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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

PROJETO BOLSA EVANGELIZADORA: CATEQUESE EM FAMÍLIA

Conteúdo da Bolsa Evangelizadora

Faço parte do grupo Catequistas em Formação há 7 anos já, e aqui tenho aprendido muito e venho crescendo e amadurecendo a minha Fé. Sou catequista a alguns anos e hoje sei que preciso cada dia mais aprofundar os meus conhecimentos e assim ajudar os meus catequizandos a conhecer Jesus!

E como são importantes as partilhas feitas nesse grupo e como nos ajuda em nossos encontros, pois muitas vezes não temos ideia de como conduzir uma turma. Sabemos das dificuldades que temos em relação a evangelização, cada paróquia ou comunidade sabe da realidade em que vive e sabemos como é difícil fazer com que a catequese seja algo bom e interessante para o catequizando.

O catequista tem um papel muito importante dentro da comunidade, ele sempre tem que se esforçar, dar o melhor de si para que consiga chegar ao coração de seu catequizando. Sendo assim  gostaria de partilhar com vocês um material que uso com a minha turma já faz algum tempo, precisamente há 4 anos. Percebi a necessidade de envolver as famílias na catequese, já que sabemos como é difícil isso, então eu tive a ideia de juntar alguns materiais: uma capelinha de N. Senhora, uma vela, um terço e coloquei em uma bolsa. Levei para a turma e expliquei como funcionaria e que eles teriam que se reunir com a família e rezar um terço. A bolsa ficaria durante a semana toda na casa do catequizando e no próximo encontro eles teriam o compromisso de traze-la, para que pudesse ir para outra família. A cada encontro eu fazia um sorteio entre os catequizandos para ver quem levaria para a casa. Eles ficaram muito empolgados e  com o tempo os pais também gostaram muito da ideia e relatavam as experiências vivenciadas durante a semana.

Um dia vi uma partilha no grupo do “Catequistas em Formação” essa mesma ideia, só que com mais coisas acrescentadas e achei bem interessante. Daí em diante fui procurando melhorar a sacolinha. E mais ainda: fui vendo as necessidades da minha turma e também com isso continuar focando nos pais.

A bolsa passou então a ter um caderno aonde os catequizandos anotam as intenções e a relatam a experiência de receber a bolsa. Junto também vai um pequeno livreto com orientações de como rezar o terço, um tema sempre presente na catequese familiar, uma mensagem do Papa e por fim, uma mensagem de agradecimentos aos pais.

E a cada ano, acrescento algum tema importante da Igreja ou um assunto que as famílias precisam. Este ano decidi falar sobre a Lectio Divina ou a Leitura Orante da Bíblia, pesquisei muito e fui montando o material para acompanhar a bolsa. Tudo o que uso coloco sempre as fontes.

Esse ano, tenho uma turma pequena, então a bolsa fica um mês em cada família. Não sei exatamente como são feitas as atividades que oriento, mas, nos relatos do caderno, vejo que a experiência foi muito boa! Procuro incentiva-los a todo encontro e peço sempre a ajuda dos pais, para que eles tenham esse compromisso também, afinal muitas vezes esse é o único momento que a família pode estar junta, este é um dos objetivos da bolsa!

Sempre peço ao Senhor que me ajude, me capacite na missão a qual me enviou, e que eu possa sempre ter um olhar mais abrangente para enriquecer a minha catequese! Agradeço ao grupo por tantas partilhas, trocas de experiências e artigos que nos ajudam muito em nossa formação como catequistas!

Silvia Santos
Comunidade Santa Rita de Cássia- Paróquia São Roque

Diocese de Itapeva- SP

ABAIXO CONTEÚDO DA "SACOLA DA FÉ" OU "BOLSA EVANGELIZADORA":  METODOLOGIA UTILIZADA POR ALGUMAS COMUNIDADES PARA ENVOLVER A FAMÍLIA NA CATEQUESE.

Material impresso

Sugerimos que cada um adapte o material a sua realidade, copiando os textos e colocando as imagens que achar pertinentes. 


