Que eu não sucumba na prosperidade nem na adversidade, a fim de não me ensoberbecer na primeira nem desesperar na segunda. Que na fortuna eu vos renda graças e na dificuldade mantenha a paciência. Que eu de nada me alegre ou entristeça senão do que me leve a vós ou afaste de vós. Que a ninguém deseje agradar nem tema aborrecer senão somente a vós.

Dai-me tudo fazer com caridade e o que não diz respeito ao vosso culto, reputá-lo como morto. Dai-me praticar minhas ações, não por costume, mas referindo-as a vós com devoção.

Que por vós eu não dê valor às coisas transitórias, e me seja caro tudo o que vos diz respeito. Que me compraza, mais do que tudo, todo trabalho que for para vós e me aborreça todo descanso que não seja em vós.

Dai-me, dulcíssimo Senhor, dirigir-vos meu coração frequente e ferventemente e, de alma contrita, emendar com firme propósito a minha fraqueza.

Fazei-me, ó Deus, humilde sem fingimento; alegre sem dissipação; grave sem depressão; maduro sem severidade; vivaz sem leviandade; veraz sem duplicidade; temente sem desespero; confiante sem presunção; casto sem corrupção; corrigir ao próximo sem indignação e edificá-lo por exemplo e palavra sem exageração; obediente sem contradição; paciente sem murmuração.

Dai-me, dulcíssimo Jesus, um coração desperto, para que nenhuma vã curiosidade o afaste de vós; imóvel, para que não ceda a nenhum afeto indigno; infatigável, para que não sucumba em nenhuma tribulação; livre, para que dele não se apodere nenhum prazer violento; e reto, para que não o faça desviar-se nenhuma má intenção.

Concedei-me, dulcíssimo Deus, inteligência para conhecer-vos; diligência para buscar-vos; sabedoria para encontrar-vos; bondade para agradar-vos; perseverança para esperar-vos doce e fielmente; confiança para alcançar-vos felizmente. Fazei-me, pela penitência, suportar vossas penas; utilizar vossos benefícios nesta vida pela graça; e por fim, na pátria eterna, desfrutar de vossos gozos pela glória.

Vós, que com o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais pelos séculos dos séculos, Amém.”

(São Tomás de Aquino)

FONTES:

CHÉROLET, Brenda. São Tomás de Aquino: Novo pensamento filosófico cristão. 21/07/2020. Encontrado em https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/religiao/sao-tomas-de-aquino Acesso 28 de janeiro de 2021.

FERRARI, Márcio. Tomás de Aquino: O mestre da razão e da prudência. Encontrado em https://novaescola.org.br/conteudo/1753/tomas-de-aquino-o-mestre-da-razao-e-da-prudencia . Acesso 28 janeiro 2021.

WIKIPÉDIA. Tomás de Aquino. Encontrado em:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino Acesso 28 janeiro 2021.

Colaboração:

Gorete Aquino/Pascom – Lavras MG. Fonte: Bibliografia: G. K. Chesterton  "Santo Tomás, uma biografia filosófica", 2020. Editado por Minha Biblioteca Católica 2. Wikipedia  enciclopédia eletrônica (internet)


O livre-arbítrio

O homem tem livre-arbítrio. Do contrário, conselhos, exortações, ordens, proibições, recompensas e punições seriam em vôo. (…) O homem age com base no juízo porque, por meio de seu poder de conhecer, julga que algo deve ser evitado ou procurado. E porque seu julgamento (…) não provém de um instinto natural, mas de um ato de comparação racional, ele portanto age por livre julgamento e detém o poder de inclinar-se a várias coisas. (…) Agora, as operações particulares são contingentes, e portanto, nesse assunto, o julgamento da razão pode seguir caminhos opostos, sem estar determinado a um deles. E, uma vez que o homem é racional, deve ter livre-arbítrio.

Tomás de Aquino, Suma teológica. Questão LXXXIII, “Do livre-arbítrio”. Artigo 1.

 



 

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