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sábado, 20 de janeiro de 2018

CATEQUISTAS SÃO LUTADORES TAMBÉM...


Dos tatames à catequese: conheça a história do lutador de MMA que virou catequista!

Campeão de jiu-jitsu e ex-competidor do UFC, Galeto entrou na catequese só para casar, mas acabou se apaixonando por sua fé.

Ao olhar para atletas de lutas marciais, com seu físico impressionante e aquela cara de sério, nem sempre conseguimos imaginar que a vida deles fora do tatame pode ser bem diferente. Por exemplo: já se imaginou tendo catequese com um professor que tem como profissão o ensino do jiu-jitsu e que, inclusive, já esteve em grandes competições nacionais e internacionais e até em eventos do UFC? Pois é exatamente isso que Wagner Campos, o Galeto, faz.

O esporte sempre esteve presente na vida de Galeto, mas a igreja não. Atleta desde a infância, foi no jiu-jitsu que ele se encontrou – e foi através disso que ele chegou até o MMA (Mixed Martial Arts). O jiu-jitsu sempre foi sua paixão, mas no MMA ele viu uma maneira de viver e sustentar sua família.

Galeto em ação. Foto: Arquivo pessoal.
A igreja foi entrando em sua vida aos poucos, quando ele se casou. A família de sua esposa é bastante devota de Nossa Senhora de Perpétuo Socorro e costuma ir sempre à novena no santuário que reúne multidões todas as quartas-feiras em Curitiba. “Minha primeira experiência com a Igreja e com Deus foi ali”, lembra-se. Como ele treinava, mas ainda não havia conseguido uma oportunidade de lutar, resolveu pedir ali, em oração. “Meses depois o pedido se realizou e estreei num evento em Santa Catarina. Lutei, venci e deu tudo certo. Mas a relação com a igreja ainda era de ignorância”, conta.

Em 2012 ele teve a oportunidade de participar de uma seletiva para participar de um programa do UFC chamado The Ultimate Fighter. A concorrência era grande, mas ele entrou e assim chegou às lutas do UFC – um momento importante na sua carreira. Hoje está aposentado do MMA, mas coleciona títulos no jiu-jitsu: é campeão sul-brasileiro e sul-americano, medalhista no mundial e terceiro lugar no Campeonato Europeu de Jiu Jitsu, em Portugal.

Paixão

O caminho de Galeto na Igreja começou como o de muitos brasileiros: ele e a esposa eram casados somente no civil, mas ela queria casar na Igreja. Galeto, porém, não tinha recebido os outros sacramentos de iniciação cristã – a eucaristia e a crisma –, além do batismo. Para isso, ele precisava entrar no catecumenato, o processo catequético específico para adultos.

Ele até se inscreveu, mas acabou não indo aos encontros, porque não via muito sentido naquilo tudo. “Imagina que na primeira comunhão da minha filha mais velha, eu dei preferência para uma luta que eu participaria no dia”, conta. Mas, como diz Galeto, “uma semente de Deus plantada no coração, uma hora cresce”. E foi assim.

Um dia, passando perto de uma paróquia no bairro Portão, em Curitiba, ele viu uma placa comunicando um casamento comunitário. Um dos requisitos para isso? A catequese. Então, incomodado com a situação, Galeto se inscreveu e começou a catequese, em 2015. “Ali comecei a ser católico de verdade. Minha ansiedade nem era mais só casar, mas era me aproximar da eucaristia e dos sacramentos”, explica. “Ao entender a Igreja, comecei a me apaixonar por Cristo”.

Catequista
Galeto, a esposa e as filhas, 
no Santuário de Nossa Sra. do Perpétuo Socorro, 
em Curitiba. Foto: Arquivo pessoal.
A experiência de fé levou o lutador a mergulhar no estudo bíblico. “Eu nunca fui de ler, mal estudei, mas comecei a ler a palavra de Deus e dali fui para outros livros e documentos da Igreja”. Foi durante uma de suas meditações que algo lhe chamou a atenção. Lendo Jeremias 1, 5 – que diz: “Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações” – Galeto compreendeu: “Ali entendi que ele sempre está comigo e que me quer pregando a palavra dele”, diz.

E o convite chegou: Galeto foi chamado a ser catequista e começou a dirigir encontros de catequese de adultos. “Ali posso fazer para outros o que um dia fizeram de bem para mim”, diz. Assim, o ex-lutador de MMA e campeão de jiu-jitsu se tornou catequista. Preconceito? Segundo ele, só dele mesmo. Embora a recepção das pessoas sempre fosse ótima, Galeto se incomodava com o seu visual. “Mas, entendi que meus músculos são da profissão: não é vaidade!”, comenta. Hoje, essas características o ajudam a dar testemunho de fé para crianças e adultos e assim cumprir seu papel como catequista.

