Tal qual festejamos hoje, a festa de BATISMO dos nossos filhos, Deus festeja o batismo de seu Filho Amado!
“E do céu veio
uma voz: Este é o meu filho amado, em quem me comprazo.”
(Mt 3, 17)
Concluindo as celebrações
natalinas, festejamos o Batismo de Jesus. Embora não precisasse ser batizado, o
Senhor quis se solidarizar com todo o povo que buscava o batismo de João. Esta
liturgia é momento favorável para relembrarmos e renovarmos nossos compromissos
batismais.
As leituras nos revelam o
servo de Deus, fortalecido pelo Espírito e enviado para proclamar a boa-nova da
paz. Pelo batismo também nós recebemos o Espírito que nos anima na missão e nos
dá força para perseverar no bem.
Somos servos do Senhor a
serviço da comunidade e responsáveis por construir uma sociedade justa. Jesus
busca, em João, o batismo. Aí é proclamado “Filho amado de Deus”. A prática da
caridade e da justiça deve ser nosso diferencial diante de Deus.
Em cada batizado que celebro,
costumo fazer três perguntas aos pais e padrinhos: Sabem o dia em que foram batizados? Quem
(o padre) os batizou? São de Igreja, participando de alguma Comunidade de Fé?
Geralmente a reposta é “NÃO”. Quem não sabe o dia do batizado, também não o
celebra, pelo menos, consciente e livremente. Talvez por tradição, ou porque é
hábito da família. Sem uma Comunidade, que sustente os compromissos batismais,
a fé recebida no dia de nosso batismo esclerosa, resseca, mofa. O Batismo do
Senhor é um insistente convite, de que arejemos nossa fé, cultivando-a e por
meio dela, anunciemos as maravilhas que os dons do Espírito Santo realizam
naqueles que se abrem a Ele. Esconder tais dons significa insensibilidade,
indiferença e até omissão. Eis a hora de assumirmos nossa fé, como dom precioso
que nos é dado desde o “Útero da Igreja”, a Pia ou Bacia Batismal!
A festa do Batismo de Jesus
revela para nós mais uma dimensão de sua encarnação. É a manifestação pública
da sua missão. Solidário com o povo, Jesus também entra nas águas do Jordão
para receber o batismo. O seu mergulho na água se liga com seu mergulho na
nossa humanidade. Jesus se faz solidário, e mais ainda, Servo e Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo. Ele assume nossa condição humana, num ato
solidário, que o leva até a Cruz. É uma caminhada que vai em direção à Páscoa.
Podemos nos perguntar se, a
partir do Batismo de Jesus, procuramos entender e concretizar o nosso batismo.
Se estamos dispostos a “mergulhar” no projeto de Jesus para construir relações
humanas construtivas, a começar pela família, no aconchego do lar, na escola,
no trabalho, na Igreja, no mundo, com atitudes solidárias, ecumênicas.
A liturgia deste evento, que
encerra o Tempo do Natal, recorda o batismo de Jesus, por João Batista, nas
águas do rio Jordão onde ele é manifestado como Filho amado do Pai. Solidário
com os que buscavam a conversão e a vida nova, ele se deixou batizar, enquanto permaneceu
em oração. Em sintonia com o povo e com Deus, Cristo ouviu a voz do Pai que o
consagrou para cumprir o seu plano de salvação.
Jesus havia acolhido o
movimento de João Batista, a voz profética que ressoa, após anos de silêncio.
Sobre ele desce a plenitude do Espírito Santo, a força do amor do Pai, para
realizar a sua vontade. Assim o Reino, que se manifesta através de seu
ministério, expressa o desígnio salvífico de vida plena para toda a humanidade.
Quem o segue no caminho do discipulado é impelido a trilhar o seu caminho de
justiça e de solidariedade.
Deus se revelou em Jesus,
confiando-lhe a missão de Servo e Filho amado. Pelo batismo, mergulhamos no
mistério da morte e da ressurreição de Jesus para vivermos a vida nova. Em
Cristo, recebemos o Espírito para a missão e fomos adotados/as como filhos e
filhas de Deus. Somos gerados a cada dia, pelo amor misericordioso e bondade
infinita do Pai, para renovarmos a nossa adesão e o nosso compromisso com o seu
Reino.
Iluminados e “banhados em Cristo,
somos uma nova criatura As coisas antigas já se passaram, somos nascidos de
novo”. Unidos a Cristo, o Ungido do Pai, nos tornamos continuadores de sua
missão profética, sacerdotal e régia. Ele nos confirma no anúncio e testemunho
da Boa Nova do Reino, pois “passou a vida fazendo o bem e curando a todos os
que estavam sob o poder do mal”.
Vamos abrir o ouvido do
coração para acolher a voz do Pai, que ressoa dentro de nós, e que declara
nossa missão: Tu és minha filha muito amada, tu és meu filho muito amado.
O Batismo é nosso segundo
parto. Primeiro partimos do útero de nossa mãe. Quando batizados, partimos do
útero da Igreja, preparando-nos à luz da fé que nele recebemos, para o parto
definitivo, que se debruça sobre a esperança de que morrendo, partindo do útero
da terra, veremos Deus como Deus é, e isso nos basta. Renovemos nossos
compromissos batismais, buscando viver nosso Batismo na relação com Deus, que
nos adota como seus de verdade, e com os outros, que se tornam nossos irmãos,
para santificar-nos. Todo batizado torna-se um ser divinizado, isto é,
candidato à santidade. Por isso não é nenhuma pretensão descabida, queremos ser
santos. Devemos, isso sim, esforçar-nos todos os dias, para sermos santos.
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is 42,1-4.6-7; Sl
28(29); At 10,34-38 e Mt 3,13-17).
Fontes: Liturgia
Diária da Paulus de Janeiro de 2017, pp. 36-38 e Roteiros Homiléticos da CNBB
do Tempo do Natal (Janeiro de 2017), pp. 64-68.
(Colaboração: Catequista
Abigail Martins Oliveira – Ribeirão Preto, SP).
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