A PRIMEIRA SANTA NASCIDA NO BRASIL SERÁ CANONIZADA DIA 13 DE
OUTUBRO - CONHEÇA UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
Irmã Dulce foi uma das mais
importantes, influentes e notórias ativistas humanitárias do século XX. Suas grandes obras de caridade são referência
nacional e ganharam repercussão pelo mundo.
Maria
Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Irmã Dulce, Beata Dulce dos Pobres ou Bem-Aventurada Dulce dos Pobres e até mesmo Santa Dulce, foi uma
religiosa,
nascida em Salvador, que desde criança se importava com os pobres, doentes e
necessitados, usando sua própria casa para acolhê-los. Ainda menina sentia o
desejo de servir a Deus. Aos treze anos tentou entrar para a vida religiosa,
porém não foi aceita por causa da pouca idade.
Sem jamais desistir, em
15 de agosto de 1934, Maria Rita fez votos de fé, na congregação Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de
Deus, na cidade de São Cristóvão, Sergipe, tornando-se freira e
recebendo o nome de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe, falecida quando a
religiosa tinha apenas 9 anos. De volta a Salvador, já como freira, sua
primeira missão foi ensinar geografia e história em um colégio mantido por sua
congregação e prestar assistência religiosa no Hospital Espanhol de
Salvador, onde atuou em serviços de auxiliar de enfermagem e no setor
de radiologia.
Em 1º de novembro de
1936, com 22 anos, Irmã Dulce fundou a União Operária São Francisco e em 1937
criou o Círculo Operário da Bahia, mantido pela arrecadação de três salas de
cinema fundadas pela religiosa. Deve-se também à Irmã Dulce a criação, em maio
de 1939, do Colégio Santo Antônio, voltado para operários e suas famílias,
inicialmente atendendo 300 crianças e 300 adultos. Importante também foi a sua
participação na criação de um albergue para doentes, localizado no convento de
Santo Antônio, que depois iria se transformar no Hospital Santo Antônio. Em 8
de agosto de 1941 foi diplomada como “ Oficial de Farmácia”.
Ao conhecer a precária
situação em que viviam os moradores de rua e favelados dos alagados de
Salvador, sentiu a necessidade de oferecer-lhes assistência social e
religiosa e passou a acolher os mais necessitados nos arcos da Igreja do
Bonfim. Logo foi impedida pelo pároco, que argumentou que isto estava causando
transtornos aos fiéis e turistas que visitavam o famoso templo. Transferiu seu
atendimento para o Mercado do Peixe, onde também foi desalojada pelo poder
público. A solução encontrada foi, com a permissão da madre
superiora, acolher seus protegidos no galinheiro do Convento das Irmãs
Missionárias da Imaculada Conceição, que em 1960 foi transformado no
Albergue Santo Antônio, com 150 leitos (onde hoje funciona o Hospital
Santo Antônio).
Obras assistenciais de Irmã Dulce - OSID |
Atualmente, segundo dados da OSID, (Obras
Sociais da Irmã Dulce), cerca de duas mil pessoas são atendidas todos os dias
nesta unidade médica. São mais de 2,2 milhões de atendimentos ambulatoriais
anuais,18 mil internamentos e 12 mil cirurgias. Além disso, são mais de 11 mil
atendimentos por mês para tratamento de câncer. Tudo isso 100% gratuito, pois a
irmã jamais quis que houvesse aceitação de convênios médicos ou atendimento
particular. Sobre isso irmã Dulce afirmava: “Essa obra não é minha, é Deus, e o que é de Deus permanece e não vai
faltar nada para o paciente”, elegendo Santo Antonio, seu santo de devoção
como seu “tesoureiro”. Essa obra é um verdadeiro milagre, que se mantém por
meio do SUS, doações e vendas de produtos.
Entre outras
instalações inaugurou ainda um asilo, o Centro Geriátrico Júlia Magalhães, e um
orfanato, o Centro Educacional Santo Antônio, em Simões Filho, que atende mais
de setecentas crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade
social, oferecendo educação infantil até o nono ano, além de acesso à
arte-educação, inclusão digital, atividades esportivas, assistência
odontológica, alimentação, uniforme e material escolar gratuitos. Foram mais de
50 anos dedicados a servir o próximo.
Em
1980, durante a primeira visita do Papa João Paulo II ao Brasil, Irmã Dulce foi
convidada a subir no altar e recebeu do Papa, um terço e ouviu as seguintes palavras: “Continue, Irmã Dulce, continue”. Em 1988, foi
indicada ao Nobel da Paz, com o apoio da rainha Silvia da Suécia, mas não foi a
escolhida.
Irmã Dulce era muito
frágil fisicamente. Media apenas 1,50m, sofria de problemas respiratórios, e
dormia sentada em uma cadeira de madeira. Mesmo com a saúde debilitada, não
parou seu trabalho. Já enfraquecida pela doença, foi internada no Hospital
Português da Bahia e depois transferida para a UTI do Hospital Aliança e
finalmente para o Hospital Santo Antônio. No dia 20 de outubro de 1991, Irmã
Dulce recebeu a visita do Papa João Paulo II, para receber a benção e a
extrema-unção. Faleceu em Salvador no dia 13 de março de 1992, aos 77
anos. Seus restos mortais foram enterrados na Basílica de Nossa Senhora da
Conceição da Praia e depois transferidos para a capela do Hospital Santo
Antônio, onde permanecem.
Foi
beatificada pelo Papa Bento XVI, no dia 10 de dezembro de 2010, passando a ser
reconhecida com o título de “Bem-aventurada Dulce dos Pobres.
” A cerimônia de beatificação foi realizada na cidade de Salvador, dia 22 de
maio de 2011, e presidida pelo Arcebispo emérito de Salvador, Dom Geraldo
Magela Agnelo, enviado do Papa Bento XVI.
Em julho de 2019,
o papa Francisco anunciou sua canonização
para 13 de outubro de 2019, tornando-se a primeira mulher brasileira nata a ser
canonizada. Lembrando que sua
canonização será a terceira mais rápida da história (27 anos após seu
falecimento), atrás apenas da santificação de Madre Teresa de Calcutá (19 anos
após o falecimento da religiosa) e do Papa João Paulo II (9 anos após sua
morte).
A canonização de Santa Dulce dos Pobres, será realizada no
Vaticano e
seu dia será celebrado sempre em 13 de agosto, a partir de 2020. Regida pelo Papa Francisco, a
cerimônia ocorre durante o Sínodo da Amazônia.
Cartaz da CF 2020. |
Nossa Santa Dulce dos Pobres, também é a inspiração para o
tema da Campanha da Fraternidade de 2020, com o tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso”, com o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”,
relacionado ao Evangelho de Lucas, e a parábola do Bom Samaritano.
Para
ouvir:
música oficial da cerimônia de canonização de irmã Dulce
Fontes:
- Obras Sociais Irmã
Dulce
- ACI Digital
- Hospital do
Coração/RN
- G1
Imagens:
Foto - Divulgação Obras
Assistenciais Irmã Dulce
Cartaz CF - Leonardo Cardoso designer da Edições CNBB.
Colaboração: Vivian leite - São Paulo SP.
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