Vamos refletir um pouco:
Houve
um tempo em que ser padre era ser tão "importante" numa comunidade
como ser prefeito ou delegado. Hoje os tempos são outros, já não vemos mais os
nossos padres em eventos e decisões de ordem social. Os fiéis dividem-se em
várias denominações religiosas e seus "pastores" espirituais já não
são somente os padres.
Até
algumas décadas atrás, o padre participava até das decisões políticas de uma
cidade. Sem, no entanto, serem vereadores, prefeitos, deputados... Como a gente
encontra por aí hoje em dia.
Ele era uma "autoridade"! E não só das coisas
divinas, mas, muitas vezes, das coisas terrenas. Seus conselhos e suas
orientações eram imprescindíveis na vida das pessoas. E normalmente, nas
famílias mais numerosas, havia sempre um filho que acabava fazendo parte do
clero.
E
hoje? Será que o padre perdeu o "prestígio"?
Pode-se
dizer que as pessoas já não procuram mais suas orientações com tanta
frequência. Hoje se busca mais as ciências, a psicologia, o aconselhamento
matrimonial, remédios para o corpo e não para a alma. Diminuíram o número de
fiéis crentes no sacramento da comunhão, mas ainda há quem necessite dos
ouvidos bondosos de um padre, da calma serena de seu conselho e de sua bênção
divina. Isso a gente vê porque encontramos as secretarias paroquiais e as
agendas dos padres abarrotadas de pessoas que precisam "dar uma
palavrinha" ou fazer uma confissão "cara a cara" com ele.
Esse fenômeno se explica pelo fato de terem diminuído, em proporção
considerável, as vocações ao sacerdócio católico. E parece que, mesmo com a
diversidade religiosa dos novos tempos, o número de fiéis não diminuiu!
Mas há
outros fatores a se considerar, a explosão demográfica nas cidades e a
diversidade religiosa, são só alguns. As comunidades já não são mais o que se
pode chamar de “pequenas”, a urbanização nos últimos tempos fez com que a
cidade precisasse muito mais de padres. Mesmo com templos e salas de cultos
diversos, praticamente um em cada esquina, os padres ainda são muito
procurados.
Uma
coisa que tem ajudado a superlotar a agenda dos padres é o fato de que as
paróquias, hoje em dia, são verdadeiras "empresas". Tem inúmeras
atividades e funcionários E os padres já nem tem mais tanto tempo para se
dedicar aos aconselhamentos. E as paróquias são regidas por leis. O padre hoje,
não é mais, só o “pastor de suas ovelhas”. Ele é o administrador de sua
paróquia. E "administrador" com tudo que acarreta a função: tomar
decisões financeiras, gerir recursos humanos, organizar setores, delegar
tarefas, enfim...E muitas vezes ele é um só. E tem que dar conta de tudo, saber
de tudo e não raro, decidir tudo. Mesmo os conselhos de pastorais dando uma
ajudinha, nada se faz sem a anuência do padre. E o padre ainda tem que dar
conta de presidir as celebrações, visitar os doentes, fazer aconselhamento, estudar
constantemente e fazer da liturgia uma fonte constante de "alimento"
às suas ovelhas. É muita coisa para um homem só!
Por
isso, fica aqui minha enorme admiração por estes homens que escolhem dedicar
sua vida ao sacerdócio renunciando a tudo pelas coisas de Deus e, porque não, dedicando-se
também, às coisas inerentes ao próprio homem: dor, angústia, miséria, dúvida.
Ouso dizer que ele tem, sem sobra de dúvida, a mão de Deus a guiar seus passos
e, mesmo com os tropeços de sua condição de homem, ele é divino em sua essência.
Parabéns
aos nossos Padres, catequistas por excelência, que perseveram apesar de todas
as dificuldades! Sua missão e vocação não é para qualquer um! Rezemos sempre para que haja mais vocações sacerdotais.
Ângela Rocha
Catequistas em Formação
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