Essa semana, nosso encontro
de catequese foi na casa de uma das minhas catequizandas. Eu estava apreensiva.
Não porque achasse que não seríamos bem recebidos, mas porque não sabia bem
como seria o comportamento das crianças. Se elas apareceriam ou não e se iam
gostar da mudança de ambiente. Mas deu tudo certo. Aliás, foi um encontro
maravilhoso. Combinamos de nos encontrar na minha casa e ir até lá a pé. Às
15h30 as crianças começaram a chegar e, quando estavam os dez, lá fomos nós.
É muito gostoso
caminhar com as crianças, mesmo tendo que dar uns berros de vez em quando para
que se cuidem na rua. Chegamos à casa da minha catequizanda, e Magda e Salvador, os pais dela, nos
receberam. Ela montou uma mesa na garagem e a volta dela nos assentamos, em
banquinhos, cadeiras e o que tinha à mão. Agradeci a Magda por estar ali nos
recebendo e juntos fizemos uma oração pela família.
Comecei o encontro
perguntando se eles sabiam o que era "sacramento". E lá foram eles
confundindo tudo, achando que eram os sete dons que falamos dias atrás.
Mas eles foram lembrando e "colando" um pouquinho das suas
bíblias. Fui mostrando algumas figuras que preparei e pedindo a eles
que me dissessem que sacramento aquilo lembrava.
Mostrando fotos de bebês
eles lembraram o sacramento do batismo. De adolescentes, o sacramento da
crisma. E quando mostrei figuras com alimentos e comidas, eles ficaram
perdidos. Tive que lembrar-lhes que a Eucaristia é a refeição do espírito. E na
hora das figuras com pessoas praticando hábitos de higiene então, foi aquela
confusão: "Que tem a
pessoa tomando banho e lavando roupa a ver com sacramento, Tia?"
Então lembrei-lhes da Confissão, da limpeza do coração e da alma, da
reconciliação com Deus. As imagens de casamento e de casais felizes foram
fáceis de relacionar. Fotos do Papa e de padres também. Imagens de pessoas
velhas e de alguns doentes, eles demoraram um pouco para relacionar, mas enfim
conseguiram chegar à Unção dos enfermos.
Falamos sobre cada um deles
e fui mostrando a passagem bíblica que o instituiu. As crianças gostaram. Todos
leram uma passagem. Chegavam a brigar para ver quem ia ler... Em seguida
lembrei a eles da grande responsabilidade que iam adquirir depois da primeira
eucaristia. Já não seria mais seus pais que teriam que pedir perdão pelos seus
pecados. Seriam eles mesmos os responsáveis agora.
Terminamos as leituras,
agradecemos Deus pelo nosso encontro, e Gleici foi mostrar às crianças,
sua casa, seu quarto, suas galinhas no quintal. E seus pais ainda nos
ofereceram um lanche.
Foi uma tarde que a gente
não queria que acabasse. Agradeci á família e expliquei que aquilo era para que
nos conhecêssemos melhor e que os laços entre eles se fortalecessem. A mãe da
Gleici perguntou onde seria o próximo e a Gabriela já ofereceu sua casa.
Combinamos que daqui duas semanas, nos reuniremos lá. E viemos ainda
conversando até que as crianças foram se dispersando e indo para suas casas.
Bom, meus amigos
catequistas, eu sugiro que todos vocês experimentem um pouco isso. Estar com as
famílias, em seus lares, faz com que a gente se aproxime do nosso ideal que é
envolver a todos no grande Projeto que é Jesus. Os pais precisam conhecer nosso
trabalho, precisam saber um pouquinho da nossa "lida" com as crianças.
Ali, naquela horinha e meia que passamos em casa de Salvador e Magda eles
perceberam a importância da catequese e como é nosso relacionamento. Perceberam
também que as vezes não é fácil lidar com um bando de crianças, todas falando
ao mesmo tempo e, vez por outra, fugindo dali, nas asas da sua imaginação.
Ao final, Salvador comentou
comigo: "Nossa, não é
fácil, né? Como você consegue? Eles parecem até que são todos seus filhos!".
É, Salvador, não é nada fácil. Mas é gratificante demais. E você me fez um
baita dum elogio!
Ângela Rocha
Santuário de Santa Teresinha
do Menino Jesus
Bandeirantes – PARANÁ –
Maio/2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário