Em quem e no que “acreditar” a respeito de informações e estudos da Bíblia?
Muitas vezes nos deparamos com um grande número de “interpretações” de textos bíblicos na internet, e ficamos sem saber são pertinentes ou não ou mesmo se são de origem católica ou não. Não que a Bíblia e a exegese mude se for um pastor protestante a interpretá-la ou até mesmo um autor que não demonstre sua confissão religiosa. Mas, é bom saber qual é o “nível” de credibilidade de quem está falando.
Alguns de vocês já fizeram
o ensino superior e, portanto, fizeram um TCC (trabalho de conclusão de curso)
ou ainda fizeram uma Pós-Graduação e uma Monografia ou Artigo de conclusão ou
ainda, um trabalho no colegial onde o professor exigiu que fosse feito dentro
das “normas”.
Bom, se vocês lembrarem
das aulas de "metodologia" vão lembrar do professor dizendo para
vocês que as FONTES DE REFERÊNCIA precisam ser citadas e ser fontes FIDEDIGNAS,
ou seja, de PUBLICAÇÕES renomadas: livros, artigos, teses, etc...
E normalmente não se aceita fontes oriundas da Internet se não forem De SITES de pesquisa com artigos publicados e nome dos autores.
E normalmente não se aceita fontes oriundas da Internet se não forem De SITES de pesquisa com artigos publicados e nome dos autores.
Da MESMA FORMA, precisamos
tratar ASSIM, o nosso ESTUDO BÍBLICO na catequese. Ler e pesquisar, mas , com
DISCERNIMENTO.
Tudo que normalmente passo
aos catequistas à respeito da Bíblia e seus textos, é oriundo das notas
explicativas e notas de rodapé da Bíblia de Jerusalém ou da Bíblia Sagrada das
Paulinas (Edição do Pontifício Instituto Bíblico de Roma), ou ainda, do site
dos Freis capuchinhos de SC, do site abiblia.org (quando tem o nome do
biblista e é alguma curiosidade) e de livros de estudo bíblico, sempre citados
ao final do texto.
Normalmente, quando se
trata de "exegese", ou seja, INTERPRETAÇÃO desta ou daquela passagem,
eu busco autores como Frei Ildo Perondi, Jose Tolentino Mendonça, Frei Carlos
Mesters, Jose Antonio Pagola, Jose Maria Castillo, entre outros. Uso bastante
também os estudos do Pe. Rui Santiago, padre redentorista português.
A "exegese"
requer um conhecimento profundo da bíblia, logo, como não sou exegeta, leio vários
autores antes de passar alguma coisa nas formações de catequistas. Existem diferenças
de pensamento entre um autor e outro. Portanto, CUIDADO com aquilo que vocês
leem por aí! A maioria é "achismo" de pessoas despreparadas para dar
opinião ou dão opiniões "pessoais" sem embasamento teórico.
Se vocês encontrarem
artigos e textos de biblistas com estes nomes: Kurt Aland, Albrecht Alt, Karl
Barth, Joseph Blenkinsopp, Ernst Bloch, Dietrich Bonhoeffer, Rudolf Bultmann,
Pierre Teilhard de Chardin, Frank Cruesemann, Oscar Cullmann, Herbert Donner,
Bernhard Duhm, Otto Eissfeldt, Karl Elliger, Herman Gunkel, Adolf von Harnack,
Martin Hengel, Joachim Jeremias, Gerhard von Rad, Karl Rahner, Rolf Rendtorff,
Paul Tillich, Julius Wellhausen, podem confiar. São famosos biblistas
internacionais.
Aqui no Brasil, como
instituições, temos o CEBI – Centro de Estudos Bíblicos, como excelente fonte
de pesquisa bíblica e a UNISINOS, Universidade Jesuíta, como fonte de pesquisa,
com artigos excelentes. Autores como: Carlos Mesters, Francisco Orofino, Julio
Zabatiero, Leonardo Boff, Ildo Perondi, José
Pedro Tosaus Abadia, são constatemente consultados quando se trata de Bíblia.
Então, peço a vocês que,
se pesquisarem num blog, site, página do facebook onde não tem nenhum NOME ou
APRESENTAÇÃO de um estudioso da Bíblia, não usem como referência. Estes artigos
podem até nos ajudar na compreensão desta ou daquela passagem, mas, são
"opiniões" parciais de leigos, como nós, que não tem estudo necessário
para dar esta ou aquela opinião.
Quanto aos textos de
Felipe Aquino e Pe. Paulo Ricardo, apesar do conhecimento que possuem (mais de
liturgia), não costumo citá-los, porque ambos têm posições conservadoras sobre diversos
assuntos da Igreja e nem sempre conseguem ser "imparciais" sobre alguns
temas. Precisamos, ao estudar Teologia e Bíblia, fazê-lo de "cabeça
aberta" e com iluminação da fé, pois vamos nos confrontar com informações
que não fazem parte da nossa educação religiosa até então.
Que Deus nos abençoe com o
“desconforto”, contra as respostas fáceis, as meias verdades, as relações
superficiais, para que sejamos capazes de ir fundo dentro de nosso coração, sem
medo de buscar a verdade, que, com certeza, nos trará uma fé ainda mais
verdadeira e profunda.
A catequese precisa de
ADULTOS na fé, não de crianças medrosas enfurnadas em seus
"cenáculos". Vamos “sair” em busca de conhecimento!
Ângela Rocha
2 comentários:
Aprendi a conhecer e amar a Bíblia com os livros de Carlos Mesters e outras publicações do CEBI para o mês da Bíblia. Atualmente estou me aprofundando no estudo sobre as mulheres na Biblia. A importante contribuição das sacerdotizas e profetizas na História da Salvação.O CEBI tem bons livros para começar neste estudo. E também lendo livros que aprofundam e refazem nossa compreensão do Primeiro Testamento. Como o "O Reino Esquecido" do arqueológo Israel Finkelstein e os livros do José Ademar Kaefer sobre arqueologia. Eu vou começar a ler agora o livro: A Origem de Javé, o Deus de Israel e seu nome. Autor: Tomas Römer.
Aprendi a conhecer e amar a Bíblia com os livros de Carlos Mesters e outras publicações do CEBI para o mês da Bíblia. Atualmente estou me aprofundando no estudo sobre as mulheres na Biblia. A importante contribuição das sacerdotizas e profetizas na História da Salvação.O CEBI tem bons livros para começar neste estudo. E também lendo livros que aprofundam e refazem nossa compreensão do Primeiro Testamento. Como o "O Reino Esquecido" do arqueológo Israel Finkelstein e os livros do José Ademar Kaefer sobre arqueologia. Eu vou começar a ler agora o livro: A Origem de Javé, o Deus de Israel e seu nome. Autor: Tomas Römer.
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