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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O PADRE E SUA MISSÃO


Vamos refletir um pouco:

Houve um tempo em que ser padre era ser tão "importante" numa comunidade como ser prefeito ou delegado. Hoje os tempos são outros, já não vemos mais os nossos padres em eventos e decisões de ordem social. Os fiéis dividem-se em várias denominações religiosas e seus "pastores" espirituais já não são somente os padres.

Até algumas décadas atrás, o padre participava até das decisões políticas de uma cidade. Sem, no entanto, serem vereadores, prefeitos, deputados... Como a gente encontra por aí hoje em dia. Ele era uma "autoridade"! E não só das coisas divinas, mas, muitas vezes, das coisas terrenas. Seus conselhos e suas orientações eram imprescindíveis na vida das pessoas. E normalmente, nas famílias mais numerosas, havia sempre um filho que acabava fazendo parte do clero.

E hoje? Será que o padre perdeu o "prestígio"?

Pode-se dizer que as pessoas já não procuram mais suas orientações com tanta frequência. Hoje se busca mais as ciências, a psicologia, o aconselhamento matrimonial, remédios para o corpo e não para a alma. Diminuíram o número de fiéis crentes no sacramento da comunhão, mas ainda há quem necessite dos ouvidos bondosos de um padre, da calma serena de seu conselho e de sua bênção divina. Isso a gente vê porque encontramos as secretarias paroquiais e as agendas dos padres abarrotadas de pessoas que precisam "dar uma palavrinha" ou fazer uma confissão "cara a cara" com ele.  Esse fenômeno se explica pelo fato de terem diminuído, em proporção considerável, as vocações ao sacerdócio católico. E parece que, mesmo com a diversidade religiosa dos novos tempos, o número de fiéis não diminuiu!

Mas há outros fatores a se considerar, a explosão demográfica nas cidades e a diversidade religiosa, são só alguns. As comunidades já não são mais o que se pode chamar de “pequenas”, a urbanização nos últimos tempos fez com que a cidade precisasse muito mais de padres. Mesmo com templos e salas de cultos diversos, praticamente um em cada esquina, os padres ainda são muito procurados.

Uma coisa que tem ajudado a superlotar a agenda dos padres é o fato de que as paróquias, hoje em dia, são verdadeiras "empresas". Tem inúmeras atividades e funcionários E os padres já nem tem mais tanto tempo para se dedicar aos aconselhamentos. E as paróquias são regidas por leis. O padre hoje, não é mais, só o “pastor de suas ovelhas”. Ele é o administrador de sua paróquia. E "administrador" com tudo que acarreta a função: tomar decisões financeiras, gerir recursos humanos, organizar setores, delegar tarefas, enfim...E muitas vezes ele é um só. E tem que dar conta de tudo, saber de tudo e não raro, decidir tudo. Mesmo os conselhos de pastorais dando uma ajudinha, nada se faz sem a anuência do padre. E o padre ainda tem que dar conta de presidir as celebrações, visitar os doentes, fazer aconselhamento, estudar constantemente e fazer da liturgia uma fonte constante de "alimento" às suas ovelhas. É muita coisa para um homem só!

Por isso, fica aqui minha enorme admiração por estes homens que escolhem dedicar sua vida ao sacerdócio renunciando a tudo pelas coisas de Deus e, porque não, dedicando-se também, às coisas inerentes ao próprio homem: dor, angústia, miséria, dúvida. Ouso dizer que ele tem, sem sobra de dúvida, a mão de Deus a guiar seus passos e, mesmo com os tropeços de sua condição de homem, ele é divino em sua essência.

Parabéns aos nossos Padres, catequistas por excelência, que perseveram apesar de todas as dificuldades! Sua missão e vocação não é para qualquer um! Rezemos sempre para que haja mais vocações sacerdotais.

Ângela Rocha
Catequistas em Formação


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