Imagem: catequizar.com |
Por Andrea Canassa
Acredito que todo catequista deveria ter uma formação global e intensiva de todo o processo da catequese, não só para ser ministro da catequese, mas, para ser um(a) catequista. Saber da Bíblia, da história da igreja, enfim, ter formações constantes, se reciclar nos processos metodológicos para, assim, conseguir de fato fazer uma catequese mistagógica e deontológica.
Muitos catequistas ainda pensam que estão ali só para falar
de Deus (das suas experiências de Deus) e ensinar a rezar. Isso para uma
catequese eficaz é muito vago quando o
objetivo da catequese é fazer novos discípulos.
Muitas paróquias tem itinerários, mas, nem sempre em consonância
com as demais paróquias da diocese ou a própria. E há muitas dificuldades, a
começar pelos catequistas que começam sem o mínimo de instrução. Não há um
processo unificado nem dentro das dioceses, que dirá no resto do país. E as
constantes trocas de lideranças também não ajuda pois, começam-se mudanças,
mudam os pastores e tudo volta à estaca zero de novo.
E é lamentável a falta de comprometimento de algumas
catequistas, que não participam de evento formativo nenhum, não querem se
reciclar ou conhecer novos conceitos e possibilidades. Muitos, pelo passar dos
anos, acham que "sabem tudo",
alguns acreditam-se mais conhecedores que o próprio padre da paróquia. Não há
muito respeito pelos jovens padres.
Acredito que a ideia de se proporcionar “encontros vocacionais”
para catequistas, antes de qualquer tipo de formação, é maravilhosa! Muitos
catequistas deveriam se questionar se são mesmo vocacionados para a missão.
Em muitas paróquias, a catequese pelo processo catecumenal
ainda nem chegou, e a escolha de quem poderia ser um ministro instituído da
catequese será muito difícil. Até porque, muitos catequistas sequer entenderam
que isso não é um mero título de reconhecimento por serviços prestados.
Muitos fatores estarão envolvidos no Ministério do catequista.
Conhecer de fato quem é o catequista é muito importante. A
intimidade com a Palavra se Deus é fundamental ao catequista, pois convence
mais o exemplo e a prática do que a fala. E
também, no mundo de hoje, é muito
importante a prática do ecumenismo. Respeitar as religiões e conversar com o irmão que não pratica a mesma fé, é sinal de fé.
A catequese e a liturgia devem sempre caminhar juntas, uma
complementando a outra. A oração, um dos pilares da catequese deve sempre ser
referência do catequista, isso facilita
aos catequizandos ter momentos de intimidade com Deus.
A pandemia deixou um legado: acostumou-se a tudo online, é
difícil voltar a presença na Igreja. E é realmente injusto, cobrar das crianças da catequese uma
participação que não aprenderam a ter. Elas dependem dos pais como primeiros
catequistas e exemplo.
As paróquias, lideranças e padres, precisam reconhecer que o
catequista tem que ser um vocacionado, ter amor pelo que faz, que
ensina e, acima de tudo, sabe o que ensina. Jamais um catequista deve
ser, simplesmente, aquele ou aquela que gosta de criança e quer fazer um
trabalho voluntário na igreja.
Muito embora muitos queiram ser ministros catequistas,
sabe-se que não conseguirão ter a disponibilidade de viver todo o processo. As
paróquias, mesmo antes da pandemia já tinham uma grande rotatividade na
catequese. Com as atividades interrompidas pelo isolamento e as medidas
sanitárias, muitos catequistas deixaram as paróquias e não voltaram.
Quando a era das lives começou por causa da pandemia, inocentemente acreditei que as formações iam “bombar”
na paróquia. Que decepção! Nem assim as
participações aumentaram. Antes a desculpa era a falta de tempo, mas, mesmo com
a oportunidade de fazer o próprio horário para ver as formações, a participação
foi pequena. Porque o tempo somos nós que fazemos. Porém, é preciso ter
vontade.
Espero em Deus que as coisas mudem. Que com o fim da pandemia
a catequese tome um novo ritmo e o ministério do catequista não caia num
lugar comum e seja esquecido.
Deus abençoe a todos os catequistas!
Andrea Canassa
(Formação sobre o Ministério do catequista)
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