O Jubileu dos catequistas se inspira no lema do pontificado do Papa Francisco “Miserando atque eligendo” (Olhou-o com amor e escolheu-o).
O
evento, agendado no âmbito do Ano da Misericórdia, terá lugar em Roma de 23 a
25 de Setembro de 2016. O objetivo do evento, além de dar a oportunidade aos
participantes de receber a Indulgência Jubilar, pretende recordar que a
catequese e a educação religiosa - realizada pelos catequistas, professores de
religião e educadores - é a primeira das obras de misericórdia espirituais: “Ensinar
os ignorantes”. O Papa, na Misericordiae vultus, convida a contemplar e a
pôr em prática estas obras de Misericórdia durante o Jubileu. A catequese, na
verdade, é uma obra de misericórdia, porque aproxima aqueles que não conhecem
Deus e ajuda aqueles que já O conhecem a amá-lo e a conhecê-lo ainda mais.
O
Jubileu dos catequistas se inspira no lema do pontificado do Papa
Francisco “Miserando atque eligendo” (Olhou-o com amor e escolheu-o), que se
refere a uma das homilias de São Beda o Venerável, Sacerdote (Hom 21; CCL 122,
149-151), onde se narra o chamamento de Jesus ao Apóstolo São Mateus.
Dentre
as atividades marcadas, o Jubileu dos catequistas começará na tarde do dia 23
de Setembro com uma catequese sobre a vocação de S. Mateus. Os participantes
serão distribuídos segundo as línguas em várias igrejas do centro de Roma.
Junto da igreja de São Luís dos Franceses, os peregrinos serão convidados a
contemplar a misericórdia divina através de uma das pinturas mais famosas do
mundo que retrata a Vocação de São Mateus, localizada na Capela Contarelli
dessa mesma igreja. A obra faz parte de uma série de pinturas sobre São Mateus Evangelista,
que foram feitas por Caravaggio entre 1599 e 1600.
No
dia seguinte, nas várias igrejas Jubilares, os catequistas terão a oportunidade
de se preparar para a peregrinação que os conduzirá à Porta Santa da Basílica
de São Pedro. Está prevista para estes momentos a adoração eucarística, a
oração e a Lectio divina. Haverá também a possibilidade de celebrar o
sacramento da Reconciliação durante todo o evento. Na peregrinação para a Porta
Santa, os participantes poderão admirar alguns dos rostos de santos e beatos
catequistas mais conhecidos, através dos quais se manifesta a misericórdia de
Deus. Na tarde, o programa conclui-se com as Vésperas na Basílica de São João
de Latrão que iniciarão com alguns testemunhos de catequistas provenientes de
situações particularmente difíceis.
No
Domingo às 10h00, na Praça de São Pedro, o Santo Padre Francisco presidirá à
Santa Missa, com a qual se concluirá o Jubileu dos Catequistas.
A Vocação de São Mateus na obra de
Caravaggio
A
Vocação de São Mateus, também conhecida como O Chamado de São Mateus é uma
pintura a óleo sobre tela feita pelo pintor italiano Michelangelo Merisi,
conhecido no mundo inteiro como Caravaggio, em torno ao ano de 1599. A
obra faz parte de um grupo de três pinturas do mesmo autor para
a capela do Cardeal Matteo Contarelli na Igreja de São
Luís dos Franceses (em italiano San Luigi dei Francesi), localizada em Roma.
A
pintura representa o episódio evangélico (Mateus 9, 9-13, Marcos
2, 13-17 e Lucas 5, 27-28) e retrata o primeiro encontro entre Jesus e Mateus, um
coletor de impostos que abandona o emprego para seguir Jesus.
A
cena se passa em local pouco iluminado, onde a luz fraca é proveniente de
uma janela. Mateus está sentado em uma mesa com outros quatro
coletores de impostos que estão a contar o dinheiro. Todos estão
vestidos com roupas modernas (como aquelas em uso na época de Caravaggio); é
uma das primeiras vezes que foi representado um evento sagrado no presente e com
grande realismo.
Detalhe de Jesus e Pedro |
À
direita duas figuras interrompem a cena: elas são Cristo e São
Pedro. Um feixe de luz ilumina os rostos, mãos e
partes do vestuário, deixando o resto na escuridão. Jesus, com um gesto imperioso
da mão estendida, mostra Mateus, o qual com o dedo apontado para si mesmo,
surpreso parece perguntar a Cristo: "Estais me chamando? Eu mesmo?".
Detalhe: Criação de Adão, Michelangelo Buonarroti - Capela Sistina |
Reparem
como a mão estendida de Cristo lembra muito a mão feita por Michelangelo na
Capela Sistina. Certamente Caravaggio teve muitas oportunidades de ver e
estudar a obra de Michelangelo.
Os
dois mais jovens, também coletores de impostos, se
voltam para Cristo, mas parecem não compreender a magnitude do
evento. Outros nem sequer levantam a cabeça e continuam a contar o
dinheiro.
A
Vocação de São Mateus marca um ponto de virada na forma como Caravaggio ilumina
suas obras: nos quadros anteriores a sua pintura ainda é “clara”, as imagens
são nítidas, sem contrastes, a luz é mais generalizada.
Detalhe do feixe de luz que ilumina a cena e guia o expectador |
A
partir deste momento, a iluminação da cena torna-se direcional:
a luz perfura a escuridão a partir de diferentes ângulos com uma
violenta intensidade dramática. A obra ganha vida e movimento por
causa da luz e os personagens se movimentam como se fossem atores
em cima de um palco.
A
luz, na Vocação de São Mateus é o símbolo da Graça Divina que
afeta todos os homens: Mateus, no entanto, é o único
a atender o chamado de Jesus. Ele é a transposição pictórica do
conceito do livre-arbítrio: Cada homem pode optar por seguir ou
não o caminho da salvação. Não devemos esquecer que a Igreja de San Luigi
representava a nação francesa e, naquele momento, o rei da França, Henrique IV,
tinha acabado de se converter ao catolicismo, de modo a escolher a Salvação.
Detalhe: São Mateus com o dedo voltado para si |
A
obra foi restaurada em 1939 e depois em 1965. As radiografias feitas durante a restauração
revelam que a figura de São Pedro foi adicionada em uma data posterior, provavelmente
para inserir no quadro uma referência direta á Igreja, a mediadora entre Deus e
o homem.
Onde ver:
Igreja
San Luigi dei Francesi
Piazza
di San Luigi dei Francesi – Roma
FONTES:
http://www.iubilaeummisericordiae.va/content/gdm/pt/news/evidenza/2015-11-03-pcpne.html
http://www.noticiasdabota.com/2016/01/a-vocacao-de-sao-mateus-de-caravaggio.html
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