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quarta-feira, 17 de maio de 2023

SOBRE O MINISTÉRIO DE CATEQUISTA

Imagem: catequizar.com

 Por Andrea Canassa

Acredito que todo catequista deveria ter uma formação global e intensiva de todo o processo da catequese, não só para ser ministro da catequese, mas, para ser um(a) catequista. Saber da Bíblia, da história da igreja, enfim, ter formações constantes, se reciclar nos processos metodológicos para, assim, conseguir de fato fazer uma catequese mistagógica e deontológica.

Muitos catequistas ainda pensam que estão ali só para falar de Deus (das suas experiências de Deus) e ensinar a rezar. Isso para uma catequese eficaz é  muito vago quando o objetivo da catequese é fazer novos discípulos.

Muitas paróquias tem itinerários, mas, nem sempre em consonância com as demais paróquias da diocese ou a própria. E há muitas dificuldades, a começar pelos catequistas que começam sem o mínimo de instrução. Não há um processo unificado nem dentro das dioceses, que dirá no resto do país. E as constantes trocas de lideranças também não ajuda pois, começam-se mudanças, mudam os pastores e tudo volta à estaca zero de novo.

E é lamentável a falta de comprometimento de algumas catequistas, que não participam de evento formativo nenhum, não querem se reciclar ou conhecer novos conceitos e possibilidades. Muitos, pelo passar dos anos,  acham que "sabem tudo", alguns acreditam-se mais conhecedores que o próprio padre da paróquia. Não há muito respeito pelos jovens padres.

Acredito que a ideia de se proporcionar “encontros vocacionais” para catequistas, antes de qualquer tipo de formação, é maravilhosa! Muitos catequistas deveriam se questionar se são mesmo vocacionados para a missão.

Em muitas paróquias, a catequese pelo processo catecumenal ainda nem chegou, e a escolha de quem poderia ser um ministro instituído da catequese será muito difícil. Até porque, muitos catequistas sequer entenderam que isso não é um mero título de reconhecimento por serviços prestados.

Muitos fatores estarão envolvidos no Ministério do catequista.

Conhecer de fato quem é o catequista é muito importante. A intimidade com a Palavra se Deus é fundamental ao catequista, pois convence mais o exemplo e a prática do que a fala. E  também, no mundo de hoje, é  muito importante a prática do ecumenismo. Respeitar as religiões e conversar com o irmão  que não pratica a mesma fé, é sinal de fé.

A catequese e a liturgia devem sempre caminhar juntas, uma complementando a outra. A oração, um dos pilares da catequese deve sempre ser referência do catequista,  isso facilita aos catequizandos ter momentos de intimidade com Deus.

A pandemia deixou um legado: acostumou-se a tudo online, é difícil voltar a presença na Igreja.  E é realmente injusto,  cobrar das crianças da catequese uma participação que não aprenderam a ter. Elas dependem dos pais como primeiros catequistas e exemplo.

As paróquias, lideranças e padres, precisam reconhecer que o catequista tem que ser um vocacionado, ter amor pelo que faz, que ensina e, acima de tudo, sabe o que ensina. Jamais um catequista deve ser, simplesmente, aquele ou aquela que gosta de criança e quer fazer um trabalho voluntário na igreja.

Muito embora muitos queiram ser ministros catequistas, sabe-se que não conseguirão ter a disponibilidade de viver todo o processo. As paróquias, mesmo antes da pandemia já tinham uma grande rotatividade na catequese. Com as atividades interrompidas pelo isolamento e as medidas sanitárias, muitos catequistas deixaram as paróquias e não voltaram.

Quando a era das lives começou por causa da pandemia,  inocentemente acreditei que as formações iam “bombar” na paróquia.  Que decepção! Nem assim as participações aumentaram. Antes a desculpa era a falta de tempo, mas, mesmo com a oportunidade de fazer o próprio horário para ver as formações, a participação foi pequena. Porque o tempo somos nós que fazemos. Porém, é preciso ter vontade.

Espero em Deus que as coisas mudem. Que com o fim da pandemia a catequese tome um novo ritmo e o ministério do catequista não caia num lugar comum e seja esquecido.

Deus abençoe a todos os catequistas!

 

Andrea Canassa 

(Formação sobre o Ministério do catequista)




sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

 


Em minha opinião...

