Acho errado nos conformamos com a ausência dos
pais e da família na catequese, porque nosso “foco” são as crianças.
Meu foco
como catequista NÃO é SÓ a criança! Aliás, está totalmente equivocado pensar esta
missão com "foco" em alguma faixa etária. Devo me preocupar com a
idade do catequizando somente para escolher o melhor método de abordagem e
aprendizagem. Jamais trabalhar pensando exclusivamente na criança. Ela não é um
ser sem vínculo, vem de um lar, de uma família e de uma formação, seja
ela boa ou ruim. Eu passo com ela de 30 a 40 horas num ano. A FAMÍLIA as
outras 8.720 horas...
Evangelizar é muito mais que se encontrar com
um grupo de crianças uma vez por semana e esperar que alguma coisa que você
diga, entre no coração delas e que lá, num futuro incerto e distante, elas
lembrem de alguma coisa. Se você não envolve a família na comunidade, não faz
destas crianças verdadeiros participantes dela, seu trabalho será em vão.
Se existe algum foco em nossa missão, este deve
ser A FAMÍLIA como um todo. Vou me angustiar sempre que encontrar dificuldades
com a família, vou sofrer e vou chorar, pois sei que se não MUDAR
verdadeiramente a família - essa convenção social tão importante na vida do ser
humano - de nada vai adiantar eu me dedicar tanto à catequese.
Faz parte dos meus anseios, faz parte da minha
missão. Não é pessimismo falar. É beber a realidade em dose máxima.
E lembrando nosso mestre: os sãos não precisam
de médico, são os doentes. Nosso problema é que queremos curar a tosse de um
dando remédio pro outro. No caso, as crianças que, invariavelmente, estão ali
meramente por não ter escolha.
Ângela Rocha
CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO
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