1. LIVRETO:















2. MATERIAL SOBRE A LEITURA ORANTE:


CATEQUESE



COMUNIDADE SANTA RITA DE CÁSSIA


A Lectio Divina ou Leitura orante

A “Lectio Divina” é uma expressão latina já presente e consagrada no vocabulário católico, que pode ser traduzida como “leitura divina”, “leitura espiritual”, ou ainda como ocorre hoje em nosso país e em vários escritos atuais, como “leitura orante da Bíblia”. Ela é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir deste exercício, conscientes do plano de Deus e a Sua vontade, pode-se produzir os frutos espirituais necessários para a salvação. A Lectio Divina é deixar-se envolver pelo plano da Salvação de Deus. Os princípios da Lectio Divina foram expressos por volta do ano 220 e praticados por monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. O tempo diário dedicado à lectio divina sempre foi grande e no melhor momento do dia. A espiritualidade monástica sempre foi bíblica e litúrgica. A sistematização do método da lectio divina nós encontramos nos escritos de Guigo, o Cartucho, por volta do século XII.
A Lectio Divina tradicionalmente é uma oração individual, porém, pode-se fazê-la em grupo. O importante é rezar com a Palavra de Deus, lembrando o que dizem os bispos no Concílio Vaticano II, relembrando a mais antiga tradição católica – que conhecer a Sagrada Escritura é conhecer o próprio Cristo. Monges diziam que a Lectio Divina é a escada espiritual dos monges, mas é também de todo o cristão. O Papa Bento XVI fez a seguinte observação num discurso de 2005: “Eu gostaria, em especial, recordar e recomendar a antiga tradição da Lectio Divina, a leitura assídua da Sagrada Escritura, acompanhada da oração que traz um diálogo íntimo em que na leitura, se escuta Deus que fala e, rezando, responde-lhe com confiança a abertura do coração”.
O Concílio Vaticano II, em seu decreto Dei Verbum 25, ratificou e promoveu, com todo o peso de sua autoridade, a restauração da Lectio Divina, retomando essa antiquíssima tradição da Igreja Católica. O Concílio exorta igualmente, com ardor e insistência, a todos os fiéis cristãos, especialmente aos religiosos, que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Fl 3,8). Porquanto, “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo” (São Jerônimo, Comm. In Is., prol).
O método mais antigo e que inspirou outros mais recentes, é que, seja pessoalmente, em comunidade ou no círculo bíblico nós comecemos a reflexão com a Palavra de Deus e que, depois da invocação do Espírito Santo, segue os passos tradicionais: 1- Lectio (Leitura); 2- Meditatio (Meditação); 3- Oratio (Oração) e 4- Contemplatio (Contemplação). Existem outros métodos que, inspirados aqui, procuram ajudar o cristão a acolher em sua vida a Palavra de Deus e a colocar em prática no seu dia a dia.
O método tradicional é simples: são quatro degraus – “a leitura procura a doçura da vida bem-aventurada; a meditação a encontra; a oração a pede, e a contemplação a experimenta. A leitura, de certo modo, leva à boca o alimento sólido, a meditação o mastiga e tritura, a oração consegue o sabor, a contemplação é a própria doçura que regala e refaz. A leitura está na casca, a meditação na substância, a oração na petição do desejo, a contemplação no gozo da doçura obtida.” (Guigo, o Cartucho, Scala Claustralium).
Portanto, quanto à leitura, leia, com calma e atenção, um pequeno trecho da Sagrada Escritura (aconselha-se que nas primeiras vezes utilizem-se os textos dos Evangelhos) . Leia o texto quantas vezes e versões forem necessárias. Procure identificar as coisas importantes desta perícope: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. É importante identificar tudo com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação de espírito.
Quanto à Meditatio, começa, então, diligente meditação. Ela não se detém no exterior, não pára na superfície, apóia o pé mais profundamente, penetra no interior, perscruta cada aspecto. Considera atenta sobre o que esta Palavra está iluminando minha vida e a realidade em que vivo hoje. Quais são as circunstâncias que ela me questiona e me incentiva? Depois de ter refletido sobre esses pontos e outros semelhantes no que toca à própria vida, a meditação começa a pensar no prêmio: Como seria glorioso e deleitável ver a face desejada do Senhor, mais bela do que a de todos os homens (Sl 45,3), não mais tendo a aparência como que o revestiu sua mão, mas envergando a estola da imortalidade, e coroado com o diadema que seu Pai lhe deu no dia da ressurreição e de glória, o dia que o Senhor fez (Sl 118,24).
Quanto à Oratio, toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus.  Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai ao coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade. Vendo, pois, a pessoa que não pode por si mesma atingir a desejada doçura de conhecimento e da experiência, e que quanto mais se aproxima do fundo do coração (Sl 64,7), tanto mais distante é Deus (cf. Sl 64,8), ela se humilha e se refugia na oração. E diz: Senhor, que não és contemplado senão pelos corações puros, eu procuro, pela leitura e pela meditação, qual é, e como poder ser adquirida a verdadeira doçura do coração, a fim de por ela conhecer-te, ao menos um pouco.
Quanto ao último passo, a Contemplatio: desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe dará apenas a tranquilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você será um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus! Mas em todas as circunstâncias será uma maneira de ver Deus presente na história e em nossa vida! “Ele recria a alma fatigada, nutre a quem tem fome, sacia sua aridez, lhe faz esquecer tudo o que não é terrestre, vivifica-a, mortificando-a por um admirável esquecimento de si mesma, e embriagando-a sóbria a torna” (Guido, o Cartucho).
Há uma preocupação grande com a vida prática, com a conversão, de modo que muitas vezes se costuma acrescentar a “actio”, ou seja, ação junto com a contemplação. Os temores de uma vida “alienada” podem ser sempre apresentados em todas as circunstâncias, mas quando se aprofunda realmente na Palavra de Deus e se crê que ela é como uma espada de dois gumes que penetra no mais profundo de nosso ser e que também ilumina nossa vida e nosso caminho, teremos certeza de que ela ilumina a nossa estrada e nos conduz com a graça de Deus por   vida nova.
Portanto, diante deste patrimônio da nossa Igreja que é este método da Lectio Divina, desejo a todos que inspirados na mensagem que os Bispos enviaram acerca do tema central da 48º Assembleia, possamos todos nós aprofundar a Leitura Orante da Bíblia, que, aproximando-nos da Palavra de Deus, encontremos os caminhos da vida dos cristãos hoje, neste início de milênio, que, diante da atual mudança de época, respondamos com uma vida nova, haurida nas escrituras sagradas, que nos comunicam a Palavra eterna, o Verbo eterno, Jesus Cristo, nosso Senhor! 
Dom Orani João Tempesta