O maior erro que um Pároco, na administração pastoral, pode cometer é SEPARAR os processos catequéticos como se cada um fosse uma pastoral diferente. A ação evangelizadora é UMA SÓ, e dentro dela estão: Catequese Infantil, Catequese de Jovens e adultos, de Batismo, da Família, de novos casais (noivos), etc.

Aí sim, em cada uma delas, é bom ter um coordenador. Mas, reuniões, formações e informações, devem ter a participação de TODOS os AGENTES DE PASTORAL.

Somente as questões pertinentes a cada grupo específico devem ser tratados por eles, e sempre com a participação do coordenador "geral", ou seja, alguém que coordene a ação evangelizadora da paróquia.


(ANGELA ROCHA - 24/01/2023 - Curso online sobre o RICA)

terça-feira, 5 de julho de 2022

SE EU PUDESSE...

Se eu pudesse, eu acabaria com os encontros semanais de catequese com crianças e jovens. Faria uns quatro grandes encontros durante o ano e os chamaria de "Kerigma".

O primeiro deles, um final de semana com os catequistas. Um encontro profundo, forte, cheio de espiritualidade, momentos de oração, de diálogo, troca de experiências, brincadeiras, compartilhamento de ideias. Um momento daqueles para não deixar dúvida para nenhum catequista sobre a importância da missão. Obrigatório. Sem desculpas para não ir. Quem não participasse, não poderia ser catequista. Aliás, faria uns três encontros desses durante o ano para os catequistas. Eles teriam a possibilidade de se aproximar um pouco mais uns dos outros, e por consequência, fortalecer a missão que lhes foi confiada e aprofundar a fé em Jesus Cristo. Muitos catequistas, por incrível que pareça, estão precisando urgentemente de um “primeiro anúncio”.

Um segundo encontro seria com os pais, durante um domingo ou um sábado, um dia inteiro. Um verdadeiro "Kerigma", recheado de testemunhos, de palestras rápidas, de espaço para conversa, de celebração, um momento para tocar os corações deles e de animá-los e não culpá-los de nada. De colocar a comunidade à disposição deles e de fazê-los refletir sobre o mundo que vivemos, o que acontece no mundo em que os filhos deles estão e como podemos, juntos, mudar esta realidade. Os pais estão necessitados de um primeiro anúncio, embora já tenham sido batizados e evangelizados. Mas eles precisam, e isso é urgente.

E depois, outros dois encontros "Querigmático" com os jovens e as crianças, da mesma forma, com o mesmo objetivo, fora do ambiente da comunidade, um encontro de primeiro anúncio, de conversão, de testemunho, de música e diversão, com o apoio de toda a comunidade e com um desfecho na principal missa da comunidade, com os pais esperando os seus filhos e a comunidade os acolhendo.

Eu faria assim se tivesse poder. Talvez, dessa forma, não gastássemos tanta energia para acender uma lâmpada e ficássemos mais atentos e centrados no que realmente importa, ou seja, tanto nós, catequistas, quanto os pais, crianças e jovens, estamos precisando de momentos profundos, de encontros que façam a diferença, de oração e partilha, de instantes que toquem o coração, que nos façam mudar, transformar, agir como verdadeiros cristãos.

Do jeito que as coisas andam e da maneira que os encontros semanais acontecem em muitas comunidades, não transformamos, não tocamos os corações, não produzimos mudanças profundas. Cumprimos tabela.

E vocês não imaginam como é difícil para mim, um cara inquieto, cumprir tabela quando o assunto é catequese. De fato, eu não nasci para a mesmice, eu vim, para incomodar. Bem como pede Jesus.


Alberto Meneguzzi - Catequista
#catequistagraçasadeus
#acreditacaxias

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

A IGREJA NÃO É UMA EMPRESA

Já tinha lido esta frase do Papa Francisco nos livros e documentos que ele escreveu nos últimos anos. Mas de novo, recentemente, ele repetiu isso. Eu aprendi desde a minha adolescência, que a Igreja existe para evangelizar. É isso. Mas muitos dos nossos padres parecem não saber desta "verdade" histórica da Igreja. Evangelização. E isso se faz com acolhimento, misericórdia, escuta e preocupação com seus fieis. Os carreiristas "chanceleres" e outros tantos, doutores, mestres, teólogos, que citam grandes pensadores em sua homilias, mas não conseguem chegar ao povo mais pobre e necessitado, deveriam ler e assistir mais os vídeos do Papa para agirem de forma mais humana em suas paróquias e não serem apenas próximos a outros carreiristas leigos da elite de uma comunidade. Não é opinião, é verdade.

