É preciso ir ao encontro das
pessoas em seu ambiente habitual e não apenas esperar que venham até os
recintos da igreja. O pluralismo religioso já é um fato dentro de uma mesma
casa, por isso, faz-se necessário acompanhar as famílias na educação da fé dos
filhos. De modo geral, as famílias perderam a
capacidade de educar os filhos na fé e muitos adultos acham-se afastados da
comunidade e precisam ser re-evangelizados. A comunidade deve se preocupar,
principalmente, com aqueles que não completaram a iniciação e não receberam a
crisma e/ou a eucaristia.
Acreditar
e investir na catequese familiar é um grande passo para a conversão pastoral. Mais
que se lamentar pelas dificuldades de se envolver as famílias na catequese, é preciso
buscar formas mais eficientes de envolver os familiares na catequese.
Mas, afinal, o que é a
catequese Familiar?
Trabalhando
com a catequese de crianças, adolescentes e jovens, percebe-se a necessidade de
envolver a família neste processo. A afirmação de que os pais são os primeiros
catequistas dos filhos têm sido feita, continuamente, em documentos e palestras,
mas, como os pais podem ser catequistas se estes não foram devidamente
evangelizados?
É
uma fala comum dos catequistas a dificuldade em se envolver os pais na
catequese dos filhos. É o trabalho, os compromissos do dia a dia, a vida
corrida, pais separados, enfim, com tanta coisa acontecendo, as famílias não
acompanham mais a catequese dos filhos. Sem falar na dificuldade que os
próprios pais têm em entender, hoje, uma catequese que não tiveram em seu tempo
de criança. Por isso a necessidade da catequese familiar, que mais que envolver
a família na catequese dos filhos, procura “catequizar” também os pais, em
busca de uma parceria eficaz na evangelização das crianças e adolescentes.
Observa-se
algumas iniciativas no sentido de preparar os pais para dar catequese em casa,
chamadas de “Catequese Familiar”. Nesse modelo de catequese, não há mais
encontros semanais nas paróquias, exceto uma vez a cada mês ou nem isso. Discordamos
desta prática, pois, acaba a catequese eclesial e a vivência comunitária. Claro
que os pais são catequista dos seus filhos, mas, não em ordem de preferência ou
primazia, e sim, por ordem de primeiro “relacionamento” no sentido de educar os
filhos. Com as primeiras noções de comer, andar, falar, vem junto as primeiras
noções de fé, de oração, de acreditar em algo mais. Contudo, a fé dos pais não
é uma fé particular, dissociada da comunidade. É a fé da Igreja a que pertencem.
Portanto, cabe a essa Igreja proporcionar a catequese às crianças. Os pais
transmitem a fé e a Igreja aprofunda esta fé. É da paróquia a tarefa de fazer a
catequese acontecer.
O
segredo para o envolvimento dos pais, é valorizar a família e estreitar o
relacionamento família/Igreja. Também é importante acolher as situações
diversas que vão aparecendo. Muitas crianças chegam a catequese sem terem sido
batizadas ou filhos de pais que não receberam o sacramento do matrimônio. É uma
excelente oportunidade para acompanhar a preparação ao sacramento junto da
família, não só do batismo do catequizando, mas também de outros sacramentos
que a família não tem ainda, como o matrimônio e a crisma dos adultos.
A
formação cristã das crianças e adolescentes depende, portanto, da formação cristã
dos adultos, ou seja, dos pais ou responsáveis e da comunidade paroquial em
geral. Não podemos organizar a catequese das crianças sem nos preocuparmos, também,
com a sensibilização e formação dos pais.
Dessa forma, a catequese familiar, tem como objetivo principal:
sensibilizar e formar os pais ou responsáveis com relação à iniciação cristã
dos filhos.
Uma
das oportunidades está relacionada a facilidade com que hoje nos comunicamos
com a família, seja pelas redes sociais ou grupos de Whatsapp. As novas
tecnologias proporcionam um contato mais rápido e direto com as pessoas.
Alguns
momentos propícios para despertar o interesse dos pais pela catequese familiar
são: a inscrição na catequese, a abertura do ano catequético, a preparação e celebração
das “festas” e ritos da catequese, etc.
Os
dois aspectos, VALORIZAÇÃO e MOTIVAÇÃO, supõe uma preocupação de fundo: Como
sensibilizar a família para a educação cristã dos filhos? Como evangelizar a
família e torná-la evangelizadora?
Aqui
situa-se o problema fundamental: a evangelização dos adultos. Os encontros
de pais com filhos na catequese são apenas um dos aspectos deste problema,
muito mais profundo do que parece e que só encontra a resposta adequada na
evangelização da família.
Sugestões de como organizar a Catequese familiar na paróquia:
a) a) Não há
necessidade de coordenação específica para a catequese familiar. Ela não deve
ser uma “pastoral a parte”;
b) b) A catequese
familiar deve estar no planejamento junto com a catequese das crianças e
adolescentes;
c) c) Envolver os
catequistas das turmas, que conhecem os pais e interagem com eles no inicio dos
encontros, reuniões, nas missas, nos grupos de whatsapp;
d) d) Formar uma equipe (3 pessoas são suficientes) para organizar a estrutura de cada encontro, cujas tarefas são:
- Enviar avisos aos pais de cada etapa (e o catequista da turma também deve acompanhar
- Planejar em conjunto com os catequistas e coordenação o conteúdo dos encontros com as famílias;
- Estar sempre em contato com o catequista de cada etapa;
- Arrumar o ambiente e material necessários;
- Providenciar o bem-estar: lanche, água, etc.
e) e) Convem que a assiduidade
da família aos encontros seja companhada pelo catequista da turma. Cabe ao
catequista da turma o contato, a visita e o controle das ausências;
f) f) Encontrar o
melhor dia e horário para os encontros conforme a disponibilidade das famílias;
g) g) Cuidar para que os
assessores sejam pessoas comprometidos e bem preparados, motivadores, com
testemunho de vida cristã e oração.
h) h) Buscar apoio da
Pastoral Familiar e demais pastorais ou grupos.
A
Catequese familiar não pode caminhar a parte, sem a catequese das crianças e
adolescentes. Os catequistas das turmas precisam saber quais contéudos estão
sendo trabalhados e saber quais famílias estão participando. A equipe
responsável pela Catequese Familiar precisa estar em sintonia com a coordenação
da catequese da paróquia e com os catequistas das turmas. É importante conhecer
os subsídios que são utilizados na catequese das crianças e, a partir deles,
planejar os encontros com as famílias, para que estas caminhem junto com os
filhos.
Não
é fácil palnejar encontros catequéticos presenciais com as famílias. Mas, não podemos
desanimar pela baixa adesão, pela aparente indiferença ou desinteresse das
famílias. A Catequese familiar é um trabalho perseverante e deve ser feito com
convicção e confiança. Deve-se primar pela competência e qualidade metodológica,
zelando pela beleza da comunicação, respeitando os interlocutores: sejam muitos
ou poucos, ricos ou pobres, formados ou não; sendo fiéis a mensagem que se
deseja anunciar e testemunhar. O trabalho com as famílias precisa ser confiado
à ação do Espírito Santo, dinamizador da fecundidade deste trabalho.
Fonte: Catequese Familiar: Uma proposta de Iniciação à Vida Cristã. Ângela Rocha – Catequistas em Formação, 2018.
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