O povo de Deus recebeu a vocação
e a consagração de anunciar e testemunhar o Evangelho. Nesta vocação comum,
o Senhor escolhe alguns para o serviço
da catequese. Portanto, os catequistas são convocados por Deus mediante a
Igreja, para desempenhar a missão evangelizadora da educação na fé.
A fim de que estes agentes pastorais possam desempenhar de
maneira responsável e qualitativa o seu ministério, devem prestar uma
particular atenção às suas competências, entre as quais está o serviço à
Palavra de Deus e à Igreja.
I - A FORMAÇÃO
A formação integral dos catequistas, delineada no Diretório
Geral para a Catequese (DGC, 1997), numa tríplice dimensão: ser, saber e saber fazer, procura
tornar os catequistas capazes de desempenhar de forma mais consciente a sua
tarefa na comunidade eclesial. A finalidade destas três características
educativas consiste em acompanhar progressiva e permanentemente o agente
pastoral da catequese, a fim de que ele possa desenvolver a própria
personalidade cristã, aonde confluem os valores e a sabedoria humana, a síntese
da fé e o compromisso pastoral.
Este programa didático-formativo comporta:
- O conhecimento da
Bíblia e da teologia;
- Da pedagogia e da
comunicação;
- Da liturgia e da
espiritualidade.
Tudo isto não diz respeito de maneira exclusiva a um simples
saber intelectual, mas sim a um conhecimento em nível de testemunho, ou seja, a
uma profunda experiência de comunhão, de misericórdia e de certeza do amor de
Deus, que consiga fazer do catequista um autorizado educador na fé.
II - SERVIDOR DA PALAVRA
A atitude típica do cristão consiste em praticar na sua
própria existência o projeto de vida do Mestre, expresso de forma categórica,
com as seguintes expressões: Com efeito, o Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mc 10, 45).
Por conseguinte, é mediante a participação no Mistério pascal de Cristo que
cada um dos batizados se une à vontade do Pai, mas de maneira ainda mais
específica aqueles que desempenham um determinado ministério no seio da comunidade
eclesial.
Consequentemente, a espiritualidade do catequista impõe uma
escuta participativa da Palavra em ordem a uma interiorização, a um confronto e
a uma resposta existencial. Consciente
do seu papel a desempenhar na Igreja, ele tem necessidade de uma familiaridade
com a Sagrada Escritura para acompanhar os irmãos na intimidade com o Verbo do
Pai.
Da meditação fiel da Bíblia, como uma consequência lógica, o catequista poderá iluminar, encorajar e
instruir os catequizandos a não se deixarem desanimar pelas dificuldades, a
não se submeterem aos critérios secularizadores, hoje predominantes na
sociedade, e a não venderem a sua dignidade de filhos de Deus.
Os livros sagrados forjam a mente e o coração do catequista,
tornando-o capaz do martírio, ou seja, de dar testemunho da fé, onde se
manifesta a sabedoria bíblica, porque conquista o domínio da Sagrada Escritura;
inquietude missionária, porque adquire a consciência do incansável zelo
missionário evangelizador de Jesus, caminha no seguimento dos seus passos para
alcançar todas as pessoas com amor salvífico; caridade veemente, porque segundo
o exemplo do Senhor se inclina diante do sofrimento do homem para dar alívio e
infundir esperança, sinais evidentes de que o seu agir constitui um
eco do novo mandamento: “Amarás ao
Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua
mente”. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a
este: “Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo”. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mt 22,
37-40).
Da recepção humilde e obediente da Palavra revelada, o
catequista dispõe-se a servir a comunidade eclesial para a edificar na
comunhão, na diaconia e na missionariedade.
III - SERVIDOR DA IGREJA
O ministério do catequista nasce, vive e realiza-se no seio da Igreja; por isso, ele pode ser
considerado plena e justamente animador da comunidade eclesial, promotor da
educação, da alimentação e do amadurecimento da sua fé, além de testemunha
daquilo em que o povo de Deus acredita,
daquilo que o mesmo celebra, vive e reza.
Uma das finalidades específicas da catequese consiste em
iniciar os catecúmenos na vida comum, onde se vive a experiência de amar e
louvar a Deus, de se ajudarem uns aos outros e de se aperfeiçoarem
fraternamente, de compartilharem as tribulações e as alegrias, de oferecerem a
própria disponibilidade, tolerância,
paciência e prudência nos relacionamentos interpessoais, de tal maneira
que, em qualquer situação, a Igreja se apresente como ícone da Santíssima
Trindade.
Nesta altura, é necessário relevar a importância do
relacionamento de colaboração entre os catequistas e os pastores, em vista de
realizar conjuntamente a programação pastoral da catequese, para que ela possa
corresponder de maneira constante à sua natureza no contexto da missão
evangelizadora da Igreja.
Por sua vez, os
pastores que se interessam sinceramente pela preparação dos catequistas, cuidam
da sua competência doutrinal e metodológica, enquanto se dedicam à orientação
espiritual e virtuosa destes agentes pastorais. E tudo isto, sempre para
servir e edificar a Igreja de Deus, na certeza de que cada um dos ministérios
encontra a sua gênese na confiante chamada divina. "Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e que
vos destinei para irdes e dardes fruto, e que o vosso fruto permaneça"
(Jo 15, 16).
O serviço eclesial à
palavra
Por meio de uma análise da realidade social contemporânea,
evidencia-se o afastamento de tantos batizados da Igreja, porque os valores que
no passado orientavam o comportamento humano, atualmente são ameaçados por uma
mentalidade ateia; por conseguinte, é necessária uma séria e qualificada
catequese em que a Palavra de Deus seja apresentada orgânica e unitariamente,
mediante a sua linguagem narrativa dos acontecimentos salvíficos e através do
seu impetuoso poder de redenção.
Não com menos urgência, é necessário demonstrar a identidade
apostólica da igreja, onde o catequista desempenha o seu serviço em particular
sintonia e comunhão com ela. Quanto mais
forem evidenciados o amor e a responsabilidade em relação à comunidade
eclesial, tanto mais os catequizandos se sentirão como verdadeiros filhos da
igreja, orientados pelas Sagradas Escrituras.
FONTE: http://www.osservatoreromano.va/pt (Sem autor definido).
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