LEITURA ORANTE DA PALAVRA NA PRÁTICA


O método da “Leitura Orante”  ou  “Lectio Divina”, foi criada pelo monge Guido II, no século XII e sugere a idéia de uma escada que nos ajuda a subir ate Deus. É preciso um pouco de “abstração” e capacidade de se entregar a leitura e a meditação. A seguir os quatros degraus que somos convidados a subir.
1º DEGRAU – LEITURA
O QUE O TEXTO NOS DIZ?
1.    Leia lentamente o texto, ao menos duas vezes.
2.   Ainda não é hora de tentar tirar uma mensagem para a sua vida. Apenas tente compreender o que o texto significaria na época em que foi escrito.
3.   Tente reconstruir o texto. Quem são as pessoas que aparecem no texto e qual é a situação de cada uma?De acordo com o texto, qual é o papel de cada uma e quais seriam seus sentimentos? Aparece algum conflito no texto? Como é resolvido? Qual é o rosto de Deus no texto?
4. Nesse degrau, pode ajudar um subsidio que faça compreender melhor o contexto e o sentido do texto.

2º DEGRAU – MEDITAÇÃO
 O QUE DEUS QUER NOS DIZER COM ESSE TEXTO

1.    Destaque os versículos mais fortes para você (sem tentar interpretá-los, sendo fiel as palavras do texto).
2.   Atualize o texto, comparando a situação da época com a situação atual. Procure perceber o que tudo isso tem a ver com a sua, a nossa vida cristã.


3º DEGRAU – ORAÇÃO 
O QUE ESSE TEXTO ME FAZ DIZER A DEUS?

1.    Tudo o que foi lido e meditado é transformado em conversa orante com Deus.
2.    A oração é o instante no qual somos convidados a falar com Deus, através do louvor, do agradecimento, do pedido, da súplica, do oferecimento, do perdão dirigido a ele: “Senhor, eu te peço... Eu te louvo e agraeço meu Deus...”. Dialogar diretamente com Deus: tenha “um trato de amizade com aquele que nos ama” (Santa Teresa de Ávila). É necessário silêncio...


4º DEGRAU- CONTEMPLAÇÃO 
CONTEMPLAR É VER A VIDA COM OS OLHOS DA FÉ.

Esse passo está ligado ao anterior; as vezes, não percebemos quando termina um e começa o outro . Volte-se para  a sua realidade( ao seu dia a dia) e veja sua vida com o olhar iluminado pelo Espírito Santo. Não se trata de pensar “o que fazer”, mas, como seguir Jesus, a partir desse texto?  Para “fazer” antes é preciso “ser”, transformar-se, dando resultado a um novo ser humano: discípulo missionário de Jesus Cristo.
- Agradecer a Trindade Santa a experiência na oração
- Rezar  um Pai Nosso.

 “BUSCAI NA LEITURA, ENCONTRAREIS PELA MEDITAÇÃO. BATEI À PORTA DA ORAÇÃO, VÓS ENCONTRAREIS NA CONTEMPLAÇÃO”. 

(GUIDO II)


3. CARTÃO - Modelo

Frente

Verso

4. ATIVIDADE PARA O CATEQUIZANDO E A FAMÍLIA
5. ORAÇÃO PARA FAZER ANTES DE LER A BÍBLIA:

Meu Senhor e meu Pai!
Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra!
Que eu Te conheça e Te faça conhecido,
Te ame e Te faça amado,
Te sirva e Te faça servido,
Te louve e Te faça louvado por todas as criaturas.
Faze, ó Pai, que pela leitura da palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém!



Colaboração:
Silvia Cristiane  A. B. Santos
Paróquia São Roque - Itapeva- SP
Comunidade Santa Rita de Cassia




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