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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

O CHEIRO, O GOSTO, O OLHAR DO CATOLICISMO

 

Imagem: Seminário Santo Antônio Agudos SP


A cada vez que piso o chão de um templo católico, o templo me toca a alma.

Pela grandiosidade das suas portas, silenciosamente adentro ao espaço do Senhor.

Mas, não são as paredes altas, os vitrais que espelham a luz ou o teto que meus olhos mal absorvem, que me faz respirar em suspenso e me prostrar em admiração.

Não são os dolorosos passos do Senhor na Via sacra que me tocam o coração.

Nem são os nichos de oração encravados nas paredes com seus genuflexórios a me convidar a ficar de joelhos e admirar a devoção dos santificados que me chama a rezar.

Nem é a dignidade do ambão da palavra que fala ao povo, não é o altar deitado em sacrifício ou a luz do sacrário a me lembrar que o sonho vive e vive para sempre.

Não, não é a grandiosidade dos templos e a suntuosidade mamorea que me faz admirar o templo.

O que me causa admiração maior, é a nossa convicção humana que podemos chegar a grandiosidade que é o Senhor Deus a se expressar em arte, beleza e simbologia.

E se não olhar um templo com os olhos da fé, verei somente a “casca”, o invólucro, a grandeza e a majestade da construção, nunca a grandeza e a majestade que da fé que ele inspira.

É mister ouvir o silêncio que nos faz escutar somente o eco dos nossos passos e o estalar da madeira dos bancos.

É preciso sentir o cheiro de Deus quem nossas Igrejas exalam, sentir o calor da luz que os vitrais refletem, o gosto da oração em nossa boca, que se abre em absoluta veneração.

É preciso ver que não são os nossos templos que refletem a Igreja Católica, é Deus que se reflete em nossos templos.

Isso, só aquele que ama sua Igreja sabe...

 

Ângela Rocha - Catequista

* Escrevi este texto logo depois de visitar o templo No Seminário Franciscano Santo Antônio em Agudos – SP.

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