Para ele, os verdadeiros lutadores do mundo são os catequistas. Eles têm a missão de dar a catequese e levar Deus às crianças cujos pais nem sempre são próximos da Igreja – crianças que estão ali somente por obrigação ou costume. “Em Curitiba temos uma paróquia preocupada e que nos dá muito suporte, mas sei que muitas vezes não é assim e lá estão os verdadeiros lutadores”, finaliza.

Testemunho

Foi por meio do testemunho de vida de Galeto, hoje com 36 anos, que o assistente de controladoria e também lutador de jiu-jitsu, Márcio Luiz dos Santos, de 38, encontrou o caminho da fé. Nascido em uma família católica, a catequese em sua vida sempre foi algo imposto. “Meus pais falavam para eu ir, mas não me davam exemplo participando da Igreja”, comenta Márcio.
Márcio, a esposa e o filho. 
Foto: Arquivo pessoal.
Ele tinha todos os sacramentos, casou-se na Igreja, confessou-se uns dias antes, mas conta: “Mal sabia o que eu estava fazendo”. Junto com sua esposa participava de missas no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Curitiba, mas nada além disso.

Aluno de jiu-jitsu de Galeto há nove anos, Márcio foi percebendo a mudança na vida do professor após a conversão. Ele esteve no casamento de Galeto e um detalhe na celebração despertou ainda mais o seu fascínio. “Na hora em que ele recebeu a comunhão, o semblante dele me tocou. Ele recebeu a comunhão e voltou chorando”, lembra Márcio.

Certo dia, ao final de uma aula, Galeto perguntou a Márcio quando havia sido sua última confissão. Márcio respondeu que a última vez tinha sido há pelo menos 10 anos, quando se casou. Galeto convidou o amigo a revisitar a experiência e lhe emprestou o livro Libertos pela misericórdia de Deus, do padre Silvio Roberto. Foi quando tudo começou a fazer sentido para Márcio.

Ele decidiu mudar de vida. Confessou-se um dia antes de seu aniversário, há dois anos. Desde então ele e a família estão ativos na Igreja. Márcio e a esposa são ministros extraordinários da comunhão eucarística e atuam em algumas pastorais. O filho de cinco anos também é bem ativo: há um ano, decidiu que queria ser coroinha.

Márcio continua sendo aluno de Galeto. Começou na faixa branca e há algum tempo conquistou a preta. O exemplo de vida e de dedicação à família e à Igreja de Galeto, continua sendo importante para a construção da vida cristã de Márcio. “Aprendi muito mais do que jiu-jitsu com ele. Quando as pessoas chegam na academia eu digo que ali não é só a luta, é muito mais”, conta. “Aquilo que mudou na vida dele me despertou. A conversão das pessoas acontece com o nosso testemunho também”, completa.

FONTE: Angélica Favretto -17 de janeiro de 2018. 
http://www.semprefamilia.com.br/ 

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Wagner e Ângela Rocha 
Encontro Arquidiocesano de Formação em 2017.

Wagner Campos Galeto: "Outro testemunho que posso dar aqui: quando comecei esta missão na catequese, me senti perdido, por mais que tivesse formações (as formações para catequistas não são frequentes), leituras que eu pudesse fazer, etc. mesmo assim me sentia perdido. Aí descobri o grupo Catequistas em Formação e conheci a nossa "mestre" em catequese Ângela Rocha, aí sim, comecei a aprender, ficar mais confiante na missão, porque não basta só vontade, é preciso conhecimento e aqui no grupo eu duvido que alguém fique sem conhecimento e, se o grupo não tiver a resposta para qualquer dúvida, tenho certeza que é por pouco tempo, obrigado CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO."

Ângela Rocha: "Quando eu vi o pedido de adesão ao Grupo e olhei o perfil dessa menino no Facebook, eu logo perguntei a ele: 'Você é catequista?" Pois estranhei aquele moço, "lutador" de artes marciais, cheio de tatuagens, pedindo adesão a um grupo de catequese. Mas, com o "Sim!" convicto que ele me deu, não deixou dúvidas: Aceitei o pedido e hoje o Wagner é um dos nossos colaboradores diretos na administração do grupo. Ele demonstra em seu sorriso, animação e interesse, o quanto ama a missão."



* Wagner é membro do Grupo Catequistas em Formação, desde 07 de novembro de 2016. Hoje é um dos colaboradores e Administradores do Grupo.

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