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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

REFLETINDO SOBRE CATEQUESE

Estou tentando, com todas as minhas forças, ser catequista... Acordo todos os dias achando que estou cada dia mais perto... no entanto, ainda não me encontro nem na metade do caminho.

Quando fui procurar a secretaria da paróquia para ser catequista, eu tinha sim, um objetivo: descobrir afinal de contas que coisa é essa que, ao invés de ajudar meus filhos a permanecer na igreja, se transformou numa enorme “chatice”. A ponto até, de fazê-los questionar a utilidade da mesma. E não me venham dizer que estou sendo radical! Porque não estou não. É assim com a grande maioria dos jovens.

Acontece que algum tempo depois eu realmente atendi ao chamado que Jesus me fez na pessoa daquele padre chamando gente pra ser catequista... “Venha caminhar comigo!”, disse Jesus. E eu fui...

E comecei a entender o que era o caminho. Não é uma estrada para se chegar “lá”, nem tampouco um objetivo a ser alcançado. É um “estar com ele” cada segundo, minuto, hora, dia da minha vida. É tropeçar nas pedras, se ferir em espinhos e colher flores... É caminhar sem tentar entender aonde isso vai dar. Não é um caminho fácil. Nem é uma estrada que tem fim. Ou “objetivo”, como preferir. Assim, se eu tenho um objetivo sendo catequista, não sei dizê-lo.

Como não sei dizer o que espero dos meus catequizandos... Acho que vou roubar a fala de uma outra catequista que disse que o que mais gosta na catequese é: “O dia do encontro”. Sim é isso. Espero sempre o "dia do encontro". E venha o que vier, aceito com alegria. Amo sem restrições e sem porquês. Apenas amo aquelas crianças como se fossem minhas. Só. 

Também não sei se há uma coisa que gosto mais na catequese. Já disse muitas vezes: a catequese parece correr nas minhas veias junto com meu sangue. Nem me imagino fora dela. Faz parte de mim. Ela não se divide em “pedaços” para que eu possa escolher um. Ela é “inteira”, com todos os seus desafios, alegrias e decepções. Talvez a coisa tenha começado a ficar mais difícil quando passei a me preocupar com mais do que "o dia do encontro". 

Agora, responder o que precisa mudar na catequese, então... É um trabalho de Hércules! Não posso mesmo fazê-lo. Caberia aqui um tratado político-religioso-social-humano-filosófico... Para dizer pouco! 

São muitas mudanças a serem feitas. Muitas mesmos. Começa pelas famílias, passa pela inclusão, pelo comprometimento com a comunidade, por uma maior atenção por parte dos padres, por investimentos em recursos, por espaço adequado, por coordenações efetivas, por uma formação adequada dos catequistas. E poderia citar aqui inúmeras coisas que poderiam ser diferentes, mas não são. Bem melhores, mas não são. 

Mas tem uma coisa que precisa mudar na catequese. O fato de que muita gente esqueceu o que é ser testemunho. Que é a primeira coisa que faz parte do "ser" catequista. Claro que conhecer e saber do que se vai falar é importante igualmente. Mas, ser, é imprescindível. E que muita gente busca na pastoral uma "realização pessoal" que não existe ou então um local para resolver suas carências afetivas, é um fato que não podemos esconder. E lá vamos nós brigar por pequenas diferenças e pelo "papel principal", que deveria ser de uma pessoa só: Jesus Cristo. E isso mata a pastoral! Faz dela um arremedo do que deveria ser. Pessoas com mais maturidade, humana e cristã. É disso que precisamos urgentemente! Pessoas que orem, celebrem e sejam, acima de tudo: Catequistas. 

Ângela Rocha
Catequistas em Formação

Um comentário:

Sol Souza disse...

Você tem toda razão em suas palavras, me sinto igual

solange