Palavras do PAPA

Por fim o Papa disse: 

Lembrem-se também que a Igreja não é uma organização política com esquerdas e direitas como nos parlamentos. Não é uma grande empresa multinacional dirigida por executivos que estudam como vender melhor o seu produto. A Igreja não se constrói com base em seu próprio projeto, não tira de si mesma a força para seguir adiante e não vive de estratégias de marketing. “A Igreja é formada por homens e mulheres pecadores como todos os demais, nasceu e existe para refletir a luz de um Outro, a luz de Jesus, assim como a lua faz com o sol. A Igreja existe para levar a palavra de Jesus ao mundo e tornar possível hoje um encontro com o Jesus vivo, tornando-se um veículo para seu abraço de misericórdia oferecido a todos”.


sexta-feira, 5 de abril de 2019

OPINIÃO: POLÍTICAS PÚBLICAS

Difícil falar sobre participação, engajamento comunitário, politicas sociais, politicas públicas, numa igreja onde boa parte das lideranças, entende este tipo de assunto como coisa de "comunista", ou fazem uma simplista relação com a classe política.

A Campanha da Fraternidade deste ano é corajosa, vai no fundo da questão do envolvimento, diálogo e do trabalho comunitário. Mas em muitas paróquias, há boicote ao tema. As políticas públicas na área da saúde, segurança, educação, assistência social, juventude, cultura, enfim, em vários segmentos, independem das figuras públicas eleitas, deste ou daquele político ou ideologia. Depende, sim, de conquistas comunitárias, frutos de muita de luta. A virtude maior desta Campanha da Fraternidade, o grande mérito dela, é fazer com que possamos refletir sobre o bem comum e a nossa própria atuação como catequistas e lideranças pastorais. 

Falar sobre participação, ética, direitos, cobrar da classe política e dos outros, é fácil. Difícil é ouvir, dialogar, interagir, aceitar o divergente, participar e a partir das reflexões que estão feitas, descobrir que dentro das nossas próprias comunidades, há ainda muita resistência em aceitar a opinião dos outros. Alguns 'donos do campinho', que existem em muitas paróquias, tem verdadeira alergia quando ouvem falar em trabalho conjunto, dialogado e planejado. Para estes, é o poder acima de tudo e o próprio umbigo acima de todos.


Alberto Meneguzzi
Catequista, Jornalista e Vereador em Caxias do Sul -RS


domingo, 10 de dezembro de 2017

E QUANDO A CATEQUESE É SÓ MAIS UMA ATIVIDADE...


"Não tenho mais tempo para conversar com meus colegas catequistas para saber o que acontece na catequese. Não tenho tido tempo para preparar os encontros. Não posso frequentar reuniões e formações. Planejamento? Nem pensar. Meus afazeres e meus encargos com a família não permitem participar de mais nada. E também participo de mais uma dúzia de pastorais. Frequentemente acontecem coisas na minha vida que fazem com que eu falte aos encontros. Tenho faltado a Missa da Catequese porque tenho passeios ou tenho que fazer o almoço de domingo...”

Aí eu me pergunto: Será que essa uma hora e meia (menos uns 20 minutos porque chega atrasada), que essa pessoa dedica à catequese por semana, faz dela uma CATEQUISTA? O que ela está fazendo lá (ou “não fazendo”), em uma hora por semana, vai fazer alguma diferença na vida das crianças que estão lá para serem educadas na FÉ? Aliás, será que ela está educada na fé?

E se formos olhar a catequese nas diversas paróquias, vemos que as coisas não mudam muito de um lugar para o outro. E o triste é que, se não bastassem todas as dificuldades que enfrentamos, neste mundo tão plural; ainda temos que nos deparar com a péssima formação de alguns catequistas e a total falta de comprometimento. E olha que não estou usando a palavra "tempo" e sim "comprometimento". Comprometer-se “sem” tempo, é meio complicado.

Isso porque acho que esse negócio de tempo, ou melhor, a falta dele, é pura desculpa de quem, na verdade, não quer fazer. Vejam só, se você trabalha oito horas por dia, estuda a noite, tem marido e filhos, tem que cuidar da casa, tem ocupações e compromissos diversos no fim de semana.... Como é que vai ser catequista?? Quando? Aliás, nem sei que tipo de mãe e esposa, alguém consegue ser desse jeito.

E se você ainda consegue ser da Pastoral do dízimo, Pastoral da família, Pastoral da acolhida, ministro(a) da eucaristia, da liturgia, do ECC, coordena grupo de reflexão e ainda é Catequista... Desculpe revelar seu segredo mas, você é um SUPER HERÓI (NA) disfarçado(a)!

A catequese é, antes de tudo, uma MISSÃO! Não é só uma participação esporádica numa pastoral. Claro que dá para fazer outras coisas na Igreja também. Desde que a catequese e tudo que vêm agregado (encontros, reuniões, missas, formações, eventos) a ela, esteja sempre em PRIMEIRO LUGAR!

Uma orientação que dou aos coordenadores, que são os "recrutadores" de catequistas na paróquia: quando aparecer alguém querendo ser catequista e que já participe de mais "umas duas" outras pastorais, não se engane achando que a pessoa será "ótima" porque já tem "experiência". Ela vai ser uma pedra no seu sapato! Nunca vai ter tempo de ir a reuniões e encontros de catequistas (sempre tem outra reunião para ir, mais importante que a sua), e sempre vai achar que "não precisa" de formação porque já "sabe tudo"! Está na Igreja há milênios e em tudo quanto é lugar.

Outra coisa são aqueles que acham que ser catequista é a mesma coisa que ser professor. Normalmente, um professor vai se dar bem na catequese porque tem experiência com crianças. Um professor (a) já tem formação pedagógica, entende de psicopedagogia, tem didática, metodologia, etc. e tal... E de fato, já tem meio caminho andado para ser um bom catequista. Mas, catequese NÃO É ESCOLA e NÃO É AULA! Se esse professor (a) não tiver formação CATEQUÉTICA, vai ser sempre um “professor de religião”. E sem nem sequer ser “formado” nessa disciplina. E também vai ter inúmeras atividades na escola onde trabalha. Um professor que se dispõe a ser catequista é duplamente vocacionado! Mas, precisa ter tempo para se dedicar à catequese.

Mais uma coisa que não se deveria fazer NUNCA: botar catequista que nunca leu uma linha sobre catequese ou fez qualquer tipo de encontro ou formação, responsável direto numa turma de catequese. Salvo exceções, isso está fadado ao fracasso. Eu já vi meninas de 14, 15 anos, que fizeram a crisma "ontem", sendo catequistas. Isso é pedir para que aconteçam essas "coisinhas" que estamos falando aí. Já começam achando que não precisa “saber” muita coisa. Por que ir às formações?

Bom, eu acabei de sintetizar, na verdade, algumas “causas” da falta de comprometimento dos catequistas. E não dei solução nenhuma. As soluções existem? Claro que sim. Mas elas podem ser sintetizadas numa só palavra. Que até parece “repeteco”, mas... é a tal FORMAÇÃO!

Tem padre que não entende o alcance da catequese, catequista que caiu de para quedas, coordenador que não tem liderança e conhecimento, gente ocupada demais com outras coisas...  Isso precisa acabar! E só vai acabar com formação. E voltamos lá no começo: Ninguém tem tempo para formação! Bom, aqui está a solução mágica para tudo: O TEMPO!

Então, por mais duro que pareça ser, quem não tem tempo deve ser gentilmente aconselhado a buscar outro meio de servir. Reuniões, encontros e formações SÃO OBRIGATÓRIOS para quem quer ser catequista. Escolas catequéticas deveriam existir em todos os níveis, começando pela paróquia. E sérias, não de faz-de-conta.

E COMPROMETIMENTO e RESPONSABILIDADE, fazem parte do SER CATEQUISTA.

E assim como ninguém nasce cristão, cristão forma-se; catequista também forma-se, não nasce pronto! Ser “chamado” deve ser considerado, em primeiro lugar, “formar-se”. Os discípulos não ficaram acompanhando Jesus, por três anos, porque não tinham o que fazer. O espírito Santo só veio depois que eles estavam preparados. Jesus os preparou. Não queiramos nós acreditar que não precisamos de preparação.

Abraço

Ângela